Novo semestre, nova escola. Não conheço ninguém em Hogwarts (tirando meus irmãos, é evidente) e não sei bem como as coisas funcionam lá, mas sei que deve ser muito diferente de Durmstrang. Falaram-me que lá os alunos são divididos em quatro casas, de acordo com suas personalidades. O problema é: E se eu não me encaixar em nenhuma delas? O que eu vou fazer?

Bem acho que não devo me preocupar com isso agora, pois estamos quase chegando e estou muito ansioso para ver a grandiosa Hogwarts de perto. Um garoto que veio comigo na cabine do trem, e que se diz lufano (O que significa isso?), me disse para eu colocar logo as minhas vestes, então me apresso para coloca-las.

Quando voltei ouvi um garoto que aparentemente deveria ser do primeiro ano falando:

–Vejam! Estamos chegando!

E sim nós estávamos, e Hogwarts era muito melhor do que o que eu imaginei.

Depois de descer do trem, a vice-diretora, professora McGonagall, me disse para segui-la, pois eu iria conversar com o diretor sobre algumas regras e costumes da escola, para depois ser selecionado para a minha casa. Ela seria a encarregada de conversar com os meus irmãos.

–Feijãozinhos de mel! – a professora exclamou quando chegamos a entrada do que parecia ser o escritório do diretor Dumbledore. – Entre querido, o diretor o aguarda. – continuou ela.

A sala era maravilhosa e um tanto curiosa, cheia de artefatos mágicos e outras coisas interessantes. Agora mais do que nunca, estava ansioso para conhecer o restante do castelo.

–Boa noite, senhor Hale. – falou ele, me pegando de surpresa – Vejo que você gostou da minha sala.

–Sim, sua sala é um tanto curiosa, se o senhor me permite chama-la assim – respondi a ele.

–Bom, para falar a verdade acho que ela está precisando de uns ajustes – disse Dumbledore em um tom pensativo – Vamos ao que interessa, vou falar para você sobre as casas de Hogwarts, para você poder ser selecionado, depois o monitor-chefe da casa que você irá participar irá contar tudo o que você precisa saber.

–Tudo bem, então – respondi para ele.

Ele fez um gesto para que eu sentasse na cadeira em frente à mesa. Eu obedeci.

–Como já deve ter ouvido, Hogwarts foi dividida em quatro casas, uma para cada fundador, e elas são Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. –Dumbledore falou começando o que parecia ser o inicio de uma grande explicação.

Agora entendo o que o garoto do trem falou, ele era lufano, ou seja, ele era da Lufa-Lufa.

–Grifinória abriga os corajosos, Sonserina os ambiciosos, Corvinal fica com os inteligentes, enquanto que a Lufa-Lufa fica com os dedicados. – continuou ele. – Não se preocupe com que casa vai ficar, pois saiba de uma coisa: O chapéu sempre acerta.

–O chapéu? – perguntei.

–Sim, o Chapéu Seletor – ele apontou para um velho e imundo, porém mágico chapéu em uma parede oposta – É ele quem geralmente decide em que casa você vai ficar, porém às vezes você pode escolher.

Depois do que me pareceram horas, a nossa conversa finalmente acabou. A professora McGonagall veio me buscar, junto aos meus irmãos, para irmos ate o Grande Salão, onde iria acontecer à seleção das casas.

O salão era enorme. O teto parecia o céu em uma linda noite estrelada, o que me fez questionar se aquilo era verdade, ou só um feitiço. Depois de alguns minutos ouvi o nome do meu irmão sendo chamado, pois era a vez dele.

–Cameron Hale! – anunciou McGonagall.

Cameron sentou em um banquinho na frente de todos, e a professora colocou o chapéu em sua cabeça.

–Grifinória! – falou o Chapéu Seletor, e a mesa que obviamente era da Grifinória fez festa.

A próxima foi a minha irmã, que foi selecionada para a Corvinal. A mesa desta casa comemorou de um jeito muito diferente da anterior, eles só a aplaudiram.

–Thomas Hale! – ouço novamente a voz da vice-diretora, porém desta vez ela estava me chamando.

Estava nervoso e com medo, é claro, mas não podia demonstrar isso aos outros, então agi do mesmo jeito frio de sempre. Sentei no pequeno banco, e a professora colocou o Chapéu na minha cabeça, ele demorou uns poucos segundos até se decidir.

–Sonserina! – exclamou o velho chapéu. – A mesa da Sonserina comemorou, mas não muito como a da Grifinória, nem tão pouco quanto a Corvinal.

Fui a caminho da mesa da Sonserina, e me sentei ao lado de um garoto loiro, pois era um dos únicos lugares vagos.

–Bem-vindo a melhor casa de Hogwarts – falou o menino. –Meu nome é James, o seu é Thomas, não é? – continuou ele em um tom frio.

–Sim, meu nome é Thomas. – respondi com o mesmo entusiasmo.

Aquele garoto me parecia alguém que poderia ser meu amigo. Acho que ele também achou isso.

–Você joga Quadribol? Sou o capitão do time da Sonserina e estamos precisando de um apanhador. – perguntou ele.

–Eu jogo Quadribol. Como se faz para entrar no time? Sou um ótimo apanhador. – disse a ele.

–Nada humilde, assim que se vê um autêntico sonserino. – falou James em um tom de admiração – Enfim, os testes de Quadribol começam, na semana que vem, apareça lá, mostre que é bom e assim talvez você entre no time.

–Okay, então – respondi.

Quando acabou o grande banquete da primeira noite, a noite de boas-vindas de volta ás aulas, fomos dispensados para ir para os nossos respectivos dormitórios. Segui James até a Sala Comunal da Sonserina, que ficava atrás de uma grande parede nas masmorras. James disse que estamos debaixo do lago de Hogwarts.

–Ei Thomas, você vai ficar no nosso dormitório – disse James – O garoto que costumava dormir aqui despareceu e ainda não foi encontrado...

– E provavelmente nem será – James foi interrompido por um cara alto e também loiro, que até se parecia com ele – Meu nome é Jackson, sou o monitor-chefe da Sonserina, prazer em conhecê-lo. Vejo que já conheceu o meu patético primo, James. – continuou ele.

–Prazer, meu nome é Thomas. O sumiço do garoto tem haver com Você-Sabe-Quem? – perguntei a Jackson.

–Com toda certeza – James respondeu e Jackson concordou. –Venha.

Fui atrás de James, ele me levou ao nosso dormitório, e me mostrou a minha cama. Se eu tivesse que definir aquele lugar em uma palavra, diria que era luxuoso. James disse que os outros dois garotos que dormiam neste quarto ainda não haviam chegado a Sala Comunal, mas que eu poderia ficar a vontade para arrumar as minhas coisas e dormir, pois era o que ele iria fazer. Eu segui o seu exemplo.

Hoje comecei uma nova fase na minha vida. Espero que ela seja melhor que a última, bom tem que ser melhor que a última. As vezes até que é bom começar do zero em um lugar onde ninguém te conhece e que ninguém pode te julgar.