Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 39
Relacionamento casual




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Depois de um longo tempo passeando pela cidade e refletindo sobre minha teoria de quem seja o Homem-Aranha, decido fazer uma coisa que não faço há meses: sair com o Johnny. Desde a invasão demoníaca não nos vemos ou nos falamos. E, até hoje, não sei o que exatamente ele é para mim. Um amigo. Um colega de trabalho, se ser super-herói for considerado um trabalho. Namorado casual. Não sei, é complicado.

Cheguei no telhado do edifício Baxter. Já sentia saudades do heliporto no topo do prédio, apesar de não trazer uma lembrança boa. Tento passar pela porta de saída do telhado, mas está trancada do lado de dentro. Poderia simplesmente destruir a maçaneta ou arrancar a porta, mas traria prejuízo ao prédio. Por isso, decidi ir até a beira e escalar os vidros.

Depois de poucos segundos, meu caminho para escalada terminou. Tive que fazer algo que também aprendi vendo vídeos do Homem-Aranha. Me equilibrei apenas com os pés e fiz uma corda com minha teia a partir do ponto em que eu estava. Depois, me segurei na corda e comecei a descer de cabeça para baixo. Sentia meu sangue descendo para a cabeça. É a segunda vez que fico assim hoje, amanhã amanhecerei com dor de cabeça.

Já estava a uma curta distância do apartamento do Quarteto Fantástico. Honestamente, sinto formigamento na espinha. Não senti isso nos outros encontros, mas este era especial. Era um reencontro.

Me aproximo o suficiente da janela. Dentro do apartamento estava tudo escuro. Eu bato uma vez no vidro. Nada acontece. Bato uma segunda vez e as luzes são ligadas. Bati uma terceira vez. Consegui enxergar uma sombra.

—Homem-Aranha? Já lhe disse que a porta está sempre... - a voz era do Johnny. Ele parou de falar quando me viu parada e de cabeça para baixo do lado de fora do vidro. - Jéssica?!

—Oi - respondi - Você conhece o Homem-Aranha?

Johnny se aproximou da janela e a abriu. Senti a felicidade aflorar-se nele. E em mim.

—Sim. Sim, eu o conheço. De vez em quando, ele nos pede ajuda. Geralmente, quando um cara forte está destruindo a cidade, ou um blecaute acontece em Nova York ou quando uma gosma preta toma conta de sua personalidade e ele vira um babaca. - ele respirou fundo e esticou a mão para que eu entrasse - Quer falar dele ou do motivo para você estar aqui?

—Queria fazer uma visita ao meu garoto esquentadinho favorito. - respondi, entrando no apartamento. Não demorei muito tempo e o abracei. Ele retribuiu. - Eu senti saudades. Quanto tempo estamos sem nos ver? 3, 4 meses?

—Não, acho que só se passaram 2 meses. Quer uma bebida? Sente-se no sofá. Vou pegar um vinho ou...

—Não bebo vinho - falei - Aceito água. Soube que refrigerante faz mal.

—Tá. Vou trazer sua água.

Depois de um tempo, ele voltou com minha água. Sentia que ele estava um pouco estranho. Parecia abalado ou algo assim.

—Johnny, onde estão os outros? - perguntei ao engolir a água e por o copo na mesinha.

—Ben está no antigo bairro dele, a rua Yancy. Sue e Reed saíram para o cinema. Eu fiquei por aqui, cuidando das coisas caso aconteça algo. Com tantos vigilantes por aí em Nova York, é difícil haver algo surpreendente como...

—Uma invasão demoníaca? - complementei sua frase. Ele concordou e riu.

Depois de um tempo com encaradas, sorrisos e assuntos aleatórios, finalmente pude notar o que incomodava Johnny. Ele se sentia solitário porque sua irmã estava namorando e ele não.

—Johnny, - eu abaixei a cabeça e não o olhei diretamente - desde o primeiro dia que nos vimos, alguma coisa nos ligou. Senti atração por você, não apenas por você ser bonito, mas porque é legal.

—O que quer dizer com isso? - ergui a cabeça e olhei para ele.

—Quero dizer que... - ele botou o dedo em minha boca para que eu me calasse. Em seguida, ele começou a tirar minha máscara.

—Já entendi - falou, rindo. - Você gostaria de ser minha namorada?

Senti meu rosto corar. Estava muito concentrada em minhas palavras, mas aquele pedido inesperado me desconcentrou. Não conseguir responder com palavras, fiquei nervosa.

—Então? - ele esperava ainda a resposta. Balancei a cabeça como gesto de sim. Ele sorriu e nos beijamos.

Aquele beijo, entretanto, durou pouco tempo. Alguém começou a falar em meu ouvido. Na verdade, no ponto de comunicação que eu ganhei da SHIELD. Acho que a voz era de Nick Fury.

—Jessica, está me ouvindo? Jessica? Agente Drew! - empurrei Johnny de leve e pressionei o ponto em meu ouvido para que eu respondesse.

—Na escuta. - eu suspirei - Entendi, estou a caminho.

—O que houve?

—Código 34-B prioritário. - ele me olhou como se não compreendesse o significado. - Reunião de emergência da Equipe de Assalto. - Dei um beijo de despedida e prometi que nos veríamos novamente esta semana. Depois saí da janela e comecei a disparar teias, balançando pelo ambiente noturno de Nova York.


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Notas finais do capítulo

Admito, não sei fazer um romance entre personagens