– Hermione, chegou essa carta agora – disse Harry quando cheguei ao salão comunal da grifinória, ele me entregou a carta, avaliei-a, o papel era meio rosado e tinha um cheiro muito forte, cheiro de morangos, logo, não precisei pensar muito pra saber a origem da carta.

‘’Oi Hermione, como você está? Você acabou de voltar para Hogwarts mas Quíron mandou eu te avisar. Percy foi sequestrado essa noite, você deve estar de perguntando por quem, a gente não sabe, ele simplesmente sumiu, do nada! Eu estou muito preocupada, já estamos fazendo as buscas e temos poucas ideias de quem possa ter feito isso. Mande Noticias.

Annabeth’’

Tive um mini ataque cardíaco, eu não era tão próxima de Percy, nós somos amigos, mas fiquei preocupada por Annabeth, ela gosta tanto dele que acho que se acontecer alguma coisa com ele, ela não aguentaria.

Deve estar uma confusão naquele acampamento, Percy era como Harry, ambos eram a esperança dos seus mundos, assim como Harry, Percy já tinha salvado várias vezes seu povo.

– O que aconteceu? – perguntou Harry, provavelmente ele percebeu minha preocupação.

– Minha irmã Annabeth, ela mandou essa carta dizendo que o Percy, que é um semideus também, desapareceu e ninguém sabe onde ele está! Agora, para com perguntas e me dá uma pena e pergaminho, rápido.

Harry me alcançou os materiais e logo apressei-me a escrever:

‘’Annabeth, estou bem, porém triste com isso, que coisa horrível! Sinto muito por você e todos do acampamento, mas não se preocupem, ele vai aparecer, me mantenha informada e seja forte.

Abraços, Hermione’’

– Harry, preciso ir ao corujal entregar essa carta – falei.

– Está louca? A gente não pode sair de noite! – Harry disse.

– Eu sei, mas dessa vez é necessário, vem comigo, e pega a capa. Rony está dormindo?

Harry assentiu, subiu para seu dormitório e logo depois desceu com a capa na mão.

A ida até o corujal foi tranquila, não encontramos nenhum aluno ou professor nos corredores, assim, entreguei a carta para a coruja. Já na volta do corujal, ouvimos cochichos vindos de um corredor próximo ao nosso.

Fiz um sinal para Harry e ele assentiu, chegamos mais perto do corredor, onde pudéssemos ouvir quem falava e o que estavam falando.

– Eu não sei pai, não sei, ele não vai cair nessa armadilha, ele é burro mas nem tanto – disse uma voz que eu logo reconheci o dono. O nojento, chato e ridículo Draco Malfoy.

Mas espera, oi? Ele disse pai? O pai dele, em Hogwarts?

– Não seja tolo Draco, Potter é um menino que não vê maldade em quase ninguém, é claro que ele vai cair. – realmente, era Lúcio Malfoy, reconheci a voz, quem tinha deixado aquele comensal entrar em Hogwarts?

– Não pai, eu não vou fazer isso! – falou Draco, choramingando.

– Draco, você tem noção do que nossa família se meteu? Você sabe que se capturarmos o menino Potter, Milorde não fará nada contra nós. Ele deixou essa missão para nós, caso falharmos, ele nos mata.

– Eu vou tentar ma-mas eu não sei se vai dar certo – resmungou Draco.

– E mais uma coisa, aqueles dois amiguinhos do Potter, quem são? – perguntou Lúcio.

– Rony Weasley e Hermione Granger, mas eles não são uma ameaça, quer dizer, o Weasley é um patetão e a Granger, até que é inteligente, mas é sangue-ruim, não sabe quase nada sobre isso que faremos – Draco falou.

Quem aquele idiota pensa que é? Eu sou a mais inteligente da série, é claro que sei de tudo sobre o mundo mágico.

– Não importa Draco, aqueles dois tem que ser capturados também, eles são uma ameaça sim, portanto, coloque esse ...

Nesse momento não consegui ouvir mais nada, eles tinham se afastado, estávamos tão próximos de descobrir o que eles estavam tramando.

Olhei para Harry, ele estava tão assustado quanto eu.

– Vamos segui-los – cochichei para Harry.

Tentamos achá-los, mas não encontramos eles em nenhuma parte do castelo, o máximo que tínhamos visto era os monitores fazendo a ronda, que graças a capa não nos viram.

Quando chegamos ao salão comunal, Harry apressou-se a perguntar:

– O que acha que é?

Pensei, pensei e nada.

– Não faço ideia, mas, temos que tomar cuidado, acorde Rony e conte para ele, vou para meu dormitório antes que os monitores cheguem da ronda.

Subi para meu dormitório, Gina e Parvati já estavam dormindo. Coloquei meu pijama e me deitei, mas dormir? Não consegui a noite inteira, nem um cochilo, o que ia me ocasionar algumas olheiras.

Eu ia ser capturada, assim como Harry e Rony, só não sabia como e nem quando, isso me preocupou.

**

Levantei de manhã, hoje teríamos o primeiro dia de aula de volta, isso me agradava, eu amava estudar.

Fui em rumo ao salão principal para o café da manhã, tentando afastar os pensamentos da noite passada. Lá, enxerguei Malfoy, a pessoa que eu menos queria ver na face da terra, eu podia lançar um avada e matá-lo agora mesmo, estaria fazendo um favor à humanidade.

Sentei com Rony e Harry, Rony esbanjava raiva, olhando fixamente para Malfoy.

– Se ele tentar fazer qualquer coisa para você – Rony disse apontando para Harry – ou para você – Dessa vez ele apontou para mim – eu mato ele, estou falando sério.

– Rony, não seja tolo, pelo que ouvimos noite passada, Malfoy está com medo, ele não tem coragem suficiente. – falei, torcendo para estar certa, a questão é que eu não sabia até onde Malfoy poderia ir, ele era terrivelmente mimado e acho eu, que faria qualquer coisa para seu próprio bem.

Eu olhava fixamente para Malfoy agora, como ele é ridículo, se acha o galã só porque tem 15 meninas grudadas em seu pescoço diariamente. Ele pareceu notar que eu o olhava, fez uma cara de nojo e resmungou alguma coisa sobre sangue-ruins.

Ouvi um barulho alto, olhei para o lado, MEU DEUS, o que estava acontecendo? Harry estava caído no chão e espuma saia de sua boca.

– ALGUÉM AJUDA, POR FAVOR, RÁPIDO, CHAMEM MADAME POMFREY – gritei desesperada me ajoelhando ao lado de Harry, que pelo jeito não conseguia respirar.

Não demorou muito para Madame Pomfrey chegar, ela colocou um bezoar na boca de Harry, que na mesma hora parou de sair espuma.

Harry foi levado para a enfermaria, Madame Pomfrey garantiu para mim e para Rony que Harry ficaria bem, assim mandando a gente seguir rumo às nossas aulas.

– Foi Malfoy, não há dúvidas – disse Rony quando estávamos à caminho da aula de Transfiguração.

– Não há dúvidas – repeti.

– Não há dúvidas também que ele vai morrer hoje, não há dúvidas que quem vai matá-lo é Rony Weasley – disse Rony com mais raiva do que nunca.

– Está louco? Ninguém aqui vai matar Malfoy, tudo que temos que fazer é contar para Dumbledore – falei, olhando para Rony – e não discuta Rony Weasley, você sabe que é o certo.

**

A aula passou como um furacão de tão rápida, que graças as Deus não era com a Sonserina e sim com a Corvinal, pois a essa altura Rony já teria matado Malfoy.

Eu e o ruivo seguimos para a sala de Dumbledore, que para nossa sorte estava lá.

– Olá, a que devo a honra da visita de vocês dois? – ele perguntou.

– Foi Malfoy, que fez aquilo com Harry. – adiantou-se Rony, e eu o repreendi com o olhar.

– Como tem tanta certeza, Sr. Weasley?

– Professor, eu vou te explicar, eu e Harry ontem fomos entregar uma carta no corujal, e na volta de lá, vimos Malfoy pai e Malfoy Jr. Falando coisas muito estranhas, e a gente ouviu o Malfoy pai dizer algo como capturar eu, Rony e Harry, para um tal de Milorde – falei, a expressão de Dumbledore ficou bem séria.

– Impossível, Lúcio Malfoy em Hogwarts? Se ele viesse, eu saberia, porém crianças não se preocupem, aqui em Hogwarts vocês estão seguros – disse Dumbledore.

– Foi o que eu vi – falei, meio triste por ele não acreditar.

– Visitas à noite para o corujal, Srta. Granger? – ops, tinha me esquecido desse detalhe.

– Ah, ããn é que, bem, era ããn...

– Não se preocupe – Dumbledore soltou uma risadinha – mas que isso não se repita.

– Não vai se repetir, obrigada, senhor...

Eu e Rony saímos da sala de Dumbledore, como tínhamos um tempinho antes que a hora do almoço chegasse, decidimos visitar Harry.

Chegando lá, Harry não estava em nenhuma das macas, nenhum sinal dele, constatamos então que ele já teria sido liberado, então fomos saindo da sala.

– EI EI, ESPEREM OS DOIS AI – gritou Madame Pomfrey saindo de uma salinha da enfermaria.

– Onde pensam que vão? E cadê o Sr. Potter? – ela perguntou.

– Como assim ‘’cadê o Potter’’? Nós viemos visitar ele agora, mas nada dele por aqui, você já liberou ele, não foi? – perguntei, já ficando bem apavorada.

– Liberar ele? Claro que não Srta. Granger, ele vai ficar no mínimo 3 dias desacordado...

– Talvez ele tenha acordado e saído...

– Não, mesmo que ele tivesse acordado, ele não teria forças para levantar, ele foi envenenado Srta. Granger.

Eu e Rony nos olhamos assustados, provavelmente ele estava pensando o mesmo que eu.

Existem dois fatos: Harry envenenado. Harry sumiu.

E uma explicação: Draco Malfoy.