O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 18
Capítulo 16 - Arco de Izra: Doença Misteriosa?


Notas iniciais do capítulo

Sem flashbacks hoje. :c Na vdd, já aviso que o próximo flashack será só no capítulo 19, mas aí eu vou compensar com dois capítulos seguidos de flashbacks! :3

Vamos caminhando com o plot do arco. ^^ Boa leitura! ;)



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Misaki morava no interior da Cidade Sul, numa pequena vila onde as casas dos camponeses eram afastadas umas das outras, mas ainda assim vizinhas. Depois de cerca de uma hora andando, finalmente eles chegaram à casa da morena.

Era uma casa singela e não muito grande, mas que parecia ser extremamente aconchegante. Havia um jardim bem florido e diverso em frente e no meio dele passava um curto caminho de pedras; rodeando a moradia e seu jardim existia uma cerca branca, sendo entrecortada por um pequeno portão de madeira. Era um ambiente bastante acolhedor.

― Pronto! Chegamos! Essa é minha casa. – Misaki avisou já abrindo o portão e entrando em seu jardim, caminhando sobre as pedras brancas fincadas no chão.

― É uma graça, Misaki-san! Realmente amei esse lugar. – Issa observava tudo à sua volta, encantada com o lugar bem cuidado.

― Que bom que gostou, Issa-chan. É bem simples, mas é igual coração de mãe! – sorriu gentil para os garotos que a seguiam.

― Você chegou! – duas crianças abriram a porta da frente e correram em direção à Misaki com dois grandes sorrisos alegres.

― Hey! Vocês já estão em casa? – a mãe perguntou sorrindo enquanto os abraçava.

― Sim! A tia tinha que ir embora e aí ela deixou todo mundo ir embora também! – a garotinha explicou animada.

― Isso! E amanhã não tem aula! Foi a tia que disse! – o garotinho avisou com o mesmo entusiasmo.

― Tudo bem então. Vamos ver se é verdade, se não for, o nariz dos dois vai crescer e ficar grandão assim, oh! – gesticulou com as mãos, mostrando o perigo de mentirem.

― Mas é verdade! Pode olhar no caderno! Eu juro juradinho! – a menina cruzou os dedos em frente à boca, mostrando que não estava mentindo. Misaki riu fazendo cócegas nos dois, que voltaram correndo para dentro de casa.

― Oe, Misaki-san. – Seion chamou a atenção da morena. ― São seus filhos também?

― Sim. – voltaram a caminhar. ― Lenny e Jerry. São gêmeos, têm 8 anos cada um.

― Parecem ser bastante agitados! – Ken comentou rindo.

― Não fazem ideia do quanto. – respondeu da mesma forma.

Assim que adentraram à casa, se depararam com a cozinha e nela os gêmeos correndo em volta da mesa, enquanto uma jovem lavava a louça, distraída.

― Cheguei, Ayssa. – a mãe avisou, colocando sua bolsa sobre a mesa. A garota se virou para cumprimentar a mãe e se surpreendeu com mais quatro pessoas junto a ela.

― Vai ter festa e eu não estou sabendo? – ironizou.

― São pessoas que conheci hoje. Seion, Issa, Nara e Ken. – os apresentou, apontando com a mão em direção a cada um.

― E agora nós trazemos pessoas que acabamos de conhecer para casa? – Ayssa tinha um tom de deboche enquanto enxugava suas mãos.

― Seja mais educada, filha. São boas pessoas que me ajudaram em um momento difícil. – suspirou com a rebeldia da filha. Enquanto isso, os quatro apenas observavam em silêncio.

― Momento difícil? O que aconteceu? – o tom da jovem mudou drasticamente para preocupação.

― Eu fui demitida. Foi isso que aconteceu.

― D-demitida? – Ayssa se surpreendera com a notícia, obviamente não a esperava. Abaixando a cabeça se desculpou desconcertada. ― Foi por minha causa, não foi? Eu sinto muito...

A garota que mais parecia Misaki 18 anos mais jovem parecia estar realmente sentida pela situação da mãe.

― Tudo bem, querida... Nós vamos dar um jeito nisso outra hora, ok? Agora tudo o que preciso é de um banho. – Misaki pôs sua mão direita sobre o ombro da filha e um sorriso terno nos lábios. Assim que recebera um meneio de cabeça de Ayssa, seguiu caminho em direção ao banheiro.

― Fiquem a vontade. Assim que eu sair do banho explico tudo à vocês. Ayssa, seja educada! – advertiu enquanto já fechava a porta do banheiro no corredor. A moreninha revirou os olhos.

― E então? Quem são vocês, o que querem e por que conquistaram a confiança da minha mãe? – ela tinha seus braços cruzados e encarava de forma ameaçadora os quatro amigos.

― Você desconhece da palavra educação? – Nara a encaroua debochada.

― Nara... Sem estresse. – Issa repreendeu a amiga. ― Como a Misaki-san já disse, eu sou Issa e esses são meus amigos. Nós assistimos sua mãe sendo humilhada de forma injusta pelo ex-chefe e fomos até ela ver se podíamos ajudar. Ficamos chateados com a forma como ele a tratou. – explicou calma e pausadamente.

― Aquele barrigudo desgraçado. Deixa ele comigo! – irritou-se ao saber o que o ex-chefe de sua mãe havia feito.

― Eu tive vontade de chutar a bunda dele, mas a marinha estava por lá e isso iria dar confusão... – Seion comentou sem jeito, coçando sua nuca.

― Mas que ele merecia, merecia! – Ken concordou com os outros.

― Marinha? – Ayssa se sentou em uma das cadeiras à mesa, vendo seus irmãos correndo em direção à sala. ― Por que vocês iriam arrumar confusão com a marinha? – perguntou desconfiada.

― Porque nós somos piratas, ora.

― Seion, direto como sempre. – o cozinheiro ironizou.

― Que foi? Não é verdade? – Ken bateu levemente em seu próprio rosto, não acreditando na extrema sinceridade do amigo.

― Piratas?! O que querem aqui?! – Ayssa levantou já se colocando em posição de ataque.

― Oe! Vai com calma, mulher-maravilha. Não viemos fazer nada. – Nara continuava debochando, recebendo um olhar fuzilador da jovem.

― Já disse pra relaxar. – Seion riu. ― Não somos criminosos¹.

― Hum... – a jovem recém-conhecida permanecia desconfiada, mas voltou a se sentar.

Um estranho silêncio tomou conta da cozinha em seguida. Não tinham assunto para continuarem uma conversa e não queriam arriscar dizer qualquer coisa que pudesse irritar Ayssa. Não queriam briga com a filha da amiga que acabaram de conhecer.

Alguns minutos se passaram e os Pirates of King também já haviam se espalhado pelas cadeiras que ali haviam. Algumas palavras eram ditas e assuntos puxados, mas Ayssa fazia questão de ignorar todos, fazendo com que assim os quatro desistissem de puxar alguma conversa civilizada. Depois de tanto silêncio Misaki finalmente voltou do banho, percebendo o clima ali.

Ela riu.

― Já devia imaginar que isso aconteceria. Ayssa é insuportável com desconhecidos. – comentou divertida.

― Oe, Oe! Não vá me denegrindo assim na frente dos outros, mama. – retrucou indignada, fazendo todos rirem.

― Bem... Venham comigo, meninos. Vou mostrar o motivo de toda a confusão. Ayssa, vá até a casa da Yoko e peça a ela açúcar emprestado, diga a ela que depois devolvo. – Misaki ordenou à filha, fazendo essa acenar obedecendo. ― Venham. – chamou os garotos.

Caminharam os cinco pela casa, passando pela sala e então finalmente chegaram a uma porta no final de um corredor. Misaki a abriu e os piratas puderam se deparar com uma cena bastante triste. Lenny e Jerry se encontravam sentados um de cada lado de uma das camas no quarto. Os gêmeos conversavam com um homem desacordado que se encontrava sobre ela, com um pequenino cano adentrando suas narinas, provavelmente soro para nutrição do corpo. Ele aparentava ter uma média de 50 anos.

― Misaki-chan... Quem é ele? – Ken perguntou triste pela cena.

― Meu marido. Ele está inconsciente há cerca de seis meses... – a cabeça baixa e o tom melancólico na voz se evidenciaram.

― Seis meses? Isso é muito tempo! – Seion exclamou surpreso.

― Sim... Há seis meses ele foi dormir, ao chegar à manhã, já não acordava mais. Os batimentos permaneceram normais, não há nada de errado com o corpo dele... Ninguém sabe por que ele permanece em coma. E o que torna tudo ainda mais estranho é que nesses últimos seis meses, a aparência dele envelheceu. Sem explicação alguma ele parece ter 50 anos, quando na verdade tem 35. – a expressão dos quatro não poderia ser diferente. Surpresos com a revelação, não sabiam o que dizer. ― Desde desse dia, viemos passando por momentos difíceis, porque o que sustentava a casa era o que produzíamos na lavoura e vendíamos na feira natural da cidade. Com ele adoecendo isso não foi mais possível. Foi quando decidi procurar um emprego e encontrei um na farmácia, mas ainda assim a situação não melhorou muito. O que ganhava dava apenas para nos sustentar e pagar as contas, dessa forma, não sobrando nada para comprarmos todas as vitaminas que os médicos nos receitaram para nutri-lo. Foi o que Ayssa roubou essa semana... Vitaminas para adicionarmos ao soro...

Não havia como não se compadecer com a situação da mulher. O sentimento dos garotos para com ela e sua família era de verdadeira compaixão e de certa forma sentimento de impotência diante daquilo tudo. Não sabiam o que fazer para ajudá-la, quando então Issa se pronunciou.

― Eu posso dar uma olhada, Misaki-san? Sou médica e aprendiz do melhor médico do mundo: o tio dele. – apontou para Seion sorrindo. Este confirma em um meneio de cabeça. ― Talvez eu possa ajudar.

― Claro. Fique à vontade. Espero que possa me dar alguma resposta. Lenny, Jerry! Venham cá, vamos preparar um bolo para os visitantes.

― Sim, mama! – as duas crianças saíram correndo porta a fora em direção à cozinha, sendo seguidas por sua mãe, que antes de sair fechou a porta do quarto, deixando os jovens piratas sozinhos no mesmo.

Issa retirou algumas coisas de sua mochila e então passou a analisar a situação do homem com cuidado.

― Que estranho... Como que alguém vai dormir e acorda em coma? E, além disso, fica quase 15 anos mais velho em seis meses? – Seion se questionava toda a falta de sentido naquela história.

― Primeiro, se ele tá em coma não tem como ele ter acordado em coma, porque estar em coma significa estar inconsciente, que significa não estar acordado. – Nara debochou, fazendo Seion mostrar a língua, insatisfeito com o deboche da “prima”.  ― Mas realmente é muito estranho. Nunca ouvi falar de alguma doença assim. Você faz alguma ideia do que se trata, Issa?

― Não... Não existe nenhuma doença com esses sintomas. Pelo menos não foi identificada nenhuma até hoje...

― É cada maluquice que se encontra nesse mar... – Ken comentou ainda embasbacado com a loucura, fazendo os outros três concordarem.

Depois de alguns minutos analisando a situação do marido de Misaki, Issa suspirou frustrada e encarou os amigos, que permaneciam à espera de uma resposta. Negou com a cabeça, demonstrando não saber o que era.

Logo em seguida, Misaki entrou no quarto para saber se a garota descobrira algo, mas se decepcionara com a resposta. Ainda assim, contou aos garotos que seu marido não era o único a estar naquela situação, havia mais quatro homens pela vila que se encontravam em coma sem explicação alguma. Os quatro ficaram ainda mais surpresos pela revelação recente, então pediram a Misaki que os levasse até os outros homens.

Foi o que ela fez e agora estavam na casa do último deles, ainda procurando por respostas.

― E então? Alguma coisa? – Ken perguntou esperançoso, mas o que recebeu foi novamente a negação da loira.

― Assim como todos os outros o corpo dele está em perfeito estado, a não ser pelo envelhecimento repentino. Pelo que vi nos laudos de outros médicos, em nenhum deles, há traumatismo craniano, nem ferimento, nem hemorragia, nem nada. Não há absolutamente nada que possa ter causado o coma. Mas não é só a aparência deles que envelheceu, os órgãos também, o que torna isso ainda mais maluco e estranho. No entanto, não dá pra ter certeza de nada.

― Isso não faz sentido algum! – Nara exclamou agitada. ― Tem alguma coisa que você possa declarar com certeza? Qualquer coisa. – procurava sentido naquela história.

― A única certeza que tenho é que não é uma doença ou algo do tipo. Alguma coisa externa está fazendo isso. Só não faço ideia do que é. – a loirinha encarou os amigos de forma séria.

Alguma coisa muito estranha estava acontecendo naquela vila. E ele, é claro, não iriam quietar o faixo até descobrirem o que era.


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Notas finais do capítulo

Revisei várias vezes, mas se encontrarem algum erro reportem nos comentários. Posso ter deixado passar algum. ^^
Até o próximo! O/