Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 56
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

Olha só, demorei só cinco dias pra postar!!! Agradecendo as férias por me dar tempo haha
Bom, primeiramente vou agradecer a Spring Pie por ter favoritado.
Esse capítulo ficou com 8 páginas, um pouco maior que o normal. O próximo capítulo tenho quase certeza que será narrado pelo Peter.
Boa leitura :)



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A manhã te terça feira pode ser resumida com uma simples palavra: caos.
Caos na prova de biologia, boiei totalmente naquele negócio. Por mais que eu tenha ficado estudando ontem a tarde toda, não adiantou nada. E é culpa da minha concentração, porque eu estudei a matéria da prova passada. Parabéns, Lydia, sua asna!
Fiquei com a prova em mãos até o último segundo, mas aí não teve mais jeito e a devolvi. Com certeza tirei uma nota ruim.
Na escola hoje só se falava da competição de ontem. Muitos me deram parabéns, fiquei feliz com isso. Pelo menos alguma coisa boa no dia de hoje. Sobre os garotos que tentaram nos agarrar acho que não foi divulgado, porque não ouvi nada sobre isso.
–E o Peter quer falar comigo hoje. – continua a Katherin.
Mal prestei atenção em tudo que ela me disse, mas é culpa do sono e culpa da prova.
Lembro que ele me disse ontem que queria falar com ela, então só assinto.
Nós duas vamos pra fila da cantina, que, como sempre, está enorme. E de novo, a Katherin começa a tagarelar.
Mal consigo ficar de pé essa manhã. Depois de tudo que chorei ontem, meus olhos ficaram ardendo e hoje eu estava com olheiras. Não queria nem levantar da cama, pra começo de conversa.
O Thomas não veio hoje, deve ter colocado a culpa no tornozelo, mas de certo só estava com preguiça mesmo. Por um segundo me pego pensando sobre ele, em como será que ele está, e então me xingo. Não vou pensar nele.
–Vai querer o que? – pergunta a tia da cantina, me despertando dos meus pensamentos.
–Um enrolado de presunto e queijo. – peço lembrando do primeiro dia de aula, quando o Thomas me sugeriu esse. Mudo de idéia. –Não, quero a batatinha.
Ela vai lá e me dá o pacote.
–Um e cinquenta.
Olho de relance pro enrolado de presunto e queijo. O Thomas não precisa saber que eu ainda como o que ele indica, precisa?
–Mudei de ideia, quero o enrolado de presunto e queijo.
A moça da cantina me olha impaciente, toma o saquinho de batatas da minha mão e vai pegar o salgado.
–Tá difícil hoje, hein Lydia. – debocha a Katherin e reviro os olhos.
Pego meu salgado e saio da fila, esperando a minha amiga loira.
–Bom dia. – diz o Peter brotando atrás de mim e bagunçando meu cabelo.
Olho pra ele com uma cara de “fala sério” e ele finge preocupação.
–Iiih, que hoje o mau humor ta forte.
–Não é mau humor. – resmungo e ele pega a beirada do meu salgado.
Dou um tapa forte na mão dele e o Peter ri.
–Só não estou pra conversa hoje.
–Hoje ela ta pro crime. – diz a Katherin rindo atrás de mim.
Reviro os olhos.
–Os dois tiraram o dia pra me encher, é isso?
O Peter concorda, com um sorriso brincalhão nos lábios.
–Isso tudo é por que o meu amigo não veio?
Finjo que nem escutei.
–Deve ser, Peter, ela ta assim a manhã toda. – diz a Katherin indo pro lado dele. –Super distante do mundo real.
–Cala a boca, Katherin! – falo já estressada e os dois riem da minha cara. –Não quero nem saber do Thomas. Se ta vivo ou morto, pra mim tanto faz. – saio andando, mas os dois me seguem.
–Sabia que o Thomas passou mal de madrugada? – ouço o Peter falar, mas finjo que nem ligo, quando na verdade sinto um aperto no peito ao ouvir isso. –Por isso ele não veio de manhã, teve até que parar no hospital de tanto que vomitou.
Paro ao ouvir isso e me viro pro Peter. Se ele foi até parar no hospital,a coisa deve ter sido feia.
–Ele ta bem?
Peter, que estava sério, abre um sorriso.
–Eu estava brincando.
Fico tão brava, que dou outro tapa nele, dessa vez na testa. E sei que doeu.
Ele e a Katherin continuam rindo e eu bufo, o que fiz pra merecer os dois?
Vejo a nova iorquina que eu mais odeio no mundo se aproximar. Até reviro os olhos ao ver essa garota.
–Oi, Peter. – diz ela com um sorrisinho e dá um abraço rápido nele.
Franzo a testa. Que intimidade é essa? Quem é ela pra abraçar o meu amigo? Ela ficou louca, só pode! Não tem amor a vida, porque não é possível.
–Oi, Mary. – responde ele com um sorriso também.
Vontade de dar um soco nele. Ok, o Peter sorri quase que o tempo todo, porque ele é simpático e tudo mais. Mas ela não merece simpatia!
–Katherin, amiga, faz tempo que a gente não ta se fala direito! – diz ela e se joga na Katherin também.
Cruzo os braços, já bem estressada. O que essa criatura das trevas quer com os meus amigos?
Eu já falei com o Peter e com a Katherin sobre ela ser uma falsa, mas parece que os dois não enxergam.
A garota se afasta da Katherin e olha pra mim com o sorriso mais falso do mundo.
Felizmente depois daquele lance de eu ter brigado com a Katherin, não topei com a Mary Ann nem um dia. E agora aqui está ela, e tenho vontade de enforcá-la.
–Oi, Lydia. Não vai falar comigo?
Solto uma risada fraca.
–Claro que não, querida.
Antes que ela fale mais alguma coisa, entro no meio da Katherin e do Peter e puxo os dois pelo braço, sem deixá-los fazer objeção.
Não solto os dois até chegar na floresta e os dois me olham confusos.
–Que foi isso? – pergunta a loira primeiro.
Peter cruza os braços.
–Ainda ta aquilo de achar que ela vai se aproveitar da Katherin e que é falsa?
A menina revira os olhos.
–Ai, Lydia, sério? Ainda isso?
Peter concorda com a cabeça.
–Ela não fez nada pra gente, nem vai fazer.
Conto até dez mentalmente pra não gritar.
–Será que vocês não enxergam? – pergunto já ficando alterada. –Ela disse com todas as palavras que só quer usar de você, Katherin! – ela já vai responder, mas corto-a. –E para de defender, porque eu estou certa.
Os dois ficam quietos, gosto assim. Estão claramente sem argumentos.
–Ainda acho um exagero seu. – murmura ela. Peter fica calado na dele.
Respiro fundo.
–Não é exagero, ainda vou provar que to certa.
Ninguém diz nada e só me sento no chão.
–Eu, hum, acho melhor ir lá com o pessoal. – diz o Peter olhando pra mim meio que hesitante. Típica ação pós briga. Então ele olha pra Katherin e troca o peso de um pé pro outro. –Nos vemos de noite?
Ela assente e ele só concorda com a cabeça e sai andando. A Katherin senta ao meu lado e não falamos nada.
Não sei onde o Peter vai levar ela, mas eles vão conversar pelo o que ele me disse ontem.
Eu adoraria ver o Thomas, sair com ele também.
Quase engasgo com esse pensamento. Não vou pensar no Thomas! Não quero sair com ele, nem ver ele.
Pego o meu celular, tem umas mil mensagens no grupo meu, da Jane e da Kriss. Mal apareci por lá desde que meu pai chegou.
Eu: oi gente
Kriss: achei que tivesse morrido!
Eu: foi mal, é que eu estou com meu pai e tudo mais, aí to mal pegando no celular
Kriss: hm
Ah, pronto. Ela ta brava.
Eu: sério, Kriss. Eu sinto falta de vocês, vocês duas são minhas melhores amigas, mas não ta dando pra entrar.
Eu: e cadê a Jane?
Sei do encontro dela com o Oliver. Ela não disse muita coisa, acho que tem coisa que ela não me contou. E também acho que nem pra Kriss, mas tudo bem.
Depois disso ela sumiu também.
Kriss: ela ta no banheiro
Recebo uma mensagem da Kriss fora do grupo e abro.
Kriss: você meio que sumiu esses dias, aí não deu pra te falar
Kriss: to preocupada com a Jane
Franzo a testa.
Eu: eita, por que?
Kriss: desde o dia do encontro ela ta estranha
Kriss: e não acho que seja por causa do Oliver
Kriss: na verdade, talvez tenha a ver com ele tbm, mas não acho que seja só isso
Eu: e o que seria?
Kriss: não sei... Mas ontem eu fui na casa dela pra ela me ajudar com um exercício e quando a mãe dela chegou, senti um clima tenso entre as duas
Paro pra pensar e lembro do dia do aniversário da Jane, que eu e a Kriss ouvimos a mãe dela falando no telefone.
Eu: será que tem a ver com o que a mãe dela tava falando?
Eu: talvez seja isso
Ouço o sinal bater e me levanto.
Eu: Kriss, depois nos falamos, sinal tocou
Bloqueio o celular e o coloco no bolso. A Katherin também estava no celular, acho que por isso que ela não me xingou por estar mexendo no meu.
–Vamos? – pergunto e estendo a mão pra ela.
Katherin aceita a ajuda e se levanta também. Vamos andando em direção da sala.
–Ta brava comigo? – pergunto, ela nega com a cabeça.
–Lydia, eu não to brava... Mas tipo, a Mary Ann é minha amiga também. – diz ela. –Queria que vocês se dessem bem.
–Não dá, Katherin. Ela falou na minha cara que só queria sua amizade pra se aproveitar de algo.
Minha amiga respira fundo.
–Ok, Lydia. Você pode estar certa.
Solto um suspiro de alívio.
–Amém!
–Mas eu vou continuar falando normalmente com ela. – faço uma careta. –Só pra ver até onde ela vai com isso. – concordo com a cabeça, faz sentido. –E você não ache que minha amizade com ela é que nem a que tenho com você.
Solto uma risada.
–Nunca que vou pensar isso, eu sou insubstituível. – falo fazendo ar de importante e a Katherin ri.
Vamos pra sala assistir mais duas aulas e aí, estamos livres.
Fico até feliz com isso, mas aí lembro que tenho inglês a tarde toda e depois teatro. Vai ser um longo dia...

A professora de inglês está falando algo sobre o Thomas Jefferson (acabo pensando no Thomas por causa do nome, droga!) e os contribuidores da Declaração da Independência quando vejo no celular que já está quase na hora de acabar.
Eu adoro as aulas, mas hoje eu só quero ir pro teatro. Estamos ensaiando pra valer, o professor Ronaldo quer que tudo corra perfeitamente no dia do espetáculo. Assim espero que aconteça.
Hoje iremos ficar até tarde um pouco mais tarde, porque hoje faremos um teste com as cordas. Cordas para o Peter Pan, Sininho,Wendy, enfim, pra todo mundo que vai voar na peça.
Um dos motivos pra eu não estar prestando muita atenção nessa aula é justamente as cordas. Estou ansiosa pra ver como que vai funcionar isso e também com um pouco de medo, já que não sou muito fã de altura.
Bate o sinal e jogo apressadamente o material dentro da bolsa, já que, como sempre, terei que ir correndo pro teatro pra não me atrasar.
O Thomas não veio na aula e odeio confessar isso, mas eu estou preocupada com ele. Espero que seja só pelo tornozelo.
Eu não devia me preocupar com ele, mas vai falar isso pro meu cérebro que ele me dá um tapa e te dá um tapa também! O querido não quer me escutar, fica difícil assim.
–Calma aí, Lydia. – diz a Katherin afobada, amarrando os sapatos.
O Peter passa por nós duas e a Katherin o puxa. Fico até meio assustada, já que ela estava concentrada nos sapatos. Ele também fica meio assustado.
–Peter, desculpa, não vai dar pra eu ir na pizzaria hoje. – diz ela e solta o pulso dele, jogando o material na bolsa e colocando-a no ombro. –Acabei de lembrar que terei que ficar até mais tarde no teatro.
Vejo a cara que meu amigo faz, parece de alívio.
–Ah, nem é tão tarde assim. – decido me intrometer. –É nove e meia.
Peter coça a nuca.
–Ah, você que sabe Kath. Se não der hoje, sem problemas.
Impressão minha ou o Peter ta nervoso?
–Desculpa mesmo. – fala ela.
Nisso a professora vem me chamar, perguntando se sei porquê o Thomas não veio.
–Não sei não. – falo, me perguntando porque ela veio falar logo comigo. –Ele torceu o tornozelo ontem, pode ser isso.
Ela assente.
–Diz pra ele fazer as atividades, são importantes pra prova.
Só temos uma prova geral, é mês que vem. Eles estão estudando a matéria desde o começo do ano, eu tive que pegar tudo e tentar me virar. A Katherin me ajuda com algumas coisas que eu não sei, preciso passar nessa prova.
Eu não quero falar com ele, então vou pedir pra Katherin falar pra ele das atividades, mas assinto.
Dou tchau pra professora e me viro pra Katherin.
–Vamos! – digo já apressada e puxo-a pela mão, já que ela estava de conversa com o Peter.
Vamos correndo pela rua.
–Ainda vamos morrer atropeladas com essa coisa de ir no teatro! – grita ela enquanto corremos.
–Também acho! – respondo sem desacelerar.
Paramos embaixo do toldo do teatro e respiro ofegante.
–Horas?
–Um minuto. – respondo e passamos apressadas pela recepção, subindo as escadas.
–Me esperem! – ouço uma voz atrás de mim. Mas não qualquer voz. É a voz.
Meu coração acelera e estaco no mesmo lugar.
Vejo o Thomas subir e ficar do nosso lado, ele abre um sorriso.
–Oi. – diz ele e olha pra mim. –Queria falar com você, será que tem como?
Apenas viro o rosto e saio andando apressando o passo. Não vou nem perder meu tempo ouvindo baboseira dele, não mesmo.
Se ele quer beijar a Ashley, que beije. Ele que beije quem ele bem entender! Agora ficar tentando vir falar comigo, eu não permito mais não.
Ele deve estar tentando, porque não sabe que eu sei sobre ele e a aquela ruiva aguada. O Thomas deve achar que eu ainda sou trouxa.
Entramos na sala e vejo que quase todo mundo está aqui. Me sento no meio de duas garotas, pra não ter perigo dele vir sentar ao meu lado.
O Ronaldo chega e vai até o palco. Mas ele não vem sozinho, tem uma moça e dois caras com ele.
–Boa noite. – diz ele e todos nós respondemos.
Ele aponta pras cordas, que sinceramente eu não tinha reparado.
–Aqui estão as nossas sustentações. – diz ele. –Vamos testar com cada um de vocês que vão voar na peça, ver se aguenta vocês. – continua e aponta pro pessoal que veio junto. –Essa é a Márcia, o Carlos e o Mauro.
Eles dão um aceno leve.
–E estão aqui pra certificar a segurança dos equipamentos. – fala o professor. –Por favor, sem gracinhas. Não temos a noite toda pra ensaiar. Os que não farão isso na peça, por favor se reúnam e ensaiam. – diz ele. –E quanto aos que experimentarem, vão ensaiando suas falas depois.
E então ele começa a chamar um por um, pra ver se dá pra usar todas as cordas. Primeiro vai a Katherin, que vai quase que saltitando pro palco. Sou a próxima a ser chamada e vou até o palco. Quando passo pelo Thomas sinto seu olhar cravado em mim e sinto meu rosto esquentar um pouco.
Chego na tal da Márcia e ela abre um sorrisinho.
–Vai ser quem? – pergunta ela enquanto encaixa o negócio em mim.
–Wendy. – respondo já sentindo meu coração acelerar um pouco de medo.
Ela assente e termina de encaixar. É um negócio até que simples e isso é bom por um lado, porque não vai dar trabalho na hora de colocar pro teatro. Por outro lado é ruim, porque dá uma insegurança maior em mim.
–Pronta? – pergunta e só confirmo com a cabeça, pra não atrasar de novo.
Olho pro teto e vejo os dois caras lá.
Pera, eles que vão puxar a gente?
A moça parece ler minha mente, porque sorri.
–Calma, a corda é puxada por um mecanismo. Eles só ajudam na hora de empurrar pro outro lado.
Empurrar pro outro lado?
–Só espero não cair. – digo e fecho os olhos sentindo que estou sendo puxada.
–Balance os pés. – pede a moça e sinto que já estou bem no alto.
Mesmo com medo, abro os olhos. Ela não precisava nem pedir. Balanço os pés de nervoso, mas ninguém precisa saber disso. Sorte que ela pediu pra fazer isso, assim não vão achar que é por causa de medo. Pelo menos espero.
Quando estou em cima, um dos caras puxa a corda e paro de pé na parte de cima do palco, que é onde os cenários são controlados e tudo mais. Sou puxada pra uma lateral.
Meu coração bate a mil.
–Agora nós vou te empurrar par lá. – diz ele apontando pra outra lateral, o outro moço sorri.
Sinto meu estômago embrulhar.
–Ahn, ok. – respondo com a garganta seca.
–Tem medo de altura? – acabo fazendo que sim com a cabeça. –Só imagina que tem asas pra voar, que é um pássaro. As asas não vão quebrar. – diz ele.
Afirmo com a cabeça, esperando que ajude.
Ele tira a grade de proteção e me guia até a beirada.
–Você vai ver, vai acabar gostando disso. É bem legal. – diz e assinto, esperando que seja verdade. –Pronta?
Não.
–Aham. – e ele me solta.
Sinto os pés ficarem suspensos no ar de novo e tento não gritar. Mas acabo gritando e muito alto, fazendo todo mundo me olhar.
Meu rosto esquenta de vergonha, mas simplesmente não consigo parar de gritar. Estou muito apavorada mesmo.
Na hora que o outro moço puxa a corda ele até me olha assustado.
–Você ta bem?
Só continuo com os olhos arregalados.
–Quando eu posso voltar pro chão?
Ele ri e me solta, falando que posso ir pelas escadas, que deu tudo certo.
Acho que nunca fiquei tão aliviada em toda a minha vida. Estou até meio tonta.
–Achei ótimo. – diz o professor quando já desci do palco, pra bem longe daquelas cordinhas.
–O que? – pergunto sem entender.
–O grito, foi fantástico!
Como assim gente?
–A Wendy teve medo na hora de voar, a insegurança no começo. – explica ele. –E você demonstrou isso perfeitamente! Tinha até esquecido desse detalhe, mas você me lembrou.
Isso é sério?
–Claro, é nisso mesmo que pensei. – digo tentando ser convincente. –Não sabia se ia gostar.
–Ficou perfeito!
Forço um sorriso e saio andando, ainda assustada pela altura. Sei que preciso me acostumar e bem rápido.
Os meus colegas estão no fundo do teatro, sentados e ensaiando. Vejo que alguns estão sentados num canto, só lendo as falas, gravando mais e decido fazer o mesmo.
Meu texto está praticamente decorado, mas sei que preciso treinar mais. Não vejo a Katherin e me sento no chão, encostada em uma parede que é na extremidade oposta da porta.
Abro meu texto e começo a ler baixinho. Sinto alguém se sentar do meu lado. Olho pelo canto do olho e vejo que é o Thomas.
Viro o rosto.
Volto a olhar pro livro, ignorando-o.
–Por que você tá brava comigo? – pergunta ele.
–Eu não estou. – resmungo.
–Então por que não está olhando pra mim? E nem respondeu mensagem, nem passou em casa quando pedi? Resumindo, por que você não ta falando comigo?
–Se não percebeu, eu to estudando o texto, por isso não quero conversar.
Ele ri com ironia.
–Vai continuar com isso de me ignorar e ficar mentindo que não é nada?
–Eu não estou mentindo. – falo com o rosto praticamente dentro do texto.
Sinto o Thomas enrolar meu cabelo em seus dedos e meu coração dispara.
–Tá mentindo sim.
–Não to...
Fico quieta quando ele coloca meu cabelo pra trás da orelha e leva sua boca nela.
–Me explica, por favor. – sussurra ele e sinto meu rosto esquentar. –Você é linda bravinha, mas é maravilhosa a sua voz e eu preciso dela. Não pode ficar em greve de falar comigo.
Meus pelinhos da nuca se arrepiam.
–E-eu não to com, com greve d-de nada. – gaguejo e ele ri, ainda no meu ouvido.
Me levanto apressadamente, já nervosa, e ele continua sentando, só me observando com um sorriso nos lábios que fazem minhas pernas amolecerem.
Droga de efeito que ele tem sobre mim!


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Notas finais do capítulo

Thomas nas investidas ♥ Thodyaaaaaaa ♥♥♥
O que acharam? Com 8 reviews continuo.