Luke – 2 anos depois da morte de Thalia

O relógio marcava exatamente 17:00

Todos os campistas estavam ocupados, com seus deveres. Lutas, treinamentos e aulas.

Luke e Annabeth, pelo contrário.

Os loiros estavam subindo a colina meio-sangue, indo visitar sua amiga, que hoje, dia 22 de Dezembro, iria completar 14 anos.

Luke carregava uma toalha de piquenique e Annie trazia consigo um cupcake todo decorado que eles mesmos haviam preparado.

A cobertura era preta, eles conseguiram a coloração com um simples corante. Fora a cobertura, o bolinho era decorado com várias caveirinhas e uma velinha de aniversário no centro.

Eles chegaram até o topo da colina e Luke colocou a toalha sobre o chão, perto ao pinheiro.

Eles sentaram-se e observaram o acampamento. Calmo, sereno e comum.

Muito diferente da mente deles. O ambiente estava em silêncio mais o barulho na cabeça de Luke era perturbador.

O garoto sabia que era errado visitar fantasmas do passado. Já havia deixado de conversar com Thalia havia algum tempo. Mas Annabeth nunca esquecera Thalia e mencionava o nome da morena de cinco em cinco minutos. Esse foi um dos motivos de Luke se afastar mais da loira.

– Olá Thalia. Bem, eu conseguir trazer Luke-O-Teimoso comigo hoje. Afinal, era assim que você chamava ele, não era? Estamos aqui hoje para lhe desejar parabéns. Serio Thals. Você é minha heroína favorita. Igual eu era a sua. Lembra-se Luke? Quando Thalia disse que eu era a sua heroína?

Eu fiquei em silêncio, observando o pôr do sol e absorvendo as palavras de Annabeth

– Lembro. – Falei e dei uma pausa até continuar – Thalia lhe achava uma brava heroína. – O nome da morena falecida saiu seco da minha garganta

– Exatamente. E Thalia continua sendo minha heroína, mesmo depois da morte – Os olhinhos cinza de Annabeth começaram a lacrimejar e a voz dela se tornou chorosa – Eu amo tanto ela Luke... Eu queria tanto ela aqui comigo...

A loira começou a chorar baixinho e eu a trouxe para perto de mim e afaguei seus cabelos

– Ela está bem, Annie. Hades nunca vai conseguir a alma da nossa heroína. Ela sempre vai estar aqui, conosco, para nós ouvir quando precisarmos desabafar. E acredite em mim, Thalia Grace sempre guardou segredos muito bem – Dei um sorrisinho e o choro de Annabeth cessou.

Nós acendemos a velinha com meu isqueiro e deixamos que o vento o apagasse. Partimos o cupcake no meio e cada um comeu uma parte.

Por fim, estava começando a escurecer e todos os campistas estavam se preparando para o jantar e logo a seguir a fogueira.

– Você quer falar alguma coisa Luke? – A voz de Annabeth me recuperou dos pensamentos insanos e eu neguei com a cabeça

– Vamos, por favor, faz tempo que você não fala com ela.

Eu cedi

– Bem Thalia... Eu gostaria de desejar feliz aniversário... E se você estiver me ouvindo, em algum lugar desta imensa árvore. Quero que saiba que você nunca deixou de ser importante para mim. E nunca deixará. Eu prometo.

Annabeth sorriu abertamente e falou

– Bem Thalia, é isso. Esperamos que tenha gostado do aniversário deste ano. Não é a mesma coisa de quando estávamos todos juntos. Mas eu gosto de estar na sua presença. Eu e Luke te amamos muito. Tchauzinho, e parabéns pelos 14 anos.

Eu sorri para Annabeth e nós nos levantamos.

Eu me agachei e a abracei, já que a garota tinha somente 8 anos e eu era bem maior que ela.

Por fim, enrolei novamente a toalha de piquenique e saímos colina abaixo. Não antes de sussurrar um teimoso e tímido “Te Amo” para o pinheiro de Thalia.

Antes de nós entrarmos na multidão de campistas, o farfalhar das folhas do pinheiro chamaram minha atenção e uma voz falou em meus ouvidos.

– Isso Pode Mudar, Luke. Thalia Pode Voltar A Ser Como Era. Mas Isso Só Depende De Você.

Deixei a toalha cair no chão. A voz fria e pesada... Quase ancestral. É a mesma voz que veio me perturbando a alguns anos atrás.

Mas a voz nunca citou o nome de Thalia, quanto mais prometer trazê-la de volta. Ninguém sabe tremenda falta que Thalia Grace me traz e agora... Eu posso mudar isso.

Olhei para todos os lados, afim de encontrar o portador da voz.

– Não seja tolo, garoto. Você só pode falar comigo em seus sonhos. Espero você hoje a noite. Vamos tratar de negócios.

A risada alta e presente me fez encolher e o medo preencheu meu olhar.

– Luke? Você não vem? – Annabeth me chamou mais a frente e meu olhar se direcionou a ela.

– Claro. – Dei meu melhor sorriso forçado e antes de seguir a trilha até os chalés, direcionei mais uma vez meu olhar para o pinheiro.

“Isso não pode continuar assim. Preciso trazê-la de Volta”

– Boa escolha, Luke.

P.O.V. Luke

Eu a ouvia gritar, eu a ouvia implorar por misericórdia. Sentia uma mágoa repulsiva, do motivo que fazia minha Thalia sofrer. Não sabia, quem ou o que era, mas sabia que não poderia ficar ali ouvindo parado no vácuo escuro que é o tempo.

De repente ouço mais um grito. Apenas mais um. Dessa vez senti dentro de mim. Senti como se tivesse me atingido abaixo às costelas e então, abri os olhos e realmente tinha sido atingido pelo bastão de Percy. Pela segunda vez, esqueço o tempo e o espaço e sonho acordado com Thalia, na batalha sei que não poderei ter distrações.

Percy sairá logo após o almoço e terei que ser sorrateiro quanto ao fugir. Ele irá anunciar quem irá com ele e Annie hoje, e tenho certeza que não estou nesse meio. Provavelmente sairão à noite, e chamaram o táxi dos meio-sangues em caso de emergência, pra fazer isso precisarão de Dracmas, e pra eu segui-los precisarei do dobro pra aquelas velhas falarem. Será que Semideuses tem cofres hipersecreto? Bom vou vigiar a Casa Grande e talvez encontrarei algo.

Olho o relógio e percebo que são só 5:00 da matina e eu levei uma pancada nas costas.

– Percy, prefiro terminar por aqui. Acho que estou me sentindo mal.

– Hm... tudo bem, aceito sua rendição senhor mestre das lutas -Implicou ele de maneira divertida e provocadora – Tem certeza que você vai deixar eu fazer hora sem me dá a revanche?

– Desculpe Percy, mas é que você não entenderia. – Saí cabisbaixo fazendo teatro pra poder disfarçar meu plano.

Atravessei os campos de morangos, Fui pro meu Chalé e acabei de planejar minha fuga.

P.O.V. Percy

Depois que Luke saiu, pensei em ir falar com Quíron.

– Alô ?! – esperei resposta e não ouvi nada então resolvi procurar pelo Chalé de Apolo, obviamente por ensinar arco e flechas, Quíron deve preferir treinar e se divertir com os filhos de Apolo.

O Encontrei e o chamei em uma conversa em particular. Mal começo a falar e ele me interrompe:

– Percy meu querido, não há razão pra pressa. A Escolha dos integrante da missão acontecerá após o jantar. – Ele fala calmamente, perco o controle percebendo que a situação é mais grave do que parece e explodo

– Como assim, não há razão pra presa?!?! Sinto que você não entendeu! Estamos sem a única semideusa filha de um dos Três Grandes Gregos e você pede calma ?!? Fora o fato de estarmos perdendo o melhor professor de esgrima que já tivemos. Depois de toda essa situação, você ainda pede calma ?!? Faça-me o favor Quíron !!! Devemos anunciar os escolhidos o quanto antes! Annie e eu pretendemos sair à noite.

– Percy, você sabe que não tem o direito de levantar seu tom assim comigo, sou diretor no acampamento e não aceito desrespeito da sua parte, mas você demonstra compaixão e por isso poderemos relevar seu mal comportamento e adiar para depois do almoço.

Só depois vim perceber o quanto tinha dado uma mancada, faltando com respeito à Quíron.
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A hora do almoço chegou e fui preparar meu prato e então como não estava com tanta fome, preparei um belo prato e mandei como oferenda aos deuses pra que estivessem do nosso lado na missão. E um pouco mais mostrando pêsames a Zeus.

Fiz uma promessa a Luke e a cumprirei. Irei encontrar Thalia nem que Cronos não queira.

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Ao acabar o horário Quíron se anuncia:

– Meios sangues !!! Todos já sabemos que há mais ou menos um mês uma campista foi capturada. Thalia era uma grande guerreira, ex-caçadora de Ártemis. Voltou por causa de seu grande amor e logo em seguida foi raptada. Como consequência mandaremos semideuses em uma missão de resgate, E como de costume o líder da missão é Percy e ele irá escolher quatro semideuses para ir junto com ele na missão. Percy sua vez, escolha.

– Bom escolhi Annie, por motivos obvies, e o fato de termos ido ao Tártaro junto e como essa missão nos levará pra lá ela foi escolhida. Tártaro é parte do mundo inferior, a parte mais baixa e nada mais justo que chamarmos o filho do dono de lá, Nico de Ângelo. Também chamaremos uma perita em artes maciais, Clarisse do chalé de Ares. E por último nada mais solidário que pedirmos ajuda ao romano que tem uma preocupação imensa com Thalia, Jason Grace.

Ouviu-se murmúrios depois de anunciarmos Jason. Ele parecia estar melhor depois do incidente.