The Call Of The Moon escrita por Raquel Ferreira
Notas iniciais do capítulo
Ola sweet's!
Acordei com os cabelos colados á testa. A tenda estava abafada e eu molhada de suor, que nojo! Thalia ainda dormia, numa posição bem estranha, devo dizer. Boca aberta, pernas arqueadas, braços por cima da cabeça e baba no canto da boca. Como é que ela conseguia dormir assim?
Abanei a cabeça e abri a tenda. Sai e espreguicei-me.
Devia ser cedo, ainda não havia ninguém acordado. Não estranhei, eu costumava acordar mais cedo do que os outros.
Precisava tomar um banho, mas onde?
Peguei no meu telemóvel e vi as horas. Eram pouco mais das seis da manha. Ia demorar até que algum dos adultos acordasse e me dissesse onde poderia tomar banho. Bufei e coloquei as mãos nas ancas. O que deveria fazer agora?
Talvez, se eu fosse dar uma volta, encontrasse um lago, ou assim. Analisei-me.
Tinha vestido uma tshirt do homem-aranha e uns calções justos, ninguém diria que era o meu pijama. Calcei os ténis e comecei a andar pelo primeiro trilho que encontrei.
Cedo percebi que aquela talvez não tenha sido a melhor das ideias. Fiquei sozinha no meio do nada, sem nenhum humano á vista e com a natureza em meu redor, era um pouco assustador, principalmente quando me sentia observada.
Olhei em redor. Ninguém! Estava sozinha! Então porque eu sentia que alguém me observava?
Encolhi os ombros e continuei a andar. Eu não era como as patricinhas da minha escola que entrariam em pânico nesta situação. Eu não era Stacy!
Depois de algum tempo, encontrei um pequeno lago, fundo o suficiente para que eu me banha-se. Tirei a roupas, ficando só de lingerie e entrei. A água estava fria, mas soube-me bem!
Resolvi mergulhar e nadei, debaixo de agua, até o outro lado da margem.
Quando voltei á superfície, sem abrir os olhos, senti movimento á minha frente. Franzi a testa e olhei.
O ar saiu-me dos pulmões, o sangue desceu-me da cara e arregalei os olhos.
Á minha frente estava um enorme lobo cinzento. Tudo o que me separava dos seus dentes, que ele fez questão de mostrar, eram meros centímetros. O seu tamanho chamou-me a atenção – não era normal haver lobos tão grandes.
Eu sabia que se me mexesse estava morta, então fiz a única coisa que podia. Mostrei que não o queria atacar: baixei os olhos e fitei as suas patas.
Vi quando ele levantou a pata direita e tentou dar um passo em frente.
– Não faças isso! – Ouvi uma voz masculina atrás de mim mandar, mas não me virei. Não podia!
O lobo rosnou e depois saiu a correr.
Suspirei, sentindo-me aliviada por, pelo menos, não morrer ali, agora.
Quando me virei para agradecer ao meu salvador, ele já não lá estava. Tudo o que vi foi uma movimentação nos arbustos.
Assustada, sai do lago e vesti-me, rapidamente. Bem, pelo menos, já não podia dizer que nunca tinha visto um lobo ao vivo.
Ri com esse pensamento. Eu sou uma idiota!
Andei até o acampamento o mais rápido que consegui. Quando cheguei, vi que já havia algumas pessoas acordadas.
– Ah, Zoey, estás ai – ouvi a voz do professor. – Estava a ficar preocupado!
Andei até ele.
– Fui dar uma volta – disse. – Era muito cedo quando acordei.
– Espero que não te tenhas colocado em nenhum problema – avisou ele.
– Nada – menti. – Tudo normal!
Obvio que eu nunca iria contar o que tinha acontecido, ninguém me deixaria andar sozinha outra vez. Então, fingi que estava otima e sentei-me.
Tomamos o pequeno-almoço e depois iríamos explorar.
A guarda, cujo nome era Summer, aconselhou-nos a andar com repelente para mosquitos, spray pimenta e um comunicador, que foi dado a todos os alunos. Quando ela acabou de falar, os alunos dispersaram-se em pequenos grupos.
Aproximei-me dela.
– Hum, Summer? – Chamei-a.
– Sim?
– Eu tenho uma pergunta – admiti.
– Diz, querida – sorriu-me.
– Existe alguma comunidade na reserva? – Questionei.
Ela olhou-me confusa.
– A reserva é 100% fora do alcance humano – garantiu. – Mas porque perguntas?
– Eu estava só a pensar em como seria viver ao lado de toda esta Natureza – menti. Summer sorriu-me e foi falar com o professor.
***
O resto do dia foi aborrecido. Não vi mais lobos! Para falar a verdade, não vi mais nenhum lobo o resto da semana…
Eu andava por toda a floresta á procura deles. Encontrei várias pegadas mas, sem entender como, estas acabavam por desaparecer. Era como se o lobo que as fez desaparece-se no ar!
Percorri metade da reserva sozinha, equipada com a minha camera e o bloco de notas, ainda em branco. E a sensação de ser seguida continuava, fazendo os pelos do meu pescoço arrepiarem-se. Não era uma boa sensação!
As coisas pioravam durante a noite, quando eu voltava para o acampamento e via que todos os meus colegas já tinham encontrado alguma coisa. Nessas alturas, lamentava-me por ter escolhido um animal tão esguio.
Gamos, coelhos, pássaros, até um urso, eu já tinha visto e fotografado. Mas nada de lobos.
Mas eu não ia desistir, eu sabia que eles estavam lá! Eu ouvia-os todas as noites antes de adormecer… era como se brincassem comigo! De dia, eu procurava-os e eles escondiam-se, á noite, chamavam por mim!
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