Pov’s Narrador Observador

Selena inspirou uma vez e expirou duas. Repetiu a ação três outras vezes e depois se deitou na cama novamente, fechou os olhos e repassou tudo que tinha acontecido na sua cabeça pela quinta vez. Então era isso mesmo, tinha beijado Dean Winchester, não um Dean em estado normal, tinha beijado Dean Winchester quando ele estava bêbado, o que a fazia pensar que talvez ele se arrependesse do acontecido ou, talvez nem se lembrasse mais ou , ainda pior, se lembrasse e tivesse gostado.

Não que ela não tivesse aprovado o beijo, o único problema era o que acontecia depois, aliás, esse era um dos maiores problemas dos relacionamentos, nada nunca começa e acaba em apenas um beijo. Não se pode apenas beijar uma pessoa e depois continuar a vida como se nada tivesse acontecido, você precisa tomar uma decisão, ainda mais quando se vê a pessoa em questão todos os dias.

Geralmente Selena não se envolvia em relacionamentos, mas ontem a noite Dean mexeu com os sentimentos dela, e mesmo estando bêbado, Selena aceitou beija-lo, afinal ele a chamou de linda! Ela nunca resistia a um elogio carregado de bom senso de humor.

Amar? Selena não sabia ao certo, na verdade, mal sabia o que era amor, quanto mais se amava alguém naquele momento ou se já tinha alguma vez amado alguém, para ela amor era complicado demais.

Ouviu a porta do quarto bater e por um instante hesitou em abri-la, mas logo a pessoa do lado de fora se apresentou e Sel ficou contente em deixa-la entrar.

– Bom dia! – Katherine disse sentando- se na cama. – Dormiu bem?

– Maravilhosamente bem. – Selena respondeu estranhando o seu excesso de felicidade.

– Ótimo, Sammy comprou algumas panquecas para o café da manhã, eles estão nos esperando lá em baixo. Você vem? – Kath explicou e Selena assentiu.

Assim que chegou na cozinha sentiu o olhar de Dean sobre si, jurava que suas bochechas estavam vermelhas, porque a sensação de queimação em seu rosto era enorme, Selena sabia que não podia ficar se escondendo, mas naquele momento desejava voltar para seu quarto e nunca mais sair de lá.

– E então, o que faremos com o Klaus no nosso porta-malas? – Katherine perguntou bebendo seu café.

– Nós iremos tirá-lo do meu porta-malas e jogar ele dentro de uma sala qualquer. – Dean falou dando ênfase no ‘’meu’’.

– Não esqueçam de amarra-lo bem, ele é forte e pode tentar fugir. – Selena comentou colocando uma enorme quantia de mel em suas panquecas.

– Devíamos fazer ele nos contar quais são todos os planos de Crowley, talvez assim conseguimos evitar que eles encontrem a pedra da lua. – Sammy disse e todos concordaram.

Xxx

Damon, Dean e Sam trouxeram Klaus para dentro do bunker e o prenderam em uma das salas do local. Klaus estava preso pelos braços, pernas e tronco em uma cadeira de ferro e a todo instante havia alguém de olho nele.

– Não sabia que me achavam tão bom assim. – Klaus comentou vendo Selena abrir a porta da sala e sentar-se em uma cadeira no canto, a garota olhou para ele confusa enquanto sentia seu sangue ferver lembrando de todas as surras que havia levado do vampiro. – Acham que eu tenho capacidade para fugir daqui, estão sempre de olho em mim.

– Eu não acho que tenha capacidade, eu tenho certeza. Não costumo subestimar meus adversários. – Selena falou olhando em seus olhos.

– É por isso que ainda não te matei, você é inteligente, eu te admiro.

– Ainda não a matou por que ela é o mapa para a pedra da Lua, não porque a admira. – Dean disse entrando na sala, Selena olhou para ele surpresa.

– E como pode ter tanta certeza? – Klaus perguntou alternando os olhares entre Selena e Dean.

– Você é um vampiro. Você quer poder e não alguém para admirar. – Dean respondeu sem dar muita atenção a Klaus, estava posicionado na frente da prateleira que havia ali procurando por alguma coisa que Selena não tinha ideia do que era.

– Ei, Sel. Acho que ele está com ciúmes. – Klaus brincou fazendo Dean cerrar os punhos e Selena sorrir suavemente.

– Se me admira por que não me conta sobre os planos de Crowley? – Selena pediu parando em frente a Klaus.

– Porque eu também admiro a pedra da Lua. E eu a quero mais do que você. – Um sorriso surgiu no rosto do vampiro e Selena se aproximou mais dele.

– Precisa de mim para conseguir a pedra. Você deveria me valorizar mais, posso facilitar as coisas para você. – Selena manteve seu olhar em Klaus, mas percebeu que Dean assistia toda a cena do canto da sala praticamente imóvel.

– O que quer dizer com isso? – O vampiro perguntou desafiador.

– Eu posso de poupar de passar um tempinho a sós com Dean. – Selena falou apontando para o garoto, que segurava uma faca na mão enquanto observava tudo de braços cruzados e cara fechada. – Digamos que os métodos dele são bem mais agressivos que os meus.

– Apesar do seu olhar ser encantador, acho que preciso pensar na sua proposta. – Klaus disse e Selena assentiu.

– Como quiser. – A garota falou e saiu da sala sendo seguida por Dean.

– Ta ficando maluca? – Dean perguntou puxando Selena para o corredor.

– Eu disse que queria ficar um tempo sozinha com ele, o maluco é você! – Retrucou.

– E você realmente achou que eu deixaria você a sós com ele depois de tudo que aconteceu? – Dean falou com uma voz mais calma do que a anterior. – Você mesmo disse que não podemos subestima-lo.

– Mas isso não quer dizer que precisamos nos manter... – Selena não conseguiu terminar a frase, foi jogada para o fundo do corredor junto com Dean. Assim que se recuperou da pancada percebeu que Klaus havia fugido.

Xxx

Fazia muito tempo que Katherine não tirava um tempo para pensar, não ficava a sós e refletia sobre a vida, ela costumava fazer muito disso na época que caçava sozinha, mas desde os últimos acontecimentos não conseguia mais nem respirar sem ter alguém por perto.

A partir do momento que descobriu que a garagem era o lugar mais silencioso de todo o bunker, ela correu para lá, sentou em uma poltrona velha que havia ali e permitiu-se relaxar por pelo menos dez minutos, afinal, ela merecia.

– Ah, você por aqui? – Abriu os olhos atenta assim que ouviu aquela voz tão conhecida por ela.

– Eu que te pergunto, deveria estar no andar de cima, sendo torturado. – Levantou-se da poltrona e puxou a faca que ficava escondida na sua bota. – Se cansaram de você?

– Na verdade, eu que me cansei deles. Pensei que encontraria paz aqui embaixo, mas encontrei algo melhor: diversão. – Klaus falou sorrindo enquanto mostrava suas presas. Katherine nem se moveu, fingiu que não estava surpresa e muito menos assustada.

– Bom, eu digo o mesmo.

Klaus se aproximou dela com uma velocidade surreal e antes mesmo que pudesse revidar já se encontrava jogada no chão a pelo menos quatro metros de onde deveria estar. O vampiro agachou-se ao seu lado e se preparou para ergue-la.

– Acho que você vem comigo, e depois nós voltamos para buscar sua amiguinha. – Falou agarrando um de seus braços, mas Katherine usou sua mão livre para desferir um golpe no braço de Klaus, que claro, não durou muito tempo, mas foi o necessário para que ela pudesse ganhar algum tempo para correr da garagem e trancar a porta atrás de si.

Continua...