MESA DE SALOON escrita por D S MIRANDA


Capítulo 3
Preços à pagar.


Notas iniciais do capítulo

Amores ai vai mais um capitulo quentinho no capricho, tomara que vocês gostem.
Boa leitura :3



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Edward

Quando eu viBella indo com tudo ao chão, primeiramente, eu fiquei estático, mas assim que recuperei minimamente a consciência entendi que eu tinha que dar o meu máximo para que Bella não morresse, o pessoal parecia não querer me deixar sair dali com Bella, pois isso seria uma traição com o defunto, eu temia ser linchado ou algo do gênero, mas então que eu lembreide uma frase há muito dita pelo meu pai.

Quando é pra proteger alguém que amamos, todas as regras devem ser esquecidas.

Sem pensar duas vezes, saquei a pistola e atirei pra o alto, todos se viraram pra mim e em seus rostos eu vi o medo se espalhando, eu comecei a andar decidido em meio à multidão carregandoBella nos braços enquanto abriam caminho para que nós saíssemos de lá, quando cheguei do lado de fora vi que Jacob me esperava com uma caminhonete já ligada,sem pensar duas vezes enfiei Bella na carroceria e entrei logo depois, Jacob pisou fundo no acelerador e pela primeira vez desde que a conheci, eu pensei que Bella pudesse morrer seu rosto antes vivo agora estava pálido, sua expressão antes altiva e desafiadora agora estava branda, ela parecia mais uma garotinha assustada do que a minha menina- mulher.

E isso era o que ela era, Bella na verdade sempre foi uma menininha assustada por baixo dessafachada de mulher maravilha.

–E - Edward... Obrigada por tudo, obrigada, por não deixar ser eu a atirar naquele crápula, obrigada mesmo.- murmurou Bella

–ShhhBella, eu te juro que nada de mal vai te acontecer.

Seus olhos já estavamanuviados, achei que a morte estava próxima.

–Bella acorda!- eu a sacudia compulsoriamente, eu não podia deixar que ela morresse- Não morre pelo amor de Deus não morre, não morre.

Não morra... não morra... eu te peço em nome do nosso amor.

Não morre Bella eu tô te pedindo!

Bella

Eu não vou morrer

Eu não posso morrer

Não hoje pelo menos

Lutei contra a minha vontade de ficar ali naquela paz, naquelas sombras e me jogar no turbilhão que a minha vida com Edward era e que ia virar.

Abri os olhos, eu quase não conseguia manter o foco, mas eu ia sobreviver assim como eu sobrevivi a tudo. Quem antes me trouxe de volta foi o ódio, mas agora o amor era a corrente que me mantinha aqui.

Uma semana depois de fugir do bordel do Primo, eu estava enfiada embaixo de uma ponte eu estava outra vez com fome, frio e saudades da minha família, não que o pequeno luxo que o Primo me dava afastasse a dor, é que ter que ficar alerta pra garantir que o seu fígado não vai ser arrancado trás pensamentos que por sua vez trazem lembranças e assim sucessivamente.

Um caco de vidro brilhavajogado no chão.

Eu quase podia ouvi-lo me chamando.

Peguei o pedaço de vidro, o analisei bem, não olhava pra sua ponta afiada ou sua lateral cortante, ou para o seu brilho perigosamente atraente, eu olhava para além de tudo isso, ali na minha mão encontra-se a solução dos meus problemas, a chave que me levaria para o lado dos meus pais.

Trinquei os dentes

Pressionei o vidro de encontro à minha pele chegando às minhas veias, a dor que eu senti foi ignorada pelo calor que irradiava do sangue correndo para fora das minhas veias, cortei o outro braço e agora eram dois rios de sangue que corriam livres para fora de mim, comecei a me sentir fraca, e acabei por ser engolida pela escuridão.

Sussurros me levavam e traziam à consciência

Você tem que ser mais forte que o mundo inteiro.

Bem mais forte que o Primo.

Mais forte que a morte

Você tem que voltar e matar o primo e só assim vai ter paz.

O primo matou seus pais, ele tem que pagar.

O ódio que eu senti pelo Primo me impulsionou para fora daquele estado mórbido.

Assim que eu abri os olhos eu estava deitada numa maca de um hospital qualquer, olhei pra os meus pulsos e lá estavam eles enfaixados, senti que de alguma forma eu trai a confiança da minha mãe, eu tinha sido fraca, mas ali eu jurei que eu nunca mais ia tentar me matar, se a morte me quisesse ela que viesse atrás de mim.

–Bella? Fala comigo... Fala comigo Bella- Edward segurava o meu rosto entre suas mãos, a dor em seus olhos eram como duas navalhas que me rasgavam a carne.

Inspirei fundo e tentei manter uma linha de raciocínio.

A merda do tiro não tinha me atingido o coração senão nem viva eu estaria mais, pensei em “N” maneiras de estancar o sangramento.

–Cauterização!- murmurei – Edward, você vai ter que cauterizar essa merda de ferimento- o ar já começava a faltar. - me diz que você sabe fazer isso.

Os olhos de Edward assumiram um brilho intenso, seu rosto se transformou e não existia mais o garotinho por quem eu me apaixonei, mas sim um homem forte e determinado, ele tirou duas balas do pente da Taurus, e então um canivete suíço do bolso, cortou a parte dianteira das balas, e despejou todo o conteúdo na ferida, ele olhou pra mim com um misto de apreensão e alivio, pegou um graveto e o acendeu com o meu isqueiro, encostou a ponta em chamas na pólvora que explodiu de imediato, a dor foi tanta que eu desmaiei.

Jacob

Ver Bella naquela situação não era algo muito legal de se ver, ela era a única coisa boa que sobrou do meu passado, Bella era uma espécie de eterna criança, mesmo ela tendo se tornado uma senhora criminosa, e estar em constante fuga ela nunca deixou de ser meio moleca, ela sempre manteve um sorriso no rosto mesmo enquanto éramos perseguidos, enquanto os outros praguejavam Bella ria descaradamente então depois dava um jeito de simplesmente sumir.

Bella era a porra da menina mais filha da mãe de todos os tempos, de dia ela estudava feito uma condenada, mas a noite ela causava um estrago em cofres. pra quem acha que Bella é apenas mais uma trombadinha tenho que dizer você tá errado.

Bella é melhor aluna da faculdade de engenharia e se formou com louvor tanto na faculdade como no mundo do crime.

Ela é a melhor.

Se eu não já tivesse desencanado de Bella acharia que ainda estava apaixonado, mas isso é coisa que ficou no passado.

A noite tinha sido chuvosa, ou seja, de péssimo aproveitamento para nós trombadinhas ninguém muito inocente passeava numa madrugada chuvosa, Mike tinha me levado para uma interceptação de um caminhão, eu estava pra lá de cansado, eu estava quase me deitando na sarjeta pra descansar quando ouvi um gemido fraco vindo de um beco, eu ia ignorar afinal de contas pessoas morrem todos os dias por aqui, mesmo indo contra a minha própria regra, na qual cada um era dono dos seus problemas, eu segui até onde o gemido vinha, foi quando eu encontrei um garoto todo esfarrapado e sujo de sangue, jogado em cima de algumas caixas de papelão, ele estava roxo de frio.

Uma angustia e um desejo de proteção imenso me dominaram, o enrolei no meu casaco, e o levei para a minha casa, um buraco num dos túneis do esgoto, o deitei no meu colchão e o embrulhei.

Depois de algumas horas o garoto começou a dar os primeiros sinais de vida então uma alegria imensa tomou conta de mim.

Velar o seu sono estava sendo não posso dizer um prazer pelo fato de eu estar extremamente cansado, mas era algo que me fazia esquecer muitos problemas, mas ao mesmo tempo me gerando mais uma serie deles. Enquanto analisava o seu rosto pude perceber uma serie de nuances naquele garoto, seus lábios eramfinos, nariz arrebitado, sobrancelha levemente arqueada, suas bochechas levemente avermelhadas.

Ele era extremamente lindo.

Porra o que tá acontecendo comigo? Eu não posso tá gostando de um cara! Será que eu tô virando viado?

Não, isso não pode estar acontecendo comigo... Não pode – resmungava pra mim mesmo, o medo de ser gay estava me dominando.

O garoto ressonou um pouco, e nesse momento toda a minha atenção e voltou pra ele, notei que ele ora ele pedia pra que o Primo o deixasse em paz e ora jurava morte ao Primo.

Com certeza você passou o inferno nas mãos do Primo- falei afagando de leve o seu cabelo. – foi então que eu percebi que ele estava ardendo em febre.

Sai da toca correndo, precisava urgentemente achar o Mike, o garoto não podia morrer, não podia.

– Eu não vou deixar você morrer ... Nunca. - sussurrei pra mim mesmo enquanto corria desesperado por ruas e becos, meus músculos estavam em chamas, quando finalmente encontrei Mike, eu contei tudo para ele de como eu tinha achado o garoto e todo o resto.

Mike deu um monte de remédio pra ele dois dias depois o garoto estava perfeito era como se nada tivesse acontecido, o nome dele era Billy, eu e Billy nos tornamos ótimos parceiros de crime, Billy atirava bem, sabia arrombar cadeados, fechaduras como ninguém, ele era uma maquina na arte de roubar, trapacear tudo o que fosse contra a lei e o pior é ele queria estudar, não sei como, mas ele também era um dos melhores alunos, o que me fez entrar pra escola também, eu queria passar o máximo de tempo possível ao seu lado, já que Billy acabou indo morar na casa do Mike e nós só nos encontrávamos em horário de trabalho.

A atração que eu sentia pelo Billy, tinha passado de nível e agora era uma paixão, amor ou sei lá o que. E isso estava me deixando louco, pensei milhares de vezes em contar pra ele desse sentimento, mas eu tinha medo de ele me ver como uma aberração, essa droga de sentimento me corroía cada dia mais, eu já tinha tentado matá-lo de todas as maneiras ao longo desses anos, mas tudo tinha dado errado. Billy povoava todos os meus sonhos, e droga eu adorava tê-lo por perto, me provocando, mesmo sem querer me provocar.

Depois de um dos nossos assaltos nós fomos pra um bar e enchemos a cara, o Billy queria comemorar o fato de que tinha passado pra uma faculdade e tinha ganhado bolsa integral pra fazer engenharia, e o melhor, a faculdade era à uma hora de carro daqui,eu também tinha passado pra essa mesma faculdade , caso Billy me aceitasse eu podia até aceitar fazer o curso de programação de segurança no qual eu tinha me inscrito.

Já de cara cheia eu mandei todos os meus medos pra o inferno, eu tinha uma semana pra conquistar o Billy, ou então tudo ia pelo ralo, assim que saímos do bar eu encostei Billy na parede e mandei tudo na lata :

–Billy, eu tô apaixonado por você cara. – falei meio arrastado devido à quantidade de álcool no meu sangue.

– Para Jacob, você tá bêbado e só- falou me ignorando por total.

–Não Billy! Não é porque eu tobêbado não, eu sou apaixonadopor você desde o dia em que eu te encontrei naquele monte de papelão, eu estou irrevogavelmente apaixonado por você Billy!- declarei tudo de uma vez, pois eu tinha medo de que a coragem me abandonasse no meio do caminho.

Foi então que eu percebi nossa proximidade, nossas bocas estavam a menos de cinco centímetros a respiração quente de Billy na minha pele estava me deixando louco de tesão, eu me inclinei um pouco, toquei de leve os seus lábios, então o beijo foi evoluindo naturalmente até se tornar algo mais profundo, nós nos soltávamos apenas quando o ar se fazia necessário.

–Jacob... Eu tenho algo a te dizer- murmurou Billy enquanto eu colocava a madeira na porta da minha casa.

Pode falar meu amor. – falei dando-lhe um selinho

–Então... - ele olhava pra os tênis surrados- Jacob desculpa ter escondido por tanto tempo, mas... – ele fechou os olhos, como se algo lhe doesse, eu pensei logo que ele ia me rejeitar.

– Fala Billy, essa demora esta me matando- quase berrei

–Jacob eu sou uma mulher, eu não sou Billy. Eu sou Isabella.– falou envergonhado... quer dizer envergonhada.

– Que porra é essa hein Billy? – uma ira tomou conta de mim, uma raiva por ter sido enganado. - você me fez achar que eu era viado, você me fez aceitar essa situação e você... Sempre foi uma mulher... Isso quer dizer que...

– Isso Jacob, você não é gay- ele... quer dizer ela me sussurrou- eu cai na gargalhada, uma gargalhada nervosa, eu não sei nem o que se passava na minha mente, era um misto de raiva, com alivio e mais um monte de coisas conflitantes,mas quando ela me beijou tudo entrou nos eixos.

– melhoras meu menino- falei afagando seus cabelos, saí deixando-a descansar.

Bella

O barulho dos aparelhos me dizia que eu estava consideravelmente bem, que o meu corpo estava estável e que eu ia ficar bem, mas algo me queimava por dentro me deixando atenta, era como se a minha história com o Primo ainda não tivesse acabado.

Ele pode ser o meu pai biológico.

Será que esse pecado não vai me deixar pregar os olhos?

Será que ser a causadora da morte do meu suposto pai vai ser uma ferida sempre aberta?

Os meus instintos estavam pra lá de acionados, eu estava mais alerta do que em qualquer um dos meus assaltos, mas mesmo assim os meus nervos estavam firme feito aço.

A boa e velha Isabella estava de volta.

O cheiro de hospital foi substituído pelo cheiro de tira, o barulho dos aparelhos pelos das sirenes e a minha tranquilidade por uma dose extra de adrenalina.

– Porra, os tiras estão lá fora- murmurei meio preocupada.

Comecei me desconectando daquele monte de aparelhos e já procurando uma maneira de sair de lá.

A porra do hospital estava com um cerco de 360º a única maneira de eu me livrar deles seria desviando a atenção.

Encostei uma mesinha na maçaneta pra dificultar a passagem deles.

Procedimento padrão.

Arrebentei a janela com a cadeira como se eu realmente tivesse saído por lá, abri a tubulação de ar do banheiro, e me arrastei atéum lugar onde eu pudesse ver toda a ação policial.

Agora é só deixar o circo pegar fogo!

Dito e feito, pouco tempo depois os tiras arrebentam a porta do quarto, o sogrinho tinha um olhar atento, parece que ele pensava meio parecido comigo, ele olhava para a janela com um misto de receio, raiva e com 100% de certeza de que eu não tinha saído por lá, mas como o próprio encarregado da missão caiu no meu truque ele foi obrigado a dar continuidade à busca em outra parte tipo pelos arredores do hospital.

Agora vai ser difícil dar o fora daqui.

Me arrastei por metros e mais metros de tubulação de ar até que eu cheguei à lavanderia, onde consegui um par de calças, uma blusa e um jaleco, amarrei o meu cabelo num coque frouxo, consegui sair do hospital sem problema, meu ferimento latejava, com certeza os pontos tinham estourado devido ao esforço que eu fiz.

Sair do hospital foi a parte fácil, o difícil era chegar à casa de Mike, pois com milhares de rondas pelas entradas e saídas da cidade eu tive que me embrenhar na mata, descer ribanceiras e mais um monte de coisas, mas consegui chegar sem nenhum problema, mas ao chegar lá vi um carro desconhecido, o que me deixou meio cabreira, já que Mike não costumava receber muitas visitas, como o meu instinto estava a mil decidi entrar pelo porão e segui para a cozinha onde Mike adorava receber suas visitas, o cheiro de café no arindicava que era uma pessoa querida.

–... Não Carlisle, eu não vou te entregar Bella nem que você me torture, primeiro que ela não está comigo, segundo por que ela é como se fosse minha filha e você sabe melhor do que ninguém que um pai protege um filho até mesmo quando ele está errado.

–Caramba Mike, eu só quero proteger o meu filho da lama que a vida de Isabella é. Você sabe que eu nunca a prendi em nome da nossa velha amizade.

– Cala boca Carlisle, você nunca a pegou por que ela realmente é muito boa no que faz.

–Realmente- falou meio que rindo enquanto bebericava o café- mas Mike, ela fez o meu filho matar um homem, ela o fez enfiar uma bala na cabeça do Primo, ela o fez virar um monstro. Um assassino. Você tá entendendo?

– Carlisle meu amigo, você e eu sabemos que esse tal monstro que o Edward virou sempre existiu. Edward sempre foi esse monstro, só que você deu um jeito de encarcerá-lo embaixo de uma Mascara e Mascaras sempre caem. Edward sempre teve esse instinto dentro dele, ele herdou isso de você.

– Cala a boca Mike você não sabe o quanto é difícil saber que o seu filho enfiou uma bala na cabeça de um cara e dane-se se ele era um bandido. Dane-se. Você não viu o brilho assassino que havia em seus olhos, você não presenciou o rosto do meu menininho virar o rosto de um assassino, você sabe o quanto é difícil saber que o meu filho é um assassino?

Mike o deixou falar e falar, sem dizer uma palavra.

– Certo Carlisle, ela foi errada em permitir que ele entrasse nesse mundo, mas Sabe de uma coisa? Mesmo com todos esses erros eu nunca vi um homem tão feliz quanto Edward quando ele está com Bella.

–Mike... - falou Carlisle quase que literalmente arrancando os cabelos - Eu sou um policial. Um bom policial. Sabe o quanto é difícil ter um filho assassino? Você sabe Mike? Sabe o quanto é difícil olhar para a cara dos meus colegas de trabalho e ter que mentir sobre quem matou o Primo? Eu sempre fui um cara honesto, eu quase nunca menti sobre um inquérito, eu já prendi parceiros por muito menos, mas eu não suportaria ver Edward na cadeia, mastambémnão conseguiria verEdward me encarando enquanto eu o mando para a cadeia.

– Quando o assunto é proteger quem amamos, as regras são dispensáveis.

–Já que não vai ajudar não me venha com filosofia de boteco – Carlisle falou se levantando e indo embora.

– Até logo meu velho- murmurou Mike com um risinho de canto de boca.

Ali no meu cantinho onde eu me encontrava tentava assimilar a informação de que Mike e Carlisle eram conhecidos.

Se bem que pelo tom da conversa eles estavam mais pra velhos amigos.

–Bella pode sair daí, eu ouvi a porta do porão se abrindo.

–ok. Ok. Mike – saí de mãos erguidas- cá estou eu, agora me faz o favor de me contar como você conhece o excelentíssimo detetive CarlisleCullen?

– Essa é uma longa e velha historia.

–Adoro longas e velhas histórias.

– ok Bella, você é uma menininha muito curiosa pra o meu gosto.- falou se sentando .

–eu sei que sou mesmo, mas que tal começar a contar a história?

– Carlisle e eu nos conhecemos na academia de policia há alguns anos e sim Bella, eu já fui um tira e um dos bons por assim dizer, mas aconteceram coisas que me fizeram sair do “bom caminho” e eu acabei virando uma pessoa à margem da lei e Carlisle me ajudou a sumir do mapa e é por isso que eu não tenho muitos amigos, pois pra o resto do mundo eu estou morto e enterrado.

Mike

Contar à Bella sobre a minha época de policial trouxe à tona sentimentos há muito esquecidos.

Era uma noite escura efria, eu ainda era um policial e estava voltando da minha ronda, o meu turno já tinha acabado, mas a dor de cabeça devido ao excesso de cafeína, me fez querer andar um pouco para desanuviar a mente, seguindo por esse caminho eu ia demorar pelo menos duas horas para chegar em casa.

Dane-se eu não tenho ninguém me esperando mesmo.

Quando eu cheguei à parte mais afastada do bairro eu comecei a ouvir a voz de duas pessoas, na verdade eram risadas.

Eu reconhecia aquelas risadas.

O que diabos Tyler e Jordan estão fazendo por essas bandas?

Eu devia seguir o meu caminho; mas não, os meus instintos me mandavam entrar naquele terreno baldio e ver o que diabos estava acontecendo, quando eu afastei a madeira que mantinha o terreno fechado vi uma cena que me deixou estarrecido, apesar da luminosidade precária, eu consegui vê-los espancando um garoto de no máximo treze anos.

...morre seu trombadinha- falou Jordan dando um chute no estomago do garoto.

– isso é pra você nunca mais roubar na nossa área- falou Tyler dando um chute em seu rosto.

Um ódio inexplicável me dominou fazendo com que eu atirasse fatalmente em dois colegas de farda sem hesitar.

Ao me aproximar do garoto, eu percebi o quão machucado ele estava, seu corpo era uma massa disforme de sangue, terra e hematomas, mesmo não sendo o correto, o tomei nos braços e o levei para longe daqueles dois crápulas que desonravam a farda.

Depois de levá-lo a uma emergência descobri que o garoto não tinha sido gravemente ferido, mesmo assim decidi que eu ia velar o seu sono até que ele abrisse os olhos.

[...]

–Oi garotão tudo bem?– perguntei assim que ele abriu os olhos, ele estava meio perdido, ele olhava tudo com medo. -calma garoto eu não vou te fazer mal algum. - falei tentando acalmá-lo– qual o seu nome?

–Jacob, Jacob Black.

–Prazer, eu sou Mike Dougland

Naquele momento eu estava aliviado por saber que o Jacob estava bem, mas mesmo assim ciente de que a minha vida ia virar um verdadeiro inferno.

Iam abrir quilômetros de inquéritos, até terem a minha cabeça a sua mercê.

O único jeito de eu sair dessa mais ou menos limpo era pedir ajuda a única pessoa em quem eu confiava. CarlisleCullen o tira mais correto e linha dura que eu conheci, mas mesmo assim, um excelente amigo, se eu fosse ser preso por alguém que fosse por ele

–Carlisle eu estou ferrado.

–Ferrado como?

–Eu matei o Jordan e o Tyler. - falei envergonhado e com medo de seu julgamento.

–Você fez o que?- Berrou, pela primeira vez em anos ele perdeu a paciência - por que diabos você fez isso? Por quê? Me explica caralho.

–Eles estavam espancando um garoto, com tanta brutalidade, que sei lá o que me aconteceu, só sei que a única reação foi mandá-los para o inferno.

–Porra Mike desde quando você age com a emoção?- Carlisle estava muito angustiado. - fala!

Desculpa, eu realmente não sei- as lagrimas já desciam largas por meu rosto, pela primeira vez em muitos, muitos anos mesmo eu estava chorando, não por eu ter feito uma merda sem tamanho, ou pelo medo das consequências, eu tinha falhado com ele, o cara que sempre apostou todas suas fichas em mim sem hesitar uma vez sequer - é que eu não consegui ver aquela cena e não fazer nada.

–Certo Mike, eu vou te ajudar, só que você vai perder mais do que ganhar.

–Eu aceito, só me diz o que vai acontecer comigo.

–Você vai ser dado como morto em ação, leve sua arma, distintivo, carteira, e o que mais puder pra ajudar a te identificar, e deixa que o resto eu cuido.

Respirei bem fundo, pois eu tinha que assimilar a ideia, pois ser dado como morto ia me privar de tudo o que eu lutei dia após dia.

–Quando?

–Agora. na velha ponte.

–Certo. - sai de casa levando minha vida nos bolsos, a partir de agora, eu podia ser qualquer pessoa, menos eu mesmo.

Hoje morreria Mike Dougland e nasceria sei lá quem.

Chegueiao local marcado e encontrei Carlisleparado ao lado de sua viatura, ele se mantinha serio, mesmo daquela distancia, eu podia ver sua expressão seria, seus punhos cerrados ao lado do corpo, sua mandíbulatravada e por fim seus olhos tão atentos como os de uma ave de rapina.

Carlisle me explicou o plano que era fácil de entender, mas muito difícil de executar.

Eu ia entrar no túnel que possuía uma câmera de segurança na entrada e na saída já que a do meio tinha sido danificada meses atrás e até agora ninguém tinha consertado. A ação tinha que ser rápida, 5 segundos e nada mais. eu ia ser trocado pelo cadáver que estava no porta malas, então empurraríamos o carro ribanceira a baixo, então o meu "dublê" ia ser carbonizado.

Dito e feito

O plano deu pra lá de certo e desde então Mike Dougland morreu, mas mesmo assim eu não me arrependo de nada do que eu fiz por Jacob, ele me deu um motivo para viver, ele se tornou o filho que eu nunca tive, o filho que a vida de policial nunca me deixou ter.


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Notas finais do capítulo

Amores deixem seus comentários , opiniões e muito mais, eu vou amar saber o que vocês estão achando!
bjos e até mais!



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