A noite estava completamente escura, sem estrelas e sem a lua. Eu corria em direção do enorme casarão branco. Chegando perto ouvi pessoas a conversar, rapidamente me envolvi com meu escudo, me tornando imperceptível.

Me escondi nos arbustos e fiquei a olhar o interior da casa pela parede de vidro, lá estava ela, Esme, minha segunda mãe.

A casa possuía três andares, havia apenas 4 pessoas no primeiro andar e mais ninguém, Alice estava sentada no sofá da sala de estar, ao lado de Esme, as duas conversavam animadamente sobre peças de roupas. Carlisle, marido de Esme, estava numa mesa também na sala de estar, jogando xadrez com Jasper, marido de Alice.

Por alguns segundos me perguntei onde estavam os outros, mas supus que estivessem caçando.

No passado não tinha motivo para existir, não era feliz, eu achava que só fazia mal a todos que conhecia. Então conheci Esme, que me fez entender que todos tinham o direito de serem felizes, até mesmo um mostro como eu, nós nos tornamos amigas e com o tempo comecei a ver que ela era como uma mãe pra mim, nós cuidávamos uma da outra.

Essa não era a primeira vez que eu a observava, de longe, sem ela saber, gostava de saber que tomei a decisão certa, que ela estava feliz e que ninguém podia fazer mal a ela, eu ainda me lembrava do dia em que deixei de fazer parte da vida dela, pois eu era e sou perigosa.

-olha que lindo este vestido! –falou Alice mostrando o desenho para Esme.

-lindo mesmo querida. –falou Esme se levantando quando Carlisle deu xeque-mate em Jasper.

Carlisle se levantou e deu um beijo em Esme e os dois foram juntos para a biblioteca que ficava no segundo andar. Jasper se sentou ao lado de Alice e começou a olhar o trabalho de Alice.

-quando será que eles vão chegar? –ouvi Esme perguntando a Carlisle.

-não sei querida, mas você não precisa se preocupar. –falou Carlisle a acalmando.

-não posso evitar, são meus filhos. –falou Esme triste. –sinto falta deles.

-eu sei meu amor, eu sei. –disse Carlisle.

Eu me levantei devagar e olhei a casa uma ultima vez.

-eu fiz a coisa certa. Ela esta feliz. –falei com convicção.

Dei alguns passos pra trás e bati em algo, me virei e vi que era Edward, o filho mais velho da família. Dei dois passos pra trás, saindo dos arbustos e indo em direção a casa, ainda com os olhos fixos nele.

-o que você faz aqui garota? –perguntou ele ameaçadoramente.

-não é da sua conta vampirinho. –falei ríspida e me arrependi do que eu disse na hora, agora ele devia imaginar que eu sabia que ele era um vampiro.

Olhei para os lados procurando um lugar pra fugir, se eu corresse para a direita Edward não conseguiria me pegar. E foi o que fiz, usei toda minha velocidade vampiresca e consegui passar por ele facilmente, a floresta passou como um vulto pra mim, mas se eu quisesse poderia ver todos os detalhes.

De repente algo pega o meu braço, tão forte que não consigo me soltar, me viro e vejo Emmet, outro filho adotivo de Esme, ele rapidamente pega o meu outro braço e me leva para a casa.

Ele me solta quando chega dentro de casa, eu olho ameaçadoramente pra Emmet, que esta na frente da porta impedindo minha passagem. Olhei para as janelas de vidro, mas quando vou na sua direção, na velocidade vampiresca Jasper aparece e me joga do outro lado da sala.

Eu caí em pé e tentei achar outra saída, mas não havia nenhuma, todos estavam bloqueando-as exceto Rosalie.

-me deixem passar, não quero lutar com vocês. –falei rapidamente.

-o que você é? –perguntou Jasper.

-seu pior pesadelo. –falei diabolicamente.

-eu não tenho pesadelos. –falou ele.

-eu sei disso, vampirinho. –falei rindo.

-então porque diz que és meu pior pesadelo? –perguntou erguendo uma sobrancelha.

-então, sou sua pior realidade. –eu disse.

-vou perguntar de novo: o que você é? –perguntou Jasper ameaçadoramente.

-você acha que eu tenho medo de você Jasper Wintlok? –perguntei erguendo uma sobrancelha.

-deveria ter. –ele falou e eu ri.

Eu sinto a presença de mais duas pessoas, Esme e Carlisle, eu estava de costas pra eles e por isso eles não conseguiam ver meu rosto. Agora eu só tinha duas alternativas: ficar ou fugir. Mas como eu sou muito egoísta minha mente estava gritando para que eu ficasse.