Entre o bem e o mal escrita por Annie Lightwood di Angelo


Capítulo 7
Um dia inesquecível


Notas iniciais do capítulo

Sei que é meio apressado,mais eu já li alguns comentários de pessoas pedindo pra postar o próximo capítulo(amei) então decidi postar logo,mas...para a decepção de quem comentou vocês continuam sem saber o destino do Alec porque sou muito má,mas acho que no próximo já saberemos.Acho,não tenho certeza,não prometo nada.Bem,é isso,obrigada por lerem e obrigada por comentarem.Espero que tenham paciência para continuar lendo a fic,e espero que gostem.Boa leitura.



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POV Jonathan Christopher

Como de costume,acordei com aquele par de olhos verdes e cabelos da cor de fogo que apareceram no meu sonho ainda na memória.Eu continuava sem saber quem era aquela garota,ou qualquer um dos personagens do meu sonho.

Naquela noite apareceram apenas as duas garotas,o rapaz de óculos e o menino de cabelos dourados.Nenhum sinal dos olhos felinos do homem,ou do par de olhos azuis e gélidos do garoto que sempre lhe parecera tão próximo.

Não vi nada de estranho naquilo,aquelas pessoas costumavam aparecer em meus sonhos,mas não era sempre.A única que não desgrudava do meu pensamento era a dona dos cabelos avermelhados e olhos idênticos aos meus.

Apesar de continuar me sentindo solitário e curioso em relação àqueles seres desconhecidos,e meu braço ainda arder por causa dos cortes que ganhara no dia anterior,eu estava relativamente feliz.Tão feliz quanto podia naquelas circunstâncias,pois era sábado.

O que significava que não havia aula de nada:nem latim;nem grego antigo;nem demonologia;nem história dos Caçadores de Sombras;e(principalmente)nem tampouco treino.

Naqueles dias eu e meu pai ás vezes passeávamos á cavalo pelos campos,porém,levando-se em conta o seu humor,duvidava que aquilo fosse acontecer naquele dia.Mesmo assim,o pior que poderia acontecer era eu ficar o dia inteiro trancado no meu quarto lendo.Não era tão ruim assim.

Tentando pensar nisso de forma positiva, e tentando esquecer o quão diferente a minha vida era da dos adolescentes normais,coloquei a primeira roupa que vi,respirei fundo e abri a porta do quarto.Eu ia descer para a cozinha.Ia encarar a fera e rezava para que meu pai não estivesse mais tão bravo.

Desci.Entrei na cozinha e logo percebi algo:o lugar estava vazio,meu pai não estava ali.Estranhei,ele costumava sumir,porém não de manhã.Foi então que eu vi um papel amarelo grudado na geladeira,era um bilhete,logo reconheci a letra cursiva e repleta de floreios de meu pai:

Precisei partir para Nova York.Urgente.Volto em uma semana.

E era tudo.Sem maiores explicações,meu pai havia viajado para um país que eu mal sabia onde ficava por uma semana,deixando-me este simplório bilhete.

Não estranhava sua súbita partida.Estava acostumado.Ele sempre saía de viagem para vários lugares do mundo,segundo ele a negócios.Eu sabia tanto sobre os "negócios" de suas viagens,quanto sobre os "negócios"de suas saídas noturnas.

A única diferença era que ele costumava me avisar um dia antes,e o maior tempo que passou fora foram 3 dias.Dei de ombros,provavelmente estava tão irritado comigo que decidira que eu não era digno de ser avisado sobre a sua partida.E não é como se eu lamentasse seus sumiços.

Sem treinos,sem torturas,sem gritos e palavras depreciativas lançadas para mim.E liberdade para ler todos os livros que eu quisesse.Só haviam dois problemas em suas viagens:como não tinha permissão para sair sem ele,passava mais tempo trancado em casa;e a tentação de conhecer Alicante aumentava ainda mais.

Preparei meu café da manhã e o comi em silêncio,incapaz de afastar os pensamentos que invadiam minha mente em um turbilhão.Sempre quisera conhecer a Cidade de Vidro,mas me parecia que a cada dia o desejo só aumentava,se transformando em ânsia.

Ao passo que quando era pequeno queria apenas outra criança para brincar comigo,atualmente eu queria mais:amigos com quem pudesse conversar,discutir e debater;uma pessoa que eu pudesse amar.O tipo de vida que eu só conhecia dos livro e das histórias que meu pai contava sobre sua juventude.

De repente a verdade me abateu:eu faria aquilo.Desobedeceria meu pai,fugindo para Alicante,conheceria pessoas,qualquer um.Quem sabe a pessoa amada.Quem sabe um amigo.Quem sabe um inimigo.Quem sabe as pessoas do meu sonho.

Aquele último pensamento foi decisivo.De repente não havia mais dúvidas.Eu sabia que poderia ser punido.As cicatrizes e marcas de algemas;os lanhos nas costas e os hematomas por todo o corpo eram a prova disso.Mas eu não podia deixar de tentar.Ou passaria a minha vida inteira sem jamais saber o que era viver realmente.

Sabendo que se não o fizesse agora,acabaria por perder a coragem,larguei meu café ainda inacabado e corri para o meu quarto em busca da minha estela.

Após alguns instantes me concentrando em fazer o símbolo de abertura,saí para o ar fresco e nem um pouco claustrofóbico da vida fora de casa.Era uma sensação de liberdade que jamais experimentara antes.Fechei a porta e guardei a estela em meu bolso,me dirigindo ao meu cavalo.

Foi só depois de já estar em cima do cavalo que me lembrei de um detalhe:eu não sabia para que lado ficava Alicante,e se eu perguntasse a algum vizinho seria mais fácil que meu pai viesse a saber do ocorrido.

Cheguei á conclusão,de que seria melhor perguntar á alguém que não morasse muito próximo á nossa casa.Comecei a cavalgar na direção oposta á caverna onde treinávamos,dessa forma seria mais difícil que alguém me conhecesse.

Após algum tempo,decidi que já andara o suficiente e resolvi parar para pedir a valiosa informação.Para a minha sorte,o homem me disse que eu estava no caminho certo.Bastava seguir em frente.Foi o que fiz.

Não demorou muito para que eu avistasse as famosas torres de vidro que repeliam os demônios.Pouco depois vi os prédios.E enfim,estava em Alicante.

Minha surpresa não poderia ser maior.Logo me encontrei em uma praça.Com uma estátua do Anjo no meio.Era idêntica á do meu sonho.Não havia absolutamente nenhuma diferença.

Desci do meu cavalo,resolvendo andar a pé,o cavalo vinha atrás de mim.Foi então que eu ouvi:um som fino,baixo,angustiado.Choro.Mas era um som muito fino para ser um choro masculino,ou mesmo adulto.Uma garota chorava.

Desviando o meu olhar da imponente estátua,ou dos prédios a minha volta eu a vi.Os cachos vermelhos encobriam seu rosto abaixado.Ao seu lado,duas pessoas afagavam suas costas,sussurrando palavras de consolo.Um rapaz de óculos grandes,ainda maiores eram os cabelos escuros da outra menina ao seu lado.

Foi então que a triste garota levantou o rosto,tentando em vão arrumar o cabelo.Vi seus olhos.Olhos verdes.Iguais aos meus.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?Prometo não demorar muito para falar sobre o Alec.Por favor comentem,não se façam de invisíveis.