As coisas mudaram muito nesse último mês. Oliver agora além de seu trabalho como vigilante em Starlling City, ajudava Barry ou Wayne quando preciso. Bruce foi apresentado para Oliver por Barry que foi salvo pelo multimilionário há algumas semanas atrás, eu estou pensando seriamente que todos esses playboys milionários têm um Q de herói escondido em algum lugar dentro deles. Mas meus devaneios não são em nada relevantes neste momento. Preciso contar como a batalha contra Ra’s Al Ghul terminou, ou foi adiada como preferir nomear.

Após o fracasso de Malcom Merlin, Barry conseguiu capturá-lo e nós o mandamos para o purgatório para fazer companhia ao Slaide. Tentamos primeiro a intervenção de Nissa, mas as coisas não foram assim tão fáceis, foram dias terríveis onde nenhum de nós conseguia pregar os olhos a noite tamanha nossa preocupação. Oliver estava arredio e estressado, bem ao estilo Oliver Queen antes de qualquer grande batalha, mas quando estávamos pensando que tudo estava perdido recebemos ajudas inesperadas, Wayne que também estava sendo caçado por Ra’s Al Ghul se juntou a nós usando o Codinome Batman com uma fantasia impressionante que o fazia perecer um grande morcego, ele era ainda mais fatal que Oliver e trouxe com ele uma garota que se apresentou como Batgirl e um garoto usando couro vermelho, verde e amarelo (eu sei, ele precisava urgente de uma consultoria de moda), mas nunca vi ninguém lutar como o trio, precisos, graciosos e mortais.

Barry também se juntou a nós e como sempre foi o elemento principal para nossa vitória. Não entendemos ainda todos os poderes dele, acho que nem mesmo ele entende ainda, mas o que ele fez foi abrir uma fenda no tempo onde Oliver e Bruce conseguiram empurrar Ra’s Al Ghul, não sabemos quando, como ou onde ele está agora, mas eu tenho monitorado o mundo a procura do menor rastro que seja desde então. Nissa se manteve distante em toda a batalha e não tomou posição por amor a Sara, mas agora também não sabíamos onde ela estava ou se voltaria um dia procurando por vingança.

Sem que percebêssemos acabou se formando uma equipe. E a cada dia mais heróis se juntavam a nossa causa, recentemente ouvimos falar de um homem usando azul e vermelho que possui super força e é capaz de voar e tem protegido Metrópoles contra o crime. Juro que comecei a acreditar em Papai Noel (o verdadeiro não a Amanda Waller) e coelhinho da páscoa!

–O que está fazendo? –Perguntou Oliver chegando da última ronda, acompanhado de Roy e Thea.

–Só seguindo o rastro do herói de Metrópoles mais uma vez. –Respondi enquanto ele se inclinava para me dar um beijo no topo de minha cabeça. –Disseram agora que esse cara é capaz de correr super rápido, tipo o Barry! –Comecei a contar animada vendo uma careta de implicância se formar no rosto de Oliver.

–Acho que Ollie não confia em heróis perto de você! –Debochou Thea recebendo um olhar de censura do irmão enquanto eu e Roy segurávamos o riso.

–Ele acha que a Felicity é tipo um imã para esse tipo de cara. –Acrescentou Roy fazendo Thea dar risada.

–Vocês se merecem! –Disse Oliver em tom de censura para o casal. –Não é nada disso. –Ele falou me olhando. Eu apenas sorri sem dar importância para o assunto não estava a fim de uma discussão dessas há essa hora.

–Acho que posso encerrar por hoje. –Falai me levantando. –Diggle ligou.

–Mais um alarme falso? –Perguntou Oliver, apenas confirmei com a cabeça.

–Meu Deus! Essa menina quer morar para sempre no útero de Layla! –Brincou Thea indo se trocar junto com os outros.

Senti um arrepio percorrer minha espinha e engoli em seco desviando meus olhos para o computador imediatamente. Esperei que eles voltassem e fomos embora para casa. Oliver parecia prestes a questionar o motivo de eu estar tão silenciosa então comecei a pensar em alguma trivialidade para gerar alguma conversa.

–Acho que deveríamos começar a chamar a caverna de “Caverna do Arqueiro” - Comecei a tagarelar vendo Oliver revirar os olhos enquanto dirigia, mas com um sorriso divertido nos lábios. –Como a Batcaverna do Bruce. Acho legal ele ter um batavião, batcarro e bat qualquer outra coisa.

–Pare! –Disse sem rodeios enquanto eu gargalhava. –Só falta querer me fazer usar um cinto de utilidades agora.

–Não seria uma má...

–Chega Felicity! –Interrompeu rindo.

Nós entramos em casa e retirei meus saltos assim que passei pela porta. Meus pés estavam inchando muito ultimamente, Oliver pareceu perceber, pois me pegou nos braços apesar de meus protestos me levando para nosso quarto onde despiu minha roupa cuidadosamente e pegou uma de suas camisas de algodão que eu costumava usar para dormir às vezes, me vestindo em seguida.

–Acho que precisa dormir. –Disse em meu ouvido antes de dar um beijo rápido em meu ombro. –Vou tomar um banho rápido e já volto.

Ele saiu em direção ao banheiro e tentei fechar meus olhos, deixar o cansaço que sentia me levar para o mundo dos sonhos, mas nada. Eu estava apavorada de mais para dormi, não sabia por quanto tempo mais conseguiria esconder isso de Oliver e não fazia idéia de qual seria sua reação. Sentia falta de Diggle por perto ele saberia o que fazer nessa situação, apesar de que se ele estivesse por perto com certeza saberia exatamente a causa da situação!

Oliver se deitou ao meu lado colocando seus braços ao meu redor com carinho me puxando para perto pousando sua mão sobre minha barriga a acariciando, fechei meus olhos com força prendendo a respiração tentando fingir estar dormindo. Ele beijou o alto da minha cabeça e por fim consegui dormir sentindo o cheiro do sabonete em sua pele.

–Amo você. – Escutei sua voz rouca dizer.

Acordei decidida a contar a verdade para Oliver. - Mas depois que tomar um banho. –Protelei me levantando da cama. Deixei a água quente cair sobre meu corpo me dando coragem, lavei meus cabelos apenas para demorar mais um pouco, depois usei o secador neles ainda enrolada na tolha dentro do banheiro. Apesar de ser sábado e não ter trabalho na QC resolvi me arrumar o melhor possível, quem sabe ficar bonita para ele ajudasse a controlar seus nervos, isso e comida. – Pensei tentando traçar um plano. Entrei no quarto e ele ainda dormia de bruços usando apenas uma cueca boxe branca essa era sem dúvidas a visão mais linda que já tive em toda a minha vida, fui ao closet e escolhi uma saia rodada branca de cintura alta e uma blusa preta com uma sandália de salto plataforma. Passei uma maquiagem leve e fui fazer o café da manhã dele.

–Você está cozinhando? –Perguntou confuso entrando na cozinha parecendo ter acabado de sair do banho usando Jeans e uma camisa branca. –E por que está arrumada? Temos algum compromisso que me esqueci?

–Na verdade não. –Respondi olhando para as panquecas que estava colocando em sua frente.

–Obrigado? –Agradeceu desconfiado.

Sentei-me a sua frente pegando um prato para mim, mas não estava em clima para comer então fiquei apenas o observando em silêncio, esperando seu estômago estar completamente abastecido para dar continuidade ao meu plano.

–Por que está assim tão silenciosa nas ultimas semanas? –Perguntou erguendo uma sobrancelha com um sorriso divertido nos lábios.

–Por que anda tão sorridente? –Devolvi a pergunta tentando ganhar tempo.

–Estou feliz. –Respondeu simplesmente alargando o sorriso. Olha ai o efeito da comida!

Respirei fundo tentando ganhar coragem. –Vinte segundos de coragem. –Pensei em voz alta.

–Felicity! –Chamou Oliver. –Devo começar a me preocupar? –Ele dizia coisas que normalmente diria com uma carranca no rosto, mas ultimamente não, nem mesmo agora. Suspeitei que ele estivesse verdadeiramente se divertindo com a situação.

–Olivereuestougrávida! –Disse tudo em um fôlego só e me encolhi na cadeira esperando a fúria.

Mas ela não veio, e eu preferia de verdade que ela viesse. Oliver se levantou da cadeira sem nem mesmo olhar em minha direção e saiu pela porta. ELE SAIU E ME DEIXOU SOZINHA GRÁVIDA NA COZINHA DE NOSSA CASA! Meus pensamentos estavam completamente loucos, tentei chorar ou gritar, mas estava em choque. Foi quando ouvi a porta se abrindo novamente e Oliver entrar gargalhando em minha direção. Ele me puxou da cadeira para seus braços me girando no ar.

–Eu já sabia. –Disse rindo e recebendo um tapa em seu braço em resposta.

–Desde quando? –Perguntei confusa com a voz fraquinha olhando para ele assustada.

–Eu vi você saindo da farmácia parecendo muito, mas muito assustada quando voltava de uma ronda e depois sua ginecologista ligou para confirmar a consulta, então eu sabia o dia e quando você voltou muda eu apenas juntei as peças. –Ele tinha um sorriso radiante nos lábios. –Fiquei apenas esperando você me contar desde então.

–Me torturando você quer dizer! –Corrigi. –Por que fez isso agora? Por que me deixou aqui sozinha?

–Essa era a reação que você esperava Felicity, então resolvi fazer o que pensou que eu faria. –Ele beijou meu rosto com carinho. –Eu acho que se eu tivesse te tomado em meus braços logo de cara você teria um colapso nervoso! Além do mais estava me divertindo com você tagarelando asneiras para me distrair, cozinhando? –Ele riu alto. –E as outras coisas que andou fazendo... –Sussurrou cheio de segundas intenções em meu ouvido.

–Oliver! –Protestei com a voz manhosa por puro orgulho. –Não estou muito boa com você agora...

–Ótimo! –Respondeu caminhando comigo em seus braços em direção a nossa cama. –Isso quer dizer que acabamos de ter uma briga...

–Ah para! –Disse chocada, mas estava adorando sua reação. –Nem vem com esse trato de fazer as pazes! –Brinquei enquanto ele me colocava na cama.

–A idéia foi sua! –Retrucou tirando a camisa. –Mas ok. –Olhei para ele surpresa. –Se não quer fazer as pazes eu entendo. Mas ainda temos que comemorar! –Acrescentou me fazendo gargalhar.

–Eu te amo. –Disse em meio ao riso.

–Graças a Deus! –Respondeu. –Não sei quem eu seria sem esse amor. –Levantei meus braços para que ele pudesse tirar minha blusa. –Minha vida. –Me chamou olhando em meus olhos com os seus ardendo em adoração e carinho. –Eu te amo.