Eternal Dream escrita por Virgo no Aries


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi criada com base nos eventos do anime Free!Eternal Summer até o episódio 11. O casal dessa fic é SOURIN ♥ Nessa fic eu reconto os eventos do anime pela visão do Sousuke e acrescento novos fatos à trama. Espero que gostem ♥Boa leitura! :3



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“Eu não gosto de perder e não quero me responsabilizar pelos os outros.”

Era nisso em que eu acreditava.

Ou pelo menos o que eu até então pensava.

Rin não gostou nem um pouco quando eu disse isso a ele após perdermos o torneio de revezamento medley quando éramos crianças.

Ele, realmente, ficou puto comigo daquela vez.

Mas eu não tinha entendido o porquê.

– Para Rin, o revezamento na natação é importante pois o pai dele nadou em um. Você não devia ter dito isso a ele. – Kisumi explicou para mim quando estávamos no parque.

– Mas eu não critiquei o pai dele. – reclamei em voz baixa e chateado antes de desviar o olhar pra longe e franzir o cenho ao me lembrar do olhar furioso do ruivo.

Ao dizer aquilo eu havia mostrado ao Rin os meus verdadeiros sentimentos e ele, na época, não os compreendeu. Pensando bem ‘compreensão’ é uma palavra que tive que aprender exercitar para alcançar meu sonho.

Ou o que um dia foi o meu sonho.

A primeira coisa que compreendi é que tudo na vida tem um tempo. E se você não se aproveita das oportunidades daquele tempo, ele, invariavelmente, vai passar e o arrependimento vai bater à sua porta antes do que você possa imaginar.

Talvez...

Eu disse talvez.

Se eu tivesse seguido o desejo de Rin na infância, se tivesse nadado por ele e não por apenas por mim, talvez eu não tivesse que trilhar o caminho mais difícil para conseguir alcançar o meu próprio sonho.

Eu me excluí do sonho do Rin e ele...

– Eu encontrei uma pessoa com quem eu quero nadar no revezamento. Estou indo para Iwatobi. – o ruivo abriu um sorriso de felicidade e os olhos brilharam extasiados ao contar a novidade, enquanto andávamos pela rua tingida pelo branco da neve que cobria o telhado das casas e deixavam para trás nossas pegadas marcadas no chão.

Eu não deveria ficar surpreso. Afinal, Rin acabaria seguindo em frente e arranjaria uma maneira de concretizar seu sonho. Com outras pessoas, se fosse necessário. Mas eu confesso que a transferência de escola que ele mencionou foi, para mim, algo repentino.

Eu não pude prever que isso aconteceria e...

Me surpreendi.

Ali eu soube que Rin estava disposto a fazer qualquer coisa para atingir seus objetivos. E apesar de brincarmos juntos, estarmos na mesma sala, no mesmo clube de natação e frequentarmos a mesma escola, quando ele me contou que iria para a Iwatobi, eu não consegui ficar verdadeiramente feliz por ele como um bom amigo faria.

Na verdade, o único sentimento que tocou meu coração naquele momento foi...

Estranheza

Era estranho pensar que ele não estaria mais ali...

Ao meu lado.

E, então, eu emudeci qualquer censura à decisão dele.

Até porque estava confuso demais tentando entender o que eu mesmo estava me sentindo com relação a isso.

Apesar da transferência de escola ainda mantínhamos contato com certa regularidade seja por e-mail, telefone, ou até pessoalmente – embora com uma frequência menor do que tínhamos no Sano SC e eu gostaria e jamais admitiria em voz alta- , porém, isso mudou completamente quando ele foi à Austrália para aprimorar seu treinamento na natação.

Sim, Rin sempre seguia em frente sem nunca esmorecer dos seus ideais, não importando quais obstáculos tivesse que superar. Ele conseguiu convencer a própria mãe a deixa-lo partir para além-mar a fim de se preparar desde já para ser um futuro nadador profissional. E eu ainda hoje admiro essa característica dele. Era algo que me atraía nele. Era algo que de alguma forma, sem eu perceber, também me fazia...

Sonhar.

As cartas que ele me enviava eram entusiasmadas e cheias de esperança. Lembro-me de chegar em casa depois da escola e correr para verificar a caixa do correio com uma ansiedade incomum da minha parte. Uma parte de mim, diga-se de passagem, que até então eu mesmo desconhecia.

Estar com Rin ou mesmo falar dele fazia com que eu experimentasse novos desafios, novos horizontes, novas sensações,

Novos sentimentos.

A cada carta que eu lia quando ele estava na Austrália meu coração acelerava. Era como se eu pudesse enxergar o Rin ao meu lado, como nos velhos tempos, enquanto conversávamos sobre as coisas mais triviais antes de desafiarmos um ao outro num competição qualquer, apenas pelo simples prazer de nos divertirmos, e descobrir quem era o melhor por meio disso.

Mesmo estando longe, as palavras escritas com esmero o traziam para perto de mim. Eu sabia que ele estava se esforçando para alcançar seu sonho. E se eu...

Se eu também me esforçasse ao máximo como ele talvez pudéssemos nos reencontrar novamente. Numa mesma competição. Numa mesma prova de natação. E então poderíamos sorrir e dizer:

Estou feliz por estarmos juntos novamente, vivendo o mesmo sonho.

Submeti-me aos treinos extenuantes, me esforçando mais do que qualquer outro com isso em mente. A única coisa em que eu pensava era que eu queria chegar no topo porém, acima de tudo eu queria estar lá apenas para...

Encontrar você, Rin.

Se isso acontecesse eu poderia me remediar pelo o que disse sobre revezamentos não serem uma coisa tão boa naquele dia em nossa infância. Lembro-me de seu olhar chocado, horrorizado e, principalmente, triste.

Naquele dia eu não tinha percebido o quanto revezamentos de natação podiam ser importantes para você. O quanto nadar juntos em um revezamento significavam mais do que apenas nadar lado a lado.

Nadar com você Rin significava nadar não apenas com os braços ou pernas, cruzando a água com determinação para vencer os próprios limites. Nadar com você significava...

Abrir meu coração.

Significava sermos apenas um...

For the team.

E eu não estava preparado para isso. Não. Ainda não. Foi necessário eu me machucar pelo excesso de treinos e ver o meu sonho ficar cada vez mais distante, assim como as pegadas na neve que foram encobertas na caminhada, quando você disse que iria para a Iwatobi nadar com Nanase.

Foi necessário eu ver meus colegas de natação, alcançando os resultados que meu corpo não conseguia mais dar. Eu percebi que eu tinha que... Desistir. E como doeu Rin, saber que eu tinha que desistir. Eu...

Eu chorei...

Em silêncio.

Eu chorei lágrimas doloridas.

Contudo, eu não permiti que você as visse.

– Por que você não disse antes?! – Rin perguntou desesperado agarrando o meu casaco da Samezuka, como um náufrago se agarra a própria vida. Os olhos cor de rubi procuravam os meus por uma resposta, uma explicação, minimamente, plausível para minha atitude.

Por que eu havia mentido, sobre ter sido recrutado por uma universidade? Por que eu havia dito que nadaria duas vezes, cobrindo o membro que tinha faltado para o nado costas no primeiro revezamento que tivemos contra a Iwatobi quando o meu corpo pedia claramente para parar? Por que eu saí de Tokyo e me matriculei na Samezuka para nadar com Rin mesmo sabendo das minhas condições físicas?

Por que...?

Por que...?!

POR QUE?!

Era o que os olhos de Rin clamavam intensamente. Minha garganta se fechou mais uma vez e me lembrei de como me senti sozinho e decepcionado por não ter conseguido ir mais longe na busca do meu sonho. Não era óbvio?

– Por que eu sabia que você iria chorar. – e o que vi, foi Rin desabar com uma tristeza ainda maior na minha frente e chorar pelo meu infortúnio. Gomen, Rin. Eu não queria te fazer sofrer...

Novamente.

Eu queria garantir que você não desistiria do seu sonho como eu fiz. E que, mais uma vez, apenas por um breve momento você pudesse me fazer...

Sonhar.

– Né... Rin. Mostre-nos uma visão que nunca vimos antes. – pedi com um sorriso sincero e nostálgico. E Rin nos mostrou no torneio regional no revezamento medley a luz que eu não mais enxergava ao nadar. Escutei a voz dele me alcançar enquanto as braçadas do meu nado borboleta se tornava fracas e meu corpo afundava mais uma vez na escuridão das minhas dúvidas, incertezas e dor.

Foi ali que eu vi uma luz surgir, chamando meu nome.

Da luz ecoava a voz imperativa de Rin e ela se propagava na água com os gritos de incentivo de Nitori e Momotarou.

A dor no ombro era insuportável mas o peso que eu carregaria em meu coração seria maior se eu desistisse ali, no meio da prova como Nanase tinha feito nos 100 metros freestyle no torneio regional. Talvez, por isso eu não reconhecesse em Nanase o grande nadador que ele poderia ser. Nanase havia desistido de seu futuro promissor sem tentar e eu...

Eu não poderia perdoar o que ele fazia consigo mesmo.

Pois se eu tivesse outra chance eu não a desperdiçaria!

– Então..Sousuke você vai mesmo desistir de nadar? – Rin ainda não parecia convencido da minha resolução quanto a isso mesmo após o torneio regional. Sorri conformista. Eu não era uma pessoa que fugia da própria realidade. Os sonhos só existem se você pode concretizá-los. E eu consegui realizá-lo nesse torneio, pois ainda que não tenhamos vencido a Iwatobi, eu consegui o mais importante.

A amizade do Rin

Eu finalmente poderia dizer que somos realmente amigos na verdadeira acepção da palavra e não apenas rivais. Hoje, eu sei o quão especial ele é e importante para mim. Seria maravilhoso nadar competitivamente com Rin de novo mas...

Não podemos ter tudo na vida, não é?

– Sim. Vamos... Não faça essa cara. O meu sonho já se realizou. – olhei com gratidão e carinho para ele. E dessa vez eu dizia a verdade que existia no meu coração. – Sempre que puder poderei voltar a infância nas minhas memórias e compartilhar deles com você, Rin.

– Acorde Sousuke! Os sonhos só existem para serem concretizados e eu sei que isso não é o suficiente. Não é o suficiente pra você! Como rival eu sei que você deseja mais do que o que você já conquistou! – ah, Rin como você podia ler minha alma com tanta facilidade? Meus olhos tremularam com diversas emoções, observando as feições firmes e masculinas.

Refreei a minha língua. Era verdade que eu queria mais. Muito mais. Mais até do que ele imaginava. Surpreendentemente mais até do que eu achei que realmente queria.

– Tem razão. Eu quero mais. Eu quero...- eu ainda não podia dizer que o amava. A amizade dele era mais importante para mim. Não é?

– O que é? Diga pra mim... – Seu olhar, sua linguagem corporal se inclinavam sobre mim. E como me sentia confortável com ele. Eu não quero...

Perder Rin de novo.

– Eu quero nadar competitivamente com você, Rin. É isso que quer que eu diga? Talvez com fisioterapia eu consiga melhorar a lesão que eu tenho no ombro. Então no futuro... Bem, são apenas possibilidades, não?

– Os sonhos se realizam no presente, Sousuke! Não no passado ou no futuro! E eu quero que você esteja presente. Quero que seja o meu presente! – ele parou por um segundo e percebendo o que tinha acabado de dizer, corou profundamente e desviou o olhar. Com a mão direita ele encobriu sua boca e parte das bochechas. Céus! Como ele conseguia ser tão... Adorável? E aquelas palavras...

Oh, Rin....Não me faça me apaixonar mais por você.

Ou serei capaz de me afogar no amor que tenho por ti.

Avancei um passo, depois outro e mais outro. O imprensei contra a escrivaninha do nosso quarto no dormitório da Samezuka. Levantei a mão e retirei o braço dele do rosto, olhando-o profundamente. Nossos olhos se encontraram e me vi refletido em suas íris.

Rin era o meu universo.

– Diga de novo. – pedi com a voz baixa, aproximando meu rosto do dele.

– O q-que está... Sou-su... – ele retrucou mas não me afastou de si.

– Apenas diga. – sussurrei em seu ouvido, nossos hálitos se encontrando a poucos centímetros de distância.

– Q-q-quero qu- que...

Ri baixinho.

– Está gaguejando, Rin.

– É impressão sua! – ele respondeu e me deu leve tapa no ombro e eu fingi sentir dor ao passo que ele ficou preocupado, franzindo a sobrancelha.

– Gomen! Eu não bati tão forte assim! Está doendo? E-eu...

Não me contive e gargalhei. Aí ele me deu um chute nas pernas de forma brincalhona, passando a mão direita no pescoço e trincou os dentes, suspirando levemente ao fechar os olhos. É. Eu estava zoando com a cara dele apenas para que Rin não descobrisse minhas reais intenções naquele momento. O ruivo apoiou a cabeça no meu peito o que chamou a minha atenção. Ele não costuma ser assim... Dava para ver as orelhas dele que estavam rubras.

Oh...

Ele tinha realmente ficado embaraçado.

Rin tinha um lado muito...

Kawaii.

– Quero que seja meu presente, Sousuke. Como rival, na natação. Como irmão, na nossa amizade. Eu quero... Quero tudo com você... Sou. Então, não desista! Não desista da natação!

E então foi a minha vez de ficar sem palavras. Havia tanto fervor, tantas promessas, tantos sonhos que eu via em você, Rin. Contudo...

Será que ainda me era permitido...

Sonhar?

Quando eu havia desistido de nadar e fui ver o torneio regional de natação em que Rin estava disputando para vê-lo nadar uma última vez já compartilhávamos do mesmo sonho. Contudo o que eu vi, foi ele se quebrar diante dos meus olhos. Eu o havia visto desistir de nadar. Eu queria tanto falar com ele. Perguntar o que tinha acontecido. Por que não havia pedido a minha ajuda. Porém, eu não consegui.

Como eu poderia ajudá-lo se eu mesmo havia...

Desistido?

Mas quando ele nadou no revezamento com os membros da Iwatobi ele se reergueu mais uma vez e eu presenciei um milagre. Eu presenciei a alegria de Rin ao nadar junto com companheiros nos quais você confia, compartilhando um mesmo ideal, uma mesma meta, um mesmo sonho.

Ah, Rin....

Não me dê esperanças para voar no infinito céu do seu sonho...

Se minhas asas quebradas não podem alcançá-lo.

O celular do ruivo vibrou interrompendo meus pensamentos.

– Makoto? – por que será que ele tinha ligado? A conversa dos dois foi rápida. Falavam de Nanase. Aparentemente, tinham combinado de se encontrar em algum lugar próximo para conversar. Pouco tempo depois a ligação foi encerrada. Pelo jeito a conversa era séria. No olhar de Rin sobre mim só existia a determinação.

– Sousuke. – ele estendeu a mão e seus dedos passaram por minha nuca, arranhando com as unhas os fios do meu cabelo. Quase engasguei. Parecia uma carícia muito íntima. – O seu sonho ainda não acabou. Você só não percebeu que ele se tornou mais abrangente.

– Hã? – estava atônito. Mas do que ele estava falando?

– Haru precisa da minha ajuda. - franzi o cenho ligeiramente.

– Então vá. – retirei as mãos que estavam na mesa atrás dele e os coloquei no bolso da calça. Eu jamais poderia prendê-lo a mim. A felicidade de Rin era mais importante mesmo que eu não fosse o seu escolhido. Mas se não era a mim quem ele queria porque Rin... Estava me...

Beijando?!

De meus olhos pasmos, eu via os cílios longos das pálpebras cerradas do ruivo enquanto seus dentes mordiscavam suavemente meus lábios e sua língua quente e ávida se enroscava despudoradamente na minha.

Merda, Rin!

Não consegui me conter mais e profundei o beijo, puxando seus cabelos para trás. Será que você tem noção do poder que tem sobre mim? Será que você sabe o quanto eu...

Te amo?

Seu corpo se esfregava no meu procurando por mais contato. Somente com algum custo ele partiu o ósculo e beijou minha testa, meus olhos e novamente meus lábios entreabertos. Os dedos longos acariciando minha nuca e provocando um arrepio gostoso na minha coluna.

– Não brinque comigo. – avisei com a respiração alterada. Eu não suportaria ser posto de lado por ninguém, nem mesmo por Nanase, após esse beijo tão ardoroso. Apertei sua cintura como se assim pudesse garantir que ele não sairia dali.

Ele sorriu compreensivo, quase como se pudesse ler a minha mente.

– Deixa eu te fazer sonhar mais uma vez? – ele pediu à mim. E se eu não conseguisse continuar? Tantas dúvidas me rodavam, porém deixei tudo isso trancado em algum lugar dentro de mim e, simplesmente,

Confiei em Rin.

Não encontrando palavras para me expressar, apenas balancei a cabeça afirmativamente. Deixaria ele ser o meu guia. Eu sabia que ele iria até a Austrália e que levaria Haru consigo para mostrar a ele o vasto mundo que se abriria caso o cancerianose se permitisse ver.

Um mundo que eu também havia encontrado com e em Rin.

E no sorriso do ruivo eu podia ter a certeza que não haveria espaço para arrependimentos, dor ou lágrimas daqui pra frente. Nós sempre estaríamos juntos assim como nossos dedos estão entrelaçados.

Rin sempre seria...

My eternal dream.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado minna-san! *-* ♥ Fiz essa fic com muito carinho. Deixem-me saber a opinião de vcs. Críticas contrutivas, elogios, sugestões, sempre são bem-vindos! Kissus! :*Até a próxima! :3Virgo no Áries



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