Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 27
XXVl


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEE!!!!! Voltei! Uma semana, certo? Acho q deu certinho... Bom, vou deixar vcs lerem. Ta pequeno mas eh importante, espero q gostem!



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XXVI

Autora/Nanda/Eu

Aquelas semanas não haviam
sido agradáveis para ninguém, em verdade. Até mesmo Blackjack notara a áurea triste que rodeava seus amados donos.

Percy e Annabeth não se viam desde "o" dia. O rapaz fora para casa de sua mãe e resolvera ficar por lá até que as coisas se ajeitassem. Sempre que pensava isso seu coração pesava e o peito doía. Nada iria se ajeitar. Tinha perdido toda sua vida em uma tacada só e não poderia recupera-la.

Já Annabeth... Bom, esta entrara em um estado quase permanente de torpor. Não conseguia dedicar-se a seus projetos no trabalho ou prestar atenção as aulas. Fingia-se de feliz somente para Melany, afim de não assustar a filha. Sua mãe, Atena, estava a cada dia mais preocupada. Ver a filha culpando-se por um erro que poderia ter sido evitado por um pouco menos de teimosia e negligência... Porém tinha noção de que a mulher não tinha culpa. Fizera aquilo para proteger o namorado, mas acabara perdendo-o de forma traumática. A loira já não conseguia dormir em seu antigo apartamento. Em verdade, mesmo de volta a casa dos pais, mal descansava. Nunca pensara que os braços de Percy ao seu redor fariam tanta falta.

Melany mal sabia dizer o que estava acontecendo. A partir do dia em que seu pai tinha dito que passaria algum tempo fora e ela encontrara a mãe caída de joelhos, chorando no chão do quarto, tudo parecera ficar mil vezes mais confuso. Via o pai somente em alguns intervalos da escola, quando ele ia vista-la. Mesmo o rapaz não parecia o mesmo. A pequena podia sentir que algo estava errado, mas era nova demais para deduzir ou compreender. Para ela, em poucos dias voltaria a sua rotina normal, quando o patriarca finalmente voltasse a casa, sem se importar muito com o porquê de ele ter saído.

Um refúgio? Pergunta simples de responder, essa. O de Annabeth era a casa da árvore. Era lá que passava todo o seu tempo livre. Na maioria das vezes chorando baixinho, culpando-se por sua estupidez e pensando que tinha perdido o único homem que realmente a amara. Pior, que ele podia estar com outra pessoa. Em algumas ocasiões pedia uma luz a seu falecido tio, pois a presença do homem era muito forte naquele local, contudo não costumava receber qualquer resposta.

Percy agia diferente. Enfurnara-se no Alfa mais do que nunca. Pegava plantões seguidos. Virava noites e dias dentro daquele hospital, trabalhando incessantemente, afim de tentar esquecer a dor que rachava seu coração um pouco a cada dia. Suas noites nunca haviam sido tão ruins. Dormia de puro esgotamento. Seu sono era agitado e os pesadelos cada vez mais frequentes. Suas olheiras apareciam mais fundas a cada manhã e o moreno fazia de tudo para ignorar o olhar repreendedor do melhor amigo. Nico já tentara conversar, explicar-lhe algo, porém Perseu simplesmente sorria e negava, dizendo que estava tudo bem. Ingênuo era ele se achava que alguém acreditava naquela grande mentira deslavada.

Atena já não suportava mais tudo aquilo. Sua filha poderia entrar em uma depressão por um engano! Não, ela não permitiria, nem que tivesse que resolver aquela história por si mesma. Pensara aquilo pouco mais de duas semanas depois do acontecido. Sorrira divertidamente. Precisaria de ajuda, mas aquilo fora fácil. Discara o número de sua amiga e depois de alguns segundos fora atendida.

Atena? Graças a Deus! Estava mesmo precisando falar com você – dissera Sally do outro lado da linha.

– Acredito que já saiba de tudo - falara a loira.

Bem, sei somente da versão de Percy dos fatos - afirmara a Jackson - Mas acredito que exista muito mais por trás disso.

– Você nem imagina o quanto - segredara Atena.

Sally suspirara do outro lado da linha.

Precisamos resolver isso, Atena– sentenciara ela.

Atena sorrira.

– Foi exatamente por isso que eu liguei.

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Percy

Assim que a porta se fechou, Percy suspirou. Aquele era seu último paciente do dia. Não costumava atender as terças, mas acabara abrindo uma exceção nas semanas que haviam se passado.

O cansaço pesou sobre seu corpo, beirando o esgotamento, mesmo que mal passasse das quatro da tarde. Há quanto tempo ele não dormia? Dois dias? Quem sabe três? Preferia assim, em verdade, pois se via livre dos pesadelos e até mesmo dos sonhos, que passaram a doer-lhe o coração.

Além de tudo o que acontecera, estava preocupado com Annabeth. Sim, PREOCUPADO. Como podia? Depois de tudo que ela fizera? Das mentiras que contara? A verdade era que seu coração não aceitava isso e recusava-se a deixar de ama-la.

Em uma de suas visitas a Mel na hora do recreio da menina, a pequena dissera:

– Estamos todos com saudade de você, papai - ela reclamara - Mas a mamãe é a que sente mais falta.

Percy sorrira forçadamente.

– Acho que não, meu amor - respondera.

Melany suspirara tristemente. Aquilo fora o bastante para fazer todos os sentidos de Perseu aguçarem imediatamente.

– É sim, papai. Ela tenta esconder de mim, mas chora todos os dias - contara a loirinha - Também acho que ela não dorme mais, porque sempre que eu acordo para ir no banheiro de noite, a encontro andando pela casa.

A pequena olhara-o nos olhos, claramente assustada.

– Volta logo pra casa, papai - ela quase implorara - Tenho medo que a mamãe fique doente se você demorar muito.

Percy suspirou e jogou-se contra sua cadeira do consultório. Aquilo não fazia o menor sentido. Annabeth sempre fora uma ótima mãe, nunca deixaria Melany vê-la sofrendo. Mas se ela não estava conseguindo esconder nem da própria filha... Deus, ela deveria estar muito mal. Mas por que ela sofria? Por ele? Mas ela não o amava, certo? Errado? E se existisse algo mais? Como o que? Ele a ouvira admitindo. Não ouvira?

Percy passou as mãos pelos cabelos, completamente confuso. Aquilo só servia para dar-lhe dores de cabeça.

O rapaz estranhou quando a porta de seu consultório se abriu, mas logo respirou fundo, entendendo do que se tratava. Nico entrara sem nem mesmo pedir licença. O Di Ângelo vestia seu jaleco aberto e não parecia muito feliz. Os braços estavam cruzados sobre o peito e a correntinha de ouro, com a foto de Thalia gravada no pingente do mesmo metal, completamente visível.

– Não acreditei quando me disseram que ainda estava aqui - disse Nico - Você deveria estar em casa, Percy.

Percy suspirou.

– Estou bem, ok? - respondeu ele - Você sabe que ia ser pior se eu estivesse à toa.

Nico suspirou e balançou a cabeça, soltando os braços.

– Vocês precisam se resolver, cara - sentenciou Nico - Isso não está te fazendo nada bem.

Percy fitou o amigo.

– Infelizmente, não há mais nada para resolver.

Nico respirou fundo.

– Isso é o que vamos ver - desafiou - Só vim para dizer que você tem visita. Só... Ouça o que ela tem a dizer. Depois pode tirar suas próprias conclusões.

Percy não entendeu muito bem o que ele quis dizer, mas tudo fez sentido quando, substituindo o amigo, uma mulher entrou na sala. Firme e decidida, era assim que ela parecia. A pele clara e os olhos cinzentos, tão familiares, presentes, porém os cabelos castanhos lembravam-no que ela não era quem parecia ser.

– Atena - soltou em uma lufada de ar, levantando-se rapidamente.

A porta se fechou atrás da mulher, deixando-os sozinhos. A morena sorria ternamente.

– Olá, Perseu - cumprimentou ela - Quanto tempo.

Percy assentiu, ainda em choque. O que ela estaria fazendo ali?

– Sim, bastante - ele afirmou - Ehr... Fique à vontade.

Atena sorriu novamente, sentando em uma das cadeiras. Percy acompanhou-a.

– Bom, Perseu, vamos ao que interessa - ela disse entrelaçando as mãos e assumindo um tom sério - Preciso te contar uma história rápida. Algo que Annabeth já deveria ter contado.

Percy sentiu seus músculos se contraírem.

– Desculpe-me, Atena, mas...

– Só escute - ela o interrompeu.

"Só... Ouça o que ela tem a dizer. Depois pode tirar suas próprias conclusões", dissera Nico. Percy respirou fundo e fitou a mulher a sua frente. Ela parecia decidida. O rapaz nem mesmo sabia como ela descobrira que ele estava ali naquele dia. Bem... O que custaria ouvir?


Terminou por assentir. Atena sorriu levemente.

– Quando chegamos a Nova York, Annabeth era uma pré-adolescente - começou Atena - Ela era inocente, por mais que não admitisse, e completamente apaixonada pela vida. Guardava-se para o "amor de sua vida". Minha filha nunca disse com todas as letras, mas acredito que ela achasse que sua primeira paixão seria aquele que ficaria com ela para sempre.

" Quando ela tinha dezessete anos, Luke apareceu. Ele parecia ser o genro que toda mãe desejaria ter. Bonito, inteligente, educado, respeitoso, boa família, futuro promissor... Ele era um ano mais velho. Annabeth rapidamente se apaixonou pelo veterano da escola e dois meses depois eles já eram namorados.

" Luke foi o primeiro muitas coisas de Annabeth. O primeiro namorado, o primeiro beijo, o primeiro amor...

" Bem, tudo ficou as mil maravilhas por volta de um ano. Luke estava fazendo direito na NYU e Annabeth cursando o último ano na escola, já fazendo inscrições para diversas universidades. Inclusive uma na Grécia, para a qual ela não esperava passar. Nessa época um estuprador em série ficou famoso na cidade. Seus alvos eram mulheres loiras, brancas, de olhos claros e jovens. Imagine você como nós ficamos preocupados. Annie se encaixava perfeitamente na descrição.

– Eles o chamava de "Príncipe Encantado" - lembrou Percy.

Atena assentiu e sorriu tristemente.

– Exato. Tudo ficou um pouco pior quando algumas vítimas dele foram encontradas mortas. Meu irmão, este que morreu a pouco tempo, veio para Nova York com o objetivo de ser mais um par de olhos sobre Annabeth - contou ela.

" Como eu disse, Luke foi o primeiro muitas coisas de Annabeth. Inclusive a primeira grande desilusão.

" Poucos meses depois, um par no máximo, dois policias foram até o nossa casa e contaram uma história que mais parecia filme de terror. Luke era o 'Príncipe Encantado'. Aparentemente ele atraia a atenção das mulheres com sua beleza, inteligência e boa educação. Dava um nome falso, assim como endereço e tudo mais. Saía com elas algumas vezes e no fim do terceiro ou quarto encontro, transformava-as em vítimas.

– Ele fez algo a Annabeth?! - perguntou Percy, desesperado.

– Graças a Deus, não - tranquilizou-o Atena - Pode ser que de início essa fosse a intenção, mas acredito que ele desistiu depois de algum tempo. Penso que ele se afeiçoou por Annabeth. Ela era a oficial. Apesar de todas as namoradas, que depois viravam vítimas, que ele tinha, ela era a única que sabia seu verdadeiro nome, frequentava sua casa, conhecia seus pais. Acho até que ele pretendia casar-se com ela mais tarde. Sabe, para sempre ter alguém ao seu lado.

" Os detetives contaram que ainda não tinha levado a identidade de Luke a público pois não queriam que ele soubesse que eles o tinham desmascarado. Perguntaram a Annabeth se ele a visitaria naquele dia e ela confirmou. Disseram que eles, e mais dois policiais, ficariam a paisana em ruas paralelas, e se Luke aparecesse, deveríamos avisar imediatamente. Era essencial que seguíssemos nossa rotina, para não levantar suspeitas.

" Mesmo contra nossa vontade, Frederick foi para o trabalho e eu sai para levar Connor à escola. Quando voltei, o circo já estava armado.

" Luke havia aparecido. A faxineira, que não sabia de nada, deixara-o entrar. Annabeth estava em seu quarto, completamente arrasada, e quando o viu nem se quer conseguiu toca-lo, só pediu para que fosse embora, porém ele não foi. O rapaz estranhou e perguntou o que tinha acontecido, mas ela continuava dizendo a ele para sair dali. Luke irritou-se e a imprensou na parede, estrangulando-a. Teria matado-a se Max, meu irmão, não tivesse aparecido e nocauteado-o com um taco de baseball. Os policiais chegaram logo depois e naquele mesmo dia, Luke já eram um homem preso.

Atena respirou fundo. Percy mal conseguia absorver tudo aquilo. Por isso Annabeth não acreditava no amor. Por isso tinha tanto medo de amar. Por isso trancava seu coração a sete chaves, escondia-o de todos... Todos, menos ele. O rapaz espantou-se ao perceber isso. Ela confiava nele o bastante para abrir seu coração e, para a loira, aquilo era muito.

– Assim que soube que tinha sido aceita na faculdade grega, Annabeth se mudou - contou Atena - Não quis saber de mais nada. Nem mesmo da sentença de Luke. Desde que ele não saísse de trás das grades tão cedo, ela estava tranquila. Se ela não tivesse se negado tanto a receber notícias... Ah, tudo isso teria sido evitado.

Percy sentiu seu coração disparar. Mal notou que suas mãos apertavam fortemente os braços da cadeira e que seus dentes mordiam o meio dos lábios.

– O que teria sido evitado? - indagou apressado.

Atena olhou-o nos olhos e suspirou.

– Annabeth recebeu uma ligação de Luke algumas semanas atrás, /aquela/ ligação - explicou Atena - Ele disse que ia cumprir o resto da pena em liberdade, que era o pai de Melany e te ameaçou. Ele afirmou que Annabeth pertencia a ele, que ela não poderia amar ninguém além dele, que você não podia assistir. Ele sabia quem você era, Perseu, tinha muitas informações. Ela entrou em desespero e, na esperança da fazer Luke desistir, contou uma grande mentira. O resto você já sabe.

Percy sentiu vontade de gritar. Ela estava tentando protege-lo? Pai de Melany? Sua cabeça girou e ele teve que fechar os olhos para voltar ao normal.

– Você disse que se ela soubesse poderia ter evitado tudo isso - lembrou Percy - Soubesse o que?

– A sentença de Luke - contou Atena - Luke foi condenado a morte. Ele estava no corredor da morde há anos, esperando sua vez, que finalmente chegou. Quando teve direito a fazer uma última ligação, aproveitou a oportunidade para assustar minha filha uma última vez.

Atena tirou um jornal de sua bolsa e colocou-o sobre a mesa.

– Luke morreu dois dias depois da ligação - ela contou.

Na primeira página do jornal estava a manchete em letras grandes "A MORTE DO PRÍNCIPE ENCANTADO". Abaixo via-se a foto de um homem loiro de olhos azuis, sorrindo sarcasticamente para a câmera.

Todas as informações passavam por sua mente na velocidade da luz. "Percy, deixe-me... ", ela pedira chorando. Explicar! Tudo que ela queria era explicar e ele não permitira! Como poderia ter sido tão estúpido?!

– Você... Você disse que ele é o pai de Melany - foi a única coisa que o moreno conseguiu pronunciar.

– Bom, sempre foi uma possibilidade - admitiu Atena - A história e a idade de Mel batem com Luke, além de que mesmo que ela tenha puxado a mãe totalmente na aparência, ainda assim bateria com as preferências de Luke.

Percy assentiu, entendendo. Precisava falar com Annabeth. Pedir perdão por ter sido tão idiota. Torcer para que ela o perdoa-se e, com sorte, o aceitasse de volta. Tinha que encontra-la. Por que simplesmente não a ouvira? Ele sabia. Porque estava sofrendo e tinha medo de tudo piorar com a explicação da loira. No fim das contas tinha a chance de perder o amor se seu vida por pura covardia.

– Onde ela está, Atena?! - perguntou ele, levando-se já sem o jaleco e juntando suas coisas - Preciso encontra-la.

Atena sorriu, claramente feliz. Percy sentiu seu coração aquecer. Tinha a sensação de que se ele batesse mais rápido, sairia do peito. Annabeth estava sofrendo por causa dele. Definitivamente, ele era um verme. Um verme que nem mesmo a merecia, mas que era egoísta demais para deixa-la ir.

– Estava torcendo para que dissesse isso - disse a mulher por fim.


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Notas finais do capítulo

E aí? Explicado? Se tiverem alguma dúvida, me avisem. E tb digam o q acharam! Estou amando a quantidade de comentários *-*
Bjs, até!
EuSemideus