A festa seguiu como o planejado, mas Felicity tratou de se ocupar com os convidados assim que descemos do palco, o que seria normal em uma festa de noivado, mas se considerar que a maioria dos nossos convidados são policiais ou assassinos regenerados disfarçados, conclui que ela estava simplesmente me evitando. Resolvi dar a ela um pouco de espaço depois do beijo, meu Deus o que foi aquele beijo? Eu ainda sinto seu gosto em meus lábios... Passei direto por Diglle tentando evitar seus comentários o maior tempo possível. Pude ver Felicity em uma conversa animada com Barry. Ele a fazia rir com uma facilidade impressionante, algo cresceu em meu peito muito parecido com ciúmes. -Chega de espaço. -Decidi enquanto caminhava em direção a eles. Já passou da hora de aprendermos a lidar com nossos sentimentos. Ela que aprenda!

–Barry está gostando da festa? –Perguntei a primeira coisa que me veio em mente. Os dois se viraram me encarando sem saber como agir.

–Boa... Boa festa. –Respondeu confuso.

–Posso roubá-la de você um pouco? –Fingi estar pedindo permissão, afinal é educado.

–Claro, fique a vontade, é sua noiva. –Disse divertido.

–Vamos? –Ofereci minha mão. Felicity a segurou e caminhamos em direção a pista de dança. –Precisamos de uma música. –Disse enquanto a girava de frente para mim, colocando minhas mãos em sua cintura.

–Acho que não vão averiguar isso. –Respondeu envolvendo meu pescoço com seus braços.

–Você não está levando em consideração a base do plano, devemos ser convincentes. –Brinquei piscando para ela.

–Ou podemos apenas dançar e sorrir... Eu já fiz mais do que deveria em prol do plano hoje. –Disse desviando seus olhos dos meus. –Oliver me desculpa. –Falou baixinho. Quis beijá-la novamente, mostrar que estava tudo bem para mim. –Eu me deixei levar.

–Não precisa pedir desculpas por me beijar. –Disse levantando seu rosto com meus dedos para olhá-la nos olhos. –Nunca se desculpe por isso...

No fim da noite Felicity pareceu mais a vontade, dançamos várias músicas, Diglle a tirou para dançar enquanto eu dançava com Laurel, avistei Diglle caminhando em direção ao bar foi quando percebi Barry e Felicity dançando uma música lenta, inventei qualquer desculpa para Laurel a dispensando e Barry bom, eu tomei Felicity na metade da música dele.

[...]

Não sei há quanto tempo já estou malhando, só que precisava me movimentar gastar energia, organizar meus pensamentos... Como beijo, ou tudo o que disse a ela antes de ser beijado. Não existiu nenhuma palavra falsa, prometi nunca mais mentir para ela e pretendo manter minha promessa.

A primeira coisa que fiz ao acordar foi me certificar que ela estava bem, por mais que o seqüestrador só haja depois que a mídia divulga o relacionamento, ainda existe outro psicopata por ai... Estava fazendo meus exercícios na barra quando Diglle chegou sorrindo com um jornal nas mãos.

–Você e Felicity estão na primeira página. –Desci da barra e peguei o jornal de sua mão. –Eu andei pensando em um nome para vocês... –Começou com ar de deboche. –Quem sabe Feliver? Ou Olicity? –Ele estava gargalhando a essa altura. –Se não vai decidir fico com Olicity! Acho perfeito.

–Não começa Diglle. –Disse em tom de advertência.

–Vocês fizeram um excelente trabalho ontem. –Elogiou agora mais sério. –Sei que você provavelmente já está querendo me matar, mas preciso dizer uma coisa. –Começou. –Não pareceu fingimento o que você disse para Felicity. Muito menos o beijo... –Diglle e sua eterna perspicácia.

Limitei-me a concordar com um aceno breve antes de baixar meus olhos para o jornal onde havia uma foto de corpo inteiro minha beijando Felicity, eu sorria com meus lábios encostados nos dela. A manchete dizia “Oliver Queen finalmente encontrou o amor.”

A matéria era extremamente sensacionalista, citando a morte de meus pais, a partida de Thea, a perda e recuperação parcial de meus bens e uma lista interminável de ex-namoradas que já tive, mas por mais inacreditável que seja eles praticamente me transformaram em um santo, dizendo que passei de Playboy milionário a um verdadeiro exemplo creditando toda a mudança a “mulher que mudou minha vida”. Felicity também foi citada como uma garota aplicada, de QI elevado e extremamente apaixonada. Havia pequenas fotos nossas algumas em que estávamos abraçados, outras nos olhando. Realmente, nós parecíamos um casal apaixonado...

–Então Oliver, qual o próximo passo? –Perguntou Diglle.

–Agora nós precisamos ser seqüestrados. –Respondi. –Ligue para Felicity e peça a ela para vir imediatamente.

FELICITY

Oliver e eu estávamos a horas andando a noite de mãos dadas por todos os locais onde os casais foram seqüestrados. Por mim nós já teríamos desistido muito antes, mas Diglle nos garantiu que ainda estava cedo e que todos os casais foram pegos depois das dez horas. Para piorar toda essa proximidade estava me matando, acho que beijá-lo foi como tirar a rolha de uma garrafa de champanhe, não dá para simplesmente colocar a rolha novamente.

–Não está dando certo. –Disse Oliver quando chegamos a uma rua escura. –Vamos parar aqui um pouco.

–E o que nos vamos fazer em uma rua escura Oliver? –Perguntei sarcástica.

–O que os casais geralmente fazem. –Respondeu me empurrando para a parede, com seus braços cada um apoiado de um lado do meu corpo. Seus olhos azuis se prenderam aos meus fazendo minha cabeça girar, precisei me lembrar de respirar quando seus lábios começaram a se aproximar dos meus, ele parou a um centímetro de distancia. –Precisamos ser mais convincentes. –Disse baixinho com a voz rouca. –Concordei balançando a cabeça sem conseguir dizer nenhuma palavra. –Agora eu vou beijar... –Bem que ele queria, mas descobri que não consigo medir meus atos quando Oliver Queen me provoca dessa forma cobri a distancia entre nós antes dele concluir a frase.

Tudo o que senti depois foi uma leve picada em meu pescoço e os braços de Oliver me envolvendo...