Revolution escrita por Rafaela


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, o tempo ta voando e eu nem percebo mais a quantidade de dias que fico sem postar.
Como vocês estiveram reclamando de nunca saberem quem está narrando eu decidi arrumar isso, então estarei editando os capítulos anteriores e os novos já estarão prontos com os nomes dos personagens (este é um);
Espero que gostem.



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THOMAS

Thiago, Nimble e o líder do LdR de porto Alegre encontraram um plano e se comunicaram com os Radioativos de outros países. Descobriram que o Governo estava atacando o Rio de Janeiro e havia grandes chances de Candy estar mantida presa com eles na suposta sala da SSUCOR onde os Radioativos são presos para análises, alguns que conseguiram se salvar estavam sendo enviados para outros LdR e até mesmo para cá.

Tínhamos medo de que essa guerra com a SSUCOR se tornasse um pesadelo para os humanos e que o Governo deles aqui no Brasil. Claro que não apenas o governo brasileiro, mas o de outros países também.

Descobri que a Inglaterra sempre foi comandada por Reis. Antigamente, claro, eles eram pessoas comuns como quaisquer outras, agora o Rei era comum e a Rainha era Radioativa.

Era uma grande diferença e doía saber que enquanto nosso Governo fez com que as pessoas sentissem medo do Radioativos o resto do mundo estava se adaptando bem com isso. Eles passaram por poucas e boas também, mas as pessoas os aceitavam como eram não importando as diferenças e isso era muito, muito bonito.

Os Radioativos me disseram que eu tenho grandes chances de ser como eles e queriam me treinar. Eu não entendo bem o que eles falam aqui, o Português é uma língua difícil, mas havia aprendido como dar ''Oi'', ou agradecer, dizer ''tchau'' e até mesmo ''boa noite''.

Meu horário de treinar era do almoço até as três da tarde, então eu tinha um tempo livro e depois as quatro eu treinava tiro ao alvo por mais duas horas. Lia e os outros também estavam treinando. Thiago treinava menos porque ficava planejando tudo com Jefferson, o líder do LdR de Porto Alegre que era um dos únicos que sabia falar nossa língua.

No momento já estava de noite, nós ficamos o dia todo ouvindo ordens de Jefferson e concordando. Quase não vi Lia hoje. Thiago me chamou para conversar com outros LdR junto dele e de Jefferson. Parece que Nimble foi enviado para o continente Asiático para conversar com eles pessoalmente. Ele seria trazido de volta por Gatte que volta a se juntar ao nosso grupo e ajudar no transporte.

Já devia passar das onze da noite e eu havia acabado de tomar um banho quente e gostoso no chuveiro daqui. Deixei a água quente tirar a tensão do meu corpo por mais tempo do que estava acostumado quando vivia com os Crânios.

Quando vou para meu quarto estava com uma blusa de manga comprida cinza e calça de tecido fino e macio preta. Lia não estava lá e eu gostaria de, pelo menos, passar esse tempo com ela, mesmo que estivéssemos dormindo. Ela estava treinando tanto nos últimos dias e se empenhando tanto. Nem parecia a garota que eu conhecera na Força, alegre, mas eu entendia que não havia muitos motivos para se estar alegre no momento. Só não queria que o que estávamos vivendo a transformasse.

Deito com este pensamento. A cama parece vazia sem ela, mesmo sendo pequena.

Fecho os olhos e adormeço.

LIA.

Eu estava frustrada e determinada a prosseguir cada vez mais. Nunca havia entendido o motivo de Candy estar tão focada em treinar, eu não sabia o que ela tinha em mente, ainda não sei se foi alguma preparação para encontrar os Radioativos, mas agora pelo menos eu entendo como é querer passar seu tempo todo em uma sala de treinamento mesmo quando todos estão dormindo e seu corpo pede por descanso.

Eu me sentia frustrada por nunca ser boa o suficiente. Eu lutava bem, mas não o suficiente. Eu tinha uma boa mira, mas não o suficiente. Comido tudo estava sendo um meio-termo. Antigamente era ou não era e eu sinto falta disso. Se antes eu pensava que tinha problemas é porque eu nunca pensei que poderia existir isso que estamos enfrentando hoje em dia e sei que daqui para frente só resta a piorar até que tudo acabe. Eu sempre tive medo que algo mudasse quem eu sou, minha mãe dizia isso para mim, para eu não mudar quem eu era, nunca pensei que algo fosse mudar.

Para falar a verdade eu só notei que algo tinha mudado em mim quando percebi o tal ''meio-termo''. Se antes eu quisesse acertar a merda de um alvo eu o acertaria. Hoje eu tenho que me esforçar o triplo e não consigo porque eu simplesmente não consigo me concentrar!

Se antes eu quisesse ficar com um garoto eu simplesmente ficava, agora eu mal consigo olhar para Thomas sem lembrar que estava juntos aqui e me sentir culpada porque Candy pode estar sofrendo não só psicologicamente e emocionalmente como nós, mas fisicamente.

Eu sinto tanto.

Eu não quero perder mais ninguém. Não sei de meus pais, Samuel morreu na minha frente e eu não pude fazer nada. E agora Candy. Eu não posso deixar que ela morra também, eu tenho que fazer de tudo para encontrá-la.

—Eu tenho que me concentrar. —Murmuro para eu mesma. Eu estava parada na frente de um saco de boxe assim como tínhamos na Força. Deixo um pé no chão e o outro no ar enquanto giro e tento acertá-lo.

Cambaleei para trás e quase caio no chão, novamente.

—Você consegue. —Repito.

Você consegue.

Mantenho minha posição e tento fazer o mesmo movimento enquanto sussurro um ''se você conseguir, você pode ir dormir''.

Quando sinto meu pé bater com tudo no saco de boxe e voltar para o chão me firmando sem que eu caia mais uma vez eu simplesmente solto o ar que nem sabia que estava segurando e se eu tivesse mais forças com certeza eu sairia pulando e batendo palmas de felicidade. Abaixo minhas mão apoiando-as nas pernas enquanto respiro aliviada.

—Então agora eu vou dormir. —Falo sozinha enquanto ficava em pé. Eu estava moída e ainda não tinha acabado.

Ando em direção aos banheiros, precisava urgentemente de um banho. Havia suado muito e estava um calor insuportável que de acordo com os Radioativos do LdR-POA só faz aqui. Imagino agora o porquê do tal ''País Tropical'' que eles tanto falam.

...

Estava escuro e meus olhos demoraram um pouco para se acostumarem com a escuridão.

Assim que consigo enxergar algo vejo o brilho dos olhos de outra pessoa e dou um pulo tampando aboca com as mãos para sufocar o grito enquanto percebo quem é.

—Porra, Thiago! —Sussurro fortemente enquanto passo as mãos nos cabelos para me acalmar e disfarçar o susto. —O que faz por aqui?

Ele estava no meu lado oposto, não enxergava as suas roupas então não tinha como saber se ele estava treinando assim como eu ou se apenas havia perdido o sono. Nós dois não tivemos muitas oportunidades de conversar, na verdade nunca tivemos, quem mantinha contato com ele era Candy.

—Só estou caminhando. —Responde ele enquanto passa as mãos por seus cabelos, imitando-me, e olhando para os lados. —E você?

—Estava treinando. —Dou de ombros, mas não tenho certeza se ele viu.

Percebo então que Thiago balançou a cabeça.

—Alguma coisa em que eu possa ajudá-la?

E então me vem na cabeça que se ainda estivéssemos na Força e que se ele e Candy não estivessem juntos e eu não estivesse com... Bem, se eu não conhecesse Thomas, provavelmente faria um comentário do tipo ''vou tomar meu banho, ta afim de ajudar?'' Mas como nenhuma dessas categorias estava aberta eu simplesmente respondi: —Não, só estou indo tomar meu banho.

E então ele se despediu com um aceno de cabeça e passou por mim.

...

A água batia em meus ombros desfazendo boa parte da tensão. Respirei fundo e passei o sabonete por meu corpo. Aqui cada um tinha o seu, era uma questão de higiene que eu apreciava.

Fiquei mais um tempo ali e então decidi me enrolar na toalha.

Vestindo uma camisola branca voltei para o corredor do meu quarto e parei na frente dele. Pensei diversas vezes: ''o meu ou o de Thomas?'' ''será que ele está acordado?'' ''será que não iria incomodá-lo?''.

Ouço o barulho de uma porta sendo aberta e então vejo a cabeça de Thomas sair para fora e sorrio ao vê-lo.

—Boa noite. —Murmuro.

—Hey. —Ele abre seu sorriso e passa pela porta vindo até mim. Meu coração quase pula para fora quando ele chega bem na minha frente e sussurra: ''—Anda fugindo de mim?'' enquanto arqueia as sobrancelhas. Sinto o impulso de beijá-lo, mas reprimo-o.

—Achei que houvesse se cansado de mim.

Baixo os meus olhos e do nada os meus pés parecem ser mais interessantes.

Sinto seu dedo indicador no meu queixo e levanto a cabeça. Meus olhos se encontram com os seus e quase prendo a respiração.

—Nunca vou me cansar de você, agora vem. —Ele desliza sua mão por meu braço e segura minha mão entrelaçando nossos dedos enquanto me dirigia para seu quarto.

—A não ser que você não queira, é claro. —Ele fala depois de parar e soltar minha mão no meio do quarto.

—Prefiro dormir com você. —Sorrio fraco, quase corando. (A Lia de antes não iria corar!!) Agradeci por estar escuro o suficiente apra que ele não conseguisse notar o tom extra na minha cara e então me viro e caminho em direção à porta.

—Onde você vai? —Questiona em tom de alarma.

—Calma. Vou só fechar a porta. —Rio e faço o que dissera.

Thomas me deixa deitar no canto, eu gostava de dormir na parede e com esse calor era até refrescante.

—Você estava me esperando ou...? —Consigo perguntar através do sono.

—Eu não estava conseguindo dormir direito.

Ergo os olhos a tempo de vê-lo morder o lábio inferior. Instintivamente mordo os meus também.

Ele olha para baixo, para mim.

—Boa noite, Lia. —Ele diz.

—Boa noite, Thom.

Sorrio ao dizer pela primeira vez o apelido. Como resposta ele abraça minha cintura. Não demorou muito e meus olhos se fecharam com o peso do cansaço e me entrego ao sono.


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Notas finais do capítulo

Votem em 'New Age' como melhor fic de ação.
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