O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 11
11. Só Hoje


Notas iniciais do capítulo

Cara, eu tenho que parar de postar tarde. Desculpem pelas notas horrorosas do capítulo passado. Quero agradecer a todos que comentaram no capítulo 9 (e todos os outros, é claro), mas acontece que ele foi o que recebeu mais reviews até agora.
Todo mundo que está lendo, acompanhando, favoritando e tal... Meu mais sincero obrigada.
E então, vamos ao capítulo?



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P.O.V. Percy

Joguei o cigarro que estava comigo longe e virei totalmente o copo, terminando seu conteúdo, irritado.

— Não fica assim Percynho – disse uma voz enjoada às minhas costas, distribuindo beijos pela mesma – Ela não vale a pena.

Ela sorria para mim, tentando parecer sedutora. Mas não era. Annabeth conseguia parecer sedutora sem nem tentar.

— Quem não vale a pena é você. – falei a afastando enquanto saia dali.

— Você não disse isso enquanto me agarrava! – gritou ela, ficando da cor de seus cabelos, de tanta raiva que sentia, fazendo com que os olhares se voltassem para nós.

— Rachel, dá um tempo e vê se volta pro seu namoradinho, ele deve estar tentando estuprar outra garota. Vai, vai.

E então sai dali, o mais firme possível. Olhei para os lados tentando encontrar Annabeth.

E então, eu a vi ao longe, desligando o celular, acho que ela ligou para alguém. E chorava muito também, por culpa minha. Só minha. Porque é só isso que eu sei fazer: magoar Annabeth Chase.

Chutei uma lata de lixo, torcendo para que ela ouvisse e visse até mim, mas ela não o fez. Correu na direção oposta. Acho que nem me viu. Preferi ir para casa. Meio tonto, meio bêbado, meio triste, meio morto.

Comecei a caminhar em direção ao meu bairro, mas tudo estava borrado. O álcool parecia estar fazendo o efeito esperado no meu corpo, mas agora era tarde para isso. Tudo tinha outra cor e eu tenho quase certeza que o mundo não tem exatamente esse ângulo.

Quando senti que ia cair, me apoiei em um poste. Meu estômago revirou e me percebi vomitando tudo o que tinha bebido. Foi horrível e o gosto de bile continuava na minha boca, mesmo após ter parado e ficar encarando o chão.

Vi uma viatura se aproximar lentamente. Odeio essas patrulhas noturnas.

E ai, vomitei outra vez.

— Ei, filho, tudo bem? – o policial havia abaixado a janela e me olhava acusador.

— Claro, acabei de vomitar quase tudo que tinha no estômago, mas estou ótimo, obrigado por perguntar. – rolei os olhos.

— Olhe bem como fala comigo, seu delinquente de meia tigela! – exclamou ele saindo pela porta, enquanto seu parceiro saia pela outra.

— Eu sou um o quê? – perguntei, respirando pesadamente enquanto me ajeitava. Esses caras me tiraram pra louco?

— Ficou brabinha foi? Ficou ofendida?

— Tá me perguntando se eu fiquei o quê? Brabinha?

— Tá surda também?

— Fiquei! – respondi gritando – Fiquei brabinha sim! Algum problema?

— Tem um problema sim! Ando logo, pra dentro da viatura! Agora!

— E se eu não quiser ir? Heim? Algum problema nisso? Quem vai me obrigar? Você?

—Olha só garoto, chega de brincadeira. No carro, agora.

Chutei uma lata ali perto em direção a eles e tentei correr, mas fiquei zonzo e caí. Depois, só me lembro de acordar em uma cela.

Sentei, coçando a cabeça que doía demais.

— Onde eu estou? Porque a minha camisa tá molhada? E... Que gosto horroroso na minha boca é esse?

Um cara estava sentado em uma cadeira do lado de fora, com as pernas em cima da mesa. Ele levantou os olhos brevemente do jornal que estava lendo e me encarou, para voltar a leitura logo em seguida.

— Oi? Estou invisível agora?

— Você tem direito a uma ligação.

— O quê?

— Você está detido. Desacato à autoridade. Sabe, dez dias ou multa. Você escolhe.

— Droga. – chutei a cama em que estava e depois sentei, com a cabeça entre as pernas tentando pensar. Tentando me lembrar da noite passada.

— Vai querer o telefonema depois né? É.

Aos poucos fui lembrando de tudo: as bebidas, os cigarros, a descoberta que Rachel estava com Luke, Annabeth dançando e bebendo, um soco em outro cara... Tudo.

— Eu sou um idiota mesmo. – murmurei.

— Provavelmente. – disse o cara, sem levantar os olhos da folha.

— Nossa, obrigado, me ajudou demais.

— Disponha.

Rolei os olhos deitando na cama. A única coisa que eu vinha fazendo era pisar na bola com ela. Tudo bem que Annabeth não me ajudava muito no quesito simpatia, mas eu não me esforçava em nada. Porque ela havia terminado comigo afinal? Eu nem me importei em saber. Tudo o que quis fazer foi um joguinho idiota de leva-la de volta para minha casa.

Eu preciso dela. É essa a verdade. Ela não precisa de mim, ela não precisa da minha presença. Mas eu preciso dela. Mais do que qualquer coisa, ao menos, por hora.

— Posso fazer minha ligação agora?

— Claro garoto.

— E... O que acontece caso a minha ligação não queira fazer nada por mim?

— Bom, disseram que você não fez nada de mais. Se você não contar pra ninguém, pode ser que eu te deixe fazer uma segunda ligação.

— Ótimo.

Deve ser por isso que as pessoas vivem fugindo da cadeia e fazendo essas coisas loucas. Onde já se viu isso?

Disquei o número que eu sabia de cor até uma voz fraca atender no quinto sinal.

Alô?

Prendi a respiração. O que eu estou fazendo?

— Oi. Não desliga. Por favor. Espera.

O quê você quer?

Preciso de ajuda. Eu... Arranjei um problema.

Se vira, liga pra alguém que se importa.

— Eu estou fazendo isso nesse exato segundo. – ela ficou em silêncio. – Olha, eu preciso que alguém venha aqui trazer o dinheiro da multa, se você trouxer eu te pago depois. Não precisa dizer nada, vou ficar te esperando.

Passei o endereço da delegacia e então desliguei. Eu torcia de verdade para que ela viesse.

— Ela vai vir filho, acredite. Se não viesse, já teria desligado.

— Deus te ouça cara. Deus te ouça.

(...)

Annabeth não apareceu naquela manhã. Nem naquela tarde. O horário para receber alguém já estava quase acabando quando Gordon, - o cara que cuida das celas – voltou com uma caixa de rosquinhas.

— Antes que você diga alguma coisa, isso é um estereótipo dos grandes. O fato de eu gostar de rosquinhas não significa nada.

— Aha. Ei, G, ninguém apareceu não?

— Não. Desculpa cara. – quando ele estava quase sentando, uma sineta soou. – Só pode ser piada. Tinha que esperar eu sentar?

— Anda! Vai ver se é ela!

— Você sabe que sou eu que mando nessa coisa né? E se eu quiser, eu mando ela embora.

— Sei, sei. Vai logo. – ele riu de lado enquanto se afastava.

— Esses moleques de hoje em dia...

Levantei, tentando me ajeitar. Meu cabelo devia estar um horror, assim como todo o resto do meu corpo. Meu hálito fedia a cigarro e bebida. Emocionante.

Eu sabia que era loucura chamar Annabeth ali. Mas eu precisava vê-la. Precisava saber que estava bem. Suspirei, levantando os olhos.

Annabeth estava entrando com uma calça jeans comum e uma blusa de manga longa cinza larguinha. Estava linda.

— O que você aprontou dessa vez?

— Em legitima defesa, nada.

— E você ainda teve a cara de pau de me chamar aqui?

— Você veio.

— Queria ver com meus próprios olhos, você está um horror!

— Eu sei.

— Como eu pude ser tão idiota a ponto de achar que estava errada em algum momento?

— Não sei.

— E, jura Percy? De tantas vadias que você podia encontrar por ai, tinha que ser a Rachel? Logo ela? Porque?

— Ela é a nova namorada do Castellan.

— Não acredito! Foi... Pela aposta idiota? Ela ainda existe? Você é ridículo sabia? Um idiota, estúpido, de marca maior!

— Eu sei.

— E quer saber? Você não merecia que eu viesse até aqui, me preocupar com você! Me estressar com você!

— Mas você está aqui.

— E eu nem sei por quê! – gritou ela. – E porque você não fala nada? Só fica concordando com tudo? Quer tanto assim sua preciosa fiança pra sair pegando mais vadias por ai?

— Talvez.

— Eu te odeio tanto, sabia? E eu nem sei por quê! Eu não consigo mais dormir. Não consigo mais comer. Não faço mais nada. Parece que vivo só pra te odiar. E você liga para isso? Se importa? Porque se importa, não parece!

Fiquei quieto, só a observando. Como era bom tê-la por perto. Ela tinha os olhos marejados.

— Pois quer saber? Eu vou embora. Arranje outra idiota para pagar pra você, porque essa aqui não aguenta mais!

Ela se virou e começou a dar passos firmes em direção à saída.

— Ei – gritei, fazendo-a parar para escutar. – Fico feliz que tenha vindo.

— Feliz em me ver sofrer?

— Feliz em saber que ainda não preciso desistir.

Ela parou por um segundo, processando o que eu disse. O que eu mais queria era ver o rosto dela agora, mas ela saiu, me deixando ali.

— Essa é das boas viu rapaz? Como você fez uma garota dessas se apaixonar por você?

— Não sei. Acho que ela que me fez ficar apaixonado por ela.

Ele apenas riu, sentando para comer suas rosquinhas.

— Essa juventude de hoje não tem jeito mesmo.

Sorri, concordando. Talvez não tivéssemos jeito mesmo, mas isso não me impediria de tentar outra vez.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei, mas estou encontrando dificuldade nas músicas *ri*
E ai? O que acharam?
Reviews? Sim? Não? Ah, ok...
Beijos ^^



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