Monólogos De Pijama escrita por Carol Damiani


Capítulo 26
Não amo nnguém


Notas iniciais do capítulo

MDS, a séculos que eu não posto aqui né? perdão a todos os leitores, agora voltarei prometo. Beijos é curtam a discussão interna que tive comigo...



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Ela se apaixonava rápido. Não porque fosse fácil ou desesperada, mas porque estava sempre com o coração desocupado. É que ela também se desapaixonava rápido; não queria passar tempo demais esperando pela paixão errada.

Estava sempre a procura de uma paixão em potencial. Se encontrava algum rapaz bonito, que lhe desse atenção ou lhe sorrisse com ternura, dizia pra si mesma que podia ser ele, a paixão que procurava, e se apaixonava loucamente pela possibilidade de se apaixonar de verdade. Escrevia o nome dele no caderno, desenhava corações na porta dos banheiros, ouvia músicas pensando nele e fazia poesias, tudo para se convencer de que o amava. E quando percebia que se enganara outra vez, era como se sua nuvem de sonhos chovesse, e ela chorava copiosamente a morte do amor que aprendera a sentir.

Durante anos ela seguiu assim: sempre amando ou sofrendo. A maioria das paixões que ela tinha era platônica, mas houve duas ou três que evoluíram para algo mais sério, embora não tão sério quanto ela queria. Porque ela não se contentava em gostar, ela precisava amar, e amor demais assusta. Gostar é pra coisas – diria se perguntassem - pessoas são feitas para amar. Ela gostava de amar pessoas. Gostava de dizer “eu te amo” mesmo que a recíproca não fosse verdadeira, e gostava de deitar na cama e ter em quem pensar, mesmo que não passasse disso.

Um dia, durante uma caminhada na praia, uma amiga já casada e com filhos questionou o motivo de ela jamais ter se casado. “Mas você ama alguém de verdade?”, indagou a moça. E ela respondeu cantando... “Se todo alguém que ama, ama pra ser correspondido. Se todo alguém que eu amo, é como amar a lua inacessível, é que eu não amo ninguém. Não amo ninguém. Eu não amo ninguém, parece incrível. Não amo ninguém. E é só amor que eu respiro.”


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Notas finais do capítulo

Boom, hora dos comentários, please comentem, amo vocês



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