Algo em mim balançou, e eu sentia choques elétricos em meu corpo, meus seios ficavam pesados. Era totalmente estranho, eu nunca havia sentido isso... Nem mesmo com Lucas...

Essa sensação... Não.

Eu não queria pensar.

Ouvi só a palavra “Já” do professor, e notei Ethan acertar um soco no rosto de Emanuel.

Nessa luta, parecia que eu tinha por quem torcer, mesmo que involuntariamente. Estou surpresa... O que esta acontecendo comigo?

Olho atentamente para luta a minha frente, e em como Ethan e Emanuel calculavam seus passos, dando pulinhos de um lado para o outro. Cada um com seu olhar ameaçador centrado no do outro. Juro que vi até faísca sair da lá.

Ethan fez o primeiro movimento, aproximando-se subitamente e descendo uma rasteira rápida e veloz no tronco de Emanuel, que por sua vez, recebeu o golpe e caiu no chão, mas se levantou mais rápido do que já vi qualquer um o fazer.

Franzi as sobrancelhas, eles são bons, admito. Muito bons. Mas...

Emanuel tencionou o pescoço para os lados, com um sorriso sarcástico no rosto.

– Só isso, mesmo? – Riu debochadamente, avançando em Ethan lentamente, que parecia centrado nos movimentos do outro – Que menininha, pensei que fosse melhor, nem doeu.

Saquei a jogada de Emanuel, estava tentando retirar a atenção de Ethan, para que este baixasse sua guarda, mas... Um lutador experiente nunca baixa a guarda sabendo que tipo de jogo seu oponente esta lhe propondo a cair. Sorri com o pensamento, o delicia ali não parece ser um novatinho, isso parece que será divertido.

Ethan jogou a cabeça para trás e riu em escárnio, esse foi o momento em que Emanuel, como um vulto negro e odioso, correu e pulou em cima do de olhos cinzentos e acertou-lhe um soco no queixo, mas Ethan logo se recompôs, com o sorriso intacto, mas um pouco manchado de sangue agora, no entanto, ainda mais sexy. Assim, o delicia retrucou com soco após o outro no rosto de Emanuel, que saltou para trás, mas não antes de ter seus lábios partidos e sangrando.

– Quem é a menininha? – Perguntou Ethan, com pose de valentão, e um sorriso matreiro no rosto, que fez as vadias pularem e darem gritinhos, falando obscenidades sobre... Ah, melhor não comentar – Hein?

Emanuel nada falou, apenas sorriu falso e o encarou com profundo ódio.

Em seguida, a sala pareceu ficar silenciosa, ouvia-se apenas o som dos golpes de cada proferindo na carne do outro, e das gotas de sangue e suor caindo sobre o piso da sala, assim como nas paredes, até que senti uma das gotas mancharem meu rosto, mas eu nada fiz para tira-lo dali.

Ethan acertou uma cotovelada no estomago de Emanuel, e este dobrou-se com falta de ar, e caiu para trás. O rapaz de moletom negro, deixara o capuz cair, revelando cabelos emos compridos, e olhos dourados, que transmitiam um forte ódio, sua face estava manchada de sangue, e ele parecia querer arrancar a cabeça de Ethan.

O garoto de olhos cinzas, encarou seu oponente já caído a seus pés, e o segurou ali, até o professor falar o nome de Ethan como ganhador da luta.

O que aconteceu a seguir foi o mais estranho, a sala estava silenciosa, e um clima extremamente pesado parecia cobrir o ambiente, olhei para meu irmão, ele correspondeu o olhar, parece que não sou a única a notar certas coisas por aqui. Esses dois... O que eles tem?

Ethan deu a mão a Emanuel, e o levantou, foi nessa hora, em que estavam próximos, que eu pude ouvir o que Emanuel sussurrou para Ethan. “Te mato”, o de olhos cinzas de um mínimo sorriso, e eles ficaram se encarando odiosamente, até Emanuel sair da sala. Tenho uma excelente audição dês do acidente de carro dos meus pais, dizem que quando você perde algo, ganha outra coisa em troca, é claro, nos sentidos, mas não me lembro de não ter perdido nada do tipo, como tato, visão, ou coisa assim, o que para mim é um mistério, que ainda quero descobrir.

Vejo Ethan sentar numa mesa empilhada no canto da sala, e vadias sentarem em suas pernas, como se fossem escravas sexuais. Humpf, nojento. Era isso o que eu mais odeio em homens, são tão... Desprezíveis.

Mas... Mesmo eu odiando seu tipo, essa coisa, essa ameaça do carinha ali, não esta me batendo bem, algo em mim diz isso, algo me faz querer proteger aquele senhor popular rodeado de putas a sua disposição, e eu não quero me sentir assim. É nessas horas que quero ficar sozinha, em um lugar isolado, para poder descontar minha raiva em algo, algum objeto, alguma coisa, por estar pensando estar de alguma forma sentindo uma atração pelo moreno canalha.

Suspirei, e olhei para o professor, que parecia ter limpado a garganta milhares de vezes, e a sala não se calava e parava de bajular o senhor popular, até que o professor desse socos na mesa, e quase que quebrasse uma parte dela.

– Será que agora podem me ouvir? – Eu podia sentir o som do sarcasmo do professor – Ótimo! Por que agora que temos já os primeiros quatro finalistas, vamos para a ultima luta desta fase, e, como vocês sabem, sobrara um, então, para a tristeza desse azarado, ele devera lutar com um participante surpresa. A próxima faze será amanhã, então já aviso, que quero todos em boas condições – O professor sorrio sarcástico para Ethan – Certo?

O senhor popular nada falou, enquanto alisava as coxas de uma vadia qualquer dali, que acho que já tive umas descuções esses dias, hnn... Ou será que foi ontem? Esqueci, bom, não deve ser nada importante.

A sala irrompeu em conversas novamente, mas o professor simplesmente socou o quadro negro, que ficou com uma marquinha de punho, e os malditos alunos se calaram assombrados. Bom, não era para menos, a mão dele saiu intacta, e os músculos e veias estavam salientes na pele clara e rosada.

Edward suspirou, e amarrou os cabelos, anotando os nomes dos próximos lutadores na lousa.

BRYAN X KAUAN

Bryan, como eu notara anteriormente, estava com uma blusa preta de mangas curtas e calças jeans desbotadas, sem calçados, era moreno, de cabelos lisos que iam até os ombros, e emanava um ar de misteriosidade que empunhava respeito.

Este andou até o centro da sala, agora limpa do sangue dos últimos lutadores, e encarou de cima para baixo seu adversário, medindo-o cautelosamente.

Kauan, a sua frente, parecia cauteloso, fazendo observando atenciosamente qualquer movimento de seu oponente, como um caçador, medindo sua presa. Este, dispunhando de uma magnífica tatuagem de engrenagens nos braços, descobertos pela regata preta, seus cabelos compridos e ruivos cor de sangue bagunçados, vestido com calças escuras, botas e trajando um belo olhar esmeralda que parecia não perder nada.

Foi como um flash, e logo eles estava trocando socos loucamente, como dois lutadores sanguinários, com muita fome, e sedentos de sangue.

Socos eram trocados por ambas as partes, e a cambada de adolescentes loucos torciam, gritavam, e faziam sons como “UUUUHH” e “AAAAHH”.