● Narrador ●

Desesperada, Iris procurava por sua amiga Lis. Havia chego em seus ouvidos que a garota estava bêbada e no colo de Castiel, sem contar que Nathaniel havia brigado com Castiel na frente de garota.

Como toda fofoca, isso estava totalmente distorcido. A ruiva cortava a multidão na velocidade da luz, Rosalya tentava acompanhar o ritmo. Como tudo isso fora acontecer? Antes de Iris chegar até Castiel, ela trombou com Nathaniel, que a segurou nos braços e disse:

– Iris, pode me fazer um favor?

– Ahn? Saia da frente, eu preciso chegar até a…

– Eu sei, olha: leve ela pra sua casa, avise a tia dela que ela vai dormir lá, e cuide para que amanhã ela não tenha sinais de ressaca.

– Afinal o que aconteceu?

– A Lis estava com o Dake.

– Dake?!

– Sim… Agora eu tenho que ir. - o loiro já estava se distanciando. - Ah, mais uma coisa. Não me mencione em nenhuma hipótese, creio que eu já fiz o meu dever.

– Ah sim. Acho que entendi. - a mente de Iris estava sendo bombardeada por informações.

“Ainda bem que não foi tudo aquilo. que disseram ser”, ela pensou. “Mas ainda sim é culpa de Castiel de ter abandonado Lis.”. Sem ela perceber, Nathaniel já não estava mais lá. Rosalya era a única que deu mais atenção as palavras de Nathaniel, mas deixou isso de lado.

Iris andou até Castiel, que mantinha Lis nos braços.

– Você é maluco?

– Eu?

– Você. Enfim, acho que de todas essa foi a sua maior burrada. Vamos Rosa, me ajude.

Rosalya saiu da multidão e fui ajudar Iris a levar Lis para fora da festa.

• ● •

Leigh, namorado de Rosalya dirigiu até a casa de Iris, onde deixou as três garotas. Durante o trajeto Lis dormiu, o que facilitou as coisas. As meninas entraram pela porta dos fundos da casa de Iris, evitando ao máximo fazer barulho. Rosalya se encarregou de ligar para a tia de Lis, e Iris de garantir que a garota permanecesse bem e confortável. Depois de colocar Lis para dormir e avisar a tia da garota, Iris e Rosalya se jogaram nos pufs do quarto.

– Quem diria que a Lis daria um trabalhão! - disse Rosa.

– Pois é. O Castiel me chateou bastante, sorte que Lis não vai se lembrar de nada.

– Nem Castiel, e também ninguém daquela festa. Por sorte, isso aconteceu no começo dela, até acabar todos terão enchido a cara e esquecido de tudo isso.

– Eu quero saber o que aconteceu de verdade. Me disseram que Nathaniel brigou com Castiel, por que Castiel forçou a Lis a beber. Por que Castiel forçaria Lis a beber? E por que Nathaniel estava na festa, defendendo a Lis?

– Não… ao que parece Dake induziu Lis a beber.

– Dake?

– Não se lembra? Nathaniel havia mencionado isso. Mas o que Nath tem a ver com isso?

– Eu sei lá, estou cansada demais. Acho melhor prepararmos os colchões pra dormir.

– Sim…tem razão…

● Lis Fontaine ●

Acordei sem saber onde estava. Não era meu quarto, não era minha casa, nem minhas roupas.

– Bom dia!

– Dia!

– Ahn?

Meus olhos demoraram para se acostumar com a claridade e uma forte dor de cabeça me atordoava. Reconheci as duas silhuetas:

– Rosa e Iris?

– Siiim. - elas responderam em coro.

– Isso vai melhorar a dor de cabeça. - Iris me estendeu um comprimido, acompanhado de um copo d’água.

– Obrigada. - sorri.

– Precisamos te contar muita coisa. - disse Rosa.

– Ahn?

– Sobre a festa. - concluiu Iris.

– Meu Deus!

De repente me toquei: eu não lembrava de nada sobre a noite anterior e quanto mais tentava me lembrar, mais a dor de cabeça ficava pior.

– Basicamente, você bebeu demais. - Iris disse com as sobrancelhas arqueadas.

– Eu? Mas eu nunca se quer coloquei uma gota de álcool na boca, prometi pra mim mesma que nunca faria isso!

– Mas você fez, e só Deus sabe por que. - Rosalya disse entre risos.

– E Nathaniel te defendeu, salvou, ou sei lá.

– Nat…? - resmunguei. Eu tentava resgatar as informações no meu cérebro, mas nada. - Como isso foi acontecer?

– Me parece que você estava com o Dake, então magicamente você foi parar nos braços de Castiel, e Nathaniel brigou com o Castiel. - Iris explicou.

– Mas o que?

– É, nem nós entendemos. - Rosalya concluiu.

– É muita informação...

Ficamos em silêncio, então eu continuei:

– Sabe, eu, eu acho melhor contar um pouco sobre mim.

As garotas abriram a boca e arquearam as sobrancelhas.

– Eu não sou uma garota comum, e eu não vim para esse colégio por que meus pais mudarem de cidade ou sei lá. - respirei fundo - Os problemas sempre me atordoaram… Eu sofria bullying e uma pessoa que me conhece muito bem, sabe pelas coisas que passei e suportei na infância, é Nathaniel.

–Bullying?

– É, bullying. Eu mudei de cidade e vim morar com a minha tia para apagar esse passado, esquecer das coisas horríveis pelo qual passei na infância. Sabe, eu me mudei para Le Havre com o intuito de garantir poucas, mas boas lembranças da minha adolescência. Eu não quero olhar para trás e sentir as feridas se reabrindo, eu quero olhar para trás e sorrir. Mas quando eu pisei nesse colégio, a primeira pessoa que eu encontrei foi Nathaniel e ele com certeza não é uma das minhas melhores lembranças…