Velha Infância - Berita escrita por Tay Pereira
Notas iniciais do capítulo
Mais um hoje haha.
Espero que gostem.
Clarita andava pelas ruas sem se importar com as poucas pessoas que estavam em sua volta. A única coisa que ela gostaria é de chegar em seu apartamento e tentar esquecer tudo que aconteceu nessa noite.
– Por que tudo tem que ser tão complicado para mim? – falou, sozinha. – Será que nunca serei feliz como sempre sonhei?
(...)
Beto entrou em casa tentando fazer o menor barulho possível. Não queria chamar a atenção de ninguém, muito menos de sua mãe. Na verdade, não a queria ver. Ele tem quase certeza que se não fosse ela, nada do que está acontecendo em relação a Clarita e a ele, estaria acontecendo.
Ao ir em direção ao corredor do seu quarto, escuta Carol finalizar uma ligação que parecia muito importante e particular, já que ela sussurrava. Depois que viu sua mãe entrar no quarto dela, Beto pode ir para o seu tranquilamente. Chegando lá se jogou na cama.
– O que farei pra tentar reverter essa situação? – questionou. – Nos amamos, mas Clarita se importa com a opinião dos meus pais. Como vou fazer para minha mãe a aceitar?
(...)
Clarita estava quase chegando na rua onde fica o apartamento que divide com a melhor amiga, Mili. Já tinha tirado os sapatos dos pés, os levando na mão e andando descalço no asfalto.
– Estou tão cansada – murmurou.
– Já vai descansar, princesa – alguém sussurrou em seu ouvido e tapou sua boca com um pano.
Clarita tenta gritar, mas seu grito é abafado devido ao pano que estava em sua boca.
– Quietinha, se não vai ser pior pra você – ameaçou o homem.
Ele amarra o pano na boca de Clarita e logo colocam um capuz na cabeça dela, a impedindo de enxergar qualquer coisa.
(...)
Mili acordou com as batidas descontroladas na porta do apartamento.
– Já vai! – gritou em resposta.
Antes de abrir a porta, Mili ajeita o cabelo que estava desarrumado. Quando finalmente a abriu, encontrou o segurança do prédio com um par de sapatos femininos em mãos.
– O que aconteceu para me acordar a essa hora?
– Aconteceu algo muito grave.
– O que? – Mili tenta despertar direito. – O que aconteceu? – repetiu.
– A dona Clarita...
– O que houve com ela? Diga por favor! Não me enrole, não me deixe preocupada!
– Encontramos esses sapatos aqui perto do prédio – contou. – Ao olhar as câmeras de segurança do prédio, vimos que os sapatos pertencem a sua amiga.
Mili coloca as mãos sobre a boca.
– Meu Deus! – exclamou. – Sabe alguma notícia sobre ela?
– Infelizmente não, senhorita. Mas pode ser que a senhorita nos ajude.
– Como?
– Falando sobre onde ela foi ontem a noite – disse. – Aliás, ela estava acompanhada por um rapaz quando saiu daqui.
– Sim, é verdade – Mili concorda. – Devemos falar com ele, ele deve saber mais do que eu sei.
O homem assentiu.
– Terei que ir para o meu lugar de trabalho, é lá onde ele estará.
– Infelizmente não poderei acompanha-la. Meu trabalho é aqui.
– Posso falar com a polícia?
– Eles só investigam casos depois de 24 horas de desaparecimento.
– Inúteis! – exclamou ela. – Posso falar com o senhor, então?
– Claro.
Mili pega o número do segurança e rapidamente volta para dentro do apartamento, se arrumar para ir ao trabalho.
(...)
Beto resolveu ir ao Café Boutique, já que não teria nada para fazer. Era melhor ficar com o pai do que olhar para a cara da mãe.
Quando chegou lá, viu Francis o encarar quando entrou no estabelecimento. Estranhou o fato de não ver Clarita ali, mas logo resolveu tirar sua dúvida quando viu Mili chegar.
– Onde está Clarita? Não vai vir hoje? – pergunta ele.
Mili olha para ele, assustada.
– Aconteceu algo muito grave.
– Algo com a Clarita? – perguntou Francis, se aproximando.
Mili assentiu e deixou algumas lágrimas escaparem no seu rosto.
– A sequestraram – resolveu dizer. – O segurança do prédio apenas achou os sapatos que ela estava ontem a noite.
Francis e Beto se olharam.
– Meu Deus! – disse o barista. – Já avisou a policia?
– Não adiantaria nada. Eles só resolvem esses casos depois de 24 horas de desaparecida.
– Idiotas – murmurou Francis. – Vamos fazer o que agora?
– Não tenho ideia – fala Mili.
Mosca chega no Café e abraça Mili.
– O segurança do prédio me contou o que aconteceu – diz ele, beijando o topo da cabeça da namorada. – Vai ficar tudo bem, acredite.
– Juro que estou tentando, mas é tão difícil.
– Vou trazê-la de volta – fala Beto. – Custe o que custar!
Beto se manifesta para se distanciar dos outros, mas é impedido por Francis.
– Não tente bancar o herói! – gritou o barista.
– Não estou tentando bancar o herói. Só quero fazer o possível e o impossível para salvar a amiga e mulher da minha vida.
Francis revira os olhos e Beto se afasta deles, esbarrando em seu pai.
– O que houve, meu filho? Você parece preocupado.
– Aconteceu algo horrível.
– O que? E com quem?
– Sequestraram a Clarita – contou. – Papai, preciso de sua ajuda. Nunca me perdoaria se algo de ruim acontecesse com ela.
Júnior encara o filho, pensando sobre o assunto.
– Pode contar comigo – resolveu dizer. – Entendo o quanto você a ama. E sei que será capaz de fazer qualquer coisa para vê-la bem.
Beto sorriu para o pai.
– Obrigado. Não sei o que seria de mim se eu não tivesse o senhor do meu lado.
– Eu te amo, filho. Jamais esqueça disso.
Beto e Júnior se abraçam e logo se distanciam.
– Vamos! – exclamou Beto. – Não podemos perder tempo!
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