The Heiress II ─ The Rising escrita por Lady Caady


Capítulo 11
A Carta e Inseguranças


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, aqui está o próximo capítulo. Obrigada para quem comentou, significa muito para mim poder saber o que estão achando da fic. Boa leitura!



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O mês de julho passou mais rápido do que eu esperava e agosto também. Harry, que era magrelinho, ganhou peso (calma, ele não ficou gordo) e estava mais saudável. Mamãe passou a dar poções nutritivas para compensar os anos ruins que ele passou nos Dursleys.

Eu o fiz ler os livros da escola e principalmente os que informavam sobre o mundo bruxo.

Sean insistiu em dar aulas sobre como ser um sangue puro com estilo, digo, com classe e devo dizer, Harry está mais metido do que o Malfoy. Ok, mentira. Ele ainda continua o garoto quieto e curioso que eu conheci, mas agora ele está um pouco mais malicioso, me ajudando a acordar Sean com baldes de água gelada. Mas quando precisa, age como se fosse um puro sangue desde sempre.

Enfim, o dia que eu tanto esperei, chegou. Está uma bagunça enorme, já que mamãe fica se preocupando a toa ─ nem tanto a toa, já que se tudo acontecer da mesma forma (espero que não) não vai ser nada calmo ─ e fica nos abraçando como se nunca mais fosse nos ver.

─ Nem acredito que já é primeiro de setembro! ─ mamãe reclama.

─ Mãe, calma, nós vamos voltar ─ diz Harry a abraçando.

─ Só vai demorar um pouco... ─ comento e Harry me olha feio. Eu dou risada.

─ Você não ajuda mesmo, hein?! ─ fala Sean, balançando a cabeça e suspirando.

─ Igualzinha o pai dela, sempre estraga prazeres... Irritante... ─ murmura mamãe.

─ Tá falando de mim ou do papai? ─ pergunto rindo.

─ Não enche, Lya! ─ reclama Sean me puxando. ─ Você sabe que...

─ Tá, que seja. Eu sei que ela o ama, poxa, mas, tipo é meio... Deixe quieto! ─ suspiro e balanço a cabeça. Se apaixonar por um deus imortal que é cheio de mulheres caindo em cima e que é casado é complicado. Eu fico pensando com a Sally Jackson se sente, acho que sente o mesmo que mamãe. Elas nunca vão deixar de amá-los, pois é meio que uma espécie de maldição: se um mortal se apaixonar por um deus e for amor verdadeiro, nunca vão esquecer. Acho que o caso da mamãe é esse. E o duro é que eu gosto de Perséfone. E o pior ainda, é que não tem possibilidades de meus pais ficarem juntos.

Saber que seus pais nunca vão poder se abraçar e se beijar na sala na sua frente para você poder reclamar deles e então eles rirem de você... Ou então dos almoços em família... Seu pai implicando com seu namorado e sua mãe te defendendo...

─ Lya! Você tá chorando? ─ pergunta Sean.

Eu pisco e percebo que está escorrendo lagrimas pelo meu rosto.

─ Me deixe Sean ─ murmuro e corro pro meu quarto.

Não posso ser fraca assim. Nunca! Mas que droga... Por que nada pode ser como eu imagino? O que mais falta acontecer? Se eu soubesse o que aconteceria depois, jamais teria pensado isso.

─ Lya, vem cá! Tem uma carta pra você ─ mamãe me chama lá da sala. A mansão era meio que um sobrado enorme. Meu quarto ficava no andar de cima, quer dizer, todos os quartos ficam no andar de cima.

Desci as escadas pulando de degrau em degrau até chegar à sala. Mamãe me estendeu um envelope e uma coruja na janela voou para longe. Eu reconheci a letra na hora, era a letra de Matt. De alguma forma, não fiquei feliz ao ver a carta. Foi como um déjà vu, eu sentia que aquela carta não seria o que eu esperava.

Mas eu respirei fundo e abri.

Lya,

Por favor, perdoe-me, mas tenho que cancelar nossos planos. Calissa voltou e apesar dela não se lembrar, ela ainda quer se vingar de mim. Eu não quero te perder, não de novo. Não poderemos nos encontrar em Hogwarts e talvez, nunca mais enquanto ela ainda estiver viva. Mas não se esqueça de que eu te amo, e seja feliz por mim, meu amor.

Amo você. Por favor, entenda que tudo o que eu faço é para te proteger.

Com amor,

Mattheus.

─ Mas que filho de uma... ARGH! ─ berrei e mamãe me olhou preocupada.

─ O que foi? Quem mandou essa carta? Estão ameaçando você? ─ desesperou-se ela.

─ Não... É bem pior! Aquele idiota acha que depois de tudo o que passamos juntos... Ele acha que eu não consigo me defender! Se ele não sabe, eu fui a única que tive coragem de agarrar o pescoço da vaca da irmã dele. Tá, tudo bem... Nós morremos depois, mas eu me vinguei pelo menos! Eu não acredito que ele fez isso... Será que ele não sabe que eu também tenho opinião? Como ele pode... Se ele acha que eu vou dar uma de Bella Swan ─ espero que ela nunca fique sabendo que eu disse isso ─ e chorar por ele, ele que está enganado. Idiota, arrogante, com mania de me proteger. Eu sei me proteger! ─ desabafei andando em círculos pela sala.

─ O tal Matt de novo? ─ perguntou Sean.

─ Sim e ele simplesmente mandou uma carta dizendo que não podíamos mais nos ver porque ele queria me proteger da irmã dele idiota que quer se vingar dele. Dá pra acreditar? Quem ele pensa que é? Edward Cullen? Fala sério. Nunca imaginei que ele, justo ele, fosse fazer algo assim. Quando eu achá-lo, vou cortar a garganta dele e deixar todo o sangue dele sair por um misero buraquinho e depois vou reviver ele e encher ele de pancada.

Se eu me olhasse em um espelho naquele momento eu veria uma garota furiosa com os olhos vermelhos de raiva. Vermelhos mesmo, como o fogo dos campos de punição. Era assim que os meus olhos ficavam.

─ Lya, respira fundo. ─ pediu Harry ─ Esse cara vai apanhar de mim por fazer isso com você. ─ ameaçou.

─ OWN! Que bonitinho! Você está me defendendo! ─ falei abraçando Harry.

─ Você é bipolar? ─ perguntou Sean confuso.

─ Não sei ─ sorri ─ só sei que Matt não vai aguentar ficar longe de mim, ele vai voltar. E quando ele voltar, ele não vai nem imaginar o que o espera. Não se faz isso com uma filha de Hades. Nunca!

─ Lya, eu não sei se você percebeu, mas você só tem onze anos! Nada de arrumar namorado, e se esse garoto aparecer, só vai poder beijar ele quando tiverem 18 anos ─ mamãe disse.

─ Que? Dezoito anos? Mas eu nunca tive dezoito anos! ─ reclamei.

─ Não importa ─ mamãe disse irritada. ─ Seu pai não está aqui para te defender dos garotos, mas eu estou.

Revirei os olhos. Uma mãe ciumenta é bem pior do que um pai ciumento.

─ Concordo com a mamãe ─ disse Harry.

─ Eu também. ─ concordou Sean.

Na verdade, acho que irmãos ciumentos são muito piores.

E então caiu a ficha de que talvez Matt estivesse falando sério, de que nunca mais nos veríamos. Ou talvez ele encontrasse outra pessoa e quando ele voltasse não me amaria mais. Ou ele já encontrou outra e essa carta era apenas uma forma de me descartar. De dizer que eu não era boa o suficiente, que não me queria mais. Edward fez isso com a Bella, não é? Mas ele estava mentindo... Já Matt disse que me amava e que estava me deixando para me proteger. Talvez ele tivesse feito o contrario não tão contrario. Talvez, ele mentiu, dizendo que me amava. E se ele não me amava?

─ Lya... Lya, você o ama mesmo, não é? Lya olhe pra mim... ─ mamãe falava ao longe, mas eu não dei atenção. Eu tinha certeza de que eu estava chorando de novo. Eu era fraca. Mas chorar era mesmo uma fraqueza? ─ Meu amor, acalme-se, ele não te merece...

─ Merece sim... Eu amo ele mamãe... ─ falei entre soluços.

─ Meu amor, quem te faz chorar nunca merece suas lagrimas. E os que merecem jamais te farão chorar! ─ diz mamãe beijando minha testa ─ Você é muito nova para se sentir assim, eu sei que há pouco tempo atrás você era mais velha, mas agora você só tem onze anos. É tempo de aproveitar, viver sua infância e ser feliz. Deixe isso pra lá, vai doer, eu sei. Mas quando você ficar mais velha novamente, talvez você descubra que o que você pensou que era amor, não era.

Minhas lagrimas foram parando aos poucos. Do que adiantava eu chorar? Porque ninguém entendia que meu destino era Matt? Mas mamãe estava certa, era tempo de aproveitar, de mudar as coisas, e eu não ficaria chorando por ele. A esperança de que meus medos e inseguranças fossem apenas coisas de minha cabeça jamais morreria. Eu precisava saber se ele me amava mesmo. Mas pelo visto eu não saberia disso agora.

Só bastava eu empurrar tudo isso para o fundo de minha mente, fazer o que uma filha de Hades mais sabe fazer, fingir não estar sentindo nada, nada mesmo. Eu não demonstraria mais estar incomodada com isso, para todos os efeitos eu até mesmo ‘esqueceria’ ele. Só por fora. Pois, por dentro eu jamais deixaria de amá-lo. Nunca, jamais. Mas ninguém precisaria saber disso.

─ Tem razão, mamãe. Eu vou aproveitar! ─ sequei minhas lagrimas e abracei minha mãe. Ela não precisaria se preocupar com a filha de coração quase partido. Eu não deixaria. Eu sofreria sozinha, calada e não deixaria ninguém saber. Eu mostraria que eu era forte e ninguém me faria chorar. Nunca mais. Pelo menos, não em publico.

─ É assim que se diz, agora vamos. Hogwarts os espera, meus amores.

Eu e Harry pegamos nossas malas e meu gatinho, Perón, veio correndo para perto de mim. Seus olhos dourados me olharam de uma forma estranha.

Eu sei o que está escondendo. Você não irá sofrer sozinha, eu estou aqui.”, ouvi sua voz em minha cabeça.

─ Obrigada gatinho ─ agradeci sussurrando e beijando suas orelhinhas fofas.

Dei a mão para Sean, que pegou minhas malas e então aparatamos para a plataforma 9 ¾.


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Notas finais do capítulo

Comentarios? *-*



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