Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 27
Planos perfeitos


Notas iniciais do capítulo

Hey ho let's go!
Como vai minha gente amada?
Por causa de trabalhos e mais trabalhos do colégio, só venho postar para vocês hoje, mas não se preocupem porque o próximo capítulo (28) já está escrito, então nada mais de demora :)
Hoje, tem dois POVs, como vem sendo narrado nos últimos e eu sinto dizer, mas o próximo capítulo é o último da primeira temporada :// vou falar mais sobre isso lá nas notas finais beleza?
Antes, queria agradecer a galera dos reviews! Obrigada gente!



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POV America

Não faço a mínima ideia de quanto tempo se passou desde que estou aqui. Tempo é uma coisa relativa quando estamos perdidos. E eu estou, nesse momento, mais do que perdida.

Sinto o meu braço continuar a latejar. Ele está assim praticamente desde que acordei e isso não deve ser um bom sinal. Não dói muito, mas incomoda. Olho ao redor desse quarto pela centésima vez a procura de uma saída que eu sei que não existe. Para ser sincera, eu até que tenho um plano na cabeça, mas não vai depender apenas de mim.

Como se fosse um sinal divino de Deus que dissesse: Ei, eu ainda estou aqui!, escuto a trava da porta sendo destrancada e aberta. Um homem, que claramente não é boa coisa, aparece na porta e sorri perverso para mim.

– Tá na hora de se socializar lindinha. – ele diz e puxa meu braço, me tirando do quarto. Não resisto. Não iria adiantar em nada.

Seguimos pelo corredor e vejo outras garotas sendo retiradas de seus quartos, quer dizer, prisões. Elas são bonitas, mas seus rostos, muito tristes. Isso parte meu coração. Acompanhadas também dos homens de pretos, todas nós somos levadas a uma espécie de refeitório, com mesas e tudo mais. Tento prestar atenção em tudo para guardar o caminho até aqui. Pode ser útil depois. Então o homem que segura firmemente meu braço, me solta, empurrando-me em direção a uma das mesas, onde há alguns pratos de comidas já colocados. Franzo a testa. Espera, está na hora do almoço? É isso mesmo produção?

Observo as outras mulheres se sentarem e comerem em silêncio. Faço o mesmo. Olho para a comida em meu prato e sinto meu estomago se revirar. Okay, é comida, mas é meio nojenta também toda essa meleca marrom. Algo me diz que não é chocolate. As outras garotas comem e parecem estar satisfeitas ou talvez apenas acostumadas. Olho ao redor e consigo contar treze mulheres e seis homens de preto fazendo a guarda. Elas poderiam dar um jeito neles se quisessem. Estão em maior número e aposto que com um bom plano, eles seriam imobilizados e até quem sabe, mortos. Mas eu sei muito bem o que as impede, dá para sentir o cheiro no ar. Medo.

Uma garota sentada ao meu lado, parece inquieta, se remexendo no banco e não ficando parada. A observo com atenção. Ela deve ter mais ou menos a minha idade, talvez mais jovem. Seus cabelos são castanhos e compridos, tão sem vida quanto seus olhos.

– Você está bem? – pergunto a ela baixinho.

A garota me olha tímida e acena com a cabeça.

– Sim. Apenas um pouco dolorida. – ela se limita a dizer.

Arregalo os olhos e imediatamente sei do que ela está falando. Pobre garota. Esses homens são mesmo uns animais. Essas mulheres que estão aqui não merecem o que estão passando, posso até imaginar o quanto sofrem, apesar de não gostar muito da ideia de ficar imaginando essas atrocidades.

– Qual é o seu nome? – pergunto.

A garota olha ao redor rapidamente, como se checasse se algum dos homens estão prestando atenção em nós, e quando se sente um pouco segura, ela me responde.

– Zara. Você é nova aqui.

– Cheguei hoje. – digo, meneando a cabeça. – Ah, me chamo America.

Zara acena e suspiro baixinho.

– Sinto muito por ter vindo parar aqui. Algumas das garotas devem estar felizes, porque sempre que chega alguém nova, eles ficam fissurados nela e se esquecem um pouco da gente, claro que depois volta tudo ao normal, mas mesmo assim. – ela diz, um pouco triste. – Bem, eu não consigo sentir alivio em ver o sofrimento de quem não fez nenhum mal pra mim, então...

– Eu entendo. – digo, olhando agora para as outras mulheres que comem em silêncio. Algumas conversam baixinho entre si, mas não é a maioria. – Mas por que vocês não tentam sair daqui?

Vejo Zara dar enfiar uma colher cheia da meleca marrom na boca e engolir em seguida.

– Algumas já tentaram sabe? Mas foram mortas ou terrivelmente espancadas, aí os abusos ficaram piores e mais violentos, isso para todas nós. Acabamos aceitando nosso destino. – ela diz dando de ombros. Franzo a testa.

– Como assim simplesmente aceitaram isso caralho? – pergunto um pouco alterada, mas tentando manter minha voz o mais baixo possível.

– Temos comida, um teto, banho e proteção. Tudo o que temos que fazer é satisfazê-los. Estamos seguras aqui contra os monstros lá fora. Mas é claro que há monstros em todo lugar, antes acabarmos confinadas com os que existem aqui dentro.

– Isso é... Sei lá, revoltante. – digo, mas o que quero mesmo fazer é dar um tapa na cara de cada uma delas.

Tudo bem, tudo bem, eu consigo chegar a entender os motivos que Zara me disse, mas isso não muda o fato de essas mulheres serem covardes demais para tomar uma atitude drástica para tentar mudar essa situação horrível em que elas se encontram.

– Entendo que você esteja assim agora, no começo. Foi desse jeito comigo e com todas elas, ou pelo menos com a maioria. Quando cheguei aqui, ataquei todos os homens que tentaram transar comigo, mas quando não é por bem, é por mal, e acabei sendo estuprada inúmeras vezes. E é mesmo por mal. – Zara diz e abaixa a cabeça, mas antes consigo ver uma lágrima escorrer de seus olhos. – Eu gostei de você America, podemos ser amigas, e por isso eu te dou esse conselho. Não faça nada que possa te machucar mais. Esses homens são cruéis. Para eles nós não somos nada além de uma vagina para foder. Não dê mais motivos para eles serem mals com você.

– Não planejo ficar aqui por muito mais tempo. – digo, chegando mais perto de Zara. – Tenho um plano para sair daqui, e vou levar comigo todas que eu conseguir.

Vejo Zara arregalar os olhos, talvez assustada com o que acabei de falar. Ela olha mais uma vez ao redor, mas os homens continuam parados em seus lugares, mas agora conversam entre si. Não prestam a mínima atenção em nós e isso é ótimo.

– Você está louca? O que planeja fazer? – ela pergunta.

– Eu tenho amigos do lado de fora e eu sei que eles já devem estar me procurando, mas não dá apenas para espera-los aparecer e nos salvar, então quando eu tiver qualquer boa oportunidade, vou imobilizar um dos homens e tomar a arma dele. Preciso de mais algumas das mulheres para fazer o mesmo, então tudo o que temos que fazer é render quantos pudermos, e darmos o fora daqui. – explico mais ou menos por cima.

Zara me escuta com atenção e então acena com a cabeça concordando quando termino de falar. Posso ver um brilho desconhecido em seus olhos.

– Você acha mesmo que isso pode dar certo? – ela pergunta.

– Tenho quase absoluta certeza que sim. – balanço a cabeça. – Eles podem ser fortes, mas músculos nenhum é páreo para um cérebro esperto e um plano inteligente.

Zara concorda mais uma vez e me sorri discreta. Acho que agora tenho uma aliada que pode conseguir mais aliadas. Isso é ótimo. É tudo que eu preciso para executar o plano.

– Estou dentro. – ela diz. – Ah, e posso falar com algumas garotas. Elas podem nos ajudar também.

– Claro, só precisamos agora de uma oportunidade. – digo, pensando.

– De noite, nós vamos tomar banho porque mais tarde os homens vêm atrás de nós, à procura de você sabe o quê. – Zara me conta. – Essa pode ser uma boa hora.

– Me parece ser uma hora perfeita. – sorrio para ela. Seguro sua mão que está em cima da mesa e a aperto, tranquilizando-a. – Não se preocupe Zara, vamos conseguir sair daqui.

POV John

– É um ótimo plano garoto. – Russell diz, olhando para Noah que havia acabado de nos contar seu plano, que por incrível que pareça, era brilhante. Essas crianças de hoje em dia...

– Vamos mesmo seguir o plano de uma criança? – pergunto, com um pé atrás.

– É tudo o que temos John, e você tem que admitir: é ótimo. – Russell diz.

Olho para Noah que está sentado na cadeira de girar do escritório onde estamos. É claro que era ótimo, mas eu realmente não podia arriscar que nada desse errado. Não posso perder America. Mas ok. O garoto tem uma imaginação incrível, e muita criatividade também. Quando crescer, vai ser um sobrevivente fodido.

Resolvemos os últimos acertos e ouvimos um barulho do lado de fora da sala. Escuto passos e então barulho de água. Sinalizo para os caras e saímos do escritório. Seguimos mais um pouco pelo corredor a frente e então, na sala onde vi America ter sido levada embora, avisto uma mulher agachada no chão com um balde ao seu lado e limpando o sangue que havia sido derramado lá pouco antes. Olho ao redor a procura de algum sinal dos Piratas, mas há apenas um encostado na parede, observando com olhar de desdém a mulher limpar o chão.

Ao meu lado, Logan levanta seu braço bom, e apesar de tremer um pouco por causa da forte febre, vejo ele acertar em cheio a testa do Pirata que rapidamente cai no chão. Agradeço mentalmente a JC por Logan sempre andar com um silenciador em sua arma.

A mulher que estava agachada no chão, se levanta em um salto ao ver o homem caído morto a sua frente. Ela põe a mão na boca e encara o corpo sem vida, então ao nos ouvir se aproximando, ela rapidamente se vira em nossa direção.

– Quem são vocês? – a mulher pergunta, assustada.

– Olha, não vamos te fazer mal ok? – começo a dizer. – Só viemos pegar nossa amiga de volta.

Ela balança a cabeça, assentindo.

– Qual é o seu nome? – Logan pergunta. Ela o encara por um breve momento antes de responder.

– Felicity.

– Ok Felicity, escute. Você pode vir com a gente quando formos embora, mas antes preciso que nos mostre onde as outras mulheres ficam... presas. – Russell diz.

Felicity mais uma vez assente e nos olha com os olhos semicerrados, um pouco desconfiada eu diria. Garota esperta. Não se deve confiar em todo mundo.

– Vão mesmo me tirar daqui também? – ela pergunta.

– É claro que sim. Ninguém vai mais abusar de você. – digo e ela parece acreditar.

Indo na frente, Felicity segue a esquerda e entra por outro corredor. Esse lugar é cheio de malditos corredores. Olho para Logan, Russell e Noah e eles balançam a cabeça. Seguimos a garota, sempre com nossas armas em punho. Nunca se sabe o que há pela frente né? E o melhor conselho que minha mãe me deu é para nunca se confiar em estranhos.

Quando Felicity para no final do corredor, ela se vira para nós.

– Se vocês seguirem reto, naquela direção, – ela aponta para a direita – vão encontrar uma área onde há várias salas dos dois lados. É lá onde nós, mulheres ficamos. São os nossos quartos. Vocês vão ter que ser rápidos porque sempre há três seguranças fazendo a vigília.

Assinto com a cabeça. Damos conta de três Piratas sem precisar fazer muito esforço. Minha vontade de acabar com esses filhos da puta já está maior do que tudo.

– E você? – escuto Noah perguntar e só então me lembro de que ele está aqui.

– Não faço o tipo guerreira. – Felicity diz.

– No mundo em que vivemos, você tem que fazer. – Logan fala e entrega uma arma para ela. A garota encara a arma em suas mãos, mas parece não ter medo.

– Noah, acho melhor você ficar com a Felicity ok? Vamos pegar a America e quantas mulheres pudermos e então voltamos para buscar vocês. – Russell fala e põe a mão no ombro de Noah que balança a cabeça concordando. Então ele se vira para a mulher. – Tome conta dele entendeu? E use a arma se for preciso.

Vejo Felicity segurar a mão de Noah e nos olhar assentindo. Seus olhos azuis são bondosos, dá para se notar isso. Respiro fundo.

– Podem ir.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram?
Desculpem qualquer erro ortográfico gente. Eu faltei no colégio hoje para escrever esse capítulo, então não deu tempo de revisar porque eu queria postar logo para vocês. Enfim...
SOBRE A 1 TEMPORADA:
Como eu disse lá nas notas iniciais, esse é o penúltimo capítulo da primeira temporada, o que faz do próximo, o último capítulo. Não fiquem surtados, porque acabando aqui, vai ter sim a segunda temporada, e vai continuar aqui junto ok? Decidi não abrir outra fic para a 2 temp. Beleza?
SOBRE O POVO:
Geeeente, eu não queria ter que vir falar isso aqui, porque acho muito chato, mas lá vai. Tem muitas visualizações para o número de pessoas que dão sinal de vida!! Eu escrevo porque gosto, porque amo fazer isso, mas realmente me deixaria muito feliz se vocês ~ fantasminhas ~ aparecessem e dissessem sla "ei, eu to aqui!" :) é só isso que eu peço!
Enfim...
SOBRE O PRÓXIMO CAPITULO:
No 28, teremos porrada, explosões, fuga e muitas, muitas revelações.
Beijão e até mais. Amo vocês :)

PS.: Comecei a escrever uma nova fanfic, não é sobre TWD, mas é cheia de mistérios. Quem tiver interesse, dê uma olhada:
https://fanfiction.com.br/historia/642464/Dont_Look_Becky/