Amizade... Ou Não? - É só o começo. escrita por Alessa Beckett Castle


Capítulo 15
Palhaços e História


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei, e peço desculpas. Mas eu estou de volta as aulas e estava trabalhando. Agora tenho as tardes livres e vou manter atualizada o máximo que eu conseguir.

A quem acompanhava outras fics minhas, vou trabalhar para mantê-las atualizadas também.

Espero que gostem!



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      - Ótima ideia. Vamos desvendar o que esse cara está planejando. Muito bem Annelise. – Murmurou Anne, para si mesma. – O que diabos eu tinha na cabeça?

      - Senso investigativo. – Respondeu Kate. – Você não podia adivinhar que esse cara era um sádico fã do arquinimigo do Batman.

      - Podemos pensar nisso depois. Agora, vamos pensar em como sair daqui. – Disse Johnny, olhando ao redor deles. As paredes ainda se moviam, e pareciam aumentar a velocidade a cada segundo.

      - Certo. É uma pista de gelo, com contato próximo ao fogo. Do outro lado da parede, devemos ter água. Se pularmos pela parede, vamos nos queimar um pouco, mas cairemos na água em seguida. Vamos ter no máximo vermelhidão pela pele. – Concluiu Anne.

      - Você quer que a gente passe pelas chamas? Com armas de fogo? Não é, no mínimo, suicida? – Perguntou Johnny.

      - Não se as armas forem primeiro. – Respondeu Kate.

      Eles arremessaram as armas, e ouviram o barulho de algo atingindo a água. Logo, a teoria de Anne estava certa.

      - Eu vou primeiro. – Disse Anne, pulando as chamas. Depois de três segundos, podia-se ouvi-la. – Tudo certo. Venham.

      Eles pularam pela parede e caíram na água fria. Assim que submergiram, os três nadaram até a borda e subiram. Não demorou muito até Napier aparecer.

      - Vejam só, senhoras e senhores. O nosso trio de policiais escapou com maestria. Agora, vamos ao nosso próximo desafio. Quem de vocês já levou um tiro? – Questionou, apontando a arma para eles. – Brincadeira. Eu investiguei vocês enquanto tentavam escapar, e sei que só um de vocês não foi alvejado. – A mira ficou somente em Johnny. – Próximo desafio: Quem vai atrás de mim e quem cuida do baleado? – Lançou Jack, puxando o gatilho e acertando Johnny no peito.

      Anne ficou dividida entre socorrer Johnny e pegar o bastardo. Kate não hesitou em correr atrás de Napier, o capturando no meio da rua. Vendo-o ser preso, Anne correu para Johnny, que olhava para todos os lados, desesperado.

      - Hey, hey. Olha pra mim. – Dizia Anne. – Vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem. – Ela nervosamente pegou o celular e iniciou uma ligação. – Espo? É a Anne. Precisamos de uma viatura aqui no Rockfeller. Certo. Mais uma coisa. Pode mandar uma ambulância vir o mais depressa que puder? Johnny foi baleado. Obrigada. Vai dar tudo certo, Johnny. Só fica comigo. – Pediu ela, olhando nos olhos dele.

      - Eu sei. – Sussurrou ele. – Você nunca mente pra mim. Não pra mim. – Concluiu com um sorriso.

      Havia uma ambulância nas proximidades, que chegou em três minutos. Eles o colocaram na maca e a ambulância saiu na mesma velocidade que foi. Espo chegou logo em seguida, indo até elas, que estavam com Napier.

      - Eu nem vou questionar. – Respondeu simplesmente, ao ver o suspeito. – Vamos lá, palhaço. Você vai se arrepender do segundo em que puxou esse gatilho. – Declarou, com raiva.

      - Claro que vou, Gordon. – Devolveu o lunático.

      - Eu explico depois. – Disse Anne. – Quem vai levar a moto?

      - Eu levo. – Prontificou-se Kate. – Você vai com Espo.

      - Tem certeza? – Indagaram os dois.

      - Não. Vem comigo. – Pensou melhor.

      O caminho de volta à delegacia foi um completo silêncio. No entanto, Kate podia sentir a raiva emanando de Anne. Assim como o medo. Chegando lá, Espo levou Napier, ou qual fosse o verdadeiro nome dele, até a cela e o manteve lá, algemado.

      - Pelo menos isso. Eu vou até o hospital. – Disse Anne.

      - Eu te largo lá. – Ofereceu Kate.

      - Não precisa. Eu...Peço para Castle. Vocês têm um interrogatório para fazer.

      - Está certo. Só avisa se precisar de qualquer coisa.

      Ela assentiu, logo saindo do local.

      ----- // -----

      Anne estacionou sua moto e desceu, indo apressadamente para a ala de emergências.

      - Olá, eu preciso saber sobre um rapaz baleado. Jonathan Blake Ridges.

      - Certo, aguarde um momento. – Respondeu a recepcionista, pacientemente. – Ele ainda está em cirurgia. Você seria o quê dele?

      - Namorada. Pode me avisar quando acabar?

      - Claro. Só preciso que os pais ou tutores compareçam aqui para assinar uns papéis.

      Neste momento, Anne empalideceu. Havia esquecido completamente de avisar os pais de Johnny. Pior, nem sabia como iam reagir.

      - Sem problemas. – Respondeu ela. – Eu vou ligar para eles. – E saiu, procurando o contato deles. Demorou um bom tempo, até alguém atender o telefone.

      - Gravadora J.Ridges, em que posso ajudar?

      - Tina? É a Anne. Será que eu posso falar com a Michelle ou com Jack?

      - Anne, eles estão em uma reunião importante. Contrato com uma boyband britânica. Não pode esperar?

      - Na verdade não. Aconteceu uma coisa com Johnny, e pelo menos um deles precisa vir ao hospital.

      ----- // -----

      Kate estava analisando o quadro de investigações enquanto Espo e Ryan interrogavam o assassino. Dava para ouvir os gritos de Espo de longe.

      - CONFESSA! POR QUE VOCÊ MATOU TODOS ELES?

      Ela estava pensando em intervir, mas a capitã havia pedido para ninguém interromper o interrogatório, a menos que fosse extremamente necessário. Ela deixou o seu raciocínio de lado ao ouvir o elevador abrindo e Castle entrando, com Jamie nos braços.

      - Hey, olha quem veio ver a mamãe no trabalho. – Disse ele, brincando com o bebê.

      - Oi meu amor. – Respondeu Kate, sorrindo e pegando Jamie nos braços.

      - E eu? Não ganho nem um oi? – Indagou Rick, fazendo beiço. – Como estão as coisas?

      - Papai está com ciúmes Jamie. – Brincou Kate. – Estão meio tensas. Espo e Ryan estão fervendo de fúria na sala de interrogatório, Johnny ainda está no hospital, aliás, tem alguma notícia?

      - Eu esperava que você tivesse. Por que eu saberia algo?

      - Você acabou de vir de lá.

      - Kate, você está bem? Eu acabei de vir de casa. Não passei nem perto do hospital.

      - Achei que você tivesse largado An... Eu vou matar aquela garota.

      - Kate, o que...

      - Vem comigo. Vamos ao hospital.

      ----- // -----

      - Oh meu Deus! Como isso pode acontecer? Meu bebê! – Exclamava uma mulher andando de um lado a outro da sala de espera.

      - Michelle, se acalme. Ele vai ficar bem. Vai ficar tudo bem. – Respondia um homem trajado em um terno. – Obrigado por nos avisar Anne. – Agradeceu o homem.

      - Era a minha obrigação Jack. E eu sinto muito mesmo por isso. – Ela respondeu, sem olhá-los. Não tinha coragem de erguer os olhos em direção a eles.

      Eles aguardaram por umas duas horas. Anne se levantou para buscar água para o casal, quando viu Kate e Rick entrando pela portaria.

      - Droga. – Disse ela, se escondendo atrás de um pilar. Quando acreditou estar tudo tranquilo, saiu de seu esconderijo. Ao ir em direção ao bebedouro, ela sentiu uma mão segurar seu ombro.

      - Annelise...

      - Não complete isso, por favor. Eu sei o que eu fiz, e faria de novo.

      - Você podia ser presa.

      - Não podia não. A moto está no meu nome.

      Ela recebeu um olhar descrente de Kate.

      - Ok, ela não está. Mas eu tenho meus motivos, e depois a gente conversa isso. Você está furiosa e preocupada, e eu entendo. Mas eu lidei com muitas coisas em L.A. desse jeito e vai demorar a eu aprender a fazer isso de outra maneira.

      - Depois a gente conversa então. Eu te ajudo com a água, vamos.

      Estavam todos sentados na sala de espera, ou quase. Anne não conseguia ficar quieta. O que a fez parar de andar foi o médico entrando no local.

      - Família de Jonathan Ridges? – Todos voltaram a atenção para o médico. – Eu sou o Dr. Mathews e só posso dizer que é um menino lutador. A cirurgia foi um sucesso e removemos a bala. – Eles relaxaram um pouco com a notícia. – No entanto, o corpo dele ainda está em recuperação e ele está em coma. Nada muito alarmante. Sabemos que ele vai acordar sim, só não sabemos quando. Eu preciso dos pais ou responsáveis para assinar uns papéis.

      Michelle e Jack seguiram o médico. Kate e Rick sentaram nas cadeiras da sala e Anne estava fixando um ponto qualquer.

      - Anne? – Chamou Castle. – Acho que devíamos ir pra casa.

      - O quê? Ah, sim. Vamos. – Respondeu ela, sabendo o que vinha pela frente.

      ----- // -----

      Eles adentraram o loft. Rick foi colocar Jamie para dormir, enquanto Anne sentou no sofá, encarando uma Kate assustadoramente tranquila.

      - Você tem bastante coisa para explicar. Primeiro: por que você pegou a moto?

      - Porque eu estava com saudades dela. Foi errado? Foi. Assim que acabar o sermão, eu a devolvo e pego de novo quando tiver carteira.

      - Pelo menos você tem consciência. Segundo: que história é essa de algoritmo hacker?

      - Melhor se sentar, porque lá vem história longa. – Respondeu ela. Kate se sentou ao lado dela, e ela começou. – Eu e Johnny estávamos na sétima série de nossa antiga escola, meses antes de ela fechar. E eles bolaram essa Feira da Criatividade, onde os alunos tinham que aplicar seus conhecimentos. Podia ser em conjunto ou individual. Óbvio que nós formamos uma dupla, e planejamos criar esse algoritmo juntos. Ele ia se chamar HackMaster. E começamos a desenvolvê-lo. Levamos um mês para cria-lo, só que eu enxerguei um potencial maior nele, onde poderíamos vender para algum órgão de segurança internacional, e Johnny queria somente criar um programa para melhorar a segurança da escola. Isso desencadeou diversas brigas entre a gente, até que chegamos ao ponto em que ele desistiu do projeto. Foi o pior dia da minha vida. Até dois anos atrás pelo menos. Enfim, eu segui com o projeto, tendo a finalidade que Johnny queria. O algoritmo Jonathan Ridges ganhou o segundo lugar, mas teve excelente uso no colégio, até ele fechar.

      - Você pôs o nome do algoritmo em homenagem a Johnny. Isso foi muito legal da sua parte. E quanto ao fato de você tê-lo usado na delegacia...

      - Eu tenho permissão do governo para usá-lo. Como eu disse, ele tem potencial. Claro que todo e qualquer acordo que eu fizer com eles, será com o consentimento de Johnny. Afinal, é metade dele e leva o nome dele. Eu só espero que ele viva para ver isso. – Suspirou ela.

      - Ele vai ficar bem. Você ouviu o médico. – Respondeu Kate, abraçando a garota. – E me responde uma última pergunta: Que história é aquela de “Eu lidei com muitas coisas em L.A. desse jeito”?

      - Ah sim. Sendo órfã e sustentando uma tutora vagabunda e a si mesmo na Cidade dos Anjos, você acaba sucumbindo ao crime. Isso antes de me infiltrar na LAPD, claro. Mas nas ruas... Ou você caça, ou é caçado. E Sarah não me deixava muita escapatória.

      - Foi muito difícil esse último ano? – Perguntou Kate.

      - Quando ela não me queimava com cigarro ou me batia com o cabo da arma dela, ela me deixava do lado de fora da casa para “botar os vagabundos para correr”. – Ela respondeu, mostrando as queimaduras de cigarro nas costas, junto de alguns cortes que estavam nos braços também. – Fora o fato de eu ter virado afiador de facas.

      - Meu Deus Anne. Por que você nunca nos contatou? – Interrogou Kate, com um tom de desespero. – E o que a sua tia teve a dizer disso?

      - Tia Steph morreu dois meses depois que aquilo me arrastou para Los Angeles. – Suspirou ela. – E a falta de contato não foi por falta de vontade. Depois da minha visita a vocês, ela cortou toda forma de contato que eu tinha. E outra, não ia incomodar vocês com meus problemas. Vocês já têm a vida pessoal de vocês. E vou melhorar para não trazer o meu “lado L.A.” à tona. Sério, a moto vai voltar para a delegacia. Vou devolvê-la agora e pegar um táxi de volta ao hospital. – Ela ia se levantando, quando Kate pôs a mão no ombro dela.

      - Negativo mocinha. Deixe a chave comigo e EU a devolvo. Já se arriscou demais com a lei. Só não te levo pra cadeia agora mesmo porque sei que você já aprendeu. Mas ainda assim vai ter uma punição. Depois que Johnny melhorar, vai ser daqui para a escola, de lá para a delegacia e da delegacia para cá. Por duas semanas. – Finalizou ela. O que ela não esperava era que Anne abrisse um sorriso e a abraçasse. – Você está feliz por isso?

      - Nem um pouco. Mas só o fato de você me colocar de castigo diz que se importa. Lex e Jamie têm muita sorte em ter vocês. Vou chamar o táxi.

      - Está bem... Agora me dá a chave da moto. – Disse ela, com a sobrancelha arqueada.

      - Droga... Aqui. – Respondeu, entregando a chave da Harley.


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Notas finais do capítulo

Cruel, eu sei. Sou do mal e provavelmente ainda vou matar alguém no decorrer dessa fic. Não se preocupem, pretendo que seja um criminoso.

Até o próximo capítulo. Bjs, Ale ;)



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