Fica na Curiosidade escrita por vVv


Capítulo 4
Uma menininha.- Como pai.




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Não posso contar nenhuma piada.

 

Isso mesmo, estou fazendo algo que poucos tem coragem de enfrentar.

 

É preciso de concentração, força e acima de tudo inteligência.

 

-Cala a boca.

 

-Você fala?

 

- Claro que não, sou um cachorro. – Woshinton falou.(?) latiu nervoso.

 

Sim, estou  brincando do jogo do sério com meu Chiuaua.

 

Eu preciso ganhar esses biscoitos de cachorro. 

 

 

 

Renesmee se empenhava nos cutucões contra  Jacob, que não custava á acordar. 

 

- Vai Jake! Acorda- Cutucando o nariz, a boca, a testa, a bochecha. E nada dele acordar, era engraçado até.

 

- Cachorrinho mal. – Ela apontou o dedo para ele como se estivesse dando uma bronca. O jovem retribuiu um enorme ronco. Renesmee fez cara de nojo.

 

Depois de um tempo, sorriu torto, igual o pai e continuou:

 

- Iii se você não acordar, vai perder o almoço. – Hahá.

 

- Almoço? –Despertou, os olhos do mesmo estavam esbugalhados. – Lasanha? – Sem piscar, lambeu os beiços.

 

A menina começou a rir, uma gargalhada tão gostosa que contagiava. Como uma música alegre. Então Jacob, mais um vez envergonhado por ter caído no truque de uma criança, levou a mão nos cabelos de cobre e remexeu, rindo junto.

 

- Péstinha!

 

- Bobo! – Mostrou a língua, revelando as covinhas em seu rosto angelical.

 

 

 

 

Os dias passavam seguindo rotinas. Porém, sempre podia se encontrar pequenas surpresas em uma casa de vampiros. Todos estavam contentes em não precisar se preocupar com alguma visita inesperada dos Vulturis.

 

Curtir, era isso que se baseavam suas vidas, ou melhor dizendo: Eternidade.

 

 Jacob desceu para a cozinha, onde Esme passava a manhã, tentando criar novos pratos de culinária. A vampira cantarolava enquanto fazia bacon para o garoto. Realmente quem visse imaginaria que ela era uma mãe como todas as outras.

 

- Parece que sua barriga é um saco sem fundo. – A vampira murmurou, servindo o quinto prato para ele.

 

Era prazeroso para a vampira, poder usar aquele cômodo, sem precisar fingir. Além de que naquele dia, ela usava seu avental de girassóis, presente de Alice.

 

- Acredite, estou até de regime.

 

Esme riu descaradamente.

 

- O que foi? É serio! – Gospiu o menino lobo com a boca cheia.

 

 

Enquanto isso, Renesme tinha ido para o banheiro escovar os dentes, algo necessário por ser meia humana. O cabo de sua escova era toda trabalhada com flores rosas e imagens de princesas.

 

Jasper estava no corredor, observou o trajeto da menina. Ele não se comunicava muito, mas conseguia mostrar todo seu afeto pela sobrinha através de gestos. 

 

- Ah!- Gemia a menina, pulando com um pé e outro, tentando chegar na torneira da cuba

 

-Torneira chata!- grunhia, cerrando suas sobrancelhas claras.

 

- Toma aqui pequena. – Falou Jasper, colocando um banco perto da cuba.

 

- Obrigada tiú.- Ela murmurou sorridente.

 

- Não precisa agradecer, criança. – Disse Jasper, sem nenhuma emoção em sua face. Ele estava acostumado com a seriedade.

 

A menina escovava o dente e entre uma pausa ela perguntou:

 

- Tiú? O Jake namora alguém?

 

Surpreso com a pergunta, fez alguns barulhos, parecendo estar se engasgando com algo.

 

- Err... Não, exatamente.

 

- Tudo bem. – Ela disse descendo do banco. – Então eu me caso com ele.

 

Naquele dia, um dos únicos ele se mostrou surpreso e tenso. Seus lábios se abrindo, formando um “O”

 

Silêncio.

 

“O que foi isso” Pensou, agitando a cabeça, como reação.  O vampiro caiu sentado na privada de calça e ficou pensando em como a sua família era estranha.

 

 

 

 

 

Renesmee bufou e mostrou á Carlisle o quanto era chato e tedioso para menina, fazer aqueles testes.  Não adiantou, se rendendo aos caprichos da família se espichou. Ela havia crescido sete centímetros naquele dia, o que significava que seu crescimento estava acelerado demais.

 

O vampiro médico, prometeu fazer algumas pesquisas.

 

- Provavelmente é apenas uma fase. – Murmurou, tentando acalmar todos da família.

 

As horas se passaram rápidas e despercebidas com Jacob, que parecia estar de volta a infância, onde era guiado pela magia da inocência da meia vampira. Brincadeiras, doces e mais brincadeiras.

 

- E ai Nessie, o que vamos fazer agora?– Jacob perguntou alegre, com a menina que tinha as pernas encaixadas em seu ombro.

 

- Olha Jake, eu alcanço o teto! – Ela dizia enfeitiçada por estar nas alturas. O menino segurava ela com força e corria em círculos, imitando um avião.

 

- Zuumm, Zuumm, segurem-se passageiros, o avião vai pousar. – Ele a desceu na altura da sua cintura, segurando apenas com uma mão, enquanto com a outra ele fazia cócegas na barriga da garota.

 

 - Não! Cócegas não! –Os olhos da meia vampira lacrimejavam de tanto rir.

 

 Então foram interrompidos pelo som escandaloso do celular de Jacob, tocando I'm Feel Good.

 

O transmorfo cuidadosamente colocou Renesmee no chão, a mesma fez beicinho.

 

 “Qual o problema agora? – murmurou para o telefone, já sabendo ser alguém do bando”

 

“Você já viu as horas, chefe? – Seu amigo Seth devolveu a pergunta.- Os caras tão uma fera contigo e ... “

 

Jacob olhou para o pulso buscando seu relógio e se assustou, criando uma careta no rosto. “Como é possível ser quase quatro horas?” pensou nervoso.

 

“-Ai que saco Jake, você sempre me deixa falando sozinho!”

 

“-Merda, merda, merda” – Ele rugiu, procurando sua blusa que estava jogada em qualquer lugar.

 

“- Quem eu? Putz, Além de eu ligar para ti, você fica me xingando?!”

 

“- Seu Mané, não é você a merda. – Jacob riu um pouco. – Mas se a carapuça serve.

 

“- Ahh... Você me paga ... “

 

“- Tchau Seth. – Jacob interrompeu o amigo, desligando. “ E deu um sorriso de soslaio. “ Esse garoto é uma comédia” Pensou consigo, guardando o celular no bolso da calça. Logo já se encontrava todo ajeitado.

 

Todos os cômodos da casa dos Cullens eram enormes, bem decorados, com designer bem moderno para uma casa de vampiros.

 

A tecnologia era o que a família prezava bastante, além dos carros potentes e importados que fazia qualquer um babar. Não era uma forma de se exibir, apenas um pouco de adrenalina e diversão. 

 

- Você vai embora lobinho?- Renesmee disse se encolhendo no sofá.

 

- Já fiquei bastante, não acha? – Ele se abaixou para ficar na altura dos olhos da menina. – E eu tenho meu dever lá com o bando, a gente já conversou sobre isso...

 

- Mas dói tanto...- Os olhos de mel da menina brilharam mais intensamente, sua voz saiu como se estivesse sentindo dor, triste. Ela colocou suas mãos brancas e macias sobre o peito, indicando o coração.

 

– Dói demais, entende? – murmurou mais uma vez, para ter certeza que Jake tivesse escutado

 

Ela não imaginava o quanto era difícil para ele se afastar de sua impressão, algo rasgando por dentro a cada passo distante da mesma. Renesmee era seu vício, seu imã. Jacob precisava dela e quando estava próxima da mesma, não podia se afastar sem gastar toda sua força.

 

- Em mim também dói. – Ele murmurou abraçando a criança, sua voz saiu rouca entre os cachos alaranjados da menina. – Mas vai passar tá bem?

 

Voltou na posição de antes e olhou para a menina ternamente.

 

- Olha, hoje vai ter uma festa em La Push quer ir pequena?

 

A vampira sorriu um pouco e tocou o rosto do menino fazendo ele entrar naquele mundo que sua menina criava.

Ela mostrou os diferentes vestidos dela, que a tia havia comprado e estava feliz por poder estréia-los. Mostrou também a saudade da praia, queria pegar cochinhas e brincar com Claire, que havia se tornado uma grande amiga para ela.

 

- E quem disse que eu vou deixar? – Edward apareceu, fazendo ambos voltar á realidade. – Precisa da minha permissão antes mocinha... - com uma expressão séria e os braços na frente do peito, como se estivesse bravo.

 

- Ah pai! Deixa, Deixa, Deixa. – O vampiro logo tirou sua pose de mandão, revelando que havia sido uma brincadeira. E sorriu, acenando um sim. – Êêê!

 

A menina correu em direção, se aconchegando no abraço de seu pai. Enquanto se aninhava, mostrou a ele como fazia cócegas sua pele gelada contra a dela. Edward sorriu, dando um beijo de esquimó na filha.

 

- Valeu sangue suga. – Jacob fez um “jóia” com a mão para o amigo. – Eu venho as seis, beleza?.

 

- Ok, tome cuidado, você sabe como é, principalmente por causa daquele seu amigo, Jared. – Edward lembrou Jacob. 

 

- Claro, claro.

 

- Tchau lobinho. – Disse a menina.

 

- Tchau pestinha- Depois, olhou por trás e acenou para ambos, se despedindo – Tchau Velho.

 

Quando Jacob já havia ido, Edward olhou para a filha e perguntou, com uma careta.

 

- Eu sou velho?

 

A menina mordeu os lábios, temerosa em responder.

 

- Só um pouquinho.

 

 

 

 

O resto daquela tarde sem Jacob presente, se passou na normalidade. Edward ensinava algumas músicas para Bella em seu piano, em algumas pausas seus olhares se encontravam e ambos sorriam, como se fossem jovens apaixonados.

 

Rosalie estava sentada no sofá da sala, tentando procurar algum defeito em suas unhas compridas. Não encontrando nada, começou a procurar cores novas de esmalte para estrear.

 

- Alice, acho melhor comprar mais duas caixas de bom ar.- Ela grunhiu, sentindo o cheiro repugnante do transformo, na casa. 

 

- Ta em falta no mercado. – Respondeu do andar de cima Alice. A mesma estava empenhada, arrumando seus sapatos em ordem de cor e estilo.

 

- Que merda!- Sussurrou Rosalie para si mesma. E depois, com tédio, desabafou com Esme. – Eh, as coisas estão chatas ultimamente.

 

- Espero que continuem assim.- Concordou a vampira mãe, com um sorriso dócil nos lábios de cereja.

 

Enquanto isso, Emmett gargalhava alto assistindo Shrek. Ele havia decorado as falas, então ele passava o filme inteiro imitando os personagens. Renesmee estava junto do Tio, porém num certo instante ela parou de rir. E grunhiu, colocando suas mãos no pescoço.

 

- O que você tem, filha? – Indagou preocupada, Bella. Que havia aparecido para arrumar a menina.

 

- Nada. – Respondeu rouca, tremendo.

 

- Renesmee, por quanto tempo você ia continuar mentindo? –  Edward se encontrava ao lado da esposa.  Olhando atenciosamente para a Renesmee, que estava prestes a chorar.

 

- Eu não sei. -  Ela se encolheu um pouco.

 

- O que aconteceu Edward?- Bella olhou ansiosa, pedindo respostas.

 

- Ela esta com sede. E á um bom tempo, não sei como ela conseguiu esconder a dor. – Respondeu tenso, para toda a família que rodeava a criança, inquietos.  – "Até mesmo de mim." – O vampiro estava impressionado com a filha e ao mesmo tempo apreensivo pela dor de Renesmee.

 

- Foi isso mesmo que eu ouvi? – Sim! Jacob pulou da janela, entrando na casa. Típico. Porém, diferente das outras vezes, sua voz saiu grossa.

 

– Nessie, esta com dor?. – Perguntou pausadamente, como se estivesse dizendo as piores palavras do mundo.

 

Uma lágrima escorreu silenciosa dos olhos da meia vampira. A dor que nunca havia sentido antes, aumentava. Como se sua garganta estivesse sangrado. 

Ela cerrou os olhos, tentando conter a dor. E todos começaram a falar juntos, uma confusão de vozes.

 

- Mas ela caçou no começo da semana!

 

- Provavelmente é pelo crescimento acelerado.

 

- Ah...

 

- Pobrezinha, tão nova já sentindo dor.

 

- Ela precisa caçar.

 

- Cadê o Shrek? Tomara que ele fique com a Fiona.

 

- O mais rápido possível.

 

- Ainda bem que ela é meia humana e pode se controlar.

 

- Pequena? Logo a dor vai passar, ok?

 

Vários toques gelados da família ficaram presentes naquele momento, carinhosos e aflitos, mas foi o abraço quente envolta de seu corpo miúdo que á fez sentir melhor. Seu cheiro, ainda era mais presente que a dor.

 

- Eu- n-não quero m-mais matar a-animais. – Gaguejava a menina. Enterrando seu rosto no peito do jovem. – Além do mais, eu quero ir com você lobinho.

 

- Isso não vai ser possível filha.

 

- Por favor pai, eu posso me conter. – Seus olhos brilhavam. – É o que eu mais quero.

 

Jacob sentiu seu peito doer, como se milhares de agulhas estivessem perfurando seu coração. Era impossível ver sua menina triste daquela maneira.

 

- Eu posso ficar de olho Edward.

 

- Esqueça, ela vai sofrer muito se ficar lá.

 

- Não vou pai, eu até já me acostumei. – Renesmee deu um sorriso de soslaio. Tentando convencer o vampiro.

 

- Caramba, Bella?- O transformo apelou, olhando piedosamente para Bella. – Você confia em mim? Diga para seu marido.

 

Ela bufou, mas ela concordava com o amigo. – Carlisle, é tão perigoso assim?

 

- Acho que ela pode agüentar por um tempo.  – O vampiro murmurou, apoiando.

 

-Pai? Deixa, Deixa, Deixa?

 

Edward revirou os olhos.

 

- Vocês tem duas horas. No máximo. – Ele emburrou e fez sinal para eles irem. – Vão antes que eu me arrependa. – Indicou a porta, um tanto que estúpido.

 

- Você devia se arrepender de deixar um cara imundo que nem ele entrar na nossa casa.-Falou Rosalie, se intrometendo e apontando para Jacob, com desprezo.

 

- Como fazer os olhos de uma loira brilharem?- Perguntou o transformo sorrindo - Enfie um fósforo aceso no ouvido dela.

 

Jacob já estava fora da casa, o rosto da menina estava apoiado nos ombros do transformo. Todos riram da piada do mesmo.

 

-Se eu pudesse matar alguém usando a mente, você seria o primeiro. – Rosnou Rosalie.

 

- Que pena que não tem uma né, loira? – Mostrou a língua, brincalhão.

 

Antes que a vampira pudesse ofender o jovem, ou tentar algo agressivo. A porta se fechou. “ÊÊ Ponto para o Jacob.” Pensou o mesmo, fingindo estar segurando um troféu. E os sinos infantis da risada da Renesmee atingiram o jovem.

 

E eles foram por todo caminho, cantando uma musica que ambos ouviram certa vez. Jacob pulava para o lado e para outro,dançando fora do ritmo.

Ela ria, puxando o cabelo do seu lobo, se divertindo. A dor parecia não mais existir.

 

http://www.youtube.com/watch?v=5Yv5TEY7KAU&feature=related

 

 “Todos os dias na escola quando via você Meu coração batia forte eu nem sabia porque Eu era apenas um menino descobrindo a paixão Eu te olhava todo tempo e nem sabia a razão “   

Cantou fora do ritmo Jacob.

“Até que um dia seus olhos olharam nos meus Suas mãos na minha mão tocou O primeiro beijo me fez entender O que eu sentia era amor Tudo parecia um sonho Dentro de mim era só felicidade Até que meu pai me falou: “    

 

   Continuou Renesmee, gaguejando nas palavras mais longas.

"meu filho nós vamos pra outra cidade!. "

Cresci longe da menininha Eu nunca esqueci a minha menininha”  

 

    As vozes eram completamente diferentes, mas de alguma forma a canção ficava harmoniosa com ambos cantando.

 

“Ah! Avisa que tô voltando Avisa que eu tô chegando Eu voltei pra gritar Te amo, te amo, te amo, te amo”

 

 Gritaram os dois juntos, com as mãos para cima, balançando para os lados, como se estivesse assistindo um Show.

 

Mas o final daquele Show , não seria aplaudido se dependesse do nosso amigo de olhos vermelhos.

 

 

 

 

Eu perdi! Merda, merda, merda.

Hunf, mas ele trapaceou tenho certeza.

Ainda bem que consegui roubar um biscoito, o laranja, o meu preferido.

 

Quem sou eu?

Fica na curiosidade, baby.

 


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