Parceiros escrita por Endy


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!! Sei que demorei um pouco e peço desculpas por isso, muita coisa para fazer ao mesmo tempo dá nisso!
Quero agradecer a todo mudo que comentou, favoritou e está acompanhando. Muito obrigada mesmo, isso é muito legal!
Sem mais delongas, vamos ao capitulo....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/535481/chapter/3

Caminhei até a sala do diretor, o meu sangue ainda fervia de raiva e por alguma razão meus punhos ainda continuavam cerrados, mas a única coisa que pensava era em minha mãe. Droga! Eu não devia me meter em encrenca logo agora, ela não precisa de mais isso!

Bati na porta, respirando fundo para encarar o que vinha a seguir. Ouvi a voz do sr. Donald dando permissão para que entrasse, e assim fiz. Ele estava sentado atrás de sua imponente mesa de mármore e ao ouvir meus passos, acenou para que me sentasse sem ao menos levantar os olhos para mim.

– Sr. Rodgers, o que tem para me dizer em sua defesa? –Ele levantou os olhos para me encarar e eu continuei calado. Sei que em minha posição uma pergunta como essa deve ser compreendida como uma retórica. – O senhor agrediu um colega de classe dentro da sala ignorando a autoridade do professor, acha que a minha escola é um dos ringues de beira de esquina na qual você freqüenta? –A voz dele e a forma como me olhava estava visível o desprezo, eu já estava acostumado com esse tratamento e para ser sincero, o sentimento era recíproco e não fazia nenhuma questão de escondê-lo. –Acho que já deve imaginar o que irá acontecer, certo?! Será expulso da minha escola, porque não vou permitir que um moleque como você venha até aqui e destrua tudo o que eu lutei para criar! Hoje mesmo falarei com sua mãe. É triste, mas será necessário!

Agora ele conseguiu me afetar e pela expressão de satisfação que existia, sabia muito bem o que tinha feito. A vontade que eu tinha era de fazer o mesmo que fiz com Josh, mas não faria isso com um senhor da idade dele, não seria certo por mais imbecil que ele fosse. Engoli a seco toda a minha raiva e continuei a encará-lo enquanto ele fazia algumas anotações em uma agenda velha.

– Sr Donald, posso entrar? – Me virei para ver a dona da voz entrar na sala sem ao menos receber alguma permissão, seus olhos estavam fixos no diretor com uma determinação que eu estava começando a achar perigoso. Mas o que diabos essa garota faz aqui agora?

– Senhorita Beckett, seus pais me disseram que só viria à escola amanhã! Se soubesse que tinha chegado teria eu mesmo lhe mostrado a escola. – O sorriso que ele tinha nos lábios era cordial e não combinava com ele. Acho que por nunca ter visto algo nem parecido em seu rosto.

– Não tem problema, eu acabei descobrindo tudo aqui por conta própria. É uma bela escola! –Ela passava os olhos pela sala com um sorriso diplomático em seu rosto fazendo o rabugento diretor se inflar de orgulho. Será que sou só eu que não estou entendendo o que está acontecendo aqui? Tentava fazer com que ela me olhasse para que talvez me dissesse algo nem que seja apenas por um olhar, mas ela continuava como se ignorasse a minha presença.

– Oh! Que isso! Ainda temos muito que fazer aqui e se não fosse pelos seus pais quando me ajudaram a resolver aqueles problemas judiciários, eu acho que nem o que já temos seria possível. –Em sua voz tinha um tom melancólico como se lembrasse de algo, olhando para sua mesa. Eu acho que comecei a entender o porquê dessa diplomacia toda com Beckett, seus pais pareciam ter feito algo muito importante para o diretor. –Eu sinto informar, mas terei que finalizar nossa conversa, tenho assuntos pendentes aqui. Mas tem algo que possa fazer por você?

– Sim. Liberando ele! –Ela apontou para mim sem direcionar os olhos em minha direção. Eu estava assustado com a sua afirmação categórica, e pelo jeito não era o único, já que o diretor parecia não está entendendo nada. A única coisa que eu pensava era que ela era louca. Só podia ser louca!

– Não entendi o que você quis dizer...

– É bem simples. O sr. Rodgers não teve culpa do acontecido, apenas estava tentando me proteger de uma situação tanto quanto... Tensa, com o nosso colega de classe Josh. Eu sei que a situação fugiu do controle e acabou naquela cena lamentável, mas dado as circunstâncias é totalmente desnecessária uma punição tão rígida a ele, e sem contar que é injusto não punir a Josh também por seu comportamento desnecessário. – Eu estava impressionado com a confiança que ela falava, parecia que era a minha advogada e eu o cliente. E tenho que admitir, ela é muito boa nisso! Quase levantei para aplaudi-la, mas isso teria conseqüências desnecessárias.

–Senhorita Beckett acho que o caso aqui é bem mais complexo do que...

– Não se preocupe, isso não irá acontecer mais. O Rodgers e o Josh vão fazer de tudo para ter uma relação amigável, assim evitaremos situações como essas. – Ele respirou fundo, ajeitando gravata de bolinha como se isso anuviasse seus pensamentos.

– Certo! Em frente à situação apresentada e com seu depoimento terei que ser justo, acho que não terá necessidade de uma expulsão, já que o sr. Rodgers estava apenas lhe protegendo. –Eu soltei o ar que nem sabia que estavam presos em meus pulmões. Minha mãe não precisa agora do desgosto de ter um filho expulso da escola e saber que eu não traria essa infelicidade para ela, era um alivio para mim. -Vamos fazer o seguinte, chamarei o sr. Davidson para uma conversa e uma punição adequada pelo seu comportamento, mas a sua punição sr. Rodgers não será esquecida. Portanto, terá que ajudar todos os dias, por duas semanas na biblioteca da escola, organizando os livros, ajudando os alunos, etc... E terá que fazer um relatório assinado pelo coordenador da biblioteca comprovando a sua presença. Estamos entendidos? – Acenei com a cabeça, segurando o riso da expressão de insatisfação declarada no rosto do diretor.

–Ok! Se me derem licença tenho alguns documentos para assinar, então... –Ele olhava para a porta, eu me levantei estendendo a mão para ele que ponderou por alguns minutos me olhando nos olhos com o mesmo ar de desprezo de antes.

– Obrigada Sr. Donald ! Já vi o porquê que essa escola vai tão bem, temos um diretor muito justo em seu comando. Com certeza meus pais acertaram quando escolheram a sua escola. –E mais uma vez o sr. Donald se inflou de orgulho, abrindo um sorriso quase infantil em seu rosto. Kate continuava a sorrir diplomaticamente, ela se despediu e saímos da sala. Eu estava perplexo com o que aconteceu lá dentro, nunca vi o grande senhor diretor se curvar a opinião de alguém.

– Você o manipulou! Como sabia qual era o ponto fraco desse velho chato? –Eu acho que não estava conseguindo esconder o espanto na minha voz e muito menos a admiração, ela sorriu revirando os olhos.

– Eu não chamaria isso de manipulação, mas sim persuasão! Era óbvio que ele tem um ego enorme e nada melhor para se conseguir o que se quer elogiando o ponto fraco dele, a escola. E também ele é muito puxa saco dos meus pais e iria fazer de tudo pra que eu tenha uma boa impressão da escola. –Ela olhava para frente falando como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Eu balancei a cabeça sorrindo da maneira como ela falava.

– Eu tenho que te agradecer pelo que fez ali, muito obrigado. Eu ficaria muito encrencado se você não tivesse manipi... Persuadido ele! –Eu sorri com as mãos dentro dos bolsos, tentando não parecer que estava sem jeito, quando na verdade tive que colocar as mãos nos bolsos pelo simples fato de não ter ideia do que fazer com elas.

–Não precisa agradecer, eu não fiz mais do que a minha obrigação, afinal foi meio que por minha causa que se meteu nisso. –Ela baixou os olhos para as próprias mãos e eu me senti culpado pela culpa dela. Isso faz algum sentido?!

– Você não teve culpa, o Josh é um idiota e eu acabei perdendo o controle. Só tenta não chegar muito perto dele, talvez ele fique com raiva e tente descontar em você.

–Sinto um tom de preocupação com o meu bem estar sr. Rodgers? –Eu olhei para ela que tinha no rosto um sorriso debochado com a sobrancelha arqueada, revirei os olhos tirando as mãos dos bolsos.

–Não, apenas não quero me meter em confusão de novo. –Ela riu colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha. Paramos em frente à porta da escola, já que o sinal anunciando o final das aulas tinha tocado, um mar de gente saia afoitos de suas salas. Vimos o diretor chamar Josh que pelo olhar que nos direcionava no meio do corredor, pareceu premeditar o que viria a seguir, mas nem por isso pude deixar de sorrir em vê-lo ir em direção a sala da diretoria.

– Tá vendo?! Formamos uma boa dupla, tipo Starsky e Hutch, Turner e Hooch..

– Agora que você falou... Você me lembra um pouco o Hooch! –Eu sorri e ela estreitou as sobrancelhas, cerrando os olhos e me deu um soco no braço. –Aí! Eu só falei a verdade.

– Te dou um desconto só porque foi sua primeira piada. Meu Deus isso deve ser um milagre!! O cara mais mau humorado da face da terra fez uma piada, acho até que vai chover! –Ela olhava para o céu de forma teatral com uma das mãos protegendo os olhos, eu revirei os olhos ajeitando a mochila nas costas, já me preparando para ir para casa. Agora não tenho mais duvidas, com certeza ela era o Hooch!

Um carro preto parou perto de nós buzinando, ela sorriu olhando para dentro do veiculo acenando dizendo que estava indo. Uma mulher dirigia o carro e não pude deixar de notar a semelhança gritante com Kate, deduzir então ser a mãe dela.

– Minha mãe. –Ela disse como se tivesse lido os meus pensamentos, olhei para ela um pouco surpreso e recebi um sorriso e um aceno se despedindo de mim. Fiz o mesmo ou algo parecido com isso, não estou muito acostumado a sorrir com tanta frequência e não sei muito bem como agir, então só assenti com a cabeça. A vi entrar no carro falando freneticamente sobre algo e depois apontar para mim, eu arregalei os olhos engolindo a seco, se pudesse correr já tinha feito isso, mas já era tarde de mais a mãe dela acenou para mim da janela aberta do carro, e eu fiz o mesmo aliviado de ser só um aceno e não uma carona ou algo do tipo. Kate gargalhava no banco do carona, com certeza por perceber o susto que levei.

Balancei a cabeça e segui o caminho até em casa. Tinha sido um longo dia e a única coisa que eu queria era tomar um banho e me jogar na minha cama e dormi um pouco, depois quem sabe assistir a luta na TV comendo um bom pedaço de pizza. Isso seria um meu fim de tarde perfeito, se não tivesse um porem, Chad. Sei que mais cedo ou mais tarde vai aparecer lá em casa bêbado como sempre e aí a minha paz terá ido para o espaço. Peço a Deus que pelo menos por agora ele não esteja em casa e eu possa fazer pelo menos um terço das coisas que quero sem me preocupar com o que o idiota pode fazer contra a minha mãe enquanto está bêbado.

O caminho da escola até minha casa é curto se for pela rodovia, mas eu sempre gosto de ir pelo caminho mais longo, porque passa por um parque quase vazio e lindo, acho que quase ninguém vem até aqui, apenas algumas mães com seus filhos e pessoas fazendo exercícios. O ar daqui é puro e me ajuda a pensar quando a minha cabeça parece que vai explodir com tanta coisa.

Quando meu pai sumiu eu vinha muito aqui, passava horas sentado em um dos balanços com os olhos fechados, parecia que toda a raiva que eu estava sentindo ia diminuindo enquanto o vento batia em meu rosto.

Depois de algum tempo cheguei a rua da minha casa e já podia vê-la ao longe. Ainda nem tinha chegado o final da tarde, porem não tinha ninguém na rua .Brisa batia nas arvores fazendo as folhas voarem e grudarem em meu casaco, porém não me importei só queria chegar em casa logo e tentar recuperar a sanidade que aquela garota doida conseguiu usurpar hoje.

–Mãe, cheguei! –Eu gritei entrando em casa colocando a mochila perto da porta, não tive resposta alguma, então achei que ela estivesse em seu quarto e fui procurá-la. –Mãe? –Bati na porta de seu quarto e tudo estava silencioso, silencioso até de mais. Não esperei permissão para entrar, abri a porta e meu chão pareceu sumir debaixo dos meus pés.

–MÃE!! –Ela estava caída no chão, com o corpo de bruços com as costas para a porta. –MÃE! Mãe pelo amor de Deus acorda!!

Eu virei o corpo dela com cuidado para que não a machucasse. Só então notei os machucados em seu rosto e em seus braços. Ela gemeu de dor tentando abri os olhos. Minhas mãos tremiam e podia ouvir o meu coração descompensado dentro do peito, não sabia o que fazer, estava desesperado. Eu não podia perdê-la! Não vou deixar que isso aconteça!

Levantei do chão colocando o seu corpo em uma posição mais confortável, estava com a visão turva pelas lagrimas enquanto procurava o telefone. Limpei os olhos e enfim achei o telefone, não lembrava nem do numero da emergência e isso me desesperou ainda mais. Respirei fundo tentando recuperar o autocontrole, lembrei os números e disquei o mais rápido que as minhas mãos trêmulas conseguiam.

Emergência...

– Eu preciso de uma ambulância! –Devido ao nervosismo falei tão rápido que a mulher do outro lado da linha não conseguiu entender.

Senhor eu não consegui entender, poderia falar um pouco mais de vagar. –Eu respirei fundo tentando manter a calma, o que era quase impossível.

– Eu preciso de uma ambulância! AGORA!! –Me aproximei novamente da minha mãe sentindo as lagrimas voltarem a embasar minha visão.

A atendente pediu por meu endereço que eu dei depois de alguns minutos tentando lembrar aonde morava, após isso não escutei quase nada do que ela me disse apenas fiquei ali olhando para a minha mãe desacordada em meus braços, com a esperança de que aquilo não passasse de um terrível pesadelo. Os meus pensamentos foram levados para quem poderia fazer aquilo, Chad. Meu sangue ferveu de raiva, queria gritar, mas a voz não saia. Fechei os olhos com força e senti ela se mover em meus braços.

–Shh...Mãe, não se mecha! Eu juro que isso vai acabar e tudo vai ficar bem. Tudo vai ficar bem, mãe! – Dizia isso para mim também, queria acreditar nisso com todas as minhas forças. Me sentia impotente, culpado, devia estar aqui para protegê-la!

Ouvi a sirene da ambulância e fui até eles, em pouco tempo dois dos paramédicos já estavam fazendo os primeiros procedimentos médicos, eu fiquei parado na porta com as mãos na cabeça observando cada movimento deles. A colocaram na maca pedindo para que eu desobstruísse a passagem, fiz rapidamente o que eles pediram e os vi correrem com ela para fora de casa. Fui o mais rápido que consegui para acompanhá-la até o hospital, entrei na ambulância sentando ao lado dela para segurar sua mão.

–Mãe pelo amor de Deus, não faz isso... –Minha voz morreu e eu apenas fechei os olhos, respiração começava a falhar devido o aperto em meu peito. Eu estava com medo, apavorado na verdade. Isso só pode ser um pesadelo. Tem que ser um pesadelo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Qual a opinião de vocês?
Gente, como as coisas estão meio bagunçadas na minha vida, eu vou demorar um pouco para postar outro capitulo, mas nada exorbitante e prometo que não vou demorar.

Bjos... Comentem, comentem e comentem!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Parceiros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.