The Call Of The Moon escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 3
Banho Matinal!


Notas iniciais do capítulo

Ola sweet's!



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Acordei com os cabelos colados á testa. A tenda estava abafada e eu molhada de suor, que nojo! Thalia ainda dormia, numa posição bem estranha, devo dizer. Boca aberta, pernas arqueadas, braços por cima da cabeça e baba no canto da boca. Como é que ela conseguia dormir assim?

Abanei a cabeça e abri a tenda. Sai e espreguicei-me.

Devia ser cedo, ainda não havia ninguém acordado. Não estranhei, eu costumava acordar mais cedo do que os outros.

Precisava tomar um banho, mas onde?

Peguei no meu telemóvel e vi as horas. Eram pouco mais das seis da manha. Ia demorar até que algum dos adultos acordasse e me dissesse onde poderia tomar banho. Bufei e coloquei as mãos nas ancas. O que deveria fazer agora?

Talvez, se eu fosse dar uma volta, encontrasse um lago, ou assim. Analisei-me.

Tinha vestido uma tshirt do homem-aranha e uns calções justos, ninguém diria que era o meu pijama. Calcei os ténis e comecei a andar pelo primeiro trilho que encontrei.

Cedo percebi que aquela talvez não tenha sido a melhor das ideias. Fiquei sozinha no meio do nada, sem nenhum humano á vista e com a natureza em meu redor, era um pouco assustador, principalmente quando me sentia observada.

Olhei em redor. Ninguém! Estava sozinha! Então porque eu sentia que alguém me observava?

Encolhi os ombros e continuei a andar. Eu não era como as patricinhas da minha escola que entrariam em pânico nesta situação. Eu não era Stacy!

Depois de algum tempo, encontrei um pequeno lago, fundo o suficiente para que eu me banha-se. Tirei a roupas, ficando só de lingerie e entrei. A água estava fria, mas soube-me bem!

Resolvi mergulhar e nadei, debaixo de agua, até o outro lado da margem.

Quando voltei á superfície, sem abrir os olhos, senti movimento á minha frente. Franzi a testa e olhei.

O ar saiu-me dos pulmões, o sangue desceu-me da cara e arregalei os olhos.

Á minha frente estava um enorme lobo cinzento. Tudo o que me separava dos seus dentes, que ele fez questão de mostrar, eram meros centímetros. O seu tamanho chamou-me a atenção – não era normal haver lobos tão grandes.

Eu sabia que se me mexesse estava morta, então fiz a única coisa que podia. Mostrei que não o queria atacar: baixei os olhos e fitei as suas patas.

Vi quando ele levantou a pata direita e tentou dar um passo em frente.

– Não faças isso! – Ouvi uma voz masculina atrás de mim mandar, mas não me virei. Não podia!

O lobo rosnou e depois saiu a correr.

Suspirei, sentindo-me aliviada por, pelo menos, não morrer ali, agora.

Quando me virei para agradecer ao meu salvador, ele já não lá estava. Tudo o que vi foi uma movimentação nos arbustos.

Assustada, sai do lago e vesti-me, rapidamente. Bem, pelo menos, já não podia dizer que nunca tinha visto um lobo ao vivo.

Ri com esse pensamento. Eu sou uma idiota!

Andei até o acampamento o mais rápido que consegui. Quando cheguei, vi que já havia algumas pessoas acordadas.

– Ah, Zoey, estás ai – ouvi a voz do professor. – Estava a ficar preocupado!

Andei até ele.

– Fui dar uma volta – disse. – Era muito cedo quando acordei.

– Espero que não te tenhas colocado em nenhum problema – avisou ele.

– Nada – menti. – Tudo normal!

Obvio que eu nunca iria contar o que tinha acontecido, ninguém me deixaria andar sozinha outra vez. Então, fingi que estava otima e sentei-me.

Tomamos o pequeno-almoço e depois iríamos explorar.

A guarda, cujo nome era Summer, aconselhou-nos a andar com repelente para mosquitos, spray pimenta e um comunicador, que foi dado a todos os alunos. Quando ela acabou de falar, os alunos dispersaram-se em pequenos grupos.

Aproximei-me dela.

– Hum, Summer? – Chamei-a.

– Sim?

– Eu tenho uma pergunta – admiti.

– Diz, querida – sorriu-me.

– Existe alguma comunidade na reserva? – Questionei.

Ela olhou-me confusa.

– A reserva é 100% fora do alcance humano – garantiu. – Mas porque perguntas?

– Eu estava só a pensar em como seria viver ao lado de toda esta Natureza – menti. Summer sorriu-me e foi falar com o professor.

***

O resto do dia foi aborrecido. Não vi mais lobos! Para falar a verdade, não vi mais nenhum lobo o resto da semana…

Eu andava por toda a floresta á procura deles. Encontrei várias pegadas mas, sem entender como, estas acabavam por desaparecer. Era como se o lobo que as fez desaparece-se no ar!

Percorri metade da reserva sozinha, equipada com a minha camera e o bloco de notas, ainda em branco. E a sensação de ser seguida continuava, fazendo os pelos do meu pescoço arrepiarem-se. Não era uma boa sensação!

As coisas pioravam durante a noite, quando eu voltava para o acampamento e via que todos os meus colegas já tinham encontrado alguma coisa. Nessas alturas, lamentava-me por ter escolhido um animal tão esguio.

Gamos, coelhos, pássaros, até um urso, eu já tinha visto e fotografado. Mas nada de lobos.

Mas eu não ia desistir, eu sabia que eles estavam lá! Eu ouvia-os todas as noites antes de adormecer… era como se brincassem comigo! De dia, eu procurava-os e eles escondiam-se, á noite, chamavam por mim!


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Notas finais do capítulo

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