Real Mission escrita por PornScooby, DFRicci


Capítulo 3
Vamos Jogar?


Notas iniciais do capítulo

Chegou a hora do Capture a bandeira, o jogo mais amado no mundo dos semideuses. Desculpem a demora, estamos fazendo o nosso melhor! espero que gostem.
Capítulo praticamente inteiro da Débora, que foi sem dúvidas GENIAL!!



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Aquela ideia de Quiron de estratégias somente após o início da prova foi a gota d’água, Lucas sequer tinha um plano, ele nunca formulava os planos da equipe, e agora tinha de fazê-lo sob toda aquela pressão.

Dawis podia ver a expressão de desespero no rosto do amigo, ele era ótimo com estratégias para destruir o inimigo, precisava ajudar. Reuniu toda a equipe em um minifórum de batalha, tal como a outra equipe fizera, e os fez silenciar para que Lucas começasse.

– Quero vocês três aqui, na retaguarda – ele olhou para dois garotos e uma garota na faixa etária de dez anos – meninas, vocês e seus irmãos devem cuidar da defensiva – disse às filhas de Apolo – Hermes, vocês cuidam das armadilhas e Ares, quebrem todo mundo – completou.

– Dawis e eu...

– Cuidamos da ofensiva, precisamos de sutileza – interrompeu Dawis – se alguém vir alguma coisa é só assoviar.

– Isso. – concordou Lucas.

Toda a equipe se esvaiu pela floresta, a equipe vermelha desaparecera para lá do rio que cortava a floresta, em seu campo de batalha. Lucas estava começando a ficar empolgado com aquilo.

– Pronto para invadir o campo inimigo? – perguntou Dawis.

– Mas é claro que estou – o filho de Poseidon sorriu serelepe.

O plano ofensivo dos garotos era distrair os campistas adversários com os filhos de Ares e capturar a bandeira vermelha sem que ninguém os visse.

– Okay, nós devemos nos preocupar com Deméter? – perguntou Dawis.

– Não, geralmente os filhos de Deméter ficam na defensiva e são fáceis de ultrapassar.

– Que os deuses o ouçam! – Dawis levantou as mãos para o céu.

Os dois riram então Lucas parou de repente. Pareceu ter ouvido algo, algo como o barulho de um golfinho. Mas isso seria impossível, golfinhos não vivem em florestas, são criaturas aquáticas.

– O que foi? – Dawis segurava a espada na altura dos ombros, preparado para qualquer surpresa.

– Nada – Lucas sacudiu a cabeça.

– Não acha que tem algo estranho por aqui?

– Sim – ele concordou – nenhuma armadilha, nenhuma pegadinha, nada. Que estranho.

– Fique atento, pode ser uma armadilha. Pode ser não, é.

Os dois semideuses passaram um bom tempo a procura de invasores, mas nada encontraram. Ao que parecia sua equipe estava dando conta do recado. O pensamento agradável já estava tomando conta da mente de Lucas quando uma flecha assoprou o ar bem ao lado de sua cabeça, o fazendo estremecer.

– Ah, caramba! – levantou a espada – Dawis, de costas.

Os dois amigos ficaram de costas a espera do inimigo, eles podiam ter uma melhor visão da batalha se estivessem assim. Cerca de quatorze campistas invadiram a área, dentre eles filhos de Ares e Apolo.

– What The Fuck?! – perguntou Dawis desviando flechas que vinham em sua direção.

Aparentemente a equipe azul estava lutando contra o nada, e o pior de tudo, estava perdendo. As flechas que atiravam retornavam em suas direções como um boomerang, suas espadas e lanças lutavam contra o vento e faziam barulho de metal se chocando. Até nas copas das árvores havia campistas lutando sozinhos.

Um punho acertou o rosto de Lucas e o fez cair no chão. Mas onde ele estava? Em canto algum, fora um punho invisível. Lucas levou a mão ao rosto por reflexo e sentiu uma lâmina furar o chão ao lado de sua cabeça.

– Hã...? – ele desviou do próximo golpe que teria acertado sua cabeça. Olhou para trás e viu Dawis lutar na mesma situação – lutadores invisíveis?

– Isso mesmo! – alguém riu. Mais uma vez Lucas foi acertado por punhos, mas dessa vez no peito.

– Michael? – ele reconheceu a gargalhada lunática do colega filho de Hécate – cara, que brutalidade!

Michael apenas ria, ele sempre fora esquisito e brutal, mas sempre fora colega de Lucas. Mas o que é uma amizade no campo de batalha? O Capture a Bandeira era conhecido como desfazedor de amizades desde sua invenção.

Como Lucas deixara isso acontecer? O inimigo já penetrara em massa o seu campo de batalha, logo poderia encontrar a bandeira azul que estava com as filhas de Apolo. Por sorte as duas garotas não estavam ali. Lucas não tinha mais tempo a perder, devia deixar Dawis cuidando de tudo e partir a procura da bandeira alheia. Ele iria conseguir.

O filho das águas se levantou “meio” acertado e ergueu a espada nas mãos. Sem ver o inimigo começou a golpear o ar de todos os sentidos possíveis. Nada encontrava Michael.

– Ora vamos, seja homem e lute com honra! – berrou Lucas.

Sentiu um pescotapa o acertar por trás, com uma corda suas mãos foram presas e ele foi rendido, assim como todos os outros. A espada a centímetros de seu corpo caído no chão. Michael ria tão hilariamente que até Lucas sentiu vontade de acompanhá-lo.

Sem saber o que fazer, Lucas apenas se guiava pelo som de sua gargalhada, o filho de Hécate foi acompanhado pelo coro de risadas de seus irmãos invisíveis, que riam mais dele que com ele. A risada foi tamanha que ele caiu no chão, Lucas pôde ver pela areia se movendo em formato de seu copo conforme ele ria.

Lucas olhou para Dawis, suas mentes pensavam juntas.

– Agora! – gritou para todos. Eles chutaram areia para o alto, de olhos fechados, todos os outros acompanharam.

Logo, podia-se ver um pouco da silhueta de seus inimigos, o que foi o suficiente para que se libertassem das cordas e pudessem reagir. Lucas deu um soco com toda a sua vontade de dar um soco na cara de Michael. O garoto de Hécate calou sua risada na mesma hora e fios de sangue escorreram pelo chão.

Lucas aproveitou a muvuca da batalha para sair sem ser percebido, mesmo visíveis os filhos de Hécate ainda eram muito perigosos. Mas Dawis era capaz de dar conta sozinho.

Ele correu e correu, passou por uma batalha entre filhos de Hermes e filhos de Afrodite, estes haviam caído nas armadilhas do chalé onze. Mas a situação não se encontrava exatamente desse jeito. As garotas da deusa do amor usaram seu charme contra as crias de detentos enquanto seus irmãos lutavam/encantavam as garotas de Hermes, que diziam tudo o que eles precisavam saber sobre a bandeira.

Lucas agradeceu a Poseidon por não ter como os outros da equipe adversária ficarem sabendo daquelas informações. Ele tentou ajudar, mas desistiu, seria apenas tempo perdido e surra que levaria naquela batalha. Então deixou sua equipe levar aquela surra.

Depois de atravessar mais umas duas lutas, brigas de ninfas pela atenção dos filhos de Afrodite, uma poça gigante de areia movediça, uma armadilha com cactos, o lago e uma rede pegajosa, Lucas avistou-a finalmente. A bandeira vermelha estava ali, sem qualquer tipo de proteção, nem mesmo os filhos de Deméter a protegiam. É. Aquilo foi fácil.

Ele correu até a bandeira e tentou arrancá-la do chão, estava bem presa.

– Well, well, well... – ele ouviu as suas costas e parou subitamente.

– Malévola? – perguntou com um calafrio subindo em seu corpo. Ele se virou.

– Claro que não! – Débora respondeu o encarando de forma cômica.

Camila, que estava ali perto, começou a rir da cara assustada que ele fazia, mas diferentemente de Michael, ela parou. Aproximou-se da filha de Atena e as duas fizeram um toque de amizade, com espirro e explosões de mentira.

– Luc, que bom te ver – Camila disse, agora perto dele.

Se ele achava que ela iria pegar leve? Sim, foi exatamente o que ele pensou. E se havia alguém errado naquela floresta, esse alguém era ele. O olhar apaixonado com que olhava a garota havia desaparecido, dando lugar a outro assustado e confiante.

– Que bandeira legal essa sua. Dá pra mim? – Camila pediu sorrindo.

Lucas não se moveu, aquilo era charme, só podia ser. A vontade de entregar-lhe a bandeira era imensa, ele não suportava a ideia de vê-la sem algo que quisesse. Camila era perfeita, merecia tudo, qualquer coisa a qualquer custo.

– Não, não, não! – ele agarrou a bandeira e balançou a cabeça negativamente. Ele estava de joelhos no chão sujo de lama, seus olhos fechados.

– Não? – Camila ficou arrasada com a resposta e começou a chorar.

Algo na mente de Lucas sabia dizer que aquilo era apenas um plano, e que Camila não estava chorando de verdade. Tudo vinha a sua mente, acompanhado daquele som de golfinho irritante.

Lucas pôs-se de pé, a expressão em seu rosto era determinada.

– Desculpa Milla. Mas essa bandeira é minha – ele arrancou a bandeira do chão usando toda a sua força.

Com uma das mãos segurava a bandeira e com outra sua espada, Lucas até se pareceu com seu pai naquele momento, um deus. Camila se afastou furiosa e derrotada, sacou sua adaga e posicionou-se. Mas o filho de Poseidon simplesmente a conteve com a ponta da espada em seu rosto.

A garota aceitou a derrota e baixou a cabeça. Ele se aproximou e beijou seu rosto.

– Não deixe de gostar de mim por isso, okay? – sua voz tentava parecer meiga, mas ele não levava jeito.

A filha do amor apenas revirou os olhos como se não ligasse. As gramíneas sob seus pés criaram forma, uma filha de Deméter a sugou para dentro da terra.

– Milla! – ele olhou ao redor.

Todo universo vegetal ganhou vida, as árvores se moviam tal como aquelas bolas de metal de Mario Bros, as plantas ganharam movimentos com bocas que o tentavam devora-lo, nozes choviam em sua cabeça, urtigas cresciam sob seus pés e envolviam seu corpo. Os filhos de Deméter entraram balançando em cipós, como se fossem Tarzans descolados e sem tanguinha.

– Mas que...?! – Lucas usava a espada para se livrar das plantas que estavam o atacando.

Ele tentou correr dali com a bandeira vermelha, mas esquecera de uma pequena coisa.

– Já vai tão cedo? – Débora sorria mais que o duende verde. Ela segurava sua espada, markadórus, em uma das mãos.

Os filhos de Deméter pularam no chão cercando Lucas, puxaram arcos das costas, as flechas que apontaram para ele tinham boquinhas com espinhos no lugar dos dentes nas pontas.

– Me entregues a bandeira ou sofrerás – disse a garota de Atena apontando-lhe a espada de ouro imperial banhado em sangue de dragão.

– Nunca! – brandiu sua espada contra a dela.

Os dois começaram um combate, mas Lucas estava ciente das habilidades da garota. Afinal, já a conhecia muito bem. Tendo ela o ensinado várias coisas no passado.

Débora começou golpeando seu tórax, mas a armadura o protegia. Ele interveio com sua espada sob a cintura da garota, mas ela decapitou uma planta gigante atrás dele, por sorte não foi sua cabeça.

Enquanto o garoto estava ofegante em meio aos grotescos desvios, sua adversária continuava intacta. Isso o fez lembrar quando ela o ensinara a manter a respiração equilibrada durante um combate, e é claro, ele não conseguira aprender.

Os golpes iam ficando cada vez mais rápidos, ele não aguentava mais. Em sua cabeça aquele ruído de golfinho o atormentava. Lucas só tinha uma coisa a fazer, encontrar água, então tudo ficaria bem.

Ele largou a bandeira no chão e correu para o lago, ninguém o impediu. Afinal, a bandeira estava ali e ele não servia mais. Somente Débora pareceu achar aquilo estranho. Enquanto todos comemoravam, ela o seguiu.

Lucas estava agachado na margem do lago, dando atenção a alguma coisa. Então Débora viu, era um golfinho, e ele não parava com aquele barulho estridente.

– O que é isso? – ela perguntou.

Lucas se virou para ela, o golfinho estava finalmente em silêncio.

– Temos problemas – disse atônito.

Antes que Lucas pudesse explicar toda a situação, Beatriz, Irmã da Débora, chegou no local esbanjando felicidade.

–Débora! – a outra filha de Atena segurava consigo uma bandeira azul, pertencente ao time de Lucas – Nós sambamos na cara desses manés, vamos comemorar. Vem...- a menina notou a expressão de preocupação no rosto de Lucas, no mesmo momento em que Quíron chegou trotando no local.

–Crianças, o que aconteceu? – ele notou o golfinho no lago e percebeu que algo muito ruim estava acontecendo. – Lucas, o que foi que aconteceu?

–O Tridente – ele ainda estava tentando processar a informação – O tridente de Poseidon...

– O que há com ele? – Perguntou Débora

–Foi roubado! – nesse momento todos assumiram uma expressão assustada no rosto. – Ele...-o jovem continuou gaguejando- ..me pe-pediu pra recuperá-lo. Meu pai, ele precisa de mim.

Algo que parecia ser uma bola vermelha passou voando por ali, seguida de um vulto negro e uma menina pálida, era Vicky.

–TEU PAI !!! ESPERA MENINO!!!


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Notas finais do capítulo

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