Pov s Peeta

– Peeta vai embora! Peeta vai embora! – minha irmã cantarolava muito desafinadamente em meu ouvido.

Pelo menos, pensei estarei bem longe daqui.

Ela para de cantar, pois seu celular toca, e da um gritinho:

– O que?! Como assim??? – e em seguida te joga no sofá, nem se importando que estou deitado em cima do mesmo.

–Que é? – bufo.

– Delly McBean não vai mais fazer ‘’ O verão da minha vida’’! Nem vai lançar a nova linha da Prada!

Eu reviro os olhos. Esse é o maior problema de Gretel? O celular toca de novo. Por que o meu nunca toca?

– Por que você não tem amigos! – e percebo que devo ter pensado alto demais.

– Não acredito! Agora ela vai passar um ano fora dos holofotes! Eu vou morrer!

– Ótimo, me avise quando for o enterro.

Ela sai pisando duro.

Gretel é maníaca por famosos. Ela tem seus preferidos e essa tal de Delly McBean é um deles. Na boa, não sei por que ela a admira tanto, aposto que é só mais uma riquinha mimada feita por Hollywood.

Quanto ao fato de ela estar feliz por eu ir embora, isso sempre acontece quando eu estou indo para a escola. Que de fato é um internato.

Queria que Dove ainda estivesse aqui. Ela era minha babá e a pessoa que eu mais gostava no mundo, mas do nada foi embora.

‘’ Ela foi cuidar do filhos.’’ Meu pai comentou um dia. Acontece, que ela tinha 17 anos e não tinha filhos.

– Peeta! Vamos! Me ajude com umas coisas aqui! – meu pai chamou.

Me arrastei até a cozinha, a tempo de ajudar meu pai com a fornada de bolos da manha. Meu pais são donos de uma linha de padarias e eu os ajudo quando não tenho nada para fazer.

Está aqui a adição disso tudo:

Eu odeio cozinhar + Cozinho muito bem + Meus pais são confeiteiros = Sete dias por semana coberto de farinha.

É realmente uma vida bem idiota. Mas, fazer o que?

Ainda falta uma hora para irmos ao aeroporto quando ouço o berro de alegria de Gretel:

– Delly vai estudar em uma escola aqui perto! Meu Deus! Pai precisa me matricular lá! Pai! Pai!

Será uma hora muito longa.

Pov’s Gale

Pelo que me lembro, sempre fui um bom filho. Ajudava em casa, era um bom aluno. Vamos dizer que era aquele protótipo de filho perfeito e popular. Então, eu realmente não entendi quando fui matriculado sem motivo aparente em um internato.

Eles podiam ter me dito:

‘’ Filho, não te amamos. ’’

E eu não teria gastado os anos da minha vida tentando ser bom. Teria ido a mais festas, tirado notas ruins e com certeza, saído com todas as garotas que bateram em minha porta e eu recusei.

‘’ – Katniss irá para lá também! – minha mãe me disse.

– Não estou nem aí para aquela mimada! Eu não quero ir para uma escola com gente como ela!’’

Katniss Everdeen era filha de uma grande amiga de minha mãe e uma insuportável. Ela é vazia, irritante e extremamente linda.

E tenho que atura-la toda vez que minha mãe se encontra com a mãe dela.

Graças a Deus não é muito, já que elas moram em outra cidade.

– Querido, venha! – minha mãe apareceu na porta de meu quarto como se fosse a mãe mais amorosa do mundo, e não uma desnaturada.

Está bem, vamos brincar de fingir.

– Estou indo. E saia do meu quarto - eu disse e peguei minha mala.

– Gale Hathone! Isso é jeito de tratar sua mãe?

Desço as escadas e berro:

– Obviamente, não! Mas você é uma PÉSSIMA mãe, então não venha me dar lição de moral!

Meu pai aparece, está confuso:

– Gale? O que aconteceu?

– Vocês aconteceram. Mas beleza, me mandem para longe. Eu não ligo. Só não se façam de desentendidos.

Jogos minhas malas no carro do lado de fora, fecho a porta e berro da janela aberta:

– Tchau mamãe! Tchau papai! Sentirei tantas saudades!

E então, deixando meus pais completamente boquiabertos, começo a dirigir.

Eu gostei muito do novo eu.