Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 22
Místico


Notas iniciais do capítulo

Não sei se avisei, mas quando a Jéssica Drew acorda no capítulo anterior, ela está sem a máscara.



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Já se passaram horas desde que liguei para o Johnny. Ele não retornou minhas ligações até agora. Já estou ficando impaciente. Wong não sabe dizer exatamente onde o Quarteto está, mas espero que estejam bem. E quanto à SHIELD que não me procurou ainda? Nick Fury deve estar furioso ou impaciente. Ou despreocupado.

—Mais chá, senhorita? - perguntou Wong, servindo uma bandeja de chá

—Não, obrigada.

Mexia em meu cabelo há horas, tentando matar o tempo. Mesmo sendo uma casa semelhante a um castelo medieval, eu esperava ter ao menos uma televisão para matar o tempo. Espero que o Johnny ligue logo de volta.

—Nossa! - gritei por impulso. Logo tampei a boca para não arranjar confusão.

Agora que me lembrei do comunicador que a SHIELD me entregou e está em minha orelha. Ele deve estar funcionando. Tem que estar.

Apertei levemente em minha orelha esquerda, mas não senti nada. Toquei a outra e havia o mesmo resultado. O comunicador sumiu. Me levantei e procurei por Wong. Ele deve saber onde está.

—Wong? - bati no portal da cozinha. Ele não estava.

Entrei em todas os portais que via, mas não encontrava Wong. Na minha última tentativa, me deparei com um portal escuro e desgastado. Não havia maçaneta, apenas um cadeado. Acho que não devo entrar lá. Porém, meu sentido-aranha não me avisou de perigo algum. Devo tentar?

Quando ergui a mão para quebrar o cadeado, uma mão fria tocou em meu ombro. Virei-me e olhei o doutor Stephen cansado e desesperado.

—O que houve, doutor?

—Não entre nesta porta. É perigosa demais para uma garota. Nem eu mesmo encosto nela. - ele parecia desesperado

—O que há nela?

—Uma prisão mística. O Olho de Agamotto me avisou de perturbações vindo daqui. Por sorte, impedi você a tempo de libertar um mal incalculável.

—Desculpa. Eu estava procurando o Wong. - me defendi. - Doutor, você viu meu comunicador da SHIELD?

—Sim, sim. Pedi para que Wong o guardasse enquanto eu curava você. Venha.

Eu segui o doutor pela casa. Ficamos calados pelo caminho inteiro. Se o mal é incalculável, por que meu sentido-aranha não disparou? E por que um cadeado deteria este 'mal', mas um homem que flutua não deteria? Deveria perguntar a ele, mas o doutor parece cansado demais para passar por um interrogatório de uma garota.

—Aqui está, senhorita Drew. Seu comunicador. - ele me entregou o minúsculo comunicador - Devo avisá-la que não costumo utilizar aparelhos do século XIX e... - ele foi interrompido por um barulho vindo do corredor.

O doutor Stephen sai correndo daquela sala e vai direto ao corredor. Eu não pude acompanhá-lo, ele saiu muito depressa. Pus meu comunicador e tentei ligar para a SHIELD, mas só ouvia estática. Droga! Pus meu comunicador na orelha e saí correndo até o doutor.

Quando cheguei até ele, descobri porque o desespero em sua saída: aquela mesma porta estava destrancada.

—Doutor? - o doutor estava ajoelhado e inconsolado.

Me ajoelhei ao lado dele, mas não pareceu uma boa ideia. O doutor Stephen me empurrou e encostei em uma coisa fria. Esta mesma coisa fria me abraçou. Creio que seja uma das armaduras medievais. Tentei me soltar, mas não conseguia.

—Fique aqui! - ele disse

—Não, eu posso ajudar! Eu... - não adiantava mais gritar, ele já havia entrado naquele quarto.

O clima, de repente, ficou frio. Meu rosto parecia se congelar. O pior de tudo isso é que meu sentido-aranha não me avisou que eu seria abraçada por uma armadura de metal. Devo admitir que aquele lugar é medonho. Minutos mais tarde, o doutor Stephen reapareceu da porta na companhia de Wong. Ele estava mais abatido ainda.

—O que houve lá dentro?

—Ele fugiu.

—Quem?

—Meu maior temor fugiu. Agora ele está por aí à solta. Eu falhei como mago supremo. - ele abaixou a cabeça e saiu andando lentamente.

—Espera, será que pode me soltar?

De longe, consegui ver o doutor estalar os dedos e a armadura me soltar. Eu caí de joelhos no chão. Me levantei com certa dificuldade, mas ainda estou inteira. Haviam duas opções naquele momento: entrar por aquela porta e descobrir o que fugiu; ou seguir o doutor Stephen. Prefiro a segunda opção.

Apesar de andar lentamente, ele chegou rápido à sala de estar. O doutor repousou Wong no sofá e lhe ofereceu um chá

—Será que pode me dizer o que aconteceu?

Stephen sentou-se na poltrona ao lado de Wong e serviu-lhe o chá.

—Alguém invadiu minha casa - começou a explicar - infiltrou-se aqui e descobriu onde ele se encontrava. O Wong que você conheceu era um transmorfo e o Olho de Agamotto não me avisou.

—O que havia naquela porta?

—Um inimigo poderoso que eu não poderei derrotá-lo, nem mesmo com a ajuda das artes místicas. O nome dele é Dormammu, um demônio de outra dimensão. Jéssica, precisarei levá-la à SHIELD e contarei tudo a você lá. Aqui não é um lugar seguro e preciso contar tudo o que sei a alguém confiável.

—Este alguém, por acaso, sou eu?

Ele riu, apesar de ser uma risada triste.

—Você é ingênua demais. Estava falando de seu chefe e dos Vingadores. Mas você também pode ser útil.


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