Desculpas? Foi isso que ele falou depois de tudo? Será mesmo que ele percebeu o quão idiota ele está sendo? Eu deveria dar uma segunda chance á Nico?

Eu não sei, tem tanta coisas passando pela minha mente agora. Eu quero desculpá-lo, eu preciso desculpá-lo.

Mas Nico é um comensal, ele está ajudando a caçar e matar meu melhor amigo.

Nico está namorando com uma garota que ele sabe que eu odeio, e ele provavelmente sabia que eu gosto dele, e fez isso só pra me provocar.

Nico bateu e por pouco não matou Percy, meu irmão de coração e meu amigo.

O que eu faria? Iria desculpá-lo e fingir que nada aconteceu? Ia deixar ele ajudar a matar Harry?

Nico ainda estava na minha frente, provavelmente esperando por eu me pronunciar. As luzes do salão estavam apagadas e eu não pude ver seu rosto, mas eu sabia que ele estava ali.

– Se você pensa que eu vou te desculpar e ver você acabar com a vida do meu amigo, está muito enganado, você é um comensal e eu não confraternizo com comensais, você é o inimigo.

– Mas eu te amo! Isso não é o bastante? – perguntou Nico, praticamente gritando. Graças à música alta e as luzes apagadas os alunos que estavam na pista dançando não saberiam que éramos nós falando.

– Não, não é o bastante e você não me ama. Quer saber o que é o bastante? É você me beijar e depois começar a namorar a buldogue, o bastante é você ser amigo do Malfoy, o bastante é você ser meu amigo por anos e depois por tudo á perder! Eu te odeio, fique longe de mim!

Sai dali, eu não aguentava mais, eu estava chorando e indo em direção á porta do salão. Será que Nico viria atrás de mim? Duvido.

Cada vez mais e mais lágrimas corriam pelo meu rosto, era difícil enxergar para onde eu estava indo, correndo pelos corredores em busca de algum lugar para chorar.

Eu não queria ser encontrada, não queria que alguém me visse chorar.

Então me lembrei da sala precisa e fui direto para lá.

Sentei no chão frio e tirei os saltos que eu estava calçando.

Não se passou nem um minuto e eu ouço a porta sendo aberta, olho em direção do barulho e vejo um menino caminhando até mim, eu não conseguia ver seu rosto por causa das lágrimas, mas é claro que era Nico.

– Saia daqui Nico, SAIA DAQUI! – gritei.

– Não é Nico. – olhei para o rosto do menino que estava ajoelhado em minha frente agora, argh, era Malfoy.

– O que você quer aqui? Me ver chorar e tirar um sarro da minha cara? Sai daqui! – eu disse.

– Não. Eu vim dizer que você deveria dar uma chance á Nico, aquilo que ele te disse, é tudo verdade Granger.

– Não, não é. Olha o que ele fez, olha o que vocês fizeram e estão fazendo! Querem matar meu melhor amigo, além de que bateram em Percy, por que isso?

– Isso vai muito além do que você pensa, você acha que fiz isso porque eu quis?

– Sim, acho sim. Você eu já esperava que virasse um comensal, mas pra que levar Nico para esse lado?

– Olha Granger, eu vou te contar uma coisa agora, e eu posso morrer só por te contar isso, se Voldemort ler minha mente eu estou morto...

– Então não conte!

– Eu vou contar. Eu não tive escolha, eu realmente não tive escolha. No começo do ano Voldemort deu uma missão para mim, da qual eu não vou falar á respeito, e por esse motivo tive que me tornar um comensal, eu me odeio por isso, mas foi a única maneira, se eu não me tornasse um comensal ele me mataria, e mataria minha família. Então ele me perguntou se existia algum semideus do qual eu poderia usar para ele chegar em Percy, ele ainda quer matar o Percy, ele quer matar Percy e Harry! Mas continuando, eu falei que existia você e Nico, você ele logo descartou a possibilidade porque ele sabe que você é amiga do cicatriz. Mas Nico ele se interessou, especialmente por ele ser sonserino e ser meu amigo, eu logo disse á Voldemort que ele não aceitaria, e Voldemort me torturou com crucio, e disse que se Nico não aceitasse ele mataria Nico. Nico aceitou na hora, para manter a sua vida. Acredite Granger, nem Nico nem eu queríamos ser o que somos, nós nos odiamos por isso. Mas Nico ainda tem você, ele tem á quem amar, e você pode manter a pouca felicidade que ainda resta nele.

Eu estava chocada com essas informações, nem imaginei que eles fossem obrigados á se tornarem comensais.

– Eu não... sabia. Olha Malfoy, me desculpe pelas piadinhas sobre comensal, eu não fazia ideia! Nós podemos dar um jeito, podemos ajudar você e Nico.

– Não podem não. Sério? Você quer me ajudar depois de tudo que já fiz pra você?

– Sim, eu não me importo com isso ou com quem você foi e é, eu sei que você ainda é um ser humano, embora tenha passado alguns minutos sendo uma doninha. Eu sei agora que você não quer isso.

– Mas eu não posso aceitar a ajuda de vocês, Granger. Se eu aceitar ele mata minha família, é muito complicado. Agora eu só lhe peço para que dê uma chance ao Nico...

– Eu não posso, não agora. Eu preciso organizar meus pensamentos, tudo está muito confuso. Eu estou com medo por Percy e Harry, confusa por gostar de Nico e preocupada com ele.

– Eu sei, mas pense em Nico. Ele precisa de você.

– Malfoy? Qual era a missão da qual você falou? Não está planejando capturar Harry e Percy, está?

– Eu realmente não posso falar, desculpe. Mas não, não vou capturar eles.

– Ah, ok. Acho que eu vou voltar para o baile, não vou deixar Harry sozinho lá, obrigada por abrir meus olhos.

– Obrigado pela oferta de ajuda, Granger.

Assenti com a cabeça e sai da sala precisa, em rumo ao salão. Eu não queria ver o rosto de Nico hoje, vou esquecer ele por essa noite.

Tenho que admitir que estou com muita pena de Malfoy e Nico, principalmente de Malfoy, eu não imaginava que a vida dele fosse tão caótica, e vou deixá-lo em paz, assim como ele fará comigo, eu tenho certeza.