POV Ally

Minha dupla seria Elliot? Mas que droga. Quando eu penso que algo não está bom, ai eu descubro que pode piorar. Ele me sorriu torto e não falou nada a aula inteira.

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–Ally nós combinamos depois como vamos fazer o trabalho? – Ele me chamou enquanto eu guardava minhas coisas.

–Sim, pode ser. Até mais. – falei rapidamente e sai o deixando lá.

Assim que cruzei a porta esbarrei em alguém, acabamos derrubando nossos livros.

–Cuidado! – falei irritada, mas logo me recompus apanhando os livros do chão. – Me desculpe, eu que esbarrei em você. – Eu disse me levantando e vendo a cara divertida de Austin. Revirei os olhos. – Então foi você, a culpa foi sua. – Falei e ele riu.

–Nossa eu também senti sua falta, me sinto lisonjeado com a sua demonstração de afeto. – Ele falou fazendo com que só eu ouvisse e eu ri. – O que houve, porque está tão irritada? – Perguntou pegando os livros e me guiando para que eu começasse a caminhar, eu o acompanhei.

Eu o guiei até o pátio do colégio, que não tinha muito movimento, tínhamos alguns minutos antes da última aula.

–O trabalho de biologia. – Falei e ele me olhou cansado.

–De novo isso? Eu já disse que não tem nada demais All... –Eu o interrompi.

–Não, não é isso. A professora também passou esse trabalho para mim e minha dupla é Elliot. – Soltei de uma vez, e ele me escutava normalmente, mas quando ouviu o tal nome sua feição mudou no mesmo instante para raiva.

–Você só pode estar de brincadeira comigo. – Ele falou frio e riu falsamente. – Ele?! Tanta gente para ela te colocar e ela te coloca com ele?! – ele gritou.

–Eu sei! Eu não gostei tanto quanto você. – Falei e ele negou com a cabeça.

–Isso eu duvido, como eu não. Então agora nós não temos mais tanto tempos juntos, e agora você vai passar mais tempo com ele?! Mas era só o que me faltava. – Ele falou sentando num banco com a expressão de pura raiva e revolta. Austin sempre foi um amor de pessoa, mas quando ele está com raiva, não é uma boa coisa.

–Ela não vai querer mudar as duplas, já falou na sala que não iria mudar. O jeito sou eu fazer o trabalho com ele, mas creio que ele não dirá nada Austin. Ele mal fala comigo. - Eu disse.

–E isso é terrível não? – Falou sarcástico e eu olhei séria. – Desculpa, desculpa. Não foi isso que eu quis dizer, mas eu... Eu não gosto dele perto de você. Não gosto. – Ele falou entre os dentes e eu assenti me abaixando em sua frente.

–Eu sei, eu sei. Mas é só um trabalho, e vai acabar logo, você vai ver. – O sinal tocou. – Vamos ainda temos aula. – Ele assentiu e nós caminhamos para dentro da escola. Nos despedimos com olhares e ele ainda tinha a cara de raiva, bom, isso era compreensível.

Caminhei até a sala, e me sentei suspirando. Pelo menos a aula era de matemática, eu teria os números para me distrair.

POV Austin

Depois da “incrível” notícia que Ally me deu eu passei voando para a sala, que se encontrava quase vazia, a professora ainda não tinha chegado. Me sentei no fundo, eu não queria e nem devia ter papo com ninguém nesse meu humor. Sentei e joguei a bolsa num canto. Estava olhando pela janela quando percebo um movimento ao meu lado, vejo Elliot sentar ao meu lado. Respirei fundo me controlando, e foquei minha atenção novamente ao lado de fora.

–Oi Austin. – Fala com um sorriso enorme, o olhei de lado e virei minha atenção de novo à janela.

–Oi. – Falei apenas.

–Aconteceu alguma coisa? Você não me parece bem. – Ele perguntou.

–Estou ótimo, tudo na mais perfeita ordem. – Falei sorrindo forçado e ele sorriu.

–Comigo também, o destino está ao meu favor. – Elliot disse e eu o encarei sério.

–Do que você tá falando? – Perguntei e ele sorriu de novo.

–Eu e Ally faremos um trabalho, e vamos ficar bastante tempo juntos. Acho que não precisarei mais de sua ajuda. – Ele falou e meu sangue subiu. Peguei minha mochila e com raiva me levantei e ia saindo até ele me parar pelo braço.

–TIRA A MÃO DE MIM! – Gritei e ele assim o fez, alguns alunos que estavam na sala ficaram em silêncio assistindo a cena.

–O que foi que eu te fiz? Eu fui te contar algo como colega, qual é o seu problema? – Ele indagou.

–VOCÊ É O MEU PROBLEMA! – Gritei de volta, a raiva já tinha tomado conta de mim.

–EU SEI QUE VOCÊ É AMIGO DELA, MAS EU NÃO ENTENDO VOCÊ SER TÃO CONTRA QUE EU FIQUE COM ELA. MAS EU VOU LOGO AVISANDO, EU NÃO VOU DESISTIR. – Ele gritou e isso foi o fim para mim, soltei a mochila e o peguei pela gola da camisa o empurrando com força na parede, tenho certeza que minha feição demonstrava o tamanho da ira que eu sentia.

–Acho bom você ficar longe dela, ou eu não respondo por mim. – Eu grunhi e ele me analisou por alguns segundos, e logo me olhou com uma expressão de raiva. Eu o soltei e peguei a mochila e ia saindo da sala.

–Agora eu entendi tudo. Você não me quer com ela, porque você gosta dela! – Eu parei ao ouvi-lo gritar e me virei.

–Não seja idiota, ela que não te quer. – Eu falei sínico.

–Você gosta dela. – Ele repetiu e eu o olhei com uma expressão sarcástica. – Escute bem, eu não vou desistir dela, ela não aceitou, mas eu farei com que aceite, EU A AMO, E EU VOU FAZER ELA FELIZ! –Perdi o resto de paciência que ainda tinha e dei um soco em seu rosto, ele cambaleou para trás e eu avancei em cima voltando ao empurrar na parede, dessa vez o prendi com o braço em seu pescoço.

–Ela. É. Minha. – Falei pausadamente e ele me olhou com uma raiva quase recíproca à que eu sentia. – Para o seu bem a deixe em paz, ou eu vou fazer pior. – Eu o ameacei friamente, e todos os alunos nos assistiam assustados. A professora entrou e gritou me fazendo o soltar, ele me olhou com raiva e eu peguei a mochila do chão o encarando pela última vez. – Está avisado. – Falei e sai a passos largos ignorando os gritos da professora Mercedes.

POV Ally

Estava guardando minhas coisas para sair quando Dez entrou correndo na sala, ele estava ofegante.

–A-ally e-eles... – Ele tentava falar e eu tentava entender. – O Austin... Ele bateu...No Elliot. – Ele falou tentando voltar a respirar normalmente e eu arregalei os olhos.

–O QUÊ? COMO ASSIM? – Eu gritei e o ruivo se encostou a uma cadeira, já mais calmo.

–Eu não sei o porquê, mas eles brigaram na aula hoje, e Austin bateu no Elliot, eu fui procurar ele para irmos atrás de você para irmos embora, mas algumas meninas da sala dele me disseram isso, e parece que ele na assistiu a última aula e foi embora. Eu já o procurei, mas ele não está aqui. – Eu suspirei passando a mão na testa.

–Eu vou tentar ligar para ele, vamos para casa, talvez ele esteja lá. – Ele assentiu e nós nos apressamos. Eu ligava, mas o celular dele só dava desligado.

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Chegamos e fomos até a casa de Austin. Tocamos a campainha e o chamamos, mas ele não estava. Eu já estava preocupada, Austin com raiva e sumido.

–Ele vai aparecer, calma. – Dez falou e me abraçou.

–Porque ele não atende? Onde ele está Dez? – Falei e o ruivo me abraçou.

–Shii calma – Ele tentava me acalmar – Ele deve estar esfriando a cabeça, vamos esperar ok? Vá para casa, se eu souber de algo eu te ligo, e se você souber de algo me ligue. – Eu assenti e ele beijou minha testa, indo para casa. Sai da varanda da casa de Austin e me dirigi a minha, também não tinha ninguém em casa. Decidi tomar um banho para relaxar. Tomei um banho e vesti um short curto, com uma camisa mais solta e calcei minhas sandálias, prendendo meu cabelo num rabo de cavalo e colocando meus óculos. Pela milésima vez peguei meu celular ara ligar para Austin, mas ainda estava desligado. Resolvi ficar na frente de casa para esperar ele chegar, e não almocei, eu não tinha um pingo de fome, a preocupação em saber onde ele estava me consumia.

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Quase 16 horas da tarde e nada dele chegar. Eu ainda estava sentada ligando feito louca e nada de eu conseguir falar com ele. Eu já estava preocupada, Dez tinha mandado uma mensagem dizendo que tinha que sair com os pais, mas que quando Austin chegasse ia bater nele por nos deixar tão preocupados.

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Já era noite e nada. Eu já estava quase desesperada, quando de repente vejo ao longe, Austin e Piper vindo juntos, caminhando e rindo em direção à nossas casas. Pelo jeito não tinha tanto motivo de eu estar tão preocupada.

Eles chegaram mais próximos e eu olhei para o chão respirando e assumindo a postura mais controlada. Austin assim que me viu mudou a feição. Piper ainda ria por algum motivo.

–Ally! – Ela falou e correu pelo jardim e me abraçou comigo ainda sentada no batente de casa.

–Oi. – Falei forçando um sorriso, e ela sorriu.

–Seus pais já chegaram? – Ela perguntou, Austin olhava atenciosamente para mim, e em momento nenhum eu o encarei.

–Já sim, todos já chegaram. - Ela sorriu e beijou minha bochecha.

–Então vamos entrar? – Ela chamou e eu neguei com a cabeça.

–Não, vão vocês, eu tenho que resolver algumas coisas. – Falei e ela franziu o cenho. – Avise aos meus pais que eu tive que sair, por favor. – Falei e me levantei sem nem olhar para Austin, que se manteve calado o tempo todo.

–Está bem, eu aviso. – Ela ia entrar e parou virando para Austin. – Obrigada por hoje. – Ela piscou e entrou, suspirei e comecei a andar tentando ignorar a cena. Logo senti uma mão em meu braço, tentando me parar. Mas eu puxei meu braço com força e o ignorei.

–Espera Ally, qual é! – Ele falou quando eu já estava na rua. Eu o virei e o encarei indignada,

–O QUE É? – Gritei e ele suspirou.

–Vamos conversar, por favor. – Ele pediu.

–Eu não tenho nada para falar com você. – Falei grossa e voltei a caminhar, mas ele parou em minha frente me impedindo de passar.

–Eu... Eu perdi a cabeça hoje e acabei batendo no Elliot. – Ele confessou e eu o fitei sínica.

–E você acha que eu não sei disso? – Eu falei sarcástica e ele me olhou irritado.

–Então é por isso que está tão brava? Só porque eu bati nele?! –Ele gritou e dessa vez foi o meu sangue que subiu.

–E você acha que é por isso? EU QUERO MAIS É QUE ELE SE EXPLODA! EU NÃO TÔ NEM AÍ! – Eu gritei e sua feição mudou para cansado. – EU ESTOU TÃO BRAVA POR EU MORRER DE PREOCUPAÇÕES POR VOCÊ O DIA TODO, E VOCÊ NEM PARA ATENDER A PORCARIA DO CELULAR! – Ele me olhou culpado e deu um passo a frente, eu recuei. – Aliás, me preocupei à toa, você estava curtindo bem sua companhia enquanto nem lembrou que eu podia estar te procurando. Agora se me dá licença eu quero passar. – Eu o empurrei levemente e sai.

–Aonde você vai sozinha a essa hora? – Ele perguntou parecendo preocupado.

–Não interessa. – Falei grossa sem nem virar para olhar. E ele não me seguiu, comecei a caminhar pelas ruas calmas de Miami, eu precisava respirar.

POV Austin

Que ótimo, eu briguei com a Ally. Meu dia não podia estar pior, mas também que ideia estúpida foi a minha a de desligar o celular para não receber chamadas de ninguém. Ela deve ter me procurado o dia inteiro.

Onde eu estava? Depois de sair com raiva da escola eu comecei a andar sem rumo, até que me vi na frente do shopping. Acabei encontrando a Piper, e ela me pediu que eu assistisse a um filme com ela. Ela estava triste e com saudades dos pais, e choramingava porque queria que a Ally fosse ver esse filme com ela. Por fim, ela me pediu tanto que eu acabei cedendo. Nós ficamos a tarde inteira no shopping, e no final ela me agradeceu por ter feito companhia a ela. Na verdade, até eu me distrai. Mas agora Ally está brava comigo, e com razão.

Só espero que ela possa me escutar.

Depois que nós discutimos na rua eu voltei para casa, e fui diretamente ao meu quarto. Sentei em minha cama, e me pus a encarar o seu quarto, esperando que ela chegasse. Ela queria ficar sozinha, e eu respeitei isso. Só espero que ela não demore.