Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 37
Preparação | Maeli e Kristal


Notas iniciais do capítulo

SUMI! MEU 100NHOR, SUMI TOTALMENTE. TRINTA E CINCO DIAS, SOCORRO.
Mas...
Hoje é quinta, hoje é dia de RDC!!
Peço desculpas, de verdade, por esse sumiço. Não era minha intenção, sério. Na primeira semana, eu pensei, "ah, vou postar sábado" e não postei. Na segunda semana, também. E assim foi... Acho que chegou a dar até um bloqueio criativo. Só conseguia escrever nas aulas de Filosofia (não sigam meu exemplo heueh, prestem atenção na aula).
Se eu tivesse postado antes, teria matado metade dos personagens, porque, sabe, comecei a olhar The 100 (mds que série boa, x-zuis) e meu espírito de escritora assassina ressurgiu. Até comecei a escrever uma fic original com minhas loucuras. Acho que vou até postar, porque ficou bem legal u.u
Bom, vou parar de papear e vou responder os comentários enquanto vocês leem esse capítulo!
xoxo
PS: Ah, e dia 10/10 é meu aniversário, estou aceitando vale presente de qualquer valor e de qualquer livraria, porque não tá fácil pra ninguém hueheuheueheu. 15 anos, pessoal, nem acredito.. Comecei a fic com 13. Nossa!!



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A brisa gelada de início de manhã balançava, nas poucas árvores no canto do jardim, as folhas já alaranjadas, que pendiam cair. O sol brilhava tímido, quase totalmente envolvido pelas nuvens, criando uma atmosfera pálida. Era nessa paisagem típica de outono, com as cores quentes da vegetação e céu desbotado, que um grupo de Selecionadas se reunia.

Um toldo branco evitava as queimaduras e os vestidos leves não conseguiam impedir o frio de chegar a suas pernas finas. Por esse, motivo, muitas delas tremiam, tentando, sem muito sucesso, não perder a compostura. Do outro lado do pequeno círculo, Cassiopeia tentava a todo custo abraçar seu peito enorme com seus braços pequenos. Para Maeli, restava apenas rir, enquanto ela mesma apenas ignorava a temperatura. Aliás, pensou ela, o que seria daquelas garotas se passassem por um treinamento militar como eu?

— Muito bem, meninas. — disse a Princesa Aline, não perdendo a pose perfeita da futura Rainha que era. — Vocês tiveram o fim da tarde e a noite de ontem para ter ideias. E agora, observando, de fato, o local do evento, vocês podem anotar todos os planejamentos concretos que tiverem e entregar para mim.

Maeli observou o ambiente ao seu redor. Não era muito grande, se estendendo apenas das costas de Amalienborg até o rio que corria silencioso atrás do palácio. Mas, com certeza, o local tinha potencial para um evento como aquele. Canteiros de flores perfeitas alinhavam-se nos dois extremos do gramado, criando formas que contrastavam, por conta de suas cores variadas, com os tons dos demais elementos da paisagem. Mesmo assim, pareciam se harmonizar, tornando a visão ainda mais mágica.

Sem dúvida, o jardim não era tão pomposo quanto o da Mansão de Eric X, já que não tinha tantos adereços, mas já era possível imaginar os nobres celebrando o aniversário do Príncipe Henrik ali. Grupos conversando em volta de mesas altas que seriam colocadas, uma espécie de grande tenda onde estariam os petiscos, enfeites pendurados nas árvores e vasos de flores posicionados em pontos estratégicos do jardim. Maeli estava ansiosa para começar a organização.

— Garota? Você vai apresentar suas ideias quando? No ano que vem? — questionou Lady Hannah, cutucando o braço da Selecionada, acordando-a de seus devaneios. — Mexa-se.

Rindo da própria atitude, Maeli se afasta do toldo. As outras garotas já estavam espalhadas pelo gramado, algumas sentadas, outras de pé. Mas o que todas tinham em comum era a expressão concentrada. Elas realmente queriam apresentar algo bom para as nobres líderes do grupo e, assim, garantiriam mais chances de casar com o príncipe. Maeli não estava assim tão empenhada. Com a guerra ocorrendo, ela apenas queria voltar para seu posto na aeronáutica e realmente ajudar sua pátria

Talvez quando a guerra ficasse mais próxima da Dinamarca a Família Real a deixasse ir Talvez. Mas, até segunda ordem, ela teria de permanecer na Seleção.

Sendo assim, ela precisava achar um jeito de se entreter. Ou, pelo menos, de fazer o que realmente gostava de fazer. Ficar na monotonia da competição e na falta de conteúdo das conversas das concorrentes não adiantava. E os esfumaçantes cabelos ruivos que se encontravam bem em sua frente, com certeza, trariam várias emoções.

Eles pertenciam à Wanessa. A garota calada e que sempre seguia as regras à risca, atitudes estranhas para uma adolescente. Maeli desconfiava dela desde os primeiros momentos, não pelo comportamento incomum, mas pelas ações comuns, que ela sempre realizava com muita cautela. Cautela demais. Com os poucos anos servindo à Aeronáutica, Maeli já conseguia identificar que a concorrente escondia algo.

No momento, ela estava com os olhos grudados em uma prancheta, só os levantando para observar o ambiente em sua volta. Ela escrevia sem parar, dando a entender que o conteúdo da sua escrita era complexo. Sua expressão, porém, estava serena. Parecia até que ela tinha gosto em anotar tudo aquilo. Mas o que a faria ficar assim?

— Muitas ideias? — perguntou a curiosa com um sorriso, tentando espiar o que a outra escrevia.

— Algumas. Modos de organizar mesas e cadeiras e coisas do tipo — respondeu a garota, aproximando a prancheta do corpo sem tirar os olhos do mesmo, mesmo parecendo não ler nada do que supostamente escrevia. — Um trabalho bastante árduo.

— Ah, claro — disse Maeli, dando um sorriso forçado. — Há tantas maneiras de arrumar o local. Mas certamente a festa será ótima!

— Concordo — falou a ruiva, levantando os olhos com desprezo para sua concorrente — porém acho que quanto mais ideias melhor. Então você deveria começar a pensar logo…

Maeli se afastou. Apesar de querer analisar mais as atitudes de Wanessa, era melhor não arriscar. Afinal, ela não sabia do que a garota era capaz. E o mais importante: o que ela queria ali.

Ao dar alguns passos, então, avistou um banco. Ele se encontrava entre dois pequenos canteiros, que esticavam suas finas trepadeiras para envolver delicadamente a madeira escura do encosto. Algumas meninas estavam perto, mas nenhuma realmente chegara a sentar ali, deixando o lugar livre para Maeli. Um lugar parcialmente bom para ter ideias. Isso se não fosse pelo fato que ela não apreciava muito trabalho individual. Desde pequena, aprendera que dois cérebros pensavam melhor que um. Logo, os vários cérebros das Selecionadas teriam ideias muito melhores juntos. Mas os nobres pareciam não acreditar nisso. O que restava à jovem militar era se adaptar.

Imaginou algumas cadeiras posicionadas estrategicamente em volta dos canteiros e algumas ilhas de doces perto das árvores. Pensou nas pessoas conversando e rindo e, o mais importante, Henrik se divertindo. Parecia que ninguém se lembrava do garoto, a estrela principal da festa. Será que ele queria tudo aquilo? Será que as Selecionadas sequer sabiam que a festa era para ele?

“Foco, Maeli.” advertiu-se mentalmente “Ideias para o evento, apenas!”

Ela simplesmente não conseguia se concentrar naquela única e solitária tarefa. A cada segundo, seus olhos se voltavam para algo diferente. Primeiro, a mania de cabelos prateados, Solaria, olhando para o céu, mais aérea que Maeli. Depois, a “nauseada” Laryssa, completamente concentrada em um caderninho de anotações. E, finalmente, uma cena que a chamou a atenção: Aline conversando com Layla.

A Princesa do Reino Unido, desde que chegara, apresentava certo interesse por aquela Selecionada. Não era a primeira vez que Maeli as duas conversando. Talvez porque Layla era a candidata mais forte ou porque ela tinha um ar inteligente que as outras não tinham. Não que a jovem militar quisesse ganhar a competição, mas… Era impossível resistir ao príncipe.

Tirando a menina de seus devaneios, a voz doce, mas extremamente alta de Yelizaveta se espalhou pelo jardim. Seus cabelos cor de fogo balançavam no ritmo de seu braço, que fazia sinal para que as Selecionadas se aproximassem.

Era a hora que as discussões iriam começar.

***

Kristal ainda estava hipnotizada com o Salão. Havia pinturas por toda a parte, sendo na decoração dourada nas paredes ou nos gigantes quadros que representavam a grandiosidade da nação dinamarquesa. No chão estendiam-se enormes tapetes com riquíssimos detalhes, típicos do mundo oriental. Um grande lustre de cristal iluminava todo o local de maneira mágica. E envolvida por tudo isso, estava uma enorme mesa, de aproximadamente 70 lugares, decorada por belas flores.

Aquela parte do palácio não fora liberada para as Selecionadas antes daquele dia.Mas deveria ter sido, pois ela mostrava que a beleza dos contos de fadas realmente poderia existir. Ele se assemelhava até mesmo aos cenários dos filmes e séries que Kristal participara. A única diferença era que ali não existiam câmeras.

Mas isso não queria dizer que elas não estavam sendo observadas.

O que também não significava que a jovem atriz não estava se sentindo de volta ao seu “mundo”.

Um pouco antes, Kristal e mais duas garotas estavam no andar de baixo, perto da cozinha auxiliar, completamente cercadas por louças, ou melhor, obras de arte. Havia conjuntos de pratos de todas as partes do mundo, pintados por mãos das mais diferentes nacionalidades — russas, turcas, indianas, britânicas, espanholas, latino-americanas e muitas outras. Alguns, até, como contara a criada responsável por aquelas riquezas, milenares. Era impossível escolher apenas um tipo para utilizar no evento…

E era impossível, também, querer sair daquela pequena sala, sair do meio de tantos tesouros.

— Sentem-se em círculo com as cadeiras, garotas — pediu Odelle, assim que todo o grupo já estava de volta ao Salão principal,com sua voz calma e cheia de sotaque.

Sem emitir nenhum som, as garotas levantaram as cadeiras, organizando-as, assim, em círculo.

— Não acho propício passarmos todo o tempo que temos discutindo as decisões dos grupos, afinal, nosso prazo para a organização de tudo é curtíssimo. Por isso, cada grupo apresentará brevemente suas propostas e me dará as anotações e eu as avaliarei depois — continuou ela, quando todas já estavam em seus respectivos lugares. — Comecemos pela decoração.

Kristal olhou de relance para suas companheiras de equipe, que não pareciam querer se manifestar. Suspirando, então, ela se levantou e deu um passo a frente, ficando, assim, no meio de todas as cadeiras e na frente das três nobres ali presentes.

“É como apresentar uma peça teatral” pensou ela, tentando se acalmar. “Nada de mais.”

— Primeiramente, escolhemos a louça. Os pratos vêm de uma antiga coleção dinamarquesa, que pertenceu à Rainha Amalia e neles estão desenhadas belas flores douradas e azul turquesa. Já os copos são de cristal e foram utilizados na festa de batizado do Príncipe Henrik. — anunciou ela, segurando o pequeno papel com força e recitando as exatas palavras da criada que as ajudara. — Para mesa, decidimos usar uma toalha de mesa creme, para não tirar o foco das demais decorações. Em cima dela, serão colocadas flores de todos os tons de azul. Para completar, colocaremos luzes laterais na parede esquerda do Salão.

— Muito bem, garotas. — disse a jovem Princesa Katarina. — Acredito que, se vocês coseguirem realizar suas ideias de maneira correta, teremos um belo e agradável local para a festa.

A jovem atriz soltou um suspiro aliviado, voltando para seu lugar.

— Comida, por favor. — requisitou Odelle, sem nenhum outro comentário.

Emery, que era, sem dúvidas, a mais reclusa das Selecionadas, já que nunca falava em público, levantou. O nervosismo era evidente em todo seu pequeno corpo. Ela mexia as mãos freneticamente ao lado do corpo e mordia os lábios, tentando conter todas as emoções da maneira mais discreta possível.

— Seguindo a lista de gostos do Príncipe dada pela cozinheira chefe, fizemos uma lista de vários pratos típicos dinamarqueses, tais como Stegt flæsk, Medisterpølse e rugbrød. Mas também pensamos em algumas receitas exóticas; indianas e mediterrâneas. — ela falou, com a voz fraca. — Como sobremesa, serão servidas várias tortas de frutas cítricas e vermelhas, ao gosto do aniversariante.

— Temos de agradar o Príncipe, mas temos de lembrar que teremos pessoas de várias nacionalidades aqui. — assegurou a Duquesa de Omsk. — Temos de…

Antes que pudesse terminar, porém, a Rainha lançou um olhar repreensivo, fazendo-a se calar. A tão tímida garota que anunciara suas ideias apenas se sentou, com medo. Suas colegas de grupo sorriram, confortando-a.

— Não discutiremos as propostas agora, Serena. — disse a Soberana. — Música, por favor.

Isabelle Valência se levantou, sem cerimônias.

— Como o Príncipe estuda na Academia Militar e tem afinidade com a instituição, pensamos em trazer a Orquestra Juvenil de lá. — contou a Selecionada, sorrindo, como se aquela fosse a ideia mais genial de todas. — Entre as várias peças que escolhemos, estão Floraux, As Quatro Estações de Vivaldi e Für Elise. Mas creio que a senhora prefira olhar a lista com mais atenção depois.

— Analisaremos todas as músicas mais tarde. — falou a nobre mais velha. — E agora, com todas as ideias apresentadas, temos mais uma tarefa para vocês.

— A parte divertida! — exclamou Serena.

Dessa vez, Odelle e Katarina direcionaram um olhar repreensivo a Duquesa.

— Como vocês podem ver, esse Salão não é usado há algumas semanas. — explicou a Rainha. — Juliane, é claro, não mencionou nada sobre esse fato comigo, justamete para testar vocês. Então, para garantir mais pontos para vocês, o Salão deverá ser limpo.

— Mas nada de criadas. — anunciou a Princesa, com um ar de mistério. — Tudo está nas mãos das Senhoritas.

Kristal observou o Salão. Todas aquelas paredes e tapetes. Todas aquelas janelas. Todos os metros quadrados de piso. Sentiu-se até arrependida de ter gostado, à primeira vista, do espaço exageradamente grande. Limpar tudo aquilo demoraria anos!

Mas o que ela não faria para continuar na competição?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Não estou conseguindo escrever mais que isso nas notas finais :( Escrevi demais no começo...



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