Revolution escrita por Rafaela


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo os leitores novos, desculpem a demora para atualizar. Xx



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Após a luta dos Radioativos dentro da SSUCOR eles finalmente conseguem vencê-los, esperando somente para serem contactados pelo Governo. A primeira etapa havia sido vencida, ou não completamente como eles imaginavam. Nem tudo está ganho. Talvez as mentiras contadas tenham feito alguma diferença durante todos esses anos, talvez não. E eles tentam escapar, fugir deste local de ira e lágrimas.


THOMAS
Eu não sentia meu corpo. Não sentia meus movimentos. Não sentia a ardência nos meus olhos conforme o choro. Não sentia os braços de Lia em volta dos meus e sua cabeça enterrada no meu ombro compartilhando minha dor.
Nunca achei que encontrar minha irmã seria assim.
Nunca imaginei que doeria tanto ver alguém morto.
Sua pele estava ficando azul de tão fria.
Todas as coisas pareciam tão distantes, era como se eu fosse o telespectador da minha própria vida. Como se eu estivesse fora do meu corpo.
Nós vencemos e perdemos.
Eu perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida.
Não pretendo imaginar em como contar sobre Candy para meus pais. Falhei em proteje-la.
Falhei com Candy. Falhei com meus pais.
Falhei e falhei e a única coisa que era para para eu ter feito... Falhei novamente.
Eu queria gritar e pedir para ela abrir os olhos, mas eu não encontrava minha voz. Ela havia sumido, minha irmã havia levado com ela.
Um soluço rouco e forte atravessou meus lábios enquanto eu reprimia os outros que viriam a seguir.
Lia segurou minha mão firmemente e me tirou daquele lugar. Daquela sala escura cheia de dor e sofrimento.


THIAGO
Levantei do chão, minha mão estava ardendo e sangrando. Fui em direção ao meu quarto, não conseguia ficar ali vendo todos chorarem ou reprimirem o choro. Não conseguia sofrer em conjunto.
Tranquei a porta e me sentei-me na cama encarando minhas mãos e as marcas que minhas unhas mesmo curtas fizeram.
Pensei em Candy.
Lembrei de quando ela disse que iria pular primeiro, de como disse para ela que poderia começar novamente estando na Força. De quando ela insistiu que estava bem mesmo quando sentia dor em cada movimento que fazia.
Lembrei de como Candy parecia forte ao ver o corpo de seu amigo morto enquanto sua amiga parecia tão completamente mal.
Penso no que Candy iria pensar se me visse nesse estado. Ela nunca deixava transparecer que precisava de cuidados, você só iria perceber se prestassem muita atenção nas suas expressões. Ela sempre foi tão forte.
Lembro de cada segundo que passei com ela. Desde o beijo na testa até... Até a dor lascinante que senti em meu peito ao vê-la desacordada e fria em cima da cama há algumas horas atrás. Horas que me pareceram séculos, eras.
Encostei a cabeça na parede atrás de mim e me permiti chorar, permiti que a dor da perda tomasse conta do meu corpo. Apenas por um momento. Não me parecia certo fazer isso quando eu sabia que Candy iria querer me ver forte.
—Mas eu não sou tão forte como você achava que eu era, não é? —Falei com a voz fraca imaginando que ela poderia estar ali, me olhando.


THOMAS
Eu só precisava que ela abrisse os olhos. Só precisava que ela abrisse os olhos para que eu pudesse olhá-los.
Como eu poderia sobreviver a mais um minuto sabendo que ela não estaria ali comigo? Sabendo que ela não viveria como deveria viver, que ela não casaria, não teria filhos e não me daria sobrinhos? Como?
Como viver sabendo que minha irmã, minha irmazinha que mesmo sendo mais velha era tão... pequena, não iria mais respirar? Não iria abrir os olhos.
Cada minuto deste era uma dor.
Uma dor que eu compartilhava com mais ninguém. Eu não conseguiria aguentar que Lia me visse assim, mandei-a embora para que eu pudesse soluçar a vontade, chorar até desidratar.
Talvez isso tudo acabasse quando as lágrimas se esgotassem.


THIAGO
E no fim, sem Candy, quem sobreviverá ao percurso? Lia? Thomas? E enquanto a mim? O que será de nós sem ela?
Tudo parece estranho e irreal. É como se eu soubesse que pudesse acontecer e ao mesmo tempo não acreditar. Parece impossível.
É como se eu ainda pudesse senti-la comigo, ao meu lado.


CANDY
Sinto meu corpo doer, mas não dói. Quer dizer, era para eu estar sentindo a dor, mas não estou.
Sei que minha pele está fria, mas não estou com frio.
Estou no meu quarto dentro daquela prisão de sempre, mas sinto que algo está errado.
Olho em volta e só vejo sangue e destruição do lado de fora do vidro.
Olho para trás.
Thiago.
Thiago está segurando alguém em seus braços e está chorando.
—Thiago. —O chamo, mas ele não responde.
Chego mais perto.
A garota em seus braços está fria do mesmo jeito que eu sinto que estou. Ela tem os cabelos iguais aos meus...
Não.
Aquela garota....
Aquela garota sou...
Sou eu.

Levou um tempo para eu digerir aquele imagem.
Eu estava morta?
Porque era o que parecia.
Tudo parecia tão estranho e irreal.
Belisquei meu braço para ver se acordava do pesadelo.
Belisquei tão forte, mas não senti nada. Nem um pingo de dor.
A porta se abre e me viro.
Thomas.
—Thomas! —Grito. —Thomas, olhe para mim! —Corro para perto dele que parece chocado demais para andar.
Por um momento ele fica parado.
Então caminha em direção a Thiago e eu o acompanho.
—Eu estou aqui. —Digo para os dois. —Olhem para mim. —Eu peço.
A essa altura Thomas já está vendo meu rosto e está pensando se chora ou não, se acredita no que está vendo ou não.
Eu sei porque é isso que parece.
E nem eu sabia se acreditava no que estava vendo ou não.
Eles estavam todos trancados em seus quartos e eu não sabia o que fazer para aliviar a dor deles, eu não sabia o que era real.


LIA
Eu já devia estar acostumada com perdas. Esse tipo de coisa acontece, as pessoas sempre se afastam. No caso de Samuel e Candy... Eles morreram, o que foi muito pior, não foi uma escolha, a vida deles foi tirada.
Eu não estava com Thomas, estávamos separados para que cada um conseguisse sofrer sozinho um pouco. Do meu quarto eu conseguia ouvir os seus soluços e algo se quebrando, mas eu não podia ir com ele. Eu não consguiria diminuir sua dor.
Mas se eu não fosse, eu não estaria com ele agora quando ele mais precisa.
Segurei um choro e passei pela porta abrindo a do quarto dele.
Havia cacos de vidro no chão.
–Não entra. -Ele disse, como se me avisasse. Sua voz estava embargada do choro.
Passei pelos cacos de vidro e me sentei ao lado dele no chão,onde não havia cacos, graças.
Abracei Thomas de lado e o puxei para mim, para que ele deitasse sua cabeça em meu peito e chorasse, para que ele se sentisse confortável o suficiente para conseguir chorar na minha presença. Para que ele sentisse que podia confiar em mim.
Choramos juntos.


THIAGO
Can you imagine a time (você pode imaginar um tempo)
when the truth ran free? (em que a verdade era livre?)
Candy no meu lugar teria ido a batalha, óbvio que teria. Ela era mais corajosa que eu, mais forte e mais decidida.
Limpei meu nariz com as costas da mão e sai do quarto a procura do lider.
Eu não sabia como, mas sabia, que ela estava comigo. Me dando forças para continuar.
Ao encontrá-lo descobri que hoje a noite iríamos atacar o Governo.
Essa era a minha chance, minha chance de vingar a morte de Candy. A vida que foi tirada dela.
Ela era tão quente, tão cheia de vida.
Meus olhos estavam vermelhos do choro, mas eu não me importava. Não me importava mais em demonstrar o que eu sentia, o que eu sentia por ela.


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Notas finais do capítulo

Tem muita coisa ainda para acontecer, e uma surpreendente. Então não me matem e não parem de ler se ficou muito depressivo. ly x



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