O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 23
Capítulo 21 - Arco de Izra: O Combate na floresta - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Kon-nichiwa! O/ Aí está mais um capítulo pra vcs. :)
Aqui saberemos um pouco mais sobre as habilidades dos nossos protagonistas. ^^
Não teremos Flashback pq eu precisava adiantar a história atual, mas no próximo tem um gostosinho. :3
Boa leitura! ;)



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Ilha de La Vuelta, North Blue

― Mamãe! Tem uma moça dentro da árvore! – o garotinho gritara a mãe que estava mais a frente, na densa floresta.

― Não fale besteiras, Akira! Como uma mulher poderia estar dentro de uma... – sua fala, entretanto, sumira assim que se aproximara mais do filho e avistara uma garota dentro do tronco oco da grande árvore. ― Mas o quê...

― Eu disse! – Akira cruzou os braços com um sorriso vitorioso nos lábios. A mãe, porém, ignorou o comentário e caminhou até à árvore.

A roupa da garota estava encharcada e ela parecia estar desmaiada. A mulher colocou sua mão sobre a testa da jovem constatando assim o que temia: ela estava ardendo em febre. Precisava tirar aquela garota dali antes que as coisas piorassem. O céu ainda estava nublado e a probabilidade de voltar a chover em algumas horas era alta.

― Akira! Chame seu pai aqui! Vá! – ordenou ao garoto, que saiu correndo pela trilha atrás do pai.

Dito isso, a mais velha passou a observar melhor a menina.

A jovem morena aparentava não ter mais que 18 anos e com um primeiro olhar podia-se perceber que não era de família pobre; tanto pelas roupas, agora rasgadas, quanto pela pele branquinha e lisinha, que agora tinha cortes e arranhões espalhados pelo corpo. Carregava um bracelete prateado com uma bonita pedra turquesa ao centro no punho esquerdo e estava abraçada a um papel manchado, provavelmente pela chuva. A camponesa pegou o papel em suas mãos, curiosa para saber mais sobre a menor. Surpreendeu-se, contudo, ao ver um selo grande e colorido no envelope com o emblema do Governo Mundial.

― Minha menina... Quem é você? – encarou a garota desacordada ainda surpresa e admirada, buscando respostas que não vieram.

Ilha de Izra, Novo Mundo

Uma luta desigual começara assim que o dito espírito atacou pela segunda vez. Eram cinco contra um. Mas e quem disse que isso era alguma vantagem para os garotos?

O estranho era veloz e desviava de todos os ataques dos jovens. Atacando um de cada vez, ele lutava agilmente.

― Uou! Você é forte, tio! – Seion elogiou empolgado, enquanto bloqueava um dos ataques a ele com uma de suas espadas. ― Talvez eu até precise mudar meu estilo de luta. – um sorriso brotou nos lábios do garoto, que agora se afastava do inimigo e guardava a espada se preparando para usar seu lado lutador mais forte.

De fato, tanto Nara quanto Seion eram espadachins. Zoro fizera questão de treiná-los desde muito pequenos. No entanto, Seion achava muito mais divertido uma luta corporal e por isso mesmo durante todos aqueles anos esteve treinando muito mais sua força física em golpes corporais do que sua habilidade com espadas. Ou seja, por mais que ele também soubesse utilizá-Las muito bem e fosse um habilidoso espadachim, se houvesse uma luta entre ele e Nara, ambos utilizando suas katanas, Nara ganharia sem muita dificuldade – considerando que Zoro nunca pegara leve no treinamento da garota. Porém, quando se tratava de uma luta “mano à mano”, a história já mudava completamente.

A criatura não esperara Seion, apenas passou a atacar Ayssa, que agora também demonstrava ser bastante ágil. A garota conseguia desviar de todos os ataques com uma rapidez absurda. Aparentemente ela usava haki. Ao menos era o que os piratas acreditavam enquanto observavam, já que até mesmo Seion, que antes se preparava para lutar com todas as suas forças, havia parado para observá-la com um sorriso satisfeito no rosto. No entanto, percebendo que só desviar não daria um bom resultado, Ayssa encarou Ken, que se preparava para atacar o estranho de surpresa, esperando que ele a ajudasse.

“Vamos lá, Sanji-san... Acho que está na hora de mostrar tudo o que eu aprendi com você, na prática.”

O jovem cozinheiro conhecera Seion e sua família quando ainda era muito pequeno, logo nos primeiros dias de Nami, Robin, Zoro e seus filhos – na época com quatro anos cada – na cidade. Foi o primeiro amigo que o filho de Luffy e a pequena Roronoa fizeram na ilha. Por ter toda essa convivência com a família de Seion e Nara, conheceu os outros Mugiwaras ainda bem novinho, inclusive Sanji, que sempre visitou os amigos frequentemente. Toda vez que o cozinheiro dos Mugiwaras ia à ilha, Ken grudava nele e não saía mais de perto. Acabou que Sanji se tornou uma espécie de mestre tanto na cozinha quanto na luta para o garotinho.

Ken deu o primeiro passo em direção aos dois, mas não pôde continuar. Sentiu algo enlaçando sua cintura e apertando com força como se tivesse sendo esmagado por uma jiboia gigante.

― Eeeeeem?! O que diabos é isso?! – Issa gritou espantada quando viu o cipó grosso vindo da árvore em frente à janela da sala “abraçando” seu amigo. Não deu muito tempo para pensar, porque uma extensão do mesmo cipó também agarrara sua perna, fazendo-a ficar pendurada de ponta à cabeça. ― Mas que merda tá acontecendo aqui?!

Nara se assustou com a cena, mas conseguiu desviar de um dos galhos da árvore que entrava pelo mesmo lugar, assim como Seion. Ambos agora pulavam de um lado para outro desviando das chicotadas que galhos e cipós davam contra eles. Em um minuto toda a sala estava sendo invadida pela árvore, assim como um grande tigre e um gorila gigante fizeram o mesmo.

Os garotos assistiam completamente pasmos.

― Mas que desgraça é essa?! A floresta enlouqueceu?! – Nara gritava enquanto cortava os galhos que tentavam atacá-la.

― Oe, tio! Você não estava brincando quando disse que era a floresta, não é? – Seion perguntava enquanto desviava agilmente. A criatura de máscara apenas deu uma gargalhada alta.

Finalmente os cipós conseguiram capturar Nara, fazendo com que suas espadas caíssem ao chão e ela fosse abraçada, assim como Ken, por eles. Ayssa e Seion estavam encurralados contra a parede pelo gorila e pelo tigre, respectivamente.

O dito espírito os encarou de forma sombria, fazendo com que os garotos o encarassem e percebessem que haviam se metido numa verdadeira encrenca.

― Eu avisei que vocês não deveriam estar aqui!

(...)

― Ai! Merda! Torci meu tornozelo! – Ayssa xingou caída ao chão, fazendo os quatro piratas pararem de correr.

― Vem! Eu te levo! – Ken, que era o mais próximo, pegou-a no colo rapidamente, voltando a correr o mais rápido que podia.

― Oe! Não pedi pra ser carregada! – a jovem bradou irritada por estar numa situação, a seu ver, constrangedora.

― Então a deixe aí pra ser comida viva, Ken! Mal agradecida! – Nara gritou mais à frente, irritada.

― Não pedimos a sua opinião, grosseira! – Ayssa retrucou.

― Como é que é?! – Nara parou de correr no mesmo instante, mas fora surpreendida por Seion também a pegando pela cintura e jogando-a em suas costas. ― O que você pensa que está fazendo, seu idiota?! – gritava furiosa enquanto Seion saltava para longe dali e só então ela pôde ver um tronco inteiro de uma árvore gigante se contorcendo e abrindo o chão onde antes estava.

― Salvando sua vida! – ele rebateu, voltando a correr.

― Kyaaah! Que perigo! – exclamou vendo que quase havia sido esmagada pela planta. ― Mas agora pode me colocar de volta no chão!

― Não! Assim é mais rápido! – o moreninho continuava dando passos rápidos enquanto desviava vez ou outra dos galhos que os atacavam.

― Você por acaso está me chamando de lerda?! – ela tinha uma veia saltando na testa.

― Estou te chamando de barraqueira! – o “primo” sorriu divertido, enquanto recebia socos nas costas da morena irritada.

― Estamos chegando à vila! – Issa avisou feliz.

Todos então aumentaram seus passos e quando estavam prestes a deixar a densa floresta, uma massa enorme de cipós de todos os tamanhos fecharam a trilha, formando uma espécie de cerca viva gigante, o que fizera os garotos pararem de correr na mesma hora. Não tinham como sair dali.

Viraram-se na direção contrária à que corriam, ofegantes. A criatura que antes os mantinha presos aparecera a alguns metros deles. A máscara não permitia ver, mas provavelmente ele estava sorrindo satisfeito com aquilo.

Quando conseguira encurralar todos os garotos, ainda no templo, o dito espírito resolvera fazer uma brincadeira. Propôs o seguinte aos jovens: ele os libertaria do templo e eles poderiam tentar fugir da mata. Se conseguissem tal feito, deixava-os livres de uma vez se prometessem nunca mais voltar àquele lugar. Assim que pisassem na vila, eles teriam ganhado o jogo. No entanto, seriam perseguidos por toda a trilha de volta e caso fossem capturados durante a fuga, nunca mais deixariam a floresta, pois ele mesmo decidiria o destino dos cinco.

Seion não havia gostado da proposta, preferiria chutar a bunda daquele cara de uma vez e pronto. Contudo, Issa o convencera que naquele momento talvez fosse o melhor a se fazer. Não sabiam nada sobre aquele estranho. Não sabiam do que ele era capaz e precisavam voltar à vila para tentarem ajudar os homens inconscientes.

Muito à contra gosto, o garoto aceitara e assim foi feito.

― Sejam criativos para conseguirem chegar à vila. – Sugeriu sarcástico o dito espírito.

― Ah... Quer saber?! – Seion colocara Nara no chão e dera alguns passos à frente. ― Chega disso! Vamos resolver as coisas do jeito mais fácil. – sorriu.

― Parece que não há outra forma... – Issa suspirou vencida, também se preparando.

― Ken, cuide da Ayssa. Nós vamos resolver isso de uma vez. – Seion ordenou ao companheiro, que se afastara do local, levando Ayssa consigo.

Nara puxou suas três espadas, colocando uma delas na boca em meio a um sorriso de lado.

― Estava esperando você dizer isso, capitão.

― Oh... Então vocês resolveram me enfrentar de frente agora? Pois fizeram a pior escolha! – o estranho deixou claro, já avançando em direção aos três.

Avançando com a lança prateada em mãos, a criatura foi em direção à Seion enquanto o tigre de antes surgia já atacando Nara e o gorila à Issa. Ken, por sua vez, colocava Ayssa sentada sobre uma pedra ali por perto e assistia a luta dali mesmo.

Seion lançou suas três espadas para Ken, que as agarrou no ar, e em seguida estralou seus dedos, esperando o dito espírito chegar até ele. Quando o mesmo chegou perto o bastante, Seion não desviou como o espírito acreditou que ele faria. Pelo contrário, usando haki do armamento, parou a lança prendendo-a entre suas mãos. O estranho forçava sua arma na tentativa de conseguir chegar ao rosto do moreno, mas a força que o garoto colocava sobre a arma não permitia que ela se movimentasse mais.

Seion abriu um sorriso satisfeito e assim forçou a ponta da lança para o lado, quebrando-a no meio. Rapidamente o estranho se afastou, olhando de forma furiosa para o garoto.

Enquanto isso, Nara tinha uma tigresa pronta para atacá-la com toda a fúria de um verdadeiro animal selvagem.

― Certo, gatinho... Vem pra cima! – a morena chamou quando a tigresa já corria em direção a ela preparada para usar suas garras afiadas, tornando possível ouvir o tilintar das espadas. O animal forçava seu corpo contra Nara, tentando fazer com que suas patas alcançassem o alvo, mas a morena tinha força suficiente para fazer o movimento contrário. Percebendo que não conseguiria alcançar seu objetivo, a felina saltou para trás. A jovem espadachim podia jurar que ela estava pensando na melhor forma de contra atacar, mas tigres não pensam.

Pensam?

Ao mesmo tempo em que o capitão e a amiga lutavam, Issa também enfrentava o tal gorila, desviando e tentando encontrar uma brecha para atacá-lo com seu bastão, mas o macaco gigante não permitia, bloqueando todos os seus ataques. Mais uma vez ela tentou acertá-lo com o bastão embainhado em haki do armamento, mas dessa vez o gorila desviou, se afastando da loirinha. Era como se o animal também estivesse usando haki. Mas como diabos um gorila sabia usar haki?

Enquanto ainda se recuperava dos golpes recém-trocados entre ela e o animal, Issa observou por alguns segundos as outras duas lutas e então encarou Ken do outro lado, que parecia bastante atento aos combates. Porém, a expressão dele revelava que, observando tudo aquilo, ele estava começando a entender o que estava acontecendo ali.

Os dois trocaram um olhar comunicativo e então Issa voltou a observar Seion e Nara lutando.

Será que todos eles realmente foram tão ridiculamente enganados?


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Notas finais do capítulo

Até segunda! ^^