POV. Nath

– Crissie! – gritei assustada assim que a porta bateu com violência. – Você não tinha saído?
– Tinha. – a garota confirma. – Há cinco horas. – completa fazendo uma careta. – James, você pode, por favor, sair de cima da minha irmã? Acho que você está amassando ela. – alfineta sorrindo sarcástica.
James cora – epa, ele corou! Como assim ele cora? Que fofo! – e me dá um selinho antes de sair de cima de mim.
– O que ainda está fazendo aqui? – pergunta irônica. – Xô! – e faz um sinal de descaso para meu namorado.
– CHRISTINNE! – exclamo repreensiva.
– Eita! Foi mal, Bucky. Você poderia se retirar, por favor? É particular. – sorri amarelo.
– Tudo bem. – afirma meio desconfiado e me dá outro selinho. – Até daqui a pouco, amor.
– Tchau, James. – aceno levemente e sento ajeitando as roupas. – O que tu quer, Crissie?
– É meio vergonhoso pedir isso pra você... – ela começou em um tom baixo.
– Você quer sair com o Loki? Epa, com o Luke? – acrescentei irônica. Crissie havia me contado dos dias que estava passando com Loki (que agora era Luke) após eu chegar de Londres. Juro que nunca vi minha irmã mais animada e isso me animou, mesmo com a minha “tristeza” porque eu queria passar a vida inteira com James em Londres, afinal ele adorou a cidade.
– É.
– Então pode sair.
– O Barton está aqui. E ele está ficando desconfiado, porque o Loki sempre o olha com desprezo!
– Então você quer que eu distraia o Clint?
– Isso ae.
– Firmeza, mas como eu distraio o James?
– Não vai ter que distrair o Bucky, ele tem que ir na S.H.I.E.L.D. hoje.
– Como você sabe disso?
– Eu tenho meus contatos.
– Ui, poderosa! – exclamo sem me conter - Então vai logo! Eu dou um jeito no Clint!
– Valeu Nath! – e dito isso, correu pra fora do meu quarto.

–

Meia hora depois James e Crissie haviam sumido. Crissie deveria realmente agradecer aos céus por eu gostar dela o suficiente para enfrentar o clima tenso que se instalou entre mim e Clint.
– Oi Nath. – Clint murmurou assim que eu entrei na sala.
– Oi Clint. – devolvi o cumprimento e sentei no sofá ainda um pouco distante. – É o tal de Flash? – perguntei apontando para a televisão.
– É, ele estava em Starling City essa semana. – disse distraído.
– E o Arqueiro estava em Central City semana passada. – completei tranquilamente.
– Eles devem ser parceiros.
– Só na hora do crime. – acrescento sorrindo ao ver uma cena gravada reprisando. – Deve ser foda ser rápido.
– Você é rápida.
– Só quando eu quero perder o fôlego. Esse cara é rápido todo segundo, mesmo sem querer.
– Verdade.
E ai o silêncio reinou na sala novamente.
– E deve ser foda lutar contra o crime com um arco e flechas. Esse cara é bad-ass.
– Você gosta de arco e flechas?
– Gostar eu gosto. Usar? Eu não sei nem como se posiciona uma flecha. – ri constrangida.
– Quer aprender?
– Você vai me ensinar?
– Se você quiser.
– Eu quero! Caraca, eu finalmente vou poder fazer cosplay realista da Katniss Everdeen! – exclamo empolgada o fazendo rir.
– Te encontro na sala de treinamentos daqui dez minutos, ok?
– Tá!
– Vista algo confortável!
– Sempre, querido. Sempre!

POV. Tony

Um dos dias mais trágicos para um pai é quando sua filha avisa que está namorando. E o cara é bem mais velho que ela (e mais velho que eu!).
Mas não vou entrar em pânico novamente por causa desse assunto. Minha filinha ainda é pura, graças aos céus! (n/a: sabe de nada, inocente!).
E tem a Crissie, que só vai começar a namorar com trinta anos! (n/a: gente! Santa inocência!).
Mais um dia comum na Torre, eu estava na varanda do salão comunal e já fazia um tempinho que eu não via Crissie nem Nath.
Voltamos de Londres faz uma semana e é claro que Nath fez bico pra ficar, só mudando de ideia quando seu namoradinho pediu com carinho. Argh!
– Hey, olha só quem está aqui. – disse Crissie ao entrar na varanda, sentando-se no chão ao meu lado. – Você deu o maior show naquele dia. – comentou me passando o celular enquanto bebericava a caneca de chá.
– O que é isso? – perguntei enquanto dava play no vídeo.
– O momento exato em que Natália de Andrade Stark tentou contar para seu que estava namorando, mas acabou sendo acusar de estar grávida, e seu namorado ameaçado e quase espancado até a morte. Só para constatar, isso daí já tá na internet graças ao Jarvis e até já tem uma tag no twitter “#StarkVovô”.
– Peraí, o que?
– Olha, surgiu uma nova tag! #NathMamãe!
– Eu hein! E só para constar eu não iria mata-lo. – retruquei revirando os olhos.
– Ah, claro, acredito inteiramente em você. – murmurou sarcástica enquanto dava outro gole em seu chá.
– O que está fazendo aqui? E por que está falando comigo?
– Bem, segundo minha certidão de nascimento você consta como meu pai, mas se você quiser que eu pare de você com você nesse exato momento, eu o faço, sem grandes problemas.
– Não foi isso que eu quis dizer.
– Mas foi o que pareceu. – retrucou com rispidez.
– Crissie, quando entramos nesse pé de guerra? – perguntei cansado.
– Como assim?
– Nós só ficamos nisso! Sempre achando que o outro tem segundas intenções! Nem parecemos...
– Pai e filha?
– É! Eu vivo brigando com a Nath, mas sempre fazemos as pazes sem nem perceber, já com você até quando estamos bem, estamos brigando internamente.
– Nós não nos bicamos.
– Isso!
– Eu nem gostava de você quando vi você à primeira vez!
– Então por que me deixou adotá-la?
– Eu não tinha muita escolha e gostei da Nath e da Pepper. – deu de ombros indiferente.
Ficamos em silêncio por algum tempo.
– Mas agora eu acho que gosto de você.
– Eu também acho simpatizo um pouco com a tua cara.
– Ótimo.
– Eu vou te abraçar agora.
– Rápido antes que eu desista.
Abraçamo-nos meio desajeitados e permanecemos em silêncio enquanto eu acariciava os cabelos escuros da minha caçula.

POV. Nath

– Eu desisto! – gritei jogando o arco para os braços de Clint que prendia o riso. – Eu sou péssima nisso!
– Você não é tão ruim. – ele contrariou me olhando risonho.
– Ah, por favor!
– Mentira, é sim! – e caiu na gargalhada.
– Isso foi rude. – resmunguei fazendo careta. – E isso só prova que eu não sirvo pra ser vigilante dessa cidade.
– Você é uma super soldado. E tem o Extremis. – lembrou cutucando meu ombro.
– Grande bosta. Eu quero saber usar arco e flechas! Do que me adianta ser uma super soldado e ter o extremis quando um apocalipse zumbi acontecer? Eu vou usar isso pra que? Vou esmagar os cérebros dos zumbis com as mãos? Não, porque é nojento! Então ser uma super soldado adianta para exatamente nada!
– Você acredita em apocalipse zumbi? – perguntou incrédulo.
– Eu não acreditava em invasão alien e olha o que aconteceu!
– Faz sentido.
– É claro que faz. – e ri sendo seguida por ele.

– Que tal treinarmos com a besta?

– Com o que? – retruquei erguendo a sobrancelha.

– Isso. – e me estende a arma.

– Parece a arma do Daryl! – exclamo empolgada e a seguro.

Algumas tentativas depois...

– Ok, eu sou um lixo nisso. – reclamo largando a besta no chão.

– Não vou nem retrucar, porque é verdade.

Nos entreolhamos e gargalhamos da minha falta de jeito com armas.

– Clint, é meio estranho, mas eu gosto de você. Mas é gostar de amigo. Sei la, só queria que você soubesse. – digo após alguns minutos em silêncio.
– Nenhuma chance de namoro? – questionou tristemente.
– Nenhuma, desculpa.
– Então o que vamos ser?
– Amigos. Não vou falar melhores amigos, porque eu teria que contar da minha vida amorosa e você não vai querer isso, vai?
– Não, eu dispenso!
– Então somos amigos?
– Amigos. – ele sorriu e apertou minha mão selando nosso “acordo”.