Crônicas demoníacas escrita por Jullie Buchanan


Capítulo 20
Esperanças nunca morrem


Notas iniciais do capítulo

Então gente, final de temporada chegando e se vocês querem segunda temporada já vão me avisando por comentários ou por MP mesmo, estou esperando. Podem me mandar a qualquer hora u.u :3. Obrigado pela audiência kkk' >



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Lucy

O dia já começou agitado quando Lúcifer apareceu na mansão La Fontaine cantando Highway to hell. O que era realmente irônico, ver o chefão do inferno cantando a música do AC/DC em sua sala de estar, parecia piada. Charlie estava com ele, o que fez Lucy ficar um pouco mais animada, eles podiam ter alguma coisa para parar com os feitiços de Magnus.

– Vamos Charlie, diga a ela o que você disse a mim. - disse Lúcifer com um sorriso sarcástico nos lábios.

Charlie molhou os lábios.

– O caixão de Magnus está lacrado, ele não saiu, está lá. Não faço ideia de como ele esteja fazendo essa coisa do inferno, vocês podem ter se enganado quando disseram que era ele.

– Não! - retrucou Lucy - Porque mais alguém além dele gostaria de se vingar de todos nós?

Lúcifer cruzou os braços e se virou para Charlie.

– É, porque Charlie? - falou sarcasticamente.

Charlie parecia tremer, parecia apavorado. E quem não estaria na pele dele? Seu pai, chefe e deus parecia insinuar que ele mentia e parecia fazer de tudo para ferrar com a vida dele. Lucy sabia que ele era um demônio mas mesmo assim não deveria sofrer tanto nas mãos de seu tio, além do mais, quando ele ainda era um upir, fez coisas boas para Lucy. Charlie tentava desviar o olhar de Lúcifer sempre que podia.

– Olha, eu não sei. Mas pode ter sido o feitiço que ele recitou antes de morrer, eu podia estar morto mas consegui ver aquilo antes de ir pro inferno. Ele recitava um velho feitiço em latim, impedindo qualquer barreira do inferno de prender sua magia lá por muito tempo.

Lúcifer pareceu convencido mas fez uma careta.

– Resposta errada filhote.

Lúcifer virou uma de suas mãos na direção de Charlie e apertou sua mão. Charlie deu um grito e caiu de joelhos no chão, isso sim era tortura.

– Espera! - disse Lucy.

Lúcifer olhou para a sobrinha mas não parou de torturar Charlie. Lucy foi rapidamente até seu tio e segurou a mão dele, fazendo ele parar. Lúcifer revirou os olhos.

– Sempre tão sentimental, não é mesmo Lucy?

Lucy não prestou atenção no que ele dizia e olhou para Charlie.

– É possível desfazer esse feitiço?

Charlie olhou para Lucy, com dificuldade, mas olhou.

– Eu juro que não sei.

Lucy molhou os lábios e Lúcifer revirou os olhos e segurou os ombros da sobrinha e a levou para frente de Charlie para ela observa-lo.

– Querida, não tenha pena. Ele é um demônio, está mentindo.

– Eu não acho isso.

Lúcifer soltou a sobrinha e suspirou. A tentativa dele de fazer a sobrinha pensar igual a ele foi fracassada. Lúcifer se voltou para Lucy e a observou, sorrindo.

– Porque confia tanto nos demônios?

– Não confio, só acho que ele não merece sofrer por nada. Eu me lembro dele quando ainda era parte humano.

– Mas essa parte se foi Lucy, assim que ele morreu.

– Porque você é tão rude? Como pode maltratar a espécie que você mesmo criou?

Lúcifer sorriu e pegou na mão de Lucy, em segundos os dois não estavam mais na mansão La Fontaine e sim em uma cidade totalmente deserta. Lucy olhou em volta e não reconheceu nada.

– Eu tenho orgulho de você Lucy, mesmo você tendo um coração mole. - disse Lúcifer sorrindo ironicamente - Quem disse que eu sinto amor pelos demônios? Eu sinto amor por quem realmente é da minha família, como você, Mary, Judith, Lucian e Hades. Eu passei a maior parte da minha vida com eles e claro, com você quando nasceu. Lucy, eu amo você. Você foi a única que juntou todos nós quando nasceu , eu até senti amor pelo mundo ao ver você.

Lucy franziu a testa e encarou Lúcifer.

– Porque está me contando tudo isso agora?

– Porque você se esqueceu de tudo que passou com sua verdadeira família.

– Claro que não.

Lúcifer sorriu e beijou a testa de Lucy.

– Quando eu cai, eu estava disposto a acabar com a mais perfeita obra de Deus. Corrompi Lilith, criei o inferno e meus demônios, mas então, conheci Mary. Ela me fascinava Lucy, me fazia lembrar de quem eu ainda era, um anjo, e não da minha vingança contra meu pai. Mas quando Mary ficou doente eu não podia deixa-la morrer, eu fui obrigado a salva-la e quando fiz isso. Acabei me apegando aos Leclerq e conheci seu pai, que também se apegou a eles. Quando você nasceu todos os problemas, raivas e sede de vingança se esvaeceram e eu nunca mais consegui pensar em acabar com esse mundo, era o lugar perfeito para você viver. Todos estavam juntos e felizes, eu não consegui me imaginar acabando com isso. Você que acendeu uma chama no coração de todos nós que já achávamos estar perdidos.

Lucy sorriu para seu tio e o abraçou, não queria mais larga-lo. Ele nunca contou essa história para ela. As lágrimas tentavam escorrer pelos olhos de Lucy mas ela as segurava completamente.

– Mas o que isso tem com os demônios?

– É para você entender que eles não são minha família, vocês são. Eles trabalham bem quando eu quero, mas isso não quer dizer que todos são indispensáveis.

– Você quer dizer favoritos? Seus favoritos?

– Exatamente. Olhe em volta.

Lucy olhou e arregalou os olhos, o lugar que mais parecia abandonado estava recheado de demônios de olhos negros.

– Olhos negros. - disse Lúcifer - A última classe criada por mim. Alguns são competentes e ótimos mas outros, são terríveis. Esses que você está vendo são os que eu desprezo e olha que a maioria não está ai.

Devia conter uns 230 ali e Lúcifer fala que falta mais? Lucy suspirou, doía saber que um dia todos esses demônios foram humanos, mas para morrerem e irem para o inferno deviam ter feito algo terrível. Lucy se perguntava o que. Ela não devia ter pena, devia ter nojo mas muitos podiam ter sido como Charlie, arriscarem suas vidas para proteger aqueles que amam mas matar qualquer um por vingança a sua família.

Lúcifer estralou os dedos e todos os 230 demônios nesse local caíram mortos. Lucy se assustou ao ver tal ação de seu tio e olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas.

– Que foi? São só demônios, Lucy.

Ele estralou os dedos novamente e eles sumiram.

– O que aconteceu com eles? - perguntou Lucy.

– Nada, voltaram para o inferno.

– Porque me trouxe aqui?

– Pra te contar aquela história e te mostrar que para ser da família, tem que merecer.

– Você os criou.

– E os destruo se quiser. Mas não vou fazer isso, quem mais obedeceria minhas regras tão cegamente?

Lucy suspirou e deu uma pequena risada, ela parecia estar entendendo mais. Demônios são almas corrompidas, talvez mereçam andar ao nosso lado e talvez não. Isso se merecerem, eles são mentirosos e matariam você para sobreviver. Lucy suspirou e se voltou para seu tio.

– Eu não tenho pena de demônios, só acho que Charlie não deveria ser tratado tão mal. Ele fez o que podia.

– O assunto todo era por causa dele?

– Também.

– Esqueça, ele é um dos meus preferidos.

Lucy franziu as sobrancelhas e nem quis imaginar o que seu tio fazia com os que não eram seus preferidos. Lúcifer tocou na testa de Lucy e imediatamente os dois já estavam de volta na sala de estar da mansão La Fontaine.

– Adorei nossa fraternização de tio e sobrinha. - disse Lúcifer.

Lucy deu um sorriso para seu tio e voltou seus olhos para Charlie, que já não estava mais ali.

– Onde está Charlie?

– Deve ter saído. - Lúcifer piscou para Lucy - Até mais querida.

E em segundos ele não estava mais na sala.

Estava tocando From me to you dos Beatles e vinha direto de uma das salas do segundo andar. Lucy subiu as escadas, seguindo o som da música. Ela vinha da sala de estar do corredor, a porta de vidro estava meio aberta e assim que Lucy entrou se deparou com Eric e Godric. Eric estava sentado no sofá com uma garrafa de Whisky na mão e Godric deitado no outro sofá com a mão para baixo segurando uma garrafa também. Lucy observou os dois e se encostou na porta.

– O que houve durante minha ausência inesperada?

– Não deu certo - disse Eric - , Charlotte disse que o feitiço de Mary e Judith falhou.

Lucy arregalou os olhos e se aproximou mais de Eric e se sentou no braço da poltrona onde o irmão estava sentado.

– O que aconteceu?

– Elas tentaram localiza-lo mas ele não está no inferno.

– O que é fora de senso. - respondeu Godric.

– Então ele está onde?

Godric suspirou e deu mais alguns goles em seu Whisky e Eric fez o mesmo.

– Não sabemos. - disse Eric.

– Talvez no Purgatório. - disse Godric meio incerto.

Lucy suspirou.

– Cade o Logan e a Adeline?

– Por ai. - respondeu Godric.

– Obrigado por sua resposta pai. - disse Lucy sarcasticamente.

Lucy revirou os olhos e saiu da sala de estar, deixando os dois sozinhos de uma vez.

– Espera - disse Godric - , ela foi sarcástica comigo?

A cabeça de Lucy estava quase explodindo. Magnus estava voltando, uma coisa mais forte que Magnus estava tentando mata-la e agora Oliver não pode voltar porque não está no inferno. Onde diabos ele está? Lucy estava cansada, suas esperanças estavam se esgotando rapidamente como uma bateria viciada e ela só queria se deitar e nunca mais levantar, mas a Lucy não queria deixar tudo isso acabar com ela, ela tinha que ter esperanças de que Magnus podia ser parado, essa outra coisa poderia ser morta e que Oliver poderia voltar e depois de tudo isso eles poderiam jantar um belo frango assado no Pais das Maravilhas.

Logan estava sentado na varanda observando as árvores e os pássaros pousando sobre ela. Lucy se sentou do lado do irmão e encostou sua cabeça no ombro dele.

– Você vai perguntar se eu estou bem? - perguntou Logan.

– Não, eu já sei a resposta.

Logan assentiu.

– E você, Lucy?

– Só estou vivendo um dia depois do outro. Uma hora tudo isso vai melhorar.

– Como consegue? Eu já perdi várias pessoas e ainda não me acostumei.

Lucy molhou os lábios e entrelaçou seus braços no braço de Logan.

– Eu também já perdi várias pessoas e até hoje não sei se eles ainda estão vivos ou mortos. Não é nada bom viver com essa angustia entalada na sua garganta. E eu perdi pessoas das quais nem me lembro, o que faz eu me odiar por isso. - Lucy fungou - Eu só acho que um dia todos vão partir e você só tem que se acostumar, não pode salvar todo mundo, mas pode tentar. Se eu me deixar afogar por minhas próprias lágrimas Logan, eu vou morrer por nada. Não me permito fazer isso.

Logan suspirou e beijou a cabeça de Lucy.

– Porque você não se lembra que perdeu essas pessoas?

– São duas pessoas na verdade. Magnus as mencionou quando queria que eu me matasse, ele disse que eu as matei e que mato todos ao meu redor...

– Isso não é verdade! - Logan interrompeu Lucy - E quem eram essas pessoas?

– Castiel e Selene, eu pareço reconhecer os nomes mas não me lembro como são e nem o que faziam na minha vida.

Lucy molhou os lábios outra vez e segurou suas lágrimas. Ela não matava todos ao seu redor. Ela podia não ser a pessoa que todos deviam se orgulhar e idolatrar mas ela era boa do seu jeito e nunca machucaria alguém que ama. Mas porque ela não se lembrava de Castiel e de Selene? Magnus lembrava deles e fez questão que Lucy se quebrasse com isso.

– O que vocês pretendem fazer? - perguntou Adeline se sentando do lado de Lucy.

– Talvez precisamos respeitar o equilíbrio e deixar Oliver. E se ele encontrou a paz? - disse Lucy.

– Você quer deixar por isso mesmo?

– Não, mas pode ser o certo a fazer.

– Não diga isso como se fosse uma opção, Lucy. - disse Adeline limpando as lágrimas de seus olhos.

– Não quero que seja.

E os três ficaram ali, observando o horizonte enquanto o sol ia se pondo e a lua ia nascendo no céu. As esperanças estavam se esvaecendo e todos só tinham uma coisa na cabeça, sentar e beber. Não havia mais nada para se fazer em relação a morte de Oliver, se ele não estava no inferno então nem um pacto com o demônio resolveria. A questão era onde ele estava, ele podia ter encontrado a paz ou ido mesmo para o Purgatório. Talvez um dos jeitos fosse encontrar uma necromante e oferece-la muito dinheiro em troca de trazer Oliver de volta.

Ninguém queria desistir, mas todos estavam sem ideia.

Lucy foi direto para seu quarto e se jogou na cama com tudo. Se virou de lado e observou a chuva cair, todos os trovões e raios não se comparavam ao que ela estava sentindo por dentro. A garota não teve culpa pela morte de Oliver, mas se sentia culpada pelas outras e isso estava acabando com ela. Enquanto Lucy morria de decepção uma voz elétrica percorreu seu corpo e ela logo achou que fosse Magnus, mas a voz de Magnus saia como um sussurro vindo de longe e essa era realmente elétrica. Lucy se levantou da cama e aquela voz aumentou e tudo que ela consegui ouvir foi ''Eu sinto muito por ontem, espero que você esteja bem'' Lucy franziu a testa e tentou ver de onde vinha a voz, mas antes que pudesse o espelho de seu quarto quebrou e caiu tudo em cima dela. Lucy se abaixou e alguns cacos de vidro a cortaram, mas ela logo se curou. Aquele som elétrico continuou e ficava mais alto, Lucy foi obrigada a tapar seus ouvidos e a garota caiu com tudo no chão e aquele barulho insuportável não parava. Quando Lucy se deu conta, ele já havia parado, mas ela não conseguiu se levantar, não tinhas forças e então, simplesmente desmaiou.


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Notas finais do capítulo

:3 Um dos capítulos que eu mais gostei de escrever u.u



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