O Assunto Ainda Não Acabou escrita por RookQueen


Capítulo 9
Toque Corvino




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"Todos nós temos um potencial, apenas temos que descobri-lo."

Foi aproximadamente lá pelas dez e meia da manhã que Draco recebeu a visita desesperado de um de seus elfos domésticos, não entendeu muita coisa do que a criatura dizia, pois o mesmo chorava descontroladamente e se ameaçava com severas punições. O loiro desistiu de compreender o elfo no momento em que o nome de Hermione foi mencionado, Draco agarrou rapidamente o pequeno pulso magro da criatura, que nem havia notado que tinham aparatado.

Agora se encontravam diante dos imponentes portões de ferro, na entrada da mansão Malfoy.

–Me leve até ela- Ordenou.

O elfo saiu correndo em direção à mansão com o seu senhor em seu encalço, eles adentaram as grandes portas seguindo para a grandiosa escada, onde subiram de dois em dois degraus. Atravessaram as extensões dos corredores até chegarem ao quarto que Draco dividia com a esposa.

–Hermione!- Gritou ao vê-la sobre a cama aos prantos.

Narcisa que tentava inutilmente consola-la, deu passagem para seu filho se aproximar. Assim que a voz conhecida de Draco atingiu os ouvidos de Hermione, ela correu para os seus braços, intensificando o choro.

–Calma, eu estou aqui, calma- Disse tentando tranquiliza-la- Está tudo bem.

–Não está bem- Foi a vez da castanha gritar- Meu filho, aquele desgraçado vai matar meu filho, eu vou perde-lo.

–Não meu amor, tudo vai ficar bem, é só questão de tempo.

–Draco!- Chamou a matriarca da família- Temos que conversar.

Ele olhou para sua mãe, na tentativa de dizer que aquele não era o momento mais propicio para lhe passar sermões ou criticar sua vida, precisava ficar com Hermione agora, ser forte por ela, por Peter e por si mesmo.

Contudo os olhos azuis de Narcisa diziam que eram preciso eles conversarem naquele instante, tinha algo de importante para lhe falar, e o loiro sabia que era alguma coisa relacionada ao estado de sua esposa.

–Por favor- Narcisa pediu.

–Dine!- Chamou o elfo- Quero que fique com minha mulher por um minuto, não vou demorar. Se precisar estarei no escritório, e não pense duas vezes em me chamar, entendeu?

–Sim senhor, Dine entendeu- Disse a criatura de cabeça baixa, enxugando as lágrimas que ainda caiam.

Draco depositou um singelo beijo no topo da cabeça de Hermione, um ato protetor, e “covardemente” ele a deixou. Mãe e filho se retiraram do quarto, seguindo lado a lado, a matriarca não falou nada até chegarem ao escritório que ficava no andar de baixo.

–O que tem a me dizer, mãe? Vai me falar que sou culpado por tudo isso? Pelo meu sofrimento, pelo sofrimento de uma criança inocente, apesar de minha esposa merecer esse inferno todo- Comentou se servindo de uma dose forte de conhaque, enquanto recitava um dos primeiros discursos de Narcisa depois que esse pesadelo teve inicio.

–Não me venha com acusações para cima de mim garoto, saiba que foi eu que mandei aquele elfo chorão lhe chamar- Retrucou se acomodando elegantemente em uma poltrona ali.

–Desculpe, é que nessas ultimas semanas estão sendo difíceis para mim.

–E as coisas vão piorar daqui para frente.

(...)

No Quartel General dos Aurores se encontrava em silêncio, a quietude do lugar só não era completa pelos murmúrios e expressões de cansaço e irritação.

–Quem é aquela?

A atenção de todos se voltaram para a entrada da sala, para a figura que quem a visse vestida de maneira tão... “Normal”, não diria que aquela era a amiga biruta de Harry.

–Senhora Longbotton?!- Perguntou Chris em duvida.

–Chris!- Respondeu sorridente, se aproximando de sua mesa- Olá, como vai? E Por favor, me chame de Luna, senhora é algo tanto formal.

–Estou bem, obrigado, mas, o que está fazendo aqui?

–Ah, vim ver o Harry, faz tempo de não conversamos, então pensei em dar uma passada aqui para trocar algumas palavras com ele, eu não estou atrapalhando, estou?

–Claro que não- Mentiu- É que o Harry não está.

–Não tem problema, vou mandar uma coruja para ele mais tarde, mas e você?- Disse mudando de assunto- Obteve algum sucesso nos interrogatórios?

–Na verdade sim, porém a informação que conseguimos nós vez voltar para o inicio do jogo, não temos quase nada nas mãos.

–Entendo, espero que a situação mude.

–Closs, acho que já falou mais do que devia sobre o caso que é confidencial- Repreendeu um de seus colegas.

–Não se preocupe, minha boca é um tumulo, caso contraria é apenas executar um Obliviate em mim- Ela comentou rindo- Bem, tenho que ir, foi bom te ver Chris.

–Igualmente!- Disse pensativo.

(...)

–Você está falando serio?!- Perguntou Draco, não acreditando no que Narcisa havia lhe contado sobre o ocorrido de horas mais cedo.

–Infelizmente não.

–Ele é louco. Doente. Insano. Como pode fazer isso? Peter é apenas uma criança indefesa. Merlin!- O loiro andava inquieto de um lado para o outro.

–Ainda tem mais- Alertou- Meia hora depois, Hermione recebeu outra coruja do Weasley, na carta dizia que a cada três dias, começando a partir de hoje, ela recebera outras partes do corpo de Peter.

Draco abriu a boca para expressar sua indignação, entretanto um nó se formou em sua garganta, impedindo que sua voz cheia de ira saísse. Causando-lhe mais dor.

Ele jogou seu corpo sobre o sofá azul escuro de três lugares, estava desolado, tudo que queria naquele instante era nunca ter conhecido Hermione, ou pelo menos jamais ter se apaixonado por ela, com isso pouparia todos desse sofrimento.

Seus olhos começaram a arder, e aquela sensação, agora, tão familiar e uma dor incontrolável surgiu em seu interior. E lá estava, Draco a chorar, mais uma vez. Isso estava se tornando quase uma rotina ultimamente.

Narcisa o observou surpresa, da ultima vez que viu o loiro chorar foi quando tinha oito anos, e o motivo havia sido a compra errado de seu presente de natal. Ela se sentiu ameaçada, alguém estava fazendo seu filho sofrer e não podia fazer nada para mudar essa situação, Narcisa se sentia falhar como mãe.

–Draco, sei como está se sentindo e como está sendo tudo muito complicado de aguentar, foi assim que me senti quando seu pai envolveu você nos planos de Voldemort, mas você tem que ser mais do que forte agora, manter a cabeça no lugar e pensar na sua esposa e filha- Ela soltou um suspiro cansado- Posso não entender muito do assunto, contudo, me parece que sua mulher esta com inicio de depressão, e isso está começando a me preocupar. Se o pior vier acontecer com Peter, eu temo pela sanidade dela.

(...)

–Senhor?!- Disse o auror mais novo da equipe- Acabamos de receber uma coruja da senhora Malfoy, ela pede para que o senhor ou outro de nós vá para a residência Malfoy. Ela disse que é urgente.

–Hermione mandou a carta?- Perguntou Harry aflito.

–Acho que não, foi assinado com N. Malfoy, creio que seja Narcisa Malfoy.

Okay, reúna dois aurores que esteva disponível para me acompanhar até lá.

O rapaz assentiu, se retirando da sala de Harry tão rápido como chegou. Chris entrou logo em seguida.

–Onde você está indo?- Questionou, observando ele vestir o casaco.

–Estou indo para a mansão Malfoy.

–Espera um pouco, preciso falar com você, é importante- Ele fechou a porta, forçando Harry o ouvir- Hoje mais cedo sua amiga, Luna, apareceu aqui para visitar você. E enquanto conversávamos ela disse uma coisa que eu fiquei pensando depois.

Harry estava se segurando para não rir, não acreditava que o inteligente Christian Closs havia caído no papo de Luna a respeito de suas criaturas imaginarias.

–Olha, sei que ela é uma ótima pessoa e interessante para se conhecer, porém, não dê atenção quando Luna começar a falar de assuntos que não foi comprovada a existência.

–O que?- Perguntou confuso- Não é nada disso. Ela fez um comentário sobre o feitiço Obliviate– Explicou- Então eu fiquei refletindo, e se o Weasley executou esse feitiço no irmão?! Para ele esquecer, por exemplo, a localização do esconderijo de Rony.

Uma luz se acendeu para Harry, tudo começou a fazer sentido agora. Hermione era a única pessoa que conhecia que poderia realizar o feitiço tão bem, extremamente bem, como sempre, pois apenas os especialistas haviam conseguido reverter o dano causado no casal Granger.

E ele lembrou que uma vez ouviu Rony pedindo para que ela o ensinasse a executar o feitiço, na época a castanha tinha se recusado ensina-lo, argumentando que era um feitiço perigoso. Todavia, Hermione pode ter ensinado o ruivo anos mais tarde, durante o casamento.

–Será Chris?

–Tem que ser, essa é a única razão pela qual o Veritaserum não funcionou. Ou ele foi enfeitiçado ou está realmente dizendo a verdade.

–Está certo- Falou confiante nas palavras do colega- Tenho que encontrar Narcisa Malfoy, enquanto isso você faz uma petição para o departamento de Execução das Leis da Magia e também para o departamento de Acidentes e Catástrofes Magicas, vamos ver se conseguimos a liberação para reverter o feitiço em George ainda hoje.

Okay!- Respondeu animado.


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