Para Sempre escrita por luuv


Capítulo 2
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

Música para acompanhar o capítulo - Matt Wertz, 5:19



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Terça Feira.

Depois de um dia cansativo, o que eu mais queria poder seria um banho quente e um descanso, certo? Totalmente errado.

Eram exatamente nove horas da noite, e eu havia passado o dia inteiro nas preparações para o Natal, já que eu era parte do "comitê". Tínhamos que cuidar de tudo. Comida, apresentações, decoração, bebidas, presentes, tudo... Além disso, nós, formandos, queríamos fazer uma homenagem aos professores e ao Diretor, o que tornava tudo muito mais difícil. Quer dizer, como poderíamos esconder algo de Dumbledore? Estávamos tentando, e realmente estava funcionando. Por enquanto. Pelo menos eu não podia reclamar. Tudo estava ficando tão... Absurdamente lindo, que eu não conseguia nem descrever. Além disso, havia muitas surpresas não esperadas por ninguém.

Passei pelo quadro da Fat Lady, esfregando os meus olhos. Estava tão cansada. Estes dias eu não parara de trabalhar. Não tinha tempo para dormir direito, já que dormia tarde e acordava cedo. Além disso, mal conseguia ver meus amigos e ele... Apenas Alice, já que ela fazia parte do comitê também. Mas não era hora de pensar nisso. Amanhã, sendo domingo, eu teria uma folga. Apesar de não querer muito isso. Tinha medo do que as preparações podiam se tornar sem eu por perto... A Comunal já não estava muito cheia, mas não tive tempo de reconhecer alguém. Subi as escadas que me levavam até o dormitório, dois degraus de cada vez. Estranhamente, Alice não se encontrava lá. Dei de ombros, depositando algumas coisas sobre minha cama, e logo me dirigi para fora. Tomaria agora outro rumo.

A felicidade me inundou, meu corpo já reconhecendo para onde estávamos indo. Na bifurcação que a escada tinha, tomei o lado oposto do meu costumeiro, indo até os dormitórios masculinos. Sabia que já não era mais permitido, graças ao horário, mas não podia me controlar. Tinha que vê-lo. Simples assim. Além disso, quem poderia me pegar ali? Pisquei fortemente. Só de imaginar aqueles olhos amendoados, eu já ficava mais tranquila. James e eu tínhamos uma trilha muito movimentada deixada para trás. Com rastros de muitas brigas — por minha parte — e de muitas insistências — por parte dele. Estávamos no sétimo ano e, enfim, eu resolvi dar ouvido ao meu coração. Não podia ser tão mal... E não estava sendo, de fato. Parei em frente a uma porta de madeira, com uma plaquinha embaixo do número que identificava-o. A plaquinha era meio gasta, com um dizer apenas. "marauders". Não era preciso de mais, afinal.

Meu coração deu uma espécie de solavanco no peito quando terminei de ler a plaquinha. E eu nem soube por quê. Ok, talvez eu soubesse sim. É que... O meu sentimento por ele era tão novo e tão diferente do que eu já havia sentindo que a confusão se tornava parte de mim. Meu corpo reagia a ele de maneiras que eu desconhecia. Suspirei alto, fechando os olhos por um instante. Sem bater nem titubear, abri a porta do quarto dos meninos. A bagunça era a de sempre. Roupas masculinas estavam espalhadas pelo quarto, e em uma das camas, juro que vi um montinho gordo respirando com comida sobre o cobertor pesado. Peter, provavelmente. Por algum motivo que não me importava agora, nem Sirius nem Lupin estavam ali.

Fechei a porta com cuidado atrás de mim, não queria acordar Peter. Apesar de o garoto ser um tanto quanto... perturbado, ele era bom. Tinha certeza que um bom amigo, mesmo com as dificuldades que tinha. Vamos concordar, beleza, inteligência e senso de humor não eram destaques nele. Mas... Talvez ele era bonito por dentro. Talvez. Enfim, não queria acordá-lo, já que o sono era sagrado para ele e eu sabia disso.

Por um instante, senti uma tristeza me envolver, pensando que James não estava lá. Porém, quando olhei melhor, vi um montinho de cabelos escuros saindo de baixo do cobertor da sua cama. Então, o sorriso se espalhou por meu rosto. Ajeitei – ou melhor dizendo, tentei ajeitar – os meus cabelos longos e ruivos, passando as mãos por ele, e desfazendo os nós. Com as pontas dos pés, andei até a cama do meu namorado. Namorado. Segurei um suspiro apaixonado, quando alcancei a cama e puxei o cobertor.

Admito que fiquei sem reação. Pisquei algumas vezes, minha mente não querendo assimilar o que eu estava claramente vendo. — O que? — Sussurrei, entortando a cabeça, começando a perder o ritmo da minha respiração. Ao invés de encontrar James deitado e dormindo, encontrei uma... uma garota. Senti minhas narinas inflarem, enquanto começava a ficar vermelha de raiva. Como esperado, as lágrimas queimaram em meus olhos. Normalmente, quando eu ficava muito raivosa, costumava chorar, sem nem ao menos querer. Mas desta vez eu não tinha certeza se queria chorar de dor, raiva, tristeza ou desespero.

— James? — A menina deitada perguntou com o sorriso mais... mais... mais besta que eu já vi na vida. — Já chegou? — Ela perguntou novamente, enquanto abria os olhos. Quando ela me viu, seus olhos se arregalaram e ela levantou-se, sentando-se. Parecia assustada, e começou a gaguejar.

— Surpresa. — Eu disse, com muita raiva. Tentei segurar o choro, mas não funcionou. Senti as lágrimas salgadas escorrerem por minha bochechas. Aí estava a prova viva que meus medos eram reais. Lembro da resistência que eu tinha quanto à namorar James... Vivia me dizendo que eu seria só um prêmio de garotas em sua prateleira. Até que, depois de sete anos, ele me provou – seria melhor dizer que ele me enganou – o contrário. Mas aí estava. Faziam apenas dias, poucas semanas que estávamos juntos e eu já via uma garota em sua cama. Chamando por ele. Com um sorriso besta no rosto. Ela continuou a gaguejar, tentando se explicar. — Olha aqui, eu realmente não quero ouvir suas desculpas. — Limpei as lágrimas do rosto, falando com a voz mais fria que eu podia produzir. —Você que se exploda junto com aquele idiota do Potter. Literalmente. — Engoli o bolo em minha garganta, junto com o choro. Acho que nunca havia sentindo tanto desespero, tão desapontada.

Em algum momento do meu mini-discurso raivoso, a porta se abrira, mas eu estava pouco me importando com quem visse minha cena. Virei-me, pronta para sair daquela droga de quarto, quando me deparei com ele. Pensei que seria forte o bastante para dizer algo bem feio para ele, mas quando nossos olhares se encontraram, algo dentro de mim voltou a se despedaçar. Fiquei com vontade de me jogar no chão, chorar até morrer, espernear feito um bebê. Mas soltei um suspiro trêmulo, e ao invés de encará-lo, olhei para os outros dois, que supostamente seriam meus amigos.

— Sirius, Remus, bom revê-los. — Minha voz saiu tremida, mas fiquei feliz pro soar forte e não tão desesperada como eu estava. Eu vi a boca de James se mexer, mas não consegui realmente ouvir. — Por favor, não tente me enganar novamente. Já vi o bastante. Adeus, Potter. — As últimas duas palavras saíram tão baixas que me preocupei se ele tivesse ouvido mesmo. Os três estavam barrando a porta, mesmo assim abaixei a cabeça e passei pelo espaço que Sirius e Remus tinham aberto. James segurou meu braço, mas eu estava tão atordoada, que o puxei de volta com força. Então, me virei para ele e olhei fundo em seus olhos. — Você prometeu que cuidaria de mim. — Falei, me entregando às lágrimas e suas mentiras. Não fiquei para ver a menina (Marlene, seu nome) se desculpar. Não fiquei para ver James cair em um choro profundo. Não fiquei para descobrir que eu era vítima de um mal entendido. Eu corri para o outro lado, corri para minha cama. Nem troquei de roupa. Me enfiei ali, embaixo das cobertas, sem me importar com mais nada, e chorei como nunca. Chorei, chorei e chorei, até o som dos meus próprios soluços me embalarem em um sono perturbado.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Lily! Vamos ver no que isso vai dar! hehe

Lih, muitissimo obrigada pelo conmentário e espero que goste viu! Obrigada pela dica...

Reviews galera?? Beijinhos e até o próximo! hihi



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