Depois de ter entrado, subi diretamente para ir ao quarto de Mia, porém passei pela porta entre aberta do banheiro e senti o cheiro inebriante de pós barba, olho pela fresta da porta e vejo um russo sem camisa com os cabelos colados no rosto." Pare de babar e vá fazer o que te mandaram Rosemarie " grita meu lado consciente, " Se bem que olhar não mata" , comenta meu maravilhoso lado inconsciente. Saio dali e vou para a porta de Mia, fecho os olhos antes de abrir a porta, quando vou tocar na maçaneta a porta se abre, revelando uma Mia maquiada, de robe, cabelos molhados e uma bagunça em cima da cama.

— Passou o Katrina por aqui né? Só pode.— Digo entrando e cuidando por onde piso.

— O que passou foi a minha pessoa correndo pra poder ir junto com vocês na exposição.— Diz ela mexendo nas roupas em cima da cama, digo revirando, pois dizer que estava mexendo era pouco.

— Como assim, você vai junto?— Pergunto estranhando a notícia.

— Acha que eu viria pra cá só pra bancar a maquiadora? Só que não né querida. Não é por quê queremos Dashkov atrás das grades que vou perder o evento. O cara é um artista, não perco essa oportunidade por nada.— Fala Mia como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Reviro os olhos e começo a me arrumar.

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Estamos todos prontos aguardando Hans no hall da casa. No fim Mia nem me fez de Barbie, só se preocupou consigo mesma, o que eu até agradeço. Estou usando um vestido¹ vermelho rendado com um cintinho de onça, meia calça fume e sapatos de salto alto preto camurçado com sola vermelha. Já no cabelo optei por tranças² nas laterais, elas vão se desmanchando e se transformando em cachos. Maquiagem bem simples, brinco de perolas, a tal da aliança com nossos nomes gravado, e uma gargantilha com pingente de coração que pertencia a minha mãe, mas caso perguntem foi o meu "marido" que me deu quando nos conhecemos.

— Bom, as escutas vocês terão de usar, mas microfones não. Teremos agentes monitorando vocês de perto e de longe. Quero todos vocês armados, se der merda vocês conseguem se virar. Hathaway como você vai esconder uma arma nesse vestidinho?— Termina Hans me olhando de cima a baixo.

— Da mesma forma que você não viu a três oitão que eu trouxe comigo mais cedo.— Agora com os olhos arregalados ele responde.— Como assim?

— Coisas de mulher Hans.— Ele revira os olhos. Colocamos as escutas. Encontro Dimitri no canto do hall abotoando a manga de sua camisa rosinha bebê. Muitos diriam " nossa que gay usando rosa", recalque isso, ele tá muito sexy, de gravata vermelha e um terno preto. O cabelo está amarrado com alguns fios soltos em torno do rosto, o deixando mais sexy ainda, sinto vontade de soltar aquele cabelo e passar as mãos nele até cansar. "Chega Rosemarie, ele é teu colega de trabalho, mais respeito por favor" grita meu adorável consciente.

— Hathaway e Belikov, vocês irão naquele Peugeot RCZ preto que está na frente da casa. Rinaldi eu te largo lá com o resto do pessoal.— Fala Hans com seu tom autoritário.

— Eu quero ir de Peugeot também.— Fala Mia como uma criança mimada.

— Você não faz parte do casalzinho querida. Ou você vem conosco o passa o resto da noite sozinha nessa casa.

— Tá bom to indo pra SUV já.— Sai Mia com uma expressão assustadora.

Hans fala mais algumas instruções das quais não faço questão de ouvir, já sei quais são mesmo. Quando ele termina Dimitri vai até a porta e me chama, sigo ele até o carro e rumamos ao evento do "artista" Dashkov

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— Bem vindos á exposição Scream, aproveitem a noite senhores.— Diz a loira oxigenada da recepção. Percebi que logo quando Dimitri desceu ela arrumou o decote pra falar com ele. Vadia. Entramos no salão e vejo grandes telas com as imagens lindas. O cara poderia ser um traficante, cafetão, o caralho a quatro, mas é um grande fotografo mesmo.

— Senhoras e Senhores, bem vindos a Sream.— Fala Dashkov num pequeno palco ao centro do salão. Ele é velho, mas não imaginava que fosse tanto.— A exposição de hoje é totalmente dedicada em homenagem a minha maravilhosa esposa, pois estamos completando trinta anos de casado esta semana. Tatiana, venha cá meu amor.— Diz Dashkov. Logo aparece uma senhora loira bem vestida, por volta de seus sessenta anos. Ela se junta a Dashkov e lhe da um belo abraço. Sinto Dimitri se aproximar de mim, tentando nos mostrar mais como um casal, acho, sinto ele atravessar a mão pelas minhas costas e repousar ela em minha cintura. Sinto meu corpo esquentar na região onde sua mão repousou, e, aos poucos a sua mão vai se espalmando ali. Imagino como seria ser tocada no corpo inteiro com essa mão. "Oque é isso Rosemarie? Pensando merda com seu colega? Que feio garota" fala meu interior. Sinto meu rosto queimar. Pronto agora vou bancar a envergonhada. Merda.

O discurso de Dashkov acaba, o qual nem prestei atenção, pra variar. Dimitri me guia pelo salão e começamos a olhar outras imagens da exposição. Tocava uma música legal de fundo³.

— Mas olha só se não é o casalzinho mais lindo da exposição.— Eu conheço essa voz irritante.

— Olá Natasha.— Falo da forma mais educada o possível. Odeio essa mulher.

— Olá Rosemarie. Oi Dimka.— Fala ela toda animadinha com meu "marido", que história é essa de Dimka? Vadia, tá dando em cima dele. "Rosemarie vocês não tem involvimento nenhum, deixa de ciúmes" ,não to com ciúmes. Tá, só um pouco, foda-se.

— Oque estão achando da festa?— Pergunta olhando para Dimitri.

— Boa.— Responde ele simplesmente.— Precisamos ir Tasha, nos falamos amanhã.— Corta Dimitri sem deixar ela se manifestar. Chupa trouxa.

Voltamos a olhar as imagens expostas e encontramos a Tatiana, esposa de Dashkov olhando. Nos aproximamos para ver o mesmo quadro que ela.

— Vejam a delicadeza desta foto, não é linda?— Olhamos para a imagem. Era uma simples casa de madeira rosa numa campina coberta de flores amarelas, um lindo céu azul e uma leve fumaça saindo da chaminé da casa.

— Realmente linda.— Digo ainda olhando para a imagem. Dimitri me abraça, colocando minhas costas contra seu peito quente e passa seus braços pela minha cintura, sinto uma corrente elétrica, e para completar ele encosta o queixo na minha cabeça. Sinto ele concordar com um aceno a minha opinião.

— São um belo casal.— Diz a loira.

— Obrigado, a senhora e o sr. Dashkov também formam um belo casal.— Fala Dimitri todo educado. Esse homem me surpreende.

— Ah que isso, senhora a sua mãe, pra vocês é somente Tatiana. Me sinto velha demais quando me chamam de senhora.— Fala ela rindo. Rimos um pouco junto. Dimitri resolve dar um beijo nos meus cabelos.

— Vocês são bem apaixonados pelo o que eu vejo.— Ele me aperta mais contra seu peito.— Namorando a quanto tempo?
— Casados.— Responde ele firme.
— Que lindo, parecem que se amam como se ainda fosse o começo do amor de vocês. Felicidades viu? — Como se "ainda fosse o começo", começo empurrado só se for, porque nem começo rolou direito.

— Obrigada sr... Tatiana.— Digo fingindo estar sem jeito.

— A quanto tempo estão casados?— Pergunta Tatiana. Sinto Dimitri ficar tenso atrás de mim, olho para a aliança no meu dedo, dou uma ajeitada nela e respondo.

— Estamos casados a um ano. Dois daqui a alguns meses.— Respondo calmamente e depois sorrio, sinto Dimitri amolecer, até entendo a reação dele, não tivemos tempo de acertar detalhes.

— Ah, não nos apresentamos corretamente. Sou Tatiana Dashkov.— Diz ela e estica a mão para Dimitri. Eles se cumprimentam.

— Dimitri Belikov. Prazer em conhece-la.— Diz ele diplomaticamente. Tatiana olha pra mim.

— Rosemarie Belikov. Mas pode me chamar de Rose.— Estico a mão, porém ela me abraça.

— É Belikova meu amor.— Diz ele puxando o "r" de amor, deixando totalmente sensual.

— Já faz um ano e eu sempre esqueço.— Rimos do meu falso esquecimento.

— Vou procurar Victor. Já está ficando tarde. Espero rever vocês. Tem algum meio de contato?— Dimitri entrega um cartão a ela.— Obrigada, espero ver vocês em breve.— e sai com seu vestido esvoaçante.

Voltamos a andar pelo salão em silêncio enquanto aguardamos uma apresentação de slides do Dashkov. Porém Hans decide dar o ar da graça na escuta.