O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan
Notas iniciais do capítulo
Olá. Como vão, pimpolhos? ♥ Sei que tinha prometido esse capítulo há semanas atrás, mas faltou tempo e inspiração. -_- Mas aí está ele! ^^
Bem, pessoal. Gostaria que vocês expusessem o que acham sobre a ideia subliminar que coloquei ao final do capítulo, para que assim eu decida se vou mesmo abordar o tema ou não. :)
Boa leitura! ;)
Base do Exército Revolucionário
― Miyazaki-sama. ― o silêncio na tenda é cortado pela voz do subordinado.
― Diga, Hashimoto. ― permitiu o mais velho, deixando o objeto com que escrevia sobre a folha preenchida pela metade com a letra miúda e bem desenhada.
― Finalmente conseguimos contato com o Sato-san e com Hirano. ― começou receoso, deixando o silêncio tomar conta novamente.
― E? ― incitou o líder, impaciente.
― E temos péssimas notícias. ― procurava as palavras, cauteloso. Um gesto ou dizer errado e ele poderia se preparar para enfrentar a fúria de seu chefe. ― Quando Sato-san chegou à Niger Flower, encontrou Noguchi desacordado junto de todos os seus marinheiros. A princesa desapareceu. ― preparou-se mentalmente para a explosão, mas foi surpreendido por algo completamente diferente, embora não menos assustador.
― Você está dizendo... que a garota fugiu mais uma vez de nossas mãos? ― questionou numa calma fria e ameaçadora.
― E... e não é só isso... ― gaguejou o mais novo, agora pronto para sair correndo da tenda a qualquer instante, caso precisasse salvar sua vida. ― O garoto... o filho recém-confirmado do Chapéu de Palha também conseguiu fugir.
Hashimoto Ichiro tinha certeza de que o estalo de madeira grossa se partindo fora ouvido a pelo menos dois quilômetros de circunferência, fazendo todo o acampamento saltar de susto junto dele.
― O que você acabou de me dizer, Hashimoto?! ― urrou em fúria, desistindo de tentar controlar a ira.
― E-eu, eu sinto muito, senhor! ― logo tratou de pedir, gesticulando com as mãos, numa tentativa falha de acalmar o líder. ― Hirano acabou de nos comunicar que Mokey D. Seion e seu bando conseguiram fugir graças às habilidades de Sakai Hiasuki. ― informou de uma vez, sem pausa para respirar.
― Hiasuki?! ― gritou ainda mais furioso. ― Aquele pirralho desgraçado nos traiu?! Ele se atreveu mesmo a fazer isso! ― exclamou indignado.
Entretanto, logo sentou-se na cadeira em frente à mesa agora partida. Sua expressão séria e ameaçadora dizia à Ichiro que ele precisava sair dali o mais rápido possível, mas também deixava claro que se ele ousasse sair sem permissão iria ser um homem morto em poucos minutos.
― Quero que você entre em contato novamente com Riki e o avise que agora ele está fadado a ter mais duas pessoas em sua lista. Caso ele encontre Morita Mabelly e Sakai Hiasuki, deve eliminá-los instantaneamente. ― exigiu voltando a controlar a vontade de decapitar seus subordinados imprestáveis.
― Sim, senhor.
― E diga ao Sato que, assim que chegar à base, venha imediatamente à minha tenda. Agora suma da minha frente. ― ordenou impaciente, fazendo com que o soldado não pensasse duas vezes em obedecer.
Não duvidava mais que estava realmente cercado de inúteis!
Lembrou-se então de cada instante em que cumpriu seu juramento de odiar piratas e todos aqueles que estivessem mancomunados com eles. Seu desejo crescente de extirpar toda essa corja do mundo aumentou um nível a mais e então sorriu satisfeito. Agora, com certeza, o pirralho do chapéu de palha se tornara a principal obsessão do assassino que trabalhava para o exército. Por um centésimo de segundo sentiu pena do garoto.
Definitivamente, não queria estar na pele dele.
(...)
Porto de Foust, Niger Flower
― Mas eu prefiro ir com o Seion... ― Hana sussurrou acuada, de cabeça baixa ao lado do primo, se agarrando a última esperança de se sentir segura uma única vez nos últimos meses.
Todos os Pirates of King, com exceção de Nara, estavam postos lado a lado em frente ao Sunny Jr.. A princesa de Sakura se encontrava ao lado de Seion, buscando qualquer tipo de apoio e proteção contra a dupla da qual ela simplesmente não conseguira desvendar nada nas últimas horas.
― O Primeiro Conselheiro foi muito claro ao nos dizer que queria que levássemos você diretamente a ele, princesa. ― Mabelly tornou a repetir, sem expressar qualquer tipo de abalo em sua calma fria.
― E por que ela não pode vir com a gente? Estamos partindo agora mesmo! Podemos levar ela ao tio Sabo! ― retrucou o capitão dos jovens piratas, começando a se irritar com a falta de afabilidade da mulher.
― Você ainda não entendeu, garoto? ― pronunciou-se, finalmente, Hiasuki, que já havia se irritado há muito com a insistência daquele assunto. ― Essa garota corre perigo de vida! Tem um exército inteiro atrás dela. Loucos para saborearem essa macia, bela e nobre carne. ― Sorriu irônico, mesmo em meio à malícia da frase. O que fez Hana se esconder ainda mais atrás do moreninho.
― E daí? Eu não vou deixar nada acontecer com ela! Eu aviso ao vovô que ela ‘tá comigo e pronto.
― Acha mesmo que vai conseguir protegê-la? ― o espião continuou debochando. ― Se não fosse por mim, você estaria morto agora, pirralho!
― E quem disse isso?! ― cruzou os braços, emburrado e fazendo bico. Não é pelo fato de ser uma afirmação verdadeira que tinham que esfregar na cara daquela forma.
― Seion... Talvez seja melhor eles a levarem. ― agora era Ken quem opinava. ― Ela vai estar mais segura com eles. Aquele psicopata vai continuar atrás da gente e não vamos conseguir protegê-la dele.
― Ela não vai sem mim! ― exclamou voltando a se irritar. ― Eu não vou deixar ela ir com esse cara estranho e nem com essa mulher! ―afirmou encarando feio aos dois. Mabelly levantou as sobrancelhas num gesto de curiosidade e diversão, mesmo que sua expressão não demonstrasse tais sentimentos.
― O que tem contra mim, Seion-kun? ― sorriu de lado.
― E-eu... eu não sei. ― gaguejou incerto. ― Só sei que você me passa uma sensação estranha. ― deu um passo atrás.
Hiasuki gargalhou com gosto.
― Ela faz isso com todo mundo. ― então baixou o tom de voz e com a mão direita tapando parte de sua boca, soltou:
― Mas te digo uma coisa: as mais misteriosas e provocativas são as melhores na cama. ― piscou e se afastou rindo, deixando um pobre Seion de olhos arregalados e completamente envergonhado.
O comentário fora audível o suficiente para causar reações muito parecidas no resto do bando. Seion então piscou e virou-se para os três amigos, revoltado.
― Como vocês querem que eu deixe a proteção da Hana nas mãos desse cara?! ― gritou estupefato, após recuperar-se da coloração avermelhada em suas bochechas.
― Parabéns, Hiasuki. Você conseguiu dificultar ainda mais nosso trabalho. ― a mais velha rolou os olhos, começando a se entediar com a situação.
― Ela vai com a gente e pronto! ― constatou o capitão.
― Escute aqui, moleque! Vou levar essa garota para o Conselho e não é um fedelho como você que vai me impedir! ― gritou o espião, agora perdendo toda a mínima paciência que nunca possuiu.
― Vai ter que me matar pra isso!
― Eu realmente não me importo com esse trabalho extra. ― sorriu sarcástico, prestes a avançar sobre o mais novo.
Contudo, fora impedido pelo chute em suas costelas. Virou o rosto, caído de joelhos, para trás e enxergou Mabelly voltando a sua posição ereta. Sua expressão era a mais fria e indiferente possível.
― Não faça escolhas idiotas, seu imbecíl. ― advertiu tranquilamente. ― Preste atenção em quem você estava querendo tocar.
― Argh. Esse pirralho me irrita. ― reclamou se levantando com a mão à sua direita.
― O problema não é meu se você não tem controle sobre suas próprias emoções. Arranque um fio de cabelo desse garoto e você terá, no mínimo, dezenas de lendas querendo sua cabeça. Não envolva a minha nisso.
Ele encarou a face séria e carrancuda do jovem pirata e bufou.
― Agora preste atenção, Seion-kun. ― a morena se voltou para o Monkey. ― Nós fomos incumbidos em proteger e levar sua prima até o Primeiro Conselheiro. Isso foram ordens dadas a nós diretamente de seu tio. Para isso estamos aqui e por isso precisamos que ela venha conosco. Compreende? ― explica mais uma vez, ainda em seu tom indiferente.
― Mas eu quero proteger a Hana! Quero protegê-la porqu... ― mas o porquê ninguém além dele ficou sabendo. Um grito de dor ocupou o final da frase assim que Seion sentiu alguém o apunhalando na nuca com a bainha de uma espada.
― Larga de ser teimoso, seu idiota! ― a voz forte da espadachim do Sunny Jr. fora ouvida.
― Nara?! O que está fazendo aqui? Volte para o quarto agora mesmo! ― a jovem médica ordenava perplexa em ver a companheira ali. ― Você ainda está ferida! Precisa descansar!
― Tsc. Não me dê ordens, Issa. E isso aqui não é nada comparado aos treinos que o velhote me fazia ter. ― fez pouco caso, deixando a pobre loirinha ainda mais estarrecida e agora furiosa – Ken a segurava para não voar encima da amiga. ― E agora, pra acabar com essa palhaçada de uma vez, Hana vem com a gente. ― Hiasuki estava prestes a contestar, mas o olhar mortal da moreninha o fez se calar. ― E vocês também.
― Nani?! ― as vozes de todos os presentes, com exceção de Mabelly e da própria Roronoa ecoaram pelo porto, quase vazio àquela hora da manhã.
― De acordo. ― a espiã se pronunciou, já se encaminhando para as escadas que ligava o cais ao navio.
― Oe, Oe! Como assim, Mabelly? Nós vamos passear com esses pirralhos? Não temos tempo pra isso! ― Hiasuki saiu reclamando atrás da parceira.
― Nós precisamos levar a princesa até o Sabo-sama e o sobrinho dele não vai permitir que façamos isso por nós mesmos. Não podemos matar ou ferir o neto do nosso chefe. ― parou de subir os degraus e encarou o parceiro com tediosa indiferença. ― O que sugere que façamos? ― levantou a sobrancelha esquerda.
A resposta de Hiasuki, contudo, fora apenas mais um bufar e seus passos em direção à escada. Ayssa, Issa e Ken acompanharam os dois sem mais reclamações. Seion, por sua vez, não estava satisfeito com a situação.
― Oe! Eu sou capitão do bando! E não quero esses dois estranhos no meu navio!
― Pensei que gostasse de coisas estranhas. ― comentou Ayssa, divertindo-se com a expressão emburrada do companheiro.
― Eles não são estranhos legais! São estranhos estranhos! ― explicou fazendo careta.
― Isso não faz o menor sentido, idiota! ― irritou-se Nara. ― E vamos embora!
― Mas Naraaaa... ― arrastou a voz, enquanto era puxado pela manga da camisa pela espadachim. ― Eu não gosto deles. ― emburrou.
― Eu também não. ― confessou em voz baixa, assim que soltou o companheiro. Seu tom era sério. ― Mas não temos outra escolha por enquanto. ― suspirou cansada. ― Vamos de uma vez. ― chamou rabugenta, voltando a caminhar.
Seion iria contestar novamente, mas antes sentiu sua mão esquerda ser envolvida por uma mão delicada e quente.
― Não importa se eles vão juntos. ― a voz suave e gentil da jovem nobre ecoou ao seu lado, fazendo-o virar-se e encontrar os olhos sempre tão meigos de sua prima distante. ― Eu já me sinto segura por estar com você. ― afirmou sorrindo docemente.
Logo em seguida às palavras, a surpresa tomou os olhos do moreninho rapidamente. Entretanto, seu sorriso grande e iluminado não tardou a aparecer.
― Hai! ― concordou animado, puxando a garota ainda pela mão que segurava, indo em direção ao navio.
Nada do que havia acabado de dizer era falso. Desde pequenos, em todas as vezes em que esteve com a família de Seion e com ele próprio, o sentimento que mais predominava seus sentidos era a segurança.
De alguma forma, ela sabia que podia confiar a ele sua vida desde muito antes de precisar ser protegida.
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