Redenção escrita por Ingrid Renê


Capítulo 11
Três orelhas.


Notas iniciais do capítulo

A minha eterna gratidão a leitora Jiyeshika que fez um linda recomendação da fic *-*



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Desliguei a tv e respirei fundo, acabei de assistir o vídeo ele me deu a bela noticia que fui sorteada para uma missão de trazer três pares de orelhas, terei duas horas para cumprir. Eu ainda não acreditava que isso era verdade, olhava de dois em dois segundos para o relógio.

– Olha, não é tão ruim uma outra pessoa terá que trazer dois corações. - Olhei enraivecida para o ruivo, mas a verdade é que podia ser pior. - Então escolha de vez os seus dois instrumentos, irei lhe acompanhar nessa jornada sendo o seu motorista.

Caminhei em passos rápidos até a mesa, escolhi uma faca e uma corrente com cravos. Eu não contestei a missão pois caso contrario teria que enfrentar uma luta com meu negociador ou seja com Anthony, lutaríamos até um de nós morrermos.

–Boa escolha, sabe usar essa correntes Olga ?

– Você sabe de mais de mim. - Encarei o rapaz que instantaneamente mudou sua feição. - Conte algo sobre você, começando pelo nome.

– Perda de tempo. - Comentou indo em direção a janela do quarto.

– Ótimo, só não me faça mais perguntas então.

– Ryan Ziemman. - Ele continuava escorado no batente da janela encarando o lugar que estávamos. - Minha vez de perguntar, certo ?

Apenas confirmei e fiz sinal para que ele pudesse prosseguir.

– Mesmo odiando isso tudo você ainda faz esses serviços sujos... Mesmo tendo uma família e um garoto que gosta da senhorita o que lhe leva a ser prisioneira do Tony ?

– Não é fácil, ele tem mais do que uma obsessão por mim. - Ri debochando e tudo aquilo. - Eu morei um tempo fora, mas quando coloquei meus pés nessa cidade adivinha que logo manteve contato ?

– Então é mais fácil viver sendo manipulada e mentindo para as pessoas que nutrem algum sentimento por você?

– Na minha vez será duas perguntas. - Olhava para as armas encima da mesa tentando imaginar se o Carter abrisse a porta eu poderia acerta-lo e causando uma morte instantânea, balancei a cabeça tentando afastar aquele pensamento atroz. - Então digamos que hoje meu caminho se bifurca entre conviver com minha família e continuar sendo uma serviçal ou me entregar a policia, um dia eu pensei que poderia viver uma vida normal, mesmo depois de tudo, mas no fundo eu bem sei que me entregar as autoridades é a melhor escolha.

– Ainda lhe resta humanidade. - Ele deu uma leve piscadela. - Sua vez, pode me interrogar!

– O que lhe faz ter essa vida Ryan ?

– Vingança. - Ele me encarou, mas seus olhos não transmitiam nada, apenas um grande e imenso vazio.

– Vale apenas viver em prol de vingança?

– Só saberei lhe dá essa resposta quando consegui, quando me vingar de tudo que me fizeram.

Os minutos que decorreram não houveram questionamentos, apenas um silencio que não era constrangedor, era apenas duas pessoas estranhas marcadas por acontecimentos do passado que se perduram até hoje, quem sabe até amanhã ou até mesmo até morte.

Talvez ele estivesse certo até momento eu tentei continuar do lado das pessoas que eu realmente gosto, mas chega uma hora que isso não é suficiente, estou aproveitando para está perto deles amando e machucando, encharcando aquele sentimento bom de coisas ruins, de coisas realmente cruéis. Nesse momento entendemos que amar é também abrir mão por um bem maior, que amar é não ser egoísta...

Um rapaz baixo entrou no quarto, apenas entregou a chave para Ryan, ressaltando que após sairmos por aqueles portões teríamos duas horas para voltar, caso contrario iriam nos matar, seriam três pares de orelhas, que não precisaríamos necessariamente matar as vitimas para obtê-las e se caso formos pegos eu assumia a culpa ou meus irmãos seriam mortos.

Olhei mais uma vez em volta pelo quarto vendo se não esqueci de nada. O ruivo puxou violentamente meu braço e sussurrou que nunca era tarde para se arrepender, entregou a chave em minhas mãos e disse que não poderia me acompanhar, pelo menos hoje não, ele saiu batendo a porta do quarto e fiquei aturdida, o que aconteceu com este homem?

Descia as escadas, o lugar que antes encontrava-se cheio de pessoas rindo e dançando estava vazio, apenas um homem veio em minha direção me ofereceu uma garrafa de água, balancei a cabeça negando e perguntei:

– Preciso falar com o Anthony Carter. - O rapaz me olhou dos pés a cabeça e saiu por uma porta lateralizada.

Fui em direção a saída, em passos lentos tomando cuidado para não esbarrar nos vasos expostos em cima de pequenas bancadas ali, nesse momento já estava aterrorizada. Sai pela porta de vidro e sentei nas escadas. Eu sabia que não deveria ter saído de casa hoje.

– Soube que estás sem acompanhante. - Pronunciou o rapaz moreno de rosto quadrado.

– É, você me mandou um capanga com defeito. - Respondi, levantando-me.

Anthony veio em minha direção segurou meu braço, sinalizando para seguirmos para o estacionamento, naquele momento me senti como se estivesse preparada para ir a um guerra, talvez arrancar pedaços de pessoas seja quase isso; Meu coração acelerava, minha cabeça doía incessantemente, eu não deveria fazer aquilo.

Tony abriu a porta do carro eu entrei, liguei o radio e tocava um velha canção country. A mansão era deixada para trás em alta velocidade, a estrada a nossa frente era apenas um vulto.

– Eu mudaria por você. - Suas palavras chegaram até mim de uma forma sutil, o rapaz me encarou com aquele olhar de quando começamos a namorar, um olhar sutil e sereno. - Me da uma chance ?

– O que isso iria me custar ?

– Apenas iriamos embora, quem sabe morar no sul, como você sempre quis. - Estávamos entrando na cidade.

– Não é assim tão fácil. - Tentei ser sincera. - Eu apenas não sinto nada por você Carter.

Ele freou bruscamente, fazendo com que o carro derrapasse na pista, tirou o cinto de segurança, eu não podia me controlar o medo tomava conta do meu corpo, seu sorriso era diabólico, o moreno me olhou talvez tentando perceber o que eu estava sentindo, passou a mão pela marcha e voltou a dirigir, poucos minutos ele encostou o carro no meio fio. Sai do carro estávamos nas docas, ele abriu o porta mala e pegou uma mochila.

– Não há regras e como você está fora de forma comece por aquela mulher. - O moreno sinalizou para um moça que ia alguns metros a nossa frente, a rua era mal iluminada o que me ajudaria. - Essa rua tem apenas uma saída então vamos dar a volta e encontrar ela do outro lado.

Fiz um sinal de afirmativo então voltamos para o veiculo, olhei no relógio e vinte minutos já haviam se passado. Eu traçava mentalmente tudo o que iria fazer, desci do carro e nem sinal da moça então me escondi atrás de um grande camburão que estava abarrotado de lixo.

Tony ficou no carro, quando voltei a olhar em direção ao final da rua, vinha a moça de cabelos longos, seus passos eram lentos e ela fumava, seu corpo se esgueirava pelas sombras. Feliz ou infelizmente seus passos ficavam a cada segundo mais lento a medida que se ela se aproximava, eu sabia que não poderia hesitar em mata-la se fosse o caso, poucos carros passavam na outra rua, fazia um extremo silencio. Apenas o vento frio que me fazia arrepiar.

Pequei o punhal já deixando preparado em minhas mãos, seu passos estavam próximos, eu a vi então me levantei fazendo um pequeno barulho, ela se assustou mas antes de me olhar eu acertei sua cabeça fazendo com ela caísse. Sem muito esforço arrastei seu corpo para perto do amontoado de lixo, logo o carro estava estacionado ao meu lado, não fiz muita força para cortar sua orelhas, depositei em um saco e entrei no na picape.

– Pensei que não iria conseguir. - Carter murmurou olhando para o banco de trás onde eu estava. - Olha aquele cara ali, eu vou te ajudar você só corta a orelha eu faço ele desmaiar.

Continuei parada tentando limpar o sangue da garota que estava espalhada pelas minhas mãos; Seguimos em direção a um rapaz sentando em uma calçada, sua aparência era de bêbado. Quando o carro parou ele se levantou exasperadamente e pegou a garrafa que estava ao seu lado.

– Nã- não ve-e-vem com graci-ci-cinhas não... - Murmurou confusamente o homem.

Anthony desceu do carro. O homem quebrou a garrafa no capô do automóvel, irritando fortemente o moreno, que por impulso se aproximou do homem e perfurou sua barriga, me adiantei saindo do veiculo, o homem apenas grunhia algo que não conseguia interpretar, quando cortei sua orelha ele gritou ainda mais forte;

– Acredita que esse miserável teve a audácia de fazer isso no meu carro. - Carter cuspia suas palavras.

– Então por isso ele merecia morrer ?

– Ele tinha que pagar com algo. - Deu um sorriso anasalado. - Que fosse com vida então.

Tivemos que sair daquele lugar, pois logo os policiais estariam procurando por quem fez toda essa bagunça. Nos dirigimos para estrada que dava saída da cidade, pegaríamos o último par de orelhas naquele lugar.

A velocidade estava diminuída, poucos carros de policias faziam o caminho inverso do nosso, meu palpite era que no mínimo já haviam descoberto a moça. A cidade não era muito grande então logo toda policia estaria em alerta.

– Vai ser ali. - O moreno apontou para um bar de estrada. - Não tem câmeras, vamos pegar alguém no estacionamento e descartamos o resto no caminho.

A fachada do bar era imunda, com um letreiro que brilhava indicando que ficava aberto vinte e quatro horas, algumas motos estacionadas e dois carros antigos fazia com que grupo de mulheres ficassem pouco a vista de quem passava na estrada, elas estavam vestidas com roupas curtas e apertadas riam e mexiam no cabelo tentando sensualizar, dois homem bebiam e contavam piadas para elas.

– Vou entrar minha pequena. - Antony abriu o porta-luvas e pegou sua carteira. - Vou comprar algo e quando voltar pegamos uma dessas mulheres, veja qual delas é a mais desatenta .

– É perigoso. - Sussurrei antes dele abrir a porta do carro.

– Tínhamos que sair da cidade naquela momento em poucos minutos a barreira vai ficar cheia de policiais. - Comentou e seguiu rumo a entrada do estabelecimento.

Instantaneamente comecei a analisar qual seria, olhei para uma garota que estava um pouco afastada das outras, de vez em quando bebericava a cerveja que estava em suas mãos, ela era baixa, embora estivesse com um salto alto, um vestido bem apertado delineava seu corpo. Volto a olhar a entrada do bar e Anthony sai sendo seguido por uma garota, ele foi extremamente rápido, sua beleza deve ter ajudado, não poderia negar ele era um moreno muito bonito. Ele abre a porta do carona e moça entra e nem nota minha presença no banco de trás, logo o rapaz corre entrando e nos levando para longe daquele lugar.

– Minha querida Lucy. - Logo ela o corta.

– Mary. - Ela fala com gentileza.

– ah, sim desculpe. - Ele passa a mão na testa e me olha pelo retrovisor. - Como disse vou lhe levar para um lugar que gosto de apreciar as estrelas, espero que não se incomode de termos uma acompanhante.

A moça o fita sem entender, ele faz sinal para que olhe para trás, a morena me olha abismada e dá um sorrisinho sem graça.

– Pagando o adicional. - Da de ombros e volta a se recostar no banco.

– Realmente não se importa ?

– Claro que não, já transei com cinco caras ao mesmo tempo. - Responde como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– Uau! - Tony da um riso sem humor. - Chegamos.

Não estávamos muito longe do bar, era uma área aberta, que ao longe era fechada por arvores, o pessoal da cidade usava aquele lugar para fazer picnic. A moça logo sai do carro e fica apreciando o céu.

– Temos quarenta minutos. - Ele sussurrou. - Vou lá brincar um pouco com ela, espera um tempinho ai você chega pelas costas é mais fácil.

O moreno foi ao encontro da moça, ele pegou seu braço a empresando entre o carro e o seu corpo, ele beijava seu pescoço, suas mãos passeavam pelo tronco dela, logo sua blusa estava jogada no chão, ele a levantou e a colocou em cima do capô. Não enxergava mais nada pois me deitei no banco, depois de alguns minutos escutei ela perguntar:

– Ela não vai se juntar a nós ?

– Depois, agora vai chupa mais. - Anthony gemia.

Estava na hora, quando cheguei perto ela veio ao meu encontro e sussurrou que queria me fazer relaxar, Tony fez com ela voltasse a lhe dar prazer. Eu teria que mata-la, puxei a corrente de espinhos que havia escondido em minhas costas. Rapidamente passei pelo seu pescoço e logo vi o sangue escorrer e ela se debatia bastante. Não tive forças para continuar Anthony me empurrou e continuou, ela não se debateu por muito mais tempo. Eu a olhava tristemente, minha respiração era ofegante, entrei em transe, escutava ao longe Anthony gritar comigo, mas não estava ali, ele me sacudia e vociferava.

Me escorei em tronco de uma arvore e fiquei ali, olhando para o nada, não passava nada pela minha cabeça. Só senti um pouco de água molhar minha face, me fazendo voltar a realidade. O corpo da mulher já não estava mais ali.

– Vamos jogamos o resto pelo caminho. - Ele passou a mão pelo meu ombro.

– Só me leva embora. - Escutei um barulho de carro. - Esta ouvindo isso ?

– Puta que pariu, espero que não venham pra cá.

– Tarde de mais. - Um farol estava ligado ao longe na estrada.

– Relaxa, só vai para frete do carro e vê onde tem mais sangue.

Logo fui a nossa sorte e que só tinha um lugar com sangue e o resto era gotas quase imperceptíveis no gramado. Anthony pegou um lençol e estendeu ao chão.

– Vamos fingir que estamos transando. - Ele me olhou maliciosamente. - Eles vão vê que está ocupado e vão embora.

Rapidamente tiramos nossa roupa, deitei sentindo o chão úmido, o moreno veio e deitou em cima de mim. Eu já posso matar ele era o que repetia incontavelmente. Escutamos um barulho do carro estacionar.

– Geme. - ele falou.

Logo iniciei, e o homem beijava meu corpo e passeava sua mão por ele, minha vontade era vomitar de tanto repudio com aquele cena, para piorar o rapaz estava se aproveitando dessa situação e beijava meus lábios, podia sentir seu membro encostar no meu órgão genital.

– O que esta... - O homem parou de falar e o fitamos eu tentei esconder meu corpo atrás de Anthony. - Garotos, vocês não deveriam fazer essas coisas aqui.

– Calma Thomas. - Um segundo homem apareceu, eles estavam fardados eram da policia, eu pensava que era impossível piorar, me senti sem chão. - São apenas dois jovens aproveitando a noite.

– Mesmo assim, calma senhorita não vamos lhe prender, você está tão pálida que parece que foi pega fazendo algo muito errado. - Debochou. - Espero que tenham usado camisinha. Já estamos indo, não demorem pois já está tarde.

– Tudo bem policial. - Carter respondeu.


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Notas finais do capítulo

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