O Assunto Ainda Não Acabou escrita por RookQueen


Capítulo 7
Saudades de Rabicho




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“A dor é tão necessário como a morte.”

Segundos depois Rony havia dado falta da presença de Peter, e ao ver a porta de onde o mantinha aberta, percebeu o erro que tinha cometido. Sai atrás do garoto, o procurando em cada canto daquele lugar, e para sua felicidade o encontrou de frente a porta central, tentando inutilmente abri-la.

O ruivo se aproximou com cautela, não por medo, mas por divertimento. Não tinha pressa em seus lentos passos, sabia que Peter não conseguiria abrir aquela porta, que por sinal estava muito bem trancada – tanto por fortes e grossas trancas como também por magia.

–Sua insolência e atrevimento chegam a me aborrecer- Comentou Rony.

O garoto virou se assustado, contraindo as costas contra a madeira da porta, estava amedrontado com o que o homem a sua frente poderia fazer por sua fuga fracassada. Peter observava cada movimento do ruivo, que mostrava, pelas suas feições, decepção e um brilho estranho de loucura.

–Estava tentando fugir?- Disse o homem com um tom sinistro na voz.

Ele nada falou, estava muito claro o estava tentando fazer, contudo sabia o que Rony pretendia fazer com aqueles comentários. Ele agia como um leão, envolvendo a sua pressa em uma dança hipnótica, até dar seu ataque fatal.

O que o ruivo não esperava era que Peter sabia muito bem jogar esse jogo, do seu jeito é claro, mas sabia.

–Não, apenas estava dando uma volta para conhecer o lugar, já que você não me mostrou- Respondeu em alta voz.

Rony ficou surpreso com a declaração de deboche, o garoto havia perdido o amor à vida ao se atrever a pronunciar tais palavras, o ruivo percebeu que não causava mais medo em Peter. Então resolver deixar seu lado negro vir à tona, revelando assim sua verdadeira natureza, ou a que descobriu durante seu tempo na sóbria Azkaban.

–Sua coragem impressiona, chega a lembrar de alguém que queria ser o que não era, sempre nas sombras de seus protetores- Disse ele em tom de voz baixo- Você se parece com ele, mas espere, não pense que estou falando do seu patético pai , não. Essa pessoa mesmo sendo covarde foi muito mais além do que seu pai foi e será capaz de ir, vou lhe contar história dele.

(...)

–Onde está meu filho, seu vagabundo- Falou Draco dando um soco na face de George.

–Malfoy, por favor, se controle- Pediu Harry, enquanto dois aurores segurava o loiro, o impedindo de avançar sobre o Weasley.

–Esse desgraçado ajudou a raptar meu filho e você quer que eu me acalme.

–Preste atenção, as coisas aqui funcionam do meu jeito, se você não as seguirem favor se retirar- Respondeu Potter irritado.

Todos estavam com os nervos a flor da pele, e a tensão era visível na atmosfera, qualquer palavra mal dita ou mal interpretada resultava em uma discussão. Eles estavam exaustos, queriam que aquele caso terminassem o mais rápido, pois Harry estava exigindo muito além do normal.

–Faça o seu trabalho então- Disse Malfoy se controlando para não socar ele também.

–George, vamos deixar as coisas mais fáceis para os dois lados, se você cooperar, garanto que conseguirei uma pena razoável para você, caso o contrario, já sabe - Falou ignorando o loiro- Irá direto para Azkaban. Pense em sua família, seus filhos. Como acha que sua mãe vai se sentir ao receber a noticia que mais um filho dela está em Azkaban.

–Eu só fiz o que era certo, estava ajudando meu irmão, contudo não tinha conhecimento do que Rony planejava- Respondeu George- Ele disse que somente queria ver o Peter, entretanto ninguém podia saber, pois Rony tinha medo de Hermione negar isso a ele.

–Porém, quando ficou sabendo que seu irmão havia feito, você o encobriu- Comentou Chris.

Draco estava se controlando para não atacar o ruivo novamente, seus punhos estavam fechados com força, tremendo de inquietação. Ele observou os dois aurores postados ao seu lado, prontos para agir caso o loiro tentasse alguma coisa, Draco se segurou ao máximo, controlando suas emoções para não realizar nada irracionalmente.

–Eu tentei entrar em contato com Rony após aquela noite, mas ele não me respondia, apenas na noite seguinte meu irmão me visitou- Disse George de cabeça baixa- Tivemos uma longa conversa, o que não me lembro de como terminou.

–O que vocês conversam?- Perguntou Harry.

– Procurei convencer Rony a desistir de seu plano, tentei o fazer deixar Peter em paz e entrega-lo para seus pais, até aconselhei Rony a deixar tudo e fugir- Respondeu envergonhado por seus atos- Contudo ele não me ouviu, foi então que nós discutimos e ai não me lembro de mais nada.

–Sua filha havia dito que vocês tinham ido levar alimento para seu irmão, nos fale onde fica o cativeiro em que Ronald está mantendo Peter Malfoy- Questionou Chris.

O delicado clima que estava sobre a equipe de aurores desde o inicio das investigações estava preste a se quebrar, muitos ali já se sentiam aliviados por mais um caso semi resolvido e por pouparem seus esforços. Afinal, o evento do rapto do herdeiro Malfoy havia sido uns dos mais esgotantes que tinham enfrentado, depois da caça aos comensais fugitivos.

–Ele está mentindo- Interferir Draco.

–Malfoy queira ficar em silêncio, está atrapalhando o nosso trabalho se não percebeu- Disse Harry sem olha-lo.

–Porque não dão a ele uma poção Veritaserum?- Ele sugeriu.

–Isso já foi feito, o Weasley está sobre o efeito da mesma- Comentou um auror do outro lado da sala.

Draco não entendeu, era para o Weasley estar vomitando verdades, porém parecia que a poção não estava resultando em nada – mesmo que eles garantindo que ele havia tomado.

Porque não estava dando certo?

(...)

Após o breve instante de tensão, Rony se dirigiu, sem dizer nada, até outra parte daquele salão que se encontravam, ele remexia a gaveta de um balcão que havia ali. Parecia que procurava alguma coisa importante para poder dar continuidade a sua conversa com Peter, o garoto aguardava-o, preocupado.

Peter dividia sua atenção entre observar os movimentos do ruivo e em procurar uma nova rota de fuga alternativa. Ele pode ver um sorriso sinistro se formar nos lábios de Rony, assim que o mesmo encontrou o que tanto queria, a sensação de o ver sorrir daquela forma fez com que o garoto se sentisse mal.

Rony retirou o objeto da gaveta, o suspendendo em frente ao seu rosto, ele o olhava com admiração e adoração à faca de cozinha velha. Peter engoliu em seco cada vez que o sorriso do ruivo aumentava, revelando mais dentes do que o necessário. Agora o ruivo caminhava de volta, em direção ao garoto, ainda olhando apaixonadamente para a peça.

–Quando eu tinha mais ou menos a sua idade, ganhei um presente de aniversario do meu irmão Carlinhos, era usado, claro, mas já estava acostumado com isso, mas esse não é assunto para ser discutindo agora, bem...- Falou Rony sem olhar para Peter- O que ganhei foi um rato, velho, gordo e preguiçoso. O animal não tinha nada de mais, a não ser a falta de um dedo, que depois de anos eu fui descobrir que ele era na verdade um animago– Continuou se aproximando mais do garoto- Você sabe o que é um animago, não sabe?!

–O burro aqui é você não eu- Respondeu Peter automaticamente.

–Que bom, isso facilita para os dois lados- Comentou sorrindo amigavelmente- Então, aquele rato era ninguém menos que Peter Pettigrew, um medroso que traiu os pais de Harry. Seria muita conhecidencia você possuir o mesmo nome que o dele, não acha.

–Vá direto ao ponto.

–Não percebeu?! Querendo ou não, aquele maldito rato era o único que ficava ao meu lado apesar de tudo, e lá no fundo eu sinto falta dele- Disse- E acredito que você faria um ótimo bichinho de estimação...

E como se o mundo houvesse perdido o sentido natural das coisas, tudo que se sucedeu em seguida foi bem confuso para se tentar entender, acabou ocorrendo rápido de mais para ser capaz de detalhar a minudência do momento. Em um instante o ruivo tinha quebrado a distância que os separavam, indo para cima do garoto com toda fúria existente, o que ocasionou a queda de Peter ao chão.

Toda essa ação por causa de um comentário feito que Rony não havia gostado, e o que finalizou em uma ebulição de ira e raiva, ele o golpeou covardemente com uma serie de socos na face, o que piorou o ferimento – feito mais cedo – do garoto.

Inutilmente Peter tentava se defender, se movendo de uma forma nada sincronizada, parecendo mais uma serpente agonizando pela morte. Mas como Rony era claramente mais forte e grosseiramente bruto, acabou se tornou algo impossível para um criança de apenas dez anos, por fim ele conseguiu imobilizar as pernas de Peter.

O desespero tomou conta do garoto, e a única solução que encontrou para tentar – algo possivelmente negativo em chances – se livrar das mãos do ruivo foi gritar, gritar até seus pulmões esvaziarem de ar ou até suas cordas vocais sagrasse. Ele tinha esperanças que seus berros fossem ouvidos além das grossas paredes que o prendia, contudo seus bramidos cessaram assim que viu o sorriso de divertimento nos lábios de Rony, era inútil.

O garoto pode ver por traz daquele sorriso maníaco que era o seu fim, automaticamente deduziu três hipóteses para a diversão do ruivo. Um. Rony havia lançado o feitiço Abaffiato. Segundo. Deveria estar em algum lugar inabitável ou deserto. E terceiro. O ruivo não se importava com os seus gritos.

–Acredito que a puta da sua mãe deva estar com saudades, o que acha mandarmos um presentinho para ela?!

O que se passou a seguir para Peter foi dolorosamente ruim, ele voltou a gritar, dessa vez esvaziando seus pulmões de ar e deixando que sua garganta latejar de dor. Assim que Rony finalizou o seu grand finale, se irritou com os gemidos e resmungos que o garoto insistia em soltar, então, sem pensar duas vezes, o ruivo o acertou na cabeça, o pondo para dormir. Literalmente.


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