Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 14
Capítulo 14 - A verdade sobre nós três


Notas iniciais do capítulo

Yo povo

Boa leitura



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— Masaki —

Os olhos castanhos brilhavam grupados aos meus.

Não havia amor ou saudade, tudo o que eu conseguia ver era um brilho de ódio e magoa.

Não havia mais duvida alguma.

Shiba Isshin já não me amava mais.

Mas francamente, o que eu poderia esperar do homem que eu mesma havia abandonado para me casar com um de seus melhores amigos?

Nada, eu não poderia esperar nada dele, muito menos o amor que ele havia jurado dar a mim até o fim de nossas vidas. Eu precisava aceitar isso mesmo que me doesse.

— Qual sua relação com Kurosaki Ichigo? — Perguntou ele fazendo todos os meus maiores temores virem a tona.

— Não sei do que você esta falando. — Respondi sem encarra-lo, eu precisava fugir daquele assunto, pelo menos por enquanto.

Um silencio tenso se instalara entre nós.

Eu podia ver em seus olhos aquela mesma determinação pura e intensa de anos atrás e isso me abalava cada vez mais. Ele não desistiria até descobrir o que lhe interessava.

Um nó se formava em minha gargante fazendo meus olhos arderem. Eu já não conseguia mais prender as lagrimas por muito tempo.

Maldita hora em que me ofereci para ocupar o lugar de Byakuya ao lado de Rukia. Nunca imaginei que o encontraria ali e muito mesmo que ele conhecia Kurosaki Ichigo.

— Certo. Se você não me conta por bem eu tenho meus próprios meios de descobrir a verdade... — Declarou ele me encarando demoradamente. — Kurosaki Masaki. — Completou chamando-me pelo meu antigo nome de solteira, para logo depois deixar o quarto rapidamente.

O ar estava pesado a minha volta. Finalmente as lagrimas começaram a correrem por minha face.

Nunca pensei que um dia poderia sentir tamanha dor ao vê-lo partir.

Queria correr até ele e dizer tudo, contar que ainda o amava e que meu casamente era uma farsa, mas sabia que isso não era possível.

Ele nunca acreditaria em mim novamente, não depois de descobrir a verdade sobre Ichigo. A verdade que eu descobrira a pouco tempo atrás, mas que ainda precisava ser confirmada.

Tantas coisas a serem esclarecidas, mas ainda assim me via sem saída e minha unica válvula de escape era chorar baixo por meu destino infeliz.

Minha mente estava nublada pela dor, mas mesmo entre as lagrimas consegui encontrar os belos olhos violáceos de Rukia a me encarar com uma expressão que misturava piedade e força.

Mas uma vez me via encurralada por belos olhos confiantes e naquele momento eu não quis fugir dela.

— Masaki-san, por favor, me diga qual a sua ligação com Kuosaki Ichigo. — Pediu ela seriamente, mostrando toda a sua disposição em descobrir a verdade.

— Eu acho... Não eu tenho certeza de que ele é meu filho. — Respondi sem me importar com as consequências e muito menos com a surpresa em sua face pálida.

Agora eu não me importaria mais nada, tudo o que eu queria naquele momento era desabafar e finalmente revelar a verdade sobre mim, sobre Isshin e sobre meu precioso filho perdido. Eu diria tudo o que estava preciso em meu coração, toda a dor o que eu deixei acumular durante anos.

Se Kuchiki Rukia estava tão disposta a saber sobre tudo isso, então eu lhe diria a verdade sobre nós três e sobre como eu havia perdido o amor de minha vida junto de meu único filho, que eu julgava estar morto até poucos meses atrás.

— Isshin —

Bati a porta de minha sala com força ignorando a todos que tentavam me parar pelo caminho.

Eu estava frustrado e com muita raiva, raiva não, eu estava com ódio. Não de Masaki, mas sim de mim.

Naquele momento eu me odiava profundamente por ainda me sentir abalado em frente a minha antiga namorada. Pensei que já havia me curado das feridas que ela cravara em meu coração, mas foi somente ao encarar aqueles belos olhos cor de mel para me ver quase rendido a ela novamente.

Não tinha como negar.

Kurosaki Masaki ainda estava viva em meu coração, mesmo que eu tivesse tentado matar esse sentimento, ele ainda existia deixando-me cada vez mais fraco perante àquela mulher.

Fazia anos que não a via e eu vivia dia após dia em uma terapia intensiva para tira-la de meu coração, mas como um drogado em abstinência, meu corpo reagia ao dela. A unica coisa que me mantinha sob controle era a vontade grande de compreender toda aquela situação.

Eu precisava saber o que Kurosaki Ichigo era para Masaki para ter o mesmo sobrenome da mesma. Precisava saber que ela não mentira para mim, privando-me de meu antigo desejo de ser pai.

Nada mais estava fazendo sentido para mim, a unica coisa que eu queria no momento era tirar essa historia a limpo.

Decidido fiz me caminho de volta parando em frente a mesa de minha secretaria.

— Matsumoto. — Chamei fazendo-a deixar o celular, o qual ela olhava com grande interesse, sobre a mesa para me olhar sorrindo.

— Sim, Capitão. — Respondeu ela usando o apelido que ela havia me dado após anos de trabalho juntos.

— Não estou de bom humor. — Declarei serio, vendo-a assentir seriamente se recompondo. — Preciso do numero residencial dos Kuchikis. — Completei vendo-a procurar no notebook que tinha a sua frente.

— Ocorreu algo com a paciente? — Questionou anotando o numero que eu havia pedido.

— Sem perguntas, Matsumoto. — Falei ao pegar o papel dando lhe as costas.

— Insuportável.... — A ouvi resmungar antes de adentrar mais uma vez a minha sala fechando a porta com um baque forte.

Segurava o papel com força entre meus dedos. Sabia que o que estava fazendo poderia complicar toda a minha vida, mas estava decidido a ir com aquilo até o fim e foi com aquela certeza que peguei meu celular discando o numero apressadamente.

O telefone chamou três vezes antes de uma voz doce ecoar por meus ouvidos.

"Residencia dos Kuchikis" — Falou.

"Boa tarde" — Saudei respirando fundo. — "Eu gostaria de falar com urgentemente Kurosaki Ichigo" — Disparei ouvindo-a pedir que aguardasse um momento.

"Alô" — Ouvi uma voz mal humorada pronunciar-se depois de quase cinco minutos de espera. — "Espero que esse assunto seja realmente urgente para ligar para o telefone dos meus patrões, posso perder o emprego por isso" — Completou ele ainda com o mesmo tom.

Minha voz parecia ter se perdido e eu já não sabia se havia feito o certo, mas mesmo assim meu coração martelava dolorosamente com uma emoção que eu não conhecia. Tudo o que eu mais desejava naquele momento era poder saber a verdade, a verdade sobre o que havia acontecido a anos atrás, a verdade sobre mim, Masaki e um garoto ruivo, o qual eu nunca fantasiei sua existência.

Eu mais que tudo, necessitava saber a unica e real verdade sobre nós três, só assim eu teria paz e poderia dormir a noite.

— Aizen —

Suspirei cansado pela enésima vez, enquanto relia o relatório dos acionistas.

Fazia quase uma hora que a reunião emergencial havia sido encerrada e eu ainda permanecia aqui.

Byakuya andava mais estranho que o normal e eu bem sabia o motivo, Masaki havia me contado com pesar uma parte de toda a historia que envolvia Kuchki Rukia e o jovem jardineiro.

Para mim aquilo tudo não passava de uma ironia do destino, que gostava de brincar com pobres mortais.

— Está ocupado? — Ouço uma melodiosa voz ecoar pelo ambiente.

— Para você, eu nunca estou ocupado, meu amor. — Disparei vendo-a andar timidamente até mim e era isso o que me fascinava nela. Porque poderia passar o tempo que fosse, mas mesmo assim, minha Mile sempre seria a doce e tímida garota que eu havia conhecido no colegial.

— Estou sentindo um pressentimento ruim, Aizen. — Falou ela envergonhada, quando a puxei para meu colo.

— O que te aflige, minha pequena? — Perguntei beijando-lhe levemente a face corada.

— Você não ouviu o nome do medico que Kuchiki-sama disse estar cuidando da Kuchiki-san? — Indagou ela confundindo-me.

— Não, eu não ouvi. Eu estava revisando os contratos para a reunião, mas quem é o medico? — Curioso, eu perguntei.

— Shiba Isshin. — Falou ela seriamente.

O ar a nossa volta parecia pesar cada vez mais.

— Shiba Isshin? O Isshin? Meu amigo? — Questionei atordoado.

— Sim, meu amor. Eu o investiguei e descobri que ele se formou a alguns anos atrás e conseguiu um ótimo emprego no melhor hospital da cidade. — Disse ela. — Sinto que Masaki-chan pode estar sofrendo agora. — Completou com os olhos tristes.

— Não fique assim. Masaki é forte e a gente vai dar um jeito nisso. — Afirmei decidido, pois assim como Masaki havia me ajudado a muito tempo atrás, eu não pestanejaria em ajuda-la.

— Sim. Vamos ajuda-la a revelar a verdade para ele e por um fim a todo esse sofrimento. — Declaro Mile sorrindo.

Agora eu estava decidido e não haveria mais empecilhos que me impedissem de revelar o que havia acontecido a anos atrás. Finalmente Isshin saberia a verdade por trás de meu casamento com Masaki. Eu iria lhe revelar a triste e frustrante historia de nós três para que no fim, eu pudesse recuperar meu melhor amigo, junto da felicidade de duas pessoas importantes para mim.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima
Bjus



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