Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 26
Mudanças Desconfiadas | Aline e Serena


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii gente!!! Voltei nessa quinta maravilhosa dia de RDC!!! UHUUU
Acontece que nenhum fantasma apareceu e eu me vi obrigada a cumprir minha "promessa" pessoal de não postar. Por isso na semana passada eu não apareci ashauhsuahsa
AAAAh e outra coisa, já quero avisar que talvez eu atrase um pouco o próximo capítulo. O motivo é simples: os professores das matérias que eu mais tenho dificuldade (Química e Biologia) marcaram prova para semana que vem! Terei de me matar estudando, porque, afinal, preciso ir bem nessas provas. Mas não se preocupem, estarei postando assim que der!!!!
Agora vou parar de papo e vou deixar vocês com o capítulo!
Espero que gostem!
xoxo ACE



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Corredores e mais corredores, cobertos de tapetes que amaciavam o andar, pareciam nunca acabar. A cada curva, a esperança de que chegara no destino aumentava. Porém, a cada novo lustre que aparecia sobre sua cabeça, Aline tinha certeza de que ainda não estava à frente da abertura da por que procurava ainda. Assim, sabia que seu deslocamento não estava terminado.

Até que, enfim, ela se deparou com a porta branca elaborada. Lembrava-se dela perfeitamente, de tantas que cruzara seus contornos, mesmo sem perceber, na infância. Até o cheiro do café, que ficara impregnado na madeira, lhe era familiar. Era como voltar no tempo. Voltar para a época em que ela ainda era uma criança inocente e magrinha, que se escondia atrás dos grandes óculos. Uma sensação.

Sem hesitar, lembrando-se dos velhos tempos, Aline tocou a porta. Todo o corredor, ainda silencioso devido ao horário, foi tomado pelo som aveludado das três batidas. O eco distante foi ouvido por alguns instantes, até ser substituído pelo som estridente de saltos, vindos do outro lado da parede. Uma resposta rápida, sem delongas, atitude típica dos germânicos.

Lentamente, a porta for aberta. Aos poucos a princesa britânica conseguia vislumbrar as paredes extravagantes cor de malva que sempre amara. Esticando-se um pouco mais, poderia ver os quadros da família. Porém uma figura a impedia.

Hannah, sua prima, vestia um enorme roupão verde-limão, com um vestido de seda branco por baixo. Seus cabelos extremamente louros estavam presos em uma elaborada trança, que fazia com que suas feições delicadas ficassem em destaque. O sorriso, porém era o que mais se realçava entre elas. Mesmo sem o usual batom vermelho, ela tinha um charme rosado natural. Os dentes brilhavam, ainda que não fossem totalmente brancos. Ela estava deslumbrante, embora portava vestígios do sono.

— Então aqui está nossa jovem intrusa! —exclamou a mulher, observando Aline de cima a baixo, desde os cabelos presos em um coque até as sapatilhas azuis delicadas.

A princesa sorriu verdadeiramente e a germânica a conduziu pelos ombros para dentro da sala. O som alto do bater da porta logo tomou conta do ambiente, fazendo com que Juliane, que estava no canto do local, desse um pequeno pulo. Seus cabelos ondulados caiam em seu rosto enquanto analisava com cautela os registros da apelidada “Terceira Prateleira”. Aline sabia muito bem o que isso significava, mas decidiu não comentar. Deveria esperar a prima se pronunciar primeiro.

— Sua chegada foi o ponto alto da noite, na verdade. — disse Hannah, animada, já sentada na cadeira à frente da mesa de trabalho da Rainha. — Por mais que eu saiba que minha irmã pensa o contrário. Entretanto, ela não pode discordar que o evento foi um sucesso!

— Já conferi os jornais de hoje e todas as matérias afirmam que a Dinamarca nunca terá outro baile tão bom quanto esse. — declarou Aline, franca, sentando-se na cadeira ao lado da prima. — Foi realmente muito bom.

— O êxito já estava programado, visto que tínhamos uma ótima organizadora. — ela disse, fazendo uma longa pausa. — Eu!

As duas mais jovens deram risadas discretas, porém contagiantes. Hannah era sempre muito bem-humorada, nunca deixava uma piada passar. E os risos vindos dela eram os mais gostosos, sempre faziam a Herdeira do Reino Unido se debulhar em risos. Era bom saber que isso nunca mudava.

Sem se juntar às outras, Juliane permanecia séria. Durante o divertimento das parentes, ela se aproximou da mesa, com uma pasta na mão. Lentamente, ainda com as risadas como trilha sonora, ela sentou-se na cadeira de mogno. Em silêncio, abriu a pasta que tinha em mãos e folheou as inúmeras folhas. Fotos e informações em tópicos eram passadas de forma rápida, mal se encostando aos dedos da Rainha.

Olhando para a soberana, as duas mais jovens cessaram as gargalhadas. Olhos verdes, azuis e castanhos se encaravam.

— Continuando… — falou Juliane, ainda olhando diretamente para as outras. — Minha opinião, Hannah, pode ser muito diferente do que você pensa. Eu sempre acharei bem-vinda uma visita de última hora, contanto que haja um bom motivo para isso, o que é o caso de Aline.

— Esse “bom motivo” poderia me interessar? — questionou a lady germânica, curiosa. — Imagino que seja algo importante.

— No presente momento, a situação política é muito estável, então não podemos classificar esse problema como urgente, mas é uma ameaça real e iminente. — admitiu a Rainha, focando suas atenções novamente para a pasta. — Essa pasta pode ajudar você nas suas pesquisas, Aline. Todas as informações das Selecionadas estão aqui.

— Pesquisa? Selecionadas? O que elas têm a ver com isso? — perguntou Hannah, confusa. — Querida prima, você quer encerrar a Seleção? O que houve?

A Herdeira britânica e a Rainha da Dinamarca se encararam. Sem nenhuma palavra, elas tentavam entrar em um consenso. Uma conversa de olhares, que poderia definir as fofocas do Palácio na próxima semana.

Contar para Hannah ou não?

Apenas o silêncio teve o poder de responder. E sua decisão poderia ser arriscada. Muito arriscada.

— Nada do que Aline sabe é fato. São rumores. — explicou Juliane, com muita calma, a fim de evitar mal-entendidos. — Vindos de boas fontes, mas ainda assim só boatos.

— Como você sabe, a Turquia quer de volta seus antigos domínios gregos. Por isso a guerra foi declarada. — contou a princesa, cruzando as mãos sobre o colo. — Porém não é só os turcos que querem o tão almejado poder; os germânicos também querem.

— Não é de se estranhar, visto que eles têm nosso amado tio Luther como rei… — suspirou Hannah, lambendo os lábios, esperando o pior do que a prima poderia contar.

— Exato. — confirmou Aline, dando um suspiro. — Mas a Germânia não quer a Grécia como seu território. Eles querem a Dinamarca.

Subitamente, Hannah ficou séria, assim como Juliane. As expressões das duas eram parecidas, com as sobrancelhas curvadas, os olhos semicerrados e a boca em uma linha reta. O som se tornou ausente. Só o canto melodioso e persistente do pisco-de-peito-ruivo enchia o ambiente, amenizando a tensão. Essa reação tão melancólica das duas nobres era natural, pois saber que seu próprio país estava prestes a se aliar ao lado violento da guerra era triste. Ainda mais quando o país afetado seria sua casa.

— Por isso, acredita-se que uma Selecionada esteja infiltrada para espionagem — disse a britânica, finalmente quebrando o silêncio. — E o pior é que a Princesa Helga simplesmente sumiu, segundo uma das amigas de minha mãe que está na corte germânica.

— Entendi. Vocês desconfiam que a própria princesa seja a espiã. — concluiu a germânica, passando as mãos pelos cabelos, enrolando os fios soltos da trança em seus dedos. — Não seria mais fácil você apenas avisar Juliane por meio de uma carta ou ligação, sem precisar sair do Reino Unido?

— Se os rumores fossem apenas sobre isso, é claro que eu não viajaria mais de mil quilômetros. — admitiu a garota. — Porém há algo aqui que eu preciso ver com meus próprios olhos.

***

O corredor só era iluminado pela fraca luz da manhã. Apenas as janelas traziam a claridade para o lugar, pois não se imaginava que alguém daquele andar estivesse acordado tão cedo depois do baile. Os cantos, por isso, ficavam escurecidos, engolidos pela escuridão.

E era ali que Serena esperava e, com as roupas negras que usava, era praticamente impossível vê-la.

Quando uma sombra apareceu no meio do corredor, a duquesa finalmente saiu de seu esconderijo. Com isso,pés voaram do chão, em um pulo. Um susto tremendo, digno até de grito e uma cara de espanto impagável. Não uma reação muito apropriada para um herdeiro.

— Alexei, Alexei… — disse a garota, rindo de leve. — Achava que você não se assustasse mais.

O príncipe, então, pôde vislumbrar o rosto dela. Da velha amiga. Os olhos azuis hipnotizantes brilhavam, mesmo com pouca luz. A sua silhueta bem definida era realçada pelas sombras. Ele mordeu o lábio inferior sem nenhuma discrição, Serena notou. Isso fez com que suas risadas aumentassem.

— Ainda por cima é safado. — falou ela, se aproximando do menino. — Sentiu minha falta?

Os rostos se aproximaram, de maneira sedutora. O vestido roxo leve dela roçava as pernas dele. As mãos estavam prestes a se juntar em um entrelaçado inseparável de dedos.Parecia que um imã os unia. Porém a atração logo foi substituída por uma onda de risadas.

— Tudo bem, querido, agora vamos para o assunto sério. — pediu, pousando as mãos nos ombros do menino. — Tenho algumas reclamações de suas pretendentes.

— Das Selecionadas? — questionou ele, confuso. — O que elas dizem?

— Você é muito parado, Alexei, sem emoção. Elas querem ação! — afirmou ela, estalando os dedos em um gesto exagerado. — E é isso que você vai fazer agora! Onde estão as meninas?

— Creio que elas estejam dormindo. — alegou ele, arqueando as sobrancelhas. — O que todas as pessoas normais deveriam estar fazendo.

— Melhor para nós! — disse, ignorando o último comentário do garoto. — Assim podemos planejar algo magnífico.

Antes que ele pudesse protestar, os braços delicados, porém fortes, dela já o envolviam. Lentamente, eles deixavam para trás o corredor escuro dos aposentos da Família Real. Passaram por inúmeras portas brancas, fazendo um caminho confuso. A caminho de um lugar onde tudo mudaria.

Ele não fazia ideia do que aconteceria, mas ela tinha tudo programado em sua mente.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Altas revelações na primeira parte, não é? E a Serena programando coisas? ahsuahsuahsua Essa daí ainda vai aprontar bastante!!!

Espero que tenham apreciado!
Aguardo ansiosamente pela opinião de vocês!!!!!!
Até o próximo (e os comentários, que eu pretendo responder no fim de semana)
xoxo