Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 2
Dois babacas


Notas iniciais do capítulo

Olá galera! Aqui estou eu de volta com mais um capítulo de Scream For Me!
Enjoy!



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Olho para frente. Viro minha cabeça para trás olhando para a estrada pela qual eu acabei de vir. Eu poderia dar ré talvez, mas provavelmente eles atirariam contra o parabrisa do carro me acertando em cheio na cabeça, portanto eu fico parada. Não desligo o carro, não vou pra frente e nem pra trás. Fico parada olhando o grupo de pessoas a minha frente conversando sobre algo tão importante que ainda nem notaram a minha presença. Não leva nem mais quatro segundos antes de o fazerem. Um cara alto de farda militar olha na minha direção e grita com os outros gesticulando com a arma em sua mão. Todos estão me olhando agora. Consigo contar treze pessoas ao todo. Treze? Sério? Merda! Me certifico de que a minha arma está no cós da minha calça jeans. Nunca se sabe não é? Respiro quatro vezes antes de abrir a porta do carro e sair pra fora. O cara militar olha para um homem loiro ao seu lado e ambos vem andando em minha direção. Semicerro os olhos em baixo dos óculos de sol. Merda!

– Podemos ajudar? - pergunta o loiro sorrindo maliciosamente.

– Na verdade, podem sim. Eu só quero seguir o meu caminho, então se poderem afastar um dos carros de vocês da estrada, eu agradeceria. - respondo tentando ser educada. Não quero arrumar briga.

– Está sozinha? - pergunta o cara militar. Ele não estava mais com a arma na mão, mas ela deveria estar por ali perto. Não sei o por que da pergunta, mas várias coisas se passam pela minha cabeça. Ele poderia estar perguntando para se certificar de que estou mesmo sozinha e então ele e seu amigo, me arrastariam para o meio do mato e me estuprariam de muitas maneiras diferentes. Ele poderia estar perguntando para então me dar um tiro e roubar o meu carro. E ele poderia estar perguntando apenas por perguntar.

– Sim, eu estou. Algum problema?

– Não. - o cara militar responde secamente.

– Meu amigo está querendo dizer que uma mulher tão bonita como você, não deveria estar andando sozinha por aí em pleno apocalipse zumbi. Sabe, não é lá muito seguro. - o loiro disse sussurrando a última parte.

– Eu sei me cuidar. Sempre soube, mas obrigada pela preocupação. - dou um sorriso amarelo. - Poderia tirar o carro do caminho?

– Ela pode ser útil. - o cara militar virou de repente para o loiro e disse, ignorando totalmente a minha presença. - Ela pode ficar e ajudar a gente. Precisamos de mais pessoal, você sabe disso. E ela parece saber mesmo se cuidar. - ele olha pra mim de cima a baixo e volta a falar com o loiro. - Não está suja, nem machucada, tem um carro e deve ter suprimentos também. Além do mais, a Ana vai precisar de ajuda.

– A Ana já tem os outros para ajudarem ela, e a gente. Não precisamos dela, apesar dela ser gostosa. - o loiro diz sorrindo e olhando na minha direção. Reviro os olhos. Idiota.

– Tô falando sério Craig! A Ana precisa de cuidados, pelo amor de Deus! Precisamos de mais gente! - argumenta mais uma vez o cara militar. Já sem paciência para essa conversa interna entre os dois, tiro os óculos de sol e os coloco na cabeça.

– Você podem parar de falar sobre mim como se eu não estivessem aqui? - o loiro cruza os braços sobre o peito, devo dizer que é musculoso o suficiente para se ver por cima da cama, enquanto o cara militar apenas levanta uma sobrancelha. - Olha, eu não quero me juntar a grupo nenhum, muito menos o de vocês okay? Sem ofensa. É só que prefiro ficar sozinha. E também, vocês não deveriam ficar chamando pessoas que vocês acabaram de conhecer para o seu grupo. Hoje em dia, é uma ótima maneira de ser morto.

– Quem chamamos ou deixamos de chamar para o nosso grupo, não é da sua conta - responde o cara militar. - A não ser que você se junte a nós, aí tudo bem você dar palpite.

– Jesus! - exclamo revirando os olhos. E eu aqui pensando que o loiro, Craig, era o mais babaca.

– Vamos só deixar que ela siga o caminho dela cara. Sem encrenca. Não precisamos de mais gente para dividir a comida. - diz Craig. Não tem mais babaca ou menos babaca, ambos são.

– Isso! Ótima ideia. - digo apontando com as duas mãos para o Craig. - Você é um gênio, obrigada. E então? Podem tirar o carro para eu poder ir? Hm?

– Olha, eu realmente não fui muito com a sua cara, - começa dizendo o cara militar, enquanto Craig solta um "impossível" baixinho - mas precisamos...
Antes que ele pudesse terminar de dizer alguma coisa, ouvimos um grito vindo de dentro de um dos carros deles parados na estrada, os dois vão correndo ver o que é, e eu, curiosa, vou atrás. Paramos em frente a uma picape com a porta aberta, onde uma mulher está sentada gemendo de dor enquanto uma outra, sentada ao seu lado, segura sua mão. A mulher que tinha gritado antes tem uma barriga gigantesca por baixo de um leve vestido amarelo que agora está manchado de sangue, me lembrou da casa, me lembrou da mostarda e do catchup. Oh merda! Olho de novo. Ela está grávida.

– Mas que porra é essa? - digo mais alto do que pretendia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Esse capítulo não é grande, como podem notar. Ele, na verdade, era um gigantesco, mas eu acabei o dividindo em dois, para a história ficar mais harmoniosa. Relaxem, vocês vão entender o por que no próximo capítulo ;)
Até sexta! Beijos!