Hoje é o inicio de uma terça-feira comum, onde nós iriamos ter aula de adivinhação começando o dia logo depois do café da manhã. Eu e James tínhamos nos inscrito na aula de adivinhação por pura curiosidade, porque bem, eu considero adivinhação uma aula inútil, tirando o fato de ser com a Grifinória, e assim eu poderia ver a Beatrice.

–Você está com vontade de tomar café-da-manhã? – perguntou James com seu mar humor matinal de sempre.

–Claro, eu estou morrendo de fome – eu respondi.

–Então vamos logo antes que eu perca a paciência de vez – falou James.

Ele odiava ter que esperar me esperar todos os dias de manhã, mas eu não tenho culpa de que ele leva só 10 minutos para se arrumar e eu não. Chegando ao salão comunal, nós nos sentamos à mesa da nossa casa (é obvio) para tomar café.

–Você já sabe quem vai fazer parte do time de Quadribol? – perguntei.

–Quase todo mundo, falta só umas duas pessoas – James respondeu.

–Hum, você não vai se arrepender de ter me escolhido – eu disse brincando.

–Eu sei cara, eu sei – disse ele ainda com seu mal humor matinal. – Ei, afinal agora nós temos aula com a Grifinória...

–E daí? – perguntei nervoso, eu sei que James sabia que eu gostava dela, mas não gostava de falar sobre esse assunto em voz alta e muito menos na mesa da Sonserina.

–Nada... Só achei que você iria gostar de ver sua namoradinha – falou ele irônico.

–Cala boca, James, não provoca – eu disse com medo de alguém ter ouvido.

Após o comermos, nós fomos logo para sala da professora Trelawney.

Ao chegarmos à sala de Adivinhações, a sala ainda estava vazia. Não tinha quase ninguém, eu e ele nos sentamos em uma mesa no inicio da sala e ficamos conversando até a aula começar.

–Quanto será o primeiro jogo? – perguntei ao James.

–Acho que será daqui a umas três semanas, ainda não entregaram o cronograma de jogos para nós. – James respondeu.

–Isso é bom, não é? – continuei a conversa – Assim nós temos mais tempo para treinar. –conclui a frase.

–É isso é bom sim, ainda mais que eu acho que o nosso primeiro jogo vai ser com a Corvinal – falou um James pensativo.

De repente a sala ficou cheia, e a professora começou a falar. A primeira impressão que eu tive de Sibila Trelawney foi que ela era estranha, muito, estranha. E eu confirmei essas expectativas nós próximos segundos de aula.

–Sejam bem-vindos, sejam bem-vindos a primeira aula de Adivinhação do ano! – iniciou a professora – Vocês sabem quem eu sou e eu sei quem são vocês, ah sim... Grifinórios e sonserinos, o leão e a cobra – continuo-a. – Posso ver que vocês já estão sentados em duplas, mas o que acham de misturar?

Como assim misturar? Bom ela tinha dois sacos de pano na mão, um verde e outro vermelho. Espero que isso não signifique misturar com a Grifinória a menos que eu fique como a dupla de Beatrice, isso será bem interessante, vamos dizer assim.

–Formar duplas mistas, é isso o que eu vou fazer, um grifinórios e um sonserino – disse ela falando estranho – Peço que todos se levantem e parem de se entreolhar, até parece que vocês nunca fizeram isso antes!

Bom, não estou em Hogwarts há muito tempo, mais sei que com certeza isso nunca aconteceu antes e a cara de James só me confirma esse pensamento.

Merlin, isso não iria dar certo nem em um milhão de anos!

–Bom isso, agora além de suportar teremos que interagir com esses malditos grifinórios – disse James.

Acho que ele não deveria ter dito isso.

–Respeito, que respeito ao próximo, senhor... Qual é o seu sobrenome querido? – falou Trelawney.

–Evans – respondeu o garoto indiferente.

–Sim, senhor Evans... Já tive uma grande aluna com esse sobrenome. Parentes? Talvez... talvez – Vou sortear a primeira dupla... – Senhor Poulter da Sonserina com a senhorita Martin da Grifinória.

Eu quero ficar como dupla da Beatrice, por Merlin, por favor!

–Senhor Evans! E o senhor Edwards da Grifinória serão a segunda dupla – continuou a professora com as sua loucura – Sentem, sentem queridos podem sentar na segunda mesa...

James tinha ficado como dupla do amiguinho de Beatrice, como era o nome dele mesmo? Acho que era George, enfim, acho que isso não é uma coincidência.

Já estava ficando impaciente, a professora lunática não chamava meu nome, foi quando ouvi o nome de Beatrice ser chamado.

–Senhorita Woodley e o senhor Argent – anunciou a professora.

Que droga, eu não tinha ficado com ela. Toda a minha esperança se esvaio em um piscar de olhos.

–Hm... Professora, Josh Argent foi transferido para Durmstrang – disse uma garota Sonserina.

Isso! Então eu ainda tinha chance!

–Tudo bem... Então será a senhorita Woodley com o senhor Hale! – disse Trelawney

O quê! Passei a amar aquela professora maluca neste exato momento, e desculpa professora por tudo o que eu te chamei no passado.

–Sentem queridos sentem! – falou a professora que acabou de facilitar a minha vida.

Fui até a sétima mesa da sala, que ficava na ponta da segunda fileira de mesas. Era longe da James, e isso era bom, assim ele não ficava enchendo o saco.

–Oi... – eu disse – Nós não precisamos ser amigos, mas também não precisamos nos odiar. – eu disse, queria que ela soubesse que nem todo sonserino é nojento.

Ele me olhou, como se estivesse me avaliando ou pensando no que ela iria responder.

–Tudo bem, vamos fazer as coisas profissionalmente – ela disse finalmente, estava começando a pensar que ela iria me ignorar.

–Bom isso – eu disse aliviado, mas meio desapontado.

O que você queria Thomas?! Que ela dissesse: “Claro, vamos ser amigos!”. Eu adoro o jeito que ela fala.

–Agora, vocês podem ver que há duas xícaras de chá na mesa, bebam elas até sobrar somente à borra. Depois interpretem os desenhos formados por ela na xícara da sua dupla, comparando-os com os da página cinco de seus livros. Se não conseguirem eu os ajudarei – instruiu a professora.

Chá é a pior bebida do mundo! Como é que um ser humano pode tomar um negócio amargo como esse? Ela parece também não gostar muito de chá.

–Você, querido! Sim, você mesmo! – Sibila Trelawney estava apontando para o amigo de Beatrice que tinha ficado vermelho– O que diz o futuro do seu companheiro?!

Tive vontade de rir da cara do James, mas me segurei.

–Hm... Ah... James tem um tipo de estrela, que significa sucesso, mas também tem um pouco de manchas em cima dela, o que pode significar dificuldade, ou seja, você vai sofrer cara, mas vai alcançar seu sucesso – disse o garoto concluindo a interpretação da xícara de James.

–Sua vez, Evans. O que o futuro reserva para Edwards? – perguntou a professora ao meu amigo.

–Bom Edwards tem um círculo, o que pode representar o ciclo da vida, mas ele tem várias linhas dividindo a circunferência, o que eu acho que significa escolhas. Então ele terá uma vida cheia de coisas. – terminou James.

–E você novato, senhor Hale! – chamou Sibila – O que vai acontecer no futuro dessa linda donzela?

Ai cara, eu não sei o que foi pior, se foi a cara de surpreso que eu com certeza estava, se foi Sibila chamando Beatrice de linda ou se foi James rindo da minha cara como quem diz “Quem mandou achar graça de mim”. Bom amigo que ele era, bom amigo.

–Ela... Ela tem um coração, que significa amor, paixão ou carinho, manchado, que significa dificuldade, mas também tem uma linha dividindo-o na horizontal, o que pode significar frente, óbvias ou várias outras coisas. Então acho que Beatrice vai demorar a achar seu amor verdadeiro mesmo ele estando bem à frente dos seus olhos. – conclui.

Aquilo tinha sido horrível.

–Perfeito, perfeito! – exclamou a tutora.

Como assim? Com assim aquilo poderia ser bom? Ah que droga!

–Ela é meio doidinha – falei meio que sussurrando.

–É verdade – ela respondeu, eu não esperava por isso.

–Você acredita em alguma coisa que ela diz? – eu perguntei a ela, já que ela tinha resolvido falar.

–Às vezes, mas na maioria das vezes não – ela me disse.

–Estão dispensados! – anunciou Sibila Trelawney.

–Hum... Tchau até a próxima – eu disse me despedindo.

–Quem disse que vai ter próxima – ela falou, fiquei apreensivo, mais depois vi que ela estava brincando.

Eu sorri e fui embora com James daquela sala que já estava começando a me sufocar. Acho que ela gosta de mim, não tenho certeza, posso estar delirando, mas eu acho que sim, espero que sim.

Isso é errado dizer que ela gosta de mim, dizer que ela me ama. Posso estar cego esse tempo todo

–Foi como tomar chá com o inimigo – disse James.

–Bem, nós realmente tomamos chá com o inimigo – eu falei.

–Bom de todo jeito você deve ter adorado ficar quase uma hora conversando com a sua queridinha Grifinória, não foi Tommy Tommizinho?!

–Cala a boca James! – eu disse irritado.

–Só falei verdades, cara, só falei verdades. – ele continuou a me provocar.

–Ah claro – disse irônico.

–Admite para mim que você está apaixonado por ela, vai admite – as provocações continuaram.

–Mas eu não gosto dela, ela é só minha amiga- eu respondi indiferente, porém pensativo.

–Ui, então vocês já são amigos?! Cara você não acha que está indo rápido demais – perguntou.

–Na verdade não sei se eu posso chamar ela assim – respondi triste.

–Cara, não quero te iludir, mas eu acho que ela gosta de você, sério vocês até estavam rindo. – disse-me James.

James também havia percebido então isso era um sinal de que eu não estava louco.

–Acho que não – disse a ele – E quanto a você? Nenhuma certa garota anda mexendo com o seu coraçãozinho?

–Eu não sou desse tipo cara, quem quiser que se apaixone por mim – disse ele.

–Hum tá, vou fingir que acredito. – disse rindo, porém eu acho que era verdade.

A próxima aula seria de História da Magia e seria com a Corvinal. Que legal, teria que aguentar os espertinhos na aula mais chata.