Pov Belle

Sophie está agindo muito estranho.

Esta manhã eu acordei com um incômodo bicar no vidro da janela. Eu, como sou muito prestativa, me levantei de bom humor e caminhei até a janela para verificar o que estava acontecendo.

*Versão Oficial*

– Sophie.... - Belle resmungou, com a cara enterrada no travesseiro - Tem um bicho batendo na janela. Tira ele antes que eu estoure os miolos dele com uma espingarda!

– Calma, Belle! - Sophie se levantou - É só uma coruja!

*****

Valeu, autora idiota, obrigada por queimar meu filme!

**De nada, Belle querida! Sempre que precisar, estou aqui pra te ferrar! *v* **

Enfim, o fato é que Sophie está muito estranha.

Ela se levantou e abriu o vidro, fazendo um vento gelado e um pouco de neve entrarem no quarto.

No parapeito, havia a famigerada coruja. Era uma característica coruja do Nabal, de coloração e tons variados de marrom e preto.

– Jean Pièrre! - ela exclamou, contente - Seu dono não perde tempo mesmo!

Sophie pegou o que a coruja segurava, e fechou a janela, fazendo com que a coruja voasse para o lugar de onde veio.

Eu teria voltado a dormir, se Sophie não tivesse dito a frase que me fez tirar o travesseiro da cabeça:

– Adoro quando ele me mima!

Ele te mima? Ele quem?

Sophie estava sentada na cama. Segurava em mãos uma rosa azul, ainda em broto. E no caule, havia uma carta enrolada, presa por uma fita de cetim verde esmeralda.

– Own! - ela suspirou, lendo a carta - Ele sabe ser tão doce quando quer!

Depois disso, ela se levantou, se vestiu, sempre cantarolando, e saiu do quarto.

Eu não sou curiosa. ** Sei.... ** Quieta, autora! Passei "casualmente" pela cama dela, e peguei a carta, que estava quase pedindo para ser lida. Qual é? Esconder debaixo do travesseiro sob um feitiço de proteção? Só faltou o bilhetinho dizendo 'Belle, me leia!'

Era um bilhete pequeno, de papel perfumado de flor de laranja. E estava escrito, em tinta preta:

"Para a Mademoiselle Azul.

Não vejo a hora de nos encontrarmos. Estou contando os segundos.

Seu Maluco.

P.S.: 1....2.....3....4....5....6...7...8..."

Isso tá cada vez mais esquisito...

– Eric, você viu Sophie? - eu perguntei, descendo as escadas.

– Nossa! Bom dia, Eric! Dormiu bem, Eric? - ele resmungou, sentado no sofá maior de couro preto do Salão Comunal da Sonserina - Sinto saudade do tempo que você perguntava se eu tinha gostado da sua roupa!

– Não comece, seu carente! - eu o cortei - Viu Sophie?

– Vi. Foi cantarolando Sugar Sugar para o Grande Salão, tomar café da manhã. - ele apontou para a saída, e depois voltou a ler seu livro.

– Eu tô ficando preocupada, Eric. - eu passei a mão nos meus cabelos - Sophie tá agindo muito estranho desde ontem. Antes, tava toda tristonha e chorosa, agora, canta, suspira e saltita!

– Belle, você deveria ficar feliz porque ela não está mais triste. - Eric me repreendeu.

– Não é isso. - eu tirei a carta do bolso. - Ela mudou de temperamento em questão de horas! E hoje, uma coruja entregou isso pra ela!

Eric pegou a carta e leu.

– Seu maluco? - ele olhou para mim, duvidoso. - Quem é esse cara?

– Esse é o problema, eu não sei! Sophie continua não me contando nada! - eu sentei do lado dele. - Acha que ela arrumou um namorado?

– Pelo jeito meloso, o desenho caligráfico das letras e o perfume de laranja, - ele olhou para mim - ou ela arrumou um cara gay pra conversar, ou o garoto é muito fresco! Mas tá apaixonado.

– Um namorado fresco.... - eu pensei - Será que ela voltou a sair com Longbottom?

– Duvido muito. Ele é tímido, nunca mandaria algo assim para uma garota. - ele pensou - Quem sabe o Potter?

– Potter é corajoso o suficiente para falar com ela, e ele faz isso. Mas não é tão romântico a ponto de mandar uma rosa e uma carta pra ela. - eu admiti.

Ficamos sentados, quietos, por um tempo, apenas pensando em quem poderia ser.

– Ah meu Merlin! - eu gritei, assustando Eric - Aquela traíra arrumou um namorado e nem me contou!

– Agora que notou, é? - Eric riu.

Eu caminhei a passos rápidos. Como pode ela não ter me contado que arrumou um namorado? Eu sou a melhor amiga dela! Ela não ter contado pra mamie ou pra Hermione até entendo, mas pra mim? Como ela pôde esconder de mim?

Entrei no Grande Salão. Sophie estava sentada na mesa de Sonserina, comendo muffins. Aparentemente, sozinha.

– Sophia Amélia Evangeline Soraia Timbalaiê Araújo da Silva Sullen! - eu disse, furiosa, enquanto me aproximava dela.

– Acertou o Sophia e o Sullen. - ela bebericou tranquilamente seu suco de laranja. - Bom dia pra você também, Belle.

– Não me venha de gracinha! Pode me explicando isso! - eu joguei o bilhete na frente dela.

– Um bilhete em papel de carta pardo, padrão, caligrafia Edwardian tamanho 22, escrita à mão, tinta nanquim preta, perfume cítrico-floral, flor de laranja. - ela olhou para o bilhete, depois para minha cara. - O que mais precisa ser explicado?

– Sobre seu namorado! - eu cruzei os braços - Quem é esse tal de Maluco?

– Alguém que sabe escrever. - ela comeu seu muffin.

– Não me diga! - eu ironizei - Eu quero saber quem é seu novo namorado!

Ela olhou bem para meu rosto.

– Quem disse que eu tenho namorado?

– Ah, não sei, uma rosa e um bilhete, você cantarolando, sendo que há dois dias atrás não parava de chorar! - eu cruzei os braços. - Se isso não é homem, então eu não sei de mais nada!

Ela olhou para mim, furiosa. Levantou-se da mesa, e fechou o botão da luva na mão esquerda.

– Desde quando o que eu faço ou deixo de fazer te interessa, IzaBelle? - ela caminhou, em direção à saída - Se eu tenho um namorado ou não, o que isso te importa?

– Me importa se você se machucar! - eu retruquei - Você é minha amiga, Sophie! Eu não gosto de te ver chorar!

Ela parou. Sem se virar. Parecia respirar fundo, medindo as palavras.

– Eu sei com quem estou lidando. - ela falou, severa - E se eu quisesse um namorado, eu já tenho um pretendente. Pena eu não querer um.

E ela saiu do Salão, me deixando sozinha, apenas olhando ela caminhar.

– Namorado? - ouvi aquela voz firme.

Olhei para o lado. Potter estava olhando para mim, e tinha os olhos confusos e levemente molhados.

– Mexa-se, Potter. - eu ralhei, caminhando atrás dela. - Sophie! Sophie, espere!

Mas ela saiu do castelo, e só foi voltar de noite. Denovo.