A menina e o Lobo escrita por Beatriz Prior


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

GENTTEEEE! me desculpem, desculpem, desculpem mesmo o atraso ;-; .
Minha internet ficou um tempão sem funcionar e eu bombei na prova de matemática, por isso não saiu a tempo, desculpem.
Mas felizmente, aí está um novo capítulo e até lá me baixo.



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Marcus estava saudando Father Eric, que estava vestindo uma armadura luxuosa que continha vários símbolos desconhecidos por Tris: Um olho, uma árvore, uma mão ajudando a outra e um fogo. Todos olhavam atentamente para os soldados que seguravam espadas na bainha, botas com pontas afiadas nas laterais e um elefante de tamanho natural cor de prata, havia uma abertura na barriga do elefante que fez os pelos da nuca de Tris eriçarem. Porém, ela não observava o elefante prateado, ou os guardas excessivamente musculosos, ela observava um homem, praticamente um rapaz de pele bronzeada que saíra da carruagem logo após Eric.

Diferente de Eric – que fazia questão de sempre estar vestido como se estivesse numa batalha -, o garoto usava uma calça espessa de cor azul desbotado e uma blusa de manga comprida preta, uma espada visivelmente pesada descansava no cinto da calça. Com os olhos varrendo a multidão logo encontraram o de Tris, que congelou no mar azul que eram. Sentindo-se despida sobre seu olhar, tentou fugir para perto de alguém que lhe confortasse.

– Quatro! – ouviu o garoto sendo chamado.

Procurou por Al e o encontrou no meio da multidão fitando o elefante. Sorrindo para a garota como que para lhe mostrar que tudo ficará bem, entrelaçou os dedos junto aos dela.

– Eri... Father Eric! Onde devo colocar o elefante?

Eric, que agora conversava com os seus guardas.

– ... Só um instante Mathew. – disse Father Eric para um dos guardas. – Zeke, levante postos nos portões da aldeia por favor.

E virando-se para Tobias, exclamou:

– Quatro, amigo! Por que tanta formalidade? Pra você sou Eric. – com um sorriso acrescentou. – Pode pôr o elefante na parte detrás da Igreja? Obrigado...

– Claro... Eric! – disse, dando um meio sorriso.

Era verdade que ambos eram amigos desde infância, mas Tobias não parava de pensar no que os uniu.

Tobias estava brincando nas ruas íngremes de sua aldeia quando ouviu alguns garotos se aproximando de onde estava.

– Olha lá! O Careta!

E vieram em direção a Tobias, que agora se encontrava em pé para enfrentar os garotos,antes de poder fazer muita coisa, os meninos o atacaram, com um soco no estômago, Tobias se curvou segurando o lugar onde recebera o soco. Tossindo muito, tentou inutilmente ficar de pé. Recebera um soco no rosto, que o fez cair. O maior do grupo, depositara um chute frontal das suas costelas, com a visão turva das lágrimas, Tobias se deixou cair. Era fraco, e era só um.

Quando o maior ia lhe chutar novamente, um menino forte e com algumas tatuagens apareceu com um galho, açoitando todos os garotos, com alguns socos perfeitos que ele, Tobias, nunca saberia fazer e alguns baques do galho. E Tobias apagou.

Acordou com um pano molhado na testa e uma lareira acesa ao seu lado, estava sentindo-se horrível, sua barriga, costela, e alguns membros doíam incontrolavelmente, como se ele tivesse sido sugado por um redemoinho gigante e feroz. Um garoto com cabelos pretos e desengonçados estava sentado numa mesa encarando-o. Ele parecia ter levado uma surra também, pois seu olho esquerdo estava com uma mancha verde-arroxeada.

– Você está bem? – perguntou o garoto.Tobias tentou se sentar, mas se arrependeu de imediato. Sua cabeça começou a latejar e sua costela doeu como se tivesse entrado uma agulha sorrateiramente entre elas. – Não tente se sentar.

– Tudo bem, estou bem. Porque tentou me ajudar?

– Não gosto de ver alguém indefeso apanhar.

– Eu não estava indefeso. – defendeu-se, sentindo o rosto queimar.

O garoto lhe mandou um olhar desdenhoso mas não discutiu.

– Sou Eric, e você é...?

– Tobias.

– Hum, tem apelido? Por que seu nome é...

Tobias pensou em suas possibilidades: Toby, Bias... Mas nenhum combinava com o que ele era. Pensou em seus medos. Medo de altura, medo de lugares apertados, medo de matar pessoas inocentes, medo de seu pai... Quatro, esse seria seu apelido. Quatro.

– Quatro.

E desde então, Eric é seu amigo, o garoto não perguntou o por quê de “Quatro” ser seu apelido e nem Tobias se ocupou em dizer. Não queria falar sobre o pai, ele fora um grande covarde, mas Tobias também. Em vez de ter contado para Eric, encarado seu pai, conversado com ele, e mostrar que era corajoso, audacioso, ele simplesmente não o fez, ele fugiu com Eric, se escondeu na grandeza de Eric todo esse tempo. Até agora, onde encontrou a garota, que o fazia se sentir vulnerável, a garota com o perfil simples e bonito, mas atrás da beleza sempre tem mais.

Depois de colocar o elefante em seu devido lugar, foi para seu posto nos portões da aldeia.

Na praça, os murmurinhos começaram. “E o lobo que George pegara?”, “Ele chegara tarde de mais”, “Seus trabalhos já não são precisos aqui”. Tris escutava atentamente, por mais que George tivesse capturado o lobo, ela não se sentia livre, não se sentia melhor. George agora chegara na praça.

– Ah! Olá Father Eric! – disse o homem, com um certo tom que fez Tris perceber que ele estava meio bêbado.

O Padre aproximou-se inspecionando George dos pés á cabeça.

– Olá. – respondeu friamente.

– Não precisamos mais de seus homens, ou de você. Como pode ver, - e pegando a cabeça do lobo pendurada, de um aldeão, pôs á frente mostrando a Father Eric. – já pegamos o lobo.

Os trabalhadores da multidão gritaram concordando. Tris, que estava encarando Eric atentamente, viu que a expressão do homem não mostrava surpresa, e sim desdém.

– Vocês acham mesmo que essa seja a cabeça do seu lobo?

George estufou o peito com orgulho e respondeu sem hesitar.

– Sim, eu acho, sim, que essa seja a cabeça no nosso lobo. Pois eu mesmo a arranquei de seu corpo.

Eric deu uma risadinha sem graça. Endireitou seu corpo e chamou um de seus homens, que como todos, eram fortes e esbeltos, e cochichou em seu ouvido e logo o homem fora em direção em que se encontrava a carruagem. George continuava com sua postura de superioridade, os outros trabalhadores, o imitavam. Porém, Eric, parecia indiferente com a posição dos aldeões. Logo, o homem que Eric chamara voltou com uma caixa pequena de joias, mesmo não tendo, Tris reconheceu por conta de ver uma na casa da avó. Em seguida, o homem, Quaro, apareceu atrás do homem que entregou o objeto para Eric.

– Obrigado, Matthew.

E num movimento para abrir a caixa, a multidão entrou em um silêncio curioso. Dali, Tris não viu o que tinha dentro, mas com o suspiro de decepção doa aldeões, ela percebeu que o Padre acabara de fechar novamente o objeto.

– Bom, como eu ia dizendo, não precisamos de seu trabalho aqui. – disse George retomando a compostura.

Father Eric levantou os olhos para George como se percebesse que ele estava ali pela primeira vez.

– Vou lhe contar como sei que esta não é a cabeça do seu lobisomem. – disse. – Durante anos, a minha aldeia também fora aterrorizada por um lobisomem, por muito tempo, tentamos caçar o lobo, mas ele era rápido, como toda geração dos lobisomens.

“Numa certa noite de lua de sangue, tentamos caçar o lobo, com mais afinco que nos outros dias, deixei minha mãe em casa para que ficasse segura, e fomos caçá-lo, na escuridão da floresta, eu ouvi gritos e ruídos de folhas sendo esmagadas, sabia que ele estava ali e sem golpe específico, balancei a espada no ar e senti o lobo recuar. Acendi a tocha para voltar á aldeia e pisei em algo sólido, minha espada arrancara a pata do lobo, enrolei a pata em um pano e levei para minha casa com apenas alguns homens que me restaram, tendo chegado em casa, ouvi os soluços de minha mãe, ela apareceu com o pulso enrolado numa toalha, que estava coberta por seu sangue, ela olhou para o pano que eu segurava com os olhos pesados, desenrolei o pano, e no lugar da pata do lobo, eu encontrei isto aqui...”

As pessoas automaticamente ficaram lado a lado uma das outras para ver o conteúdo da caixa. Tris encarou o que havia dentro e não era joias, havia uma mão humana com as unhas ligeiramente desgastadas, mas sua pele era impecável, com certeza ele estivera limpando durando os anos. Depois de ter passado para todos, ele voltara a falar brandamente.

– O que eu quero dizer é que: quando qualquer parte de um lobisomem é arrancado, ela volta a sua natureza humana. E esta cabeça, não é a do seu Lobo, é apenas mais um lobo-cinzento das montanhas.

– E a sua mãe? O que aconteceu com ela? Você a matou?– perguntou um aldeão.

– Sim, fiz o meu trabalho. – respondeu secamente.

– Que grande tolice! – trovejou George. – Este é o lobo, nós o pegamos antes de você, e vamos comemorar hoje á noite.

– Lamento lhe contradizer, mas este não é seu lobo.

– É! Fomos até sua toca e o encurralamos, eu arranquei-lhe a cabeça.

Eric lançou um olhar desdenhoso á George.

– E onde seria essa toca?

– Na montanha ao longe da floresta. Encontrei ossos humanos lá.

– Há! O lobo fez você ir para outro lugar para que não procurasse no lugar mais óbvio. O monstro vive aqui. E imediatamente, a aldeia voltou num silêncio tenso. Os olhos de Tris foram para Quatro que se surpreendeu, ele estava olhando pra ela.


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Notas finais do capítulo

Então... Gostaram?
Então, comentem e me deixem feliz - mesmo eu merecendo estar triste por ter demorado á postar. Me perdoem mesmo.
Até o próximo capítulo!