Contos Fragmentados escrita por Maria Antônia Freitas


Capítulo 9
Mente Perturbada - Bye Bye, 'Jhon'.


Notas iniciais do capítulo

“Eu gostava muito dele, não ao ponto de amá-lo, mas era o suficiente para me fazer ter envolvido aquele cara no meio disto.
Era 4h34 da manhã, quando o telefone tocou, era Anna, sua prima, dizendo que Jhon havia cometido suicídio. Um tiro certeiro em sua testa, e em segundos o garoto apagou, acordando sua mãe e surpreendendo seu irmão mais velho que estava no andar debaixo jogando LoL.
Desliguei o telefone, e sentei-me na borda da cama de solteiro. Retirei um pequeno papel que estava em meu bolso e o pressionei junto ao lado esquerdo do meu peito .
—Bye Bye, ‘Jhon’.”



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Ao meio dia despertei, avistando o olhar vago do velho Figueiredo. Assustei-me ao lembrar de que havia me colocado em risco ao dormir, mesmo sendo em vão as tentativas de escapatória.

–Bom dia! –disse me apressado para pegar mais alguns biscoitos na cozinha.

Voltei para o quarto dizendo:

–Acho que já citei sobre o padre Martinato, não é? Bom, vamos começar com o fim dele.

“O padre estava pendurado em uma espécie de cruz, que eu havia improvisado no meio do cômodo vazio, relembrando a cena em que Jesus foi crucificado.

Podiam-se ouvir as orações que ele sussurrava com a esperança de que Deus lhe enviasse um milagre, mas Deus gosta de dar as consequências certas para aqueles que pecam diante às leis da capital. E eu era a sua consequência.

Meu fino corpo apareceu no lado direito, carregando uma espécie de adaga. Aproximei-me do corpo, o qual me retrucou um olhar de ódio, ou era medo?
Mesmo após a morte da garota ruiva, e de Isadora, ainda não conseguia definir aquele olhar que se perdia em lembranças de um passado cheio de crimes que não foram punidos.

Talvez seja um olhar arrependido, mas eu não acredito nessa de se “arrepender”.

–Acho que não preciso citar todo o motivo para você estar aqui, certo Padre? -disse próximo ao seu ouvido esquerdo.

Seu olhar ainda era o mesmo. Aquilo deveria me deixar emputecido, mas ao contrário disso, me satisfazia por completo.”

–O que ele lhe fez? –perguntou o velho.

Peguei o velho pedaço de papel, e li para mim mesmo as pequenas palavras ali escritas:


Tatuei em uma árvore o nosso nome,
E completei com um coração.
Olhei em teus olhos,
Enquanto você cantava mais uma canção.
Mas teus olhos se perdiam,
Em meio a uma confusão;
A qual foi criada,
Por uma ilusão.
Fugi para o abrigo de outros braços,
E lhe deixei na mão.
Sem destino, e sem rumo.
Você me fez partir.
Mesmo dizendo
Que não iria desistir.

Nunca senti a falta de alguém após os meus 4 anos, mas Jhon era diferente. Sua frieza era admirável, e seu pessimismo me atraía. A forma como ele não se importava com as coisas boas eram insuportavelmente algo que eu adorava. Éramos praticamente iguais, mas o igual nem sempre é o que se encaixa perfeitamente. Ele se afastou para poder se entender, e fugi com medo de sentir dor. Porém ele se distanciou demais, e abraçou seu revólver ao anoitecer.

Tarde demais para tentar me arrepender de algo que poderia ter dado certo. Engoli as lágrimas, e segui sem rumo pela Rua 23.

“A cena de agora, mostrava o Padre com cortes fundo em seu antebraço, e cabisbaixo ainda rezava por um milagre.

Entrei novamente em cena, com a mesma espécie de adaga em mãos.

Sem muita discussão, tirei suas calças e apenas em um golpe cortei seu órgão genital, dizendo:

–Ele se foi, por essa sua estranha obsessão. –disse.

Minha mente se contorcia com o tamanho prazer que me vinha ao dizer, e fazer tal coisa.

– Você o matou. Deus não irá te salvar. –continuei.

Os gritos de dor que saiam de sua boca eram insuficientes para chamar a atenção de alguém de fora.

O sangue que escorria pelas suas pernas era a única coisa que me incomodava, e com isso sai do quarto.”

–Ele estuprou quase toda a turma da catequese em 2008, ano em que me matriculei, e onde conheci Jhon. Fui o único que consegui fugir dele. –disse para o Pastor, o qual tinha algumas lágrimas em seu rosto.

–Uma das garotas do culto, a Leh Meira, uma pequena garotinha de 9 anos, me contou o que ele fez com ela. A garota nunca contou aos pais. –disse o velho.
Olhei para ele, e cortei sua bochecha esquerda.

–Isso foi por você nunca ter o denunciado.

“O vídeo se iniciou novamente, e agora, se encontrava na sala mais alguém ao meu lado. Era Gabrielle Costa, uma das garotas que o maldito padre havia estuprado. Lhe entreguei a faca, e ela se aproximou dele dizendo:

–Ele fez isto por todos, e principalmente pelo Jhon, mas isto é por mim. –a garota levantou os braços e enfiou a adaga em seu peito. O sorriso em seu rosto era confortável, mas precisei agir antes que ela reparasse no que fez.

Peguei a seringa que estava na prateleira, e apliquei a droga em sua jugular, fazendo assim a garota cair morta.”

–Hora de dormir. –disse caminhando até o Pastor.


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Notas finais do capítulo

"Because two can keep a secret
If one of them is dead." ♫♪



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