Convergente II escrita por Juliane
Estamos reunidos no meu quarto, Zeke, Cara, Caleb e Christina. Evelyn e Nitta continuam na cozinha. Decidi que a única forma justa de decidir se Nitta se junta ou não ao nosso grupo é através de votação, por isso estamos aqui.
_ Não é novidade pra ninguém aqui, que eu não quero era vadia no grupo. Por tanto, meu voto é não. - Zeke é o primeiro a se pronunciar, ninguém se surpreende com o seu voto.
_ Eu voto sim. Afinal ela conhece a Margem como ninguém, conhece os líderes dos Rebeldes e também porque trabalhou para o Governo, de modo que está muito mais habituada a lidar com eles do que qualquer um de nós. - Diz Caleb.
_ Eu voto sim, concordo com Caleb. - Diz Cara.
_ Definitivamente não! Essa vaca não pode ir conosco, ela é falsa e mentirosa. Na primeira oportunidade que surgir tenho certeza que ela vai nos apunhalar pelas costas. - Diz Christina.
_ O voto de minerva é seu Quatro. - Cara diz.
Eu não gostaria de tê-la no grupo sei que se fosse para benefício próprio, ou da causa em que acredita ela nos trairia, Christina está certa. No entanto Caleb tem razão ela conhece a Margem, trabalhou para o governo e tem também o fato de que ela reconheceria o homem que esteve com a Tris naquele dia.
Todos estão me olhando ansiosos, esperando minha decisão.
_ Zeke, entendo os seus motivos para votar não, e também não gostaria de ter que olhar para ela novamente. E sim Christina, você está certa na primeira oportunidade em que não precisará mais de nós, ou visando benefício próprio ou pela sua causa, ela nos trairá. Mas Caleb e Cara têm razão. Ela conhece muito mais esse mundo que existe através da cerca do qualquer um de nós. E eu também preciso dela para que possa reconhecer o homem que esteve com a Tris naquele dia. Então meu voto é sim.
Zeke assente com a cabeça. Ele é racional o bastante para perceber que é o certo a se fazer. Mas Christina me olha incrédula e diz.
_ Quatro você está aceitando Nitta no grupo só por causa que você acreditou na historinha dela sobre a Tris e quer ela reconheça o tal homem. Acho que você perdeu completamente o foco. Estamos numa missão na busca de informações sobre o Governo e principalmente para encontrar algo que possa ser útil para erradicar o vírus da nossa cidade. - Christina diz.
_ É claro que eu sei qual o objetivo da missão. E sim você tem razão, se existe alguma possibilidade de que o que Nitta falou é verdade eu vou até o fim para buscar respostas. E você não tem nada a ver com isso. - Eu cuspo as últimas palavras porque já estou de saco cheio da impertinencia dela.
_ Mesmo que ela não estivesse mentindo, de que adiantaria encontrar o homem e saber o que aconteceu já que ela está morta e não vai voltar. - Christina diz dando de ombros e dessa vez sou eu quem quer apertar o pescoço dela.
_ Já chega Christina! Se o Quatro quer encontrar o tal homem e descobrir o que aconteceu ele tem todo o direito. Vamos respeitar a sua vontade e vamos ajudá-lo a encontrar quem quer que ele decida procurar. - Diz Zeke e os demais concordam com as suas palavras assentindo com a cabeça.
_ Ok, tudo bem, vai lá Quatro abra as velhas feridas, quem vai sofrer as consequências será você mesmo! - Christina diz como se realmente não ligasse e definitivamente eu gostaria que isso fosse verdade.
_ Você realmente não entende. Não é mesmo? Como posso abrir feridas que não cicatrizaram, que ainda estão em carne viva? Você acha realmente que um dia eu vou superar e simplesmente seguir em frente? - Eu digo e esse momento o buraco no peito está inflamado, queimado e corroendo a carne ao seu redor, tenho a impressão de que serei consumido por esse sofrimento.
_ Desculpe. - Ela diz encerrando de vez o assunto.
*******
De volta a cozinha, o silêncio preenche o ambiente. Evelyn está sentada numa cadeira tomando uma xícara de chá. Nitta está em silêncio roendo as unhas em sinal do seu nervosismo.
Sem mais cerimônias eu digo:
_ Você vem com a gente.
Ela me solha aliviada e sorri e diz:
_ Obrigada Tobias, você não vai se arrepender.
_ Você não tem que me agradecer, a decisão não foi minha foi do grupo. Espero que você aproveite esse voto de confiança da melhor forma possível, porque não haverá segunda chance. - Eu digo.
_ Tudo bem. Obrigada a todos por terem me aceitado. - Nita diz.
_ Estamos de olho em você, acho melhor não cometer nenhuma besteira ou eu mesma terei o privilégio de acabar com a sua raça. - Christina ameaça, e ela não reage.
_ Então agora que a equipe está formada, temos que conseguir armas. Vamos para o complexo da audácia, lá encontraremos tudo o que vamos precisar. - Eu digo.
_ Vamos ainda hoje? - Caleb pergunta.
_ Sim, por quê? Você esqueceu sua chupeta em casa?? - Zeke debocha.
_ Não seja idiota! Só acho imprudente sairmos assim de noite se avisar ninguém. - Caleb se defende.
_ Idiota é você! Cuidado com a boca ou você pode ficar sem dentes! - Zeke ameça.
_ Não se preocupe, amanhã aviso todos que precisarem saber sobre o paradeiro de vocês. - Evelyn diz.
_ Já chega de conversa. Vamos lá. - Eu digo enquanto me dirijo para a porta.
_ Tobias, tenha cuidado! - Evelyn diz.
Eu me viro, seus olhos estão aflitos. Apenas assinto com a cabeça e saio porta a fora e os outros me seguem.
*********
Faltam poucas horas para o dia amanhecer. Estamos todos armados, exceto Nitta. Zeke e Christina, não quiseram lhe entregar uma arma e eu não discuti a respeito, talvez eles tenham razão.
Estamos na minha pickup nos dirigindo para o limite da cidade. Os policiais que estão de serviço se aproximam assim que paramos diante da cerca.
_ Boa Noite! Aonde vocês estão indo? - Pergunta o policial na minha janela. Zeke se abaixa para que possa ser visto pelo guarda e diz :
_ Jeremy, sou eu, Zeke! Estamos saindo para investigar a origem do vírus.
_ Oi Zeke! - Não me avisaram nada sobre isso. - O policial explica.
_ Eu sou Tobias Eaton. Não se preocupe, Johanna e eu estamos de acordo. A decisão de ir hoje foi tomada a pouco, por isso não receberam um comunicado oficial.
_ Sim, senhor. Me desculpe, não o reconheci. - O policial responde.
_ Sem problemas. Abras os portões por favor. - Digo.
_ Sim Senhor! - Ele se afasta, conversa com os dois colegas e os três vão em direção a cerca, digitam a senha e ouço as engrenagens do portão protestando. Ligo o motor e quando estamos atravessando o portão o policial que falou conosco grita:
_ Boa sorte!
Sorte... É tudo com o que podemos contar nesse momento.
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